CASO CLÍNICO: Coartação da Aorta Marcelo Oliveira Prata Hans Stauber Kronit Pediatria-HRAS 07/04/06 Coordenação; Dr.

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CASO CLÍNICO: Coartação da Aorta

Marcelo Oliveira Prata Hans Stauber Kronit Pediatria-HRAS 07/04/06 Coordenação; Dr. Paulo R. Margotto Escola Superior de Ciências da Saúdede/SES/DF

CASO CLÍNICO

 Identificação: 24/03/2006 S.P.F., admitido no INCOR com 19 dias de vida, procedente da Unidade de Neonatologia do HRAS.

Diagnósticos

 Coarctação de Aorta;  Hipertensão Pulmonar acentuada;  Quadro séptico;  CIVD;  Pancitopenia;

Caso Cínico

 Ventilação Mecânica  Acesso venoso (MSD)

Caso Clínico - Tratamentos

 Dobutamina 15mcg/Kg/min  Prostin 0,027msg/Kg/min  Vancomicina e Meropenen D8

Caso Clínico - Ecocardiograma

 Feito Ecocardiograma ( INCOR):         HP importante ( Pressão média da A.P. 34mmHg) 24/03/06 Presença de 2 CIA´s (3,5 e 3,0mm, com fluxo E-D); Ventrículo Direito Muito Hipertrófico e dilatado; Ventrículo Esquerdo c/ Hipertrofia discreta e boa função sistólica; Hipoplasia de arco transverso ( 2mm); Raiz da aorta mede 7,5 mm e aorta ascendente mede 5,5mm; Canal arterial pequeno , c/ fluxo restritivo e gradiente de 30mmHg (Fluxo Sistólico); Não se pode afastar CoA ao nível de Art.Subclávia E.

     

Caso Clínico - Evolução

INCOR-DF Feito Concentrado de Hemácias (Htc: 27%); Iniciado dieta trófica; 27/03/06 Feito novo Ecocardio: Confirmou CoA com gradiente de 38mmHg, canal arterial fechado e hemodinâmicamente estável.

Plaquetopenia persistente Discutido caso : 1º)Resolução do quadro séptico, 2º)Realizar intervenção cirúrgica ou cateterismo (haja visto elevado risco do procedimento); Hemoculturas negativas.

Caso Clínico Exame Clínico

 Enfermagem: Plaquetopenia importante, Em Ventilação Mecânica (modo SIPPV c/ FR=35, Pccp=5, Pirsp=26 e FiO²=40%); Ictérico, hidratado, afebril, anasarca Catéter central ( DObutamina 1ml/hr e sedação 1ml/hr e ATBO) SOG recebendo dieta contínua (10ml/hr); Diurese presente sem alterações e evacuações ausentes Isolamento

Caso Clínico Admissão HRAS

      Ectoscopia: Ventilação Mecânica ( FiO por SOG; ² 50%, FR:40, PA: 170X30mmHg, Sat=97%, FC: 118bpm, sem HV , Dx=40mg/dl, dieta 28/03/06 21hrs RN grave, sedado, hidratado, edemaciado, sincrônico com a VM; AR: MV rude s/ R.A.; ACV: precordio calmo c/ B2 hiperfonéticas , RCR em 2T , SS 2+/6+; ABD: Flácido, Fígado a 3 cm abaixo do RCD; Ext.: Hematomas no pescoço;

Caso Clínico Diagnósticos

 CoA isolada com Hipoplasia de arco aórtico,  CIV perimembranosa,  CIA tipo ostium secundum  Hipertensão Pulmonar  Infecção inespecífica  CIVD

Caso Clínico Conduta HRAS

Mantido medicações :        Dobutamina Fentanil Midazolan Vanco + meropenem Fluconazol * Ranitidina Furosemida Iniciado HV => TIG : 7,2 Solicitado Gasometria * Não iniciado 28/03/06

Caso Clínico

29/03/06 30/03/06

Mantido Tratamento em curso Feito Rx controle, HC

31/06/06

Caso Clínico Evolução

#26ddv/ p=2775g #Pancitopenia #CoA isolada com Hipoplasia de arco aórtico, #CIV perimembranosa, #CIA tipo ostium secundum #Hipertensão Pulmonar #Infecção inespecífica RN necessitou de 2 hemotransfusões ontem e correção do sódio Exame físico mantido 1)Reposto K 2)Suspenso Meropenem e vancomicina D15, mas como RN permanece c/ quadro infeccioso iniciado Ciprofloxacina 3)Colhido hemocultura 4)Manter VPM c/ parâmetros baixos 5) P1:15 FR= 30

GASOMETRIA

Dias Valores PH PCO² PO² HCO3 BE Sat 28/03 7,41 36,1 17,1 23,7 -2 100% 30/03 7,38 34,7 43,3 20,8 -4,1 79,80%

Laboratório

Hg Htc Leuc Mielo/meta/bas/mono eos/bast/Lt/La/Mono Plaq PCR TTPA (relação) Fibrinogênio Lactato Sódio potássio Cloretos Calcio 28/mar 30/03?

13,9 42,5 9,9 29,9 4200 5400 0/0/0/4 5/0/34/0 10300 9 52000 1,24 136 15 136 120 3,3 88 10,9

CARDIOPATIAS CONGÊNITAS QUE CURSAM COM ICC

COARCTAÇÃO DA AORTA

DEFINIÇÃO:

Estreitamento que diminui a luz da Ao e produz obstrução ao fluxo sanguíneo.

A

localização comum é no ponto de inserção do canal arterial, na porção descendente da Ao torácica, abaixo da

artéria subclávia E.

mais

COARCTAÇÃO DA AORTA

MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS:

A idade e o modo de início dependem da localização da CoAo e de anomalias associadas.

Crianças com estreitamento grave podem parecer normais ao nascimento e ter pulsos femorais palpáveis.

O lactente torna-se irritadiço, taquipnéico e desinteressado em mamar.

COARCTAÇÃO DA AORTA

DIAGNÓSTICO

O diagnóstico pode ser feito clinicamente.

Hipertensão

gradiente de pressão sistólica entre braços e pernas

SS ouvido sobre o precórdio esquerdo e posteriormente entre as escápulas

diminuição ou ausência dos pulsos femorais com retardo da fase ascendente

SD de regurgitação Ao pode estar presente na associação com valva Ao bicúspide. ictus é geralmente visível e palpável com as características de aumento de VE

hiperfonese de B1 e B2.

COARCTAÇÃO DA AORTA

DIAGNÓSTICO COMPLEMENTAR

O Rx de tórax pode demonstrar cardiomegalia com HVE

A incisura costal, na borda inferior das costelas, secundária a vasos intercostais aumentados e tortuosos é quase que patognomônica da CoAo.

O ECG mostra HVE.

A angiografia demonstra a Co, sua localização e extensão.

O CAT e o ECO Doppler mostram anomalias associadas e permitem a mensuração do gradiente.

NEW ENGLAND JOURNAL MEDICINE

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COARCTAÇÃO DA AORTA

HISTÓRIA NATURAL

Os lactentes sintomáticos têm mortalidade elevada, dependendo da gravidade da Co e da presença de anomalias associadas.

Os pacientes que sobrevivem até a vida adulta tem expectativa de vida muito reduzida.

As causas de morte na Co não tratada são: ruptura expontânea da Ao, endocardite, AVC hemorrágico.

COARCTAÇÃO DA AORTA

TRATAMENTO

A tendência atual é no reparo eletivo a uma idade precoce para impedir a ocorrência de complicações, como a hipertensão arterial.

A HA pode se desenvolver em pacientes que tiveram o reparo feito no final da infância ou na idade adulta.

O tratamento inicial com prostaglandina E1 pode abrir o CA do RN, permitindo a perfusão sistêmica e correção da acidose metabólica no pré-operatório.

COARCTAÇÃO DA AORTA

TRATAMENTO

CIRURGIA

O método clássico é a ressecção da área de obstrução com anastomose primária término terminal.

 

A terapia não operatória é a angioplastia translumiar percutânea por balão. Os resultados iniciais foram encorajadores mas não se conhecem os resultados a longo prazo.

RESULTADOS

Os resultados dependem da idade do reparo, do tipo de reparo usado e das anomalias associadas.

CRIANÇA COM 2 MESES DE VIDA COM DIAGNÓSTICO DE COARCTAÇÃO DA AORTA

ÁREA COARCTADA A SER REMOVIDA PÓS CIRURGIA

CRIANÇA BEM 2 DIAS ANTES DA ALTA DA UCIP

ESTENOSE AÓRTICA

ESTENOSE AÓRTICA Tipos:

VALVAR SUB-VALVAR SUPRA-VALVAR

ESTENOSE AÓRTICA VALVAR Etiologia

Congênita: - Unicúspide - Bicúspide - Tricúspide Adquirida: - Reumática - Degenerativa calcificada - Outras

ESTENOSE AÓRTICA Fisiopatologia ( I )

Obstruções graduais do VE : Hipertrofia VE DC mantido Alterações diastólicas (PD elevada) - Complacência reduzida Massa VE aumentada Rigidez muscular

ESTENOSE AÓRTICA Fisiopatologia ( II )

Obstrução crítica do VE:

Gradiente sistólico  50mmHg ( em DC normal)

Orifício valvar:

< 0,4 cm 2 /m 2

ESTENOSE AÓRTICA Fisiopatologia ( III )

Depressão da performance ventricular: - Hipertrofia inadequada - Depressão da contratilidade - Redução do DC, Vol. Ejeção e gradiente VE-Ao

ESTENOSE AÓRTICA Fisiopatologia ( IV )

Balanço O 2 Miocárdico

 Oxigenação miocárdica inadequada (s/DAC)

Consumo O 2

: Massa VE  Pressão sistólica VE  Tempo de ejeção  

Oferta O 2

: Compressão coronária (pressão VE  )  gradiente Ao-VE diástole (  PD 2 VE) Tempo diastólico 

ESTENOSE AÓRTICA

Fisiopatologia ( V )

ESTENOSE AÓRTICA

Obstrução via de saída do VE

 PS do VE  TE do VE  Massa VE Disfunção VE  PD 2 do VE  Pressão Ao  MVO 2 Miocárdio  Tempo diastólico  Oferta O 2 miocárdio Isquemia Miocárdica

Falência do VE

ESTENOSE AÓRTICA

Eletrocardiograma

85% E Ao severas = SVE Alterações ST-T na hipertrofia severa Padrão de “ pseudo-infarto” ântero-septal SAE = 80% E Ao severas

ESTENOSE AÓRTICA

Estudo Hemodinâmico

- Severidade da obstrução - Avaliar função VE -Valvopatia associada - coronariopatia

ESTENOSE AÓRTICA

Manejo Clínico Assintomáticos:

- Vigiar aparecimento de sintomas - Doppler Eco para avaliar severidade: - Leve : controle em 2 anos.

- Severas: -- ECG, RX, Eco: 6-12 meses -- Evitar atividade física ou atlética - Profilaxia de endocardite infecciosa

ESTENOSE AÓRTICA

Tratamento cirúrgico

- Troca valvar - Indicações: - E Ao severa com sintomas.

- Assintomática com progressiva redução da função VE e Cardiomegalia Braunwald: Heart Disease, 1997. W.B. Saunders

ESTENOSE AÓRTICA

Tratamento cirúrgico

Fatores de risco para mortalidade

- Classe funcional - Função VE - Arritmia ventricular pre-operatória - I Ao associada - Idade - Coronariopatia associada

ESTENOSE AÓRTICA

Valvoplastia por cateter - balão

Útil em crianças com E Ao congênita E Ao calcificada: Reestenose em 6 meses a 50%.

Indicação: recusa de cirurgia risco cirúrgico extremo.

INSUFICIÊNCIA MITRAL

INSUFICIÊNCIA MITRAL

Manifestações clínicas

Dependerá do tempo de instalação e causa

A IM crônica se manifiesta por sianis e sintomas de baixo débito cardiaco

A IM aguda se manifiesta por Edema Pulmonar Agudo, ou congestão.

INSUFICIÊNCIA MITRAL

Diagnóstico:

ECG: pode haver aumento de Atrio E

RX tórax: aumento de câmaras, congestão pulmonar na IM aguda

ECO: sugere etiologia, quantifica a IC, mede a repercussão anatômica e funcional

CAT: mostra alterações não visíveis ao ECO

INSUFICIÊNCIA MITRAL

Tratamento:

 Controle a cada 6-12 meses  Profilaxia para FR  Terapêutica medicamentosa  Cirurgias em pacientes com disfunção classe I,II, e III.

DEFEITOS SEPTAIS

DEFEITOS SEPTAIS

 Comunicação interatrial (CIA)  Comunicação interventricular (CIV)  Persistência do Canal Arterial  Defeito Septal Atrioventricular  Transposição das grandes artérias

DEFEITOS SEPTAIS

Comunicação interatrial (CIA)

5 a 10% das cardiopatias congênitas, mais comum no sexo feminino.

Anatomia –

Tipos:

Ostium primum – 30%,

Ostium secundum (fossa oval) – 50-70%,

Seio venoso – 10%.

• • •

TIPOS: OSTIUM PRIMUM OSTIUM SECUNDUM SEIO VENOSO

DEFEITOS SEPTAIS (CIA)

Quadro Clínico

Crianças são geralmente assintomáticas, <5% desenvolvem ICC no primeiro ano de vida.

    

Hipertensão pulmonar é mais freqüente na 3o ou 4o década de vida, mas está presente em 13% das crianças não operadas com <10 anos.

Abaulamento e pulsações precordiais.

P2 hiperfonética e desdobrada (fixa) Sopro sistólico em foco pulmonar e em foco tricúspide.

Sopro diastólico em foco tricúspide indica grande magnitude shunt de

DEFEITOS SEPTAIS (CIA)

DIAGNÓSTICO

Radiografia de Tórax

   

Aumento da trama vascular pulmonar.

ECG

 

Aumento de área cardíaca (câmaras direitas).

Abaulamento de arco pulmonar SAD + SVD QRS em V1 polifásico (BRD)

  

HBAE Ostium primun Extrassistolia / Fibrilação Atrial / Flutter ( no adulto) Ecocardiograma

Demonstra o defeito, classifica o tipo e tamanho, avalia as repercussões

DEFEITOS SEPTAIS (CIA)

Tratamento Cirúrgico:

 

Indicação QP/QS maior ou igual a 1,5/1. Indicação de correção cirúrgica de CIA pequena é controversa.

Geralmente eletiva: nos assintomático entre 4 a 7 anos

Casos com ICC sem resposta ao tratamento clínico – em qualquer tempo

Contra indicação - Hipertensão Pulmonar se Resistência Vascular Pulmonar.

DEFEITOS SEPTAIS

Comunicação Interventricular (CIV)

15-20% das Cardiopatias Congênitas.

Tipos:

Perimembranosa - trabecular, de via de entrada ou de via de saída (70%) - parte do bordo é formado por tecido fibroso do septo membranoso.

Muscular (5-20%) - todo o bordo muscular.

Subarterial (5-30%) - parte do bordo está em contiguidade com o tecido fibroso das valvas arteriais.

• • •

TIPOS: PERIMEMBRANOSA MUSCULAR SUBARTERIAL

DEFEITOS SEPTAIS (CIV)

 CIV pequena (não cursa com ICC)  CIV moderada – a insuficiência cardíaca (IC) pode não existir ou ser mais tardia  CIV grande  CIV com Hipertensão pulmonar (S. Eisenmenger)

DEFEITOS SEPTAIS (CIV)

Diagnóstico:  

ECG

   

CIV pequena - Normal CIV moderada - Sobrecarga Ventricular Esquerda CIV grande - Sobrecarga biventricular CIV com hipertensão pulmonar – sobrecarga ventricular direita Radiografia de Tórax

CIV pequena - Normal

 

CIV moderada – cardiomegalia discreta/moderada com aumento AE, VE. Aumento da trauma vascular pulmonar. Abaulamento do arco pulmonar CIV grande - cardiomegalia moderada/importante com aumento AE, VE e VD. Aumento da trauma vascular pulmonar. Abaulamento do arco pulmonar CIV com hipertensão pulmonar – área cardíaca “normalizada”, hilo pulmonar proeminente com abaulamento do arco pulmonar, periferia pulmonar com trama vascular diminuída.

DEFEITOS SEPTAIS (CIV)

Diagnóstico:

 

Ecocardiograma

Demonstra o defeito, classifica o tipo e tamanho, avalia as lesões associadas e as repercussões: aumento das câmaras cardíacas, dilatação da artéria pulmonar, sinais de hipertensão pulmonar, estima a pressão pulmonar e a relação fluxo pulmonar/fluxo sistêmico ( QP/QS).

Cateterismo

Como auxiliar no diagnóstico, é indicado apenas quando se suspeita de lesão associada ou de hipertensão pulmonar, principalmente em crianças maiores de 1 ano.

Calcular QP/QS, resistência vascular pulmonar.

DEFEITOS SEPTAIS (CIV)

Tratamento Cirúrgico

   

CIV pequena – a cirurgia não é indicada se QP/QS < 1,5:1.

CIV moderada – após o primeiro ano de vida, crianças com bom crescimento, QP/QS > 2:1 e resistência vascular pulmonar > 4U/m² devem ser operadas.

CIV grande - lactentes com IC e crescimento inadequado devem ser medicados com digital e diurético. Se houver boa resposta ao tratamento clínico a cirurgia pode ser retardada p/ 1 ano de idade. CIV com hipertensão pulmonar – pacientes com resistência vascular pulmonar > 8U/m², que não apresentem resposta vasodilatadora ao cateterismo ou com shunt predominante direita/esquerda não devem ser considerados para tratamento cirúrgica.

PCA

PCA

Persistência do Canal Arterial (PCA)

Corresponde a 5 – 10% de todas as cardiopatias. Evidências clínicas de PCA ocorrem em 45% RN < 1750g, e 80% RN < 1200g.

Anatomia

  

O Canal arterial é uma estrutura fundamental na vida intra uterina, mas desnecessária após o nascimento.

O fechamento fisiológico ocorre geralmente no primeiro dia de vida e o fechamento anatômico até 3 meses de idade. A Persistência do Canal Arterial (PCA) no RNPT resulta de uma resposta inadequada do canal imaturo ao aumento da saturação arterial de oxigênio.

PCA Quadro Clínico

 

No RNPT – Quando a PCA é causa de IC manifesta-se tipicamente no RNPT que, após apresentar melhora clínica do distress respiratório (DMH) durante os primeiros dias de vida, volta a apresentar necessidades de parâmetros mais altos no respirador ou nos níveis de oxigenoterapia por volta do 4o – 7o dia de vida. Com o uso do surfactante e melhora mais precoce do distress respiratório as manifestações de IC pela PCA também são mais precoces.

PCA

Ao exame físico nota-se: 

pulsos amplos,

precórdio hiperdinâmico,

sopro contínuo em “maquinaria”.

Nos RNPTs em ventilação mecânica o sopro pode ser discreto, sistólico e de ausculta difícil.

Obs.: Quando a PCA não causa IC manifesta-se apenas por sopro cardíaco geralmente sistólico melhor audível no Foco pulmonar com irradiação para dorso e região infraclavicular.

PCA

DIAGNÓSTICO: 

RX

RNPT – área cardíaca geralmente normal principalmente no RN em ventilação mecânica.

 

ECG

RNPT – geralmente normal RNT, lactentes e crianças maiores é semelhante aos achados da CIV.

Ecocardiograma

 

Demonstra o defeito e o tamanho, sendo possível no corte supra esternal medir o diâmetro do óstio pulmonar do PCA, o diâmetro do óstio aórtico e o comprimento do PCA; Avalia as lesões associadas e as repercussões: aumento das câmaras cardíacas, dilatação da artéria pulmonar, sinais de hipertensão pulmonar, estima a pressão .

PCA

 TRATAMENTO 

Clínico:

 RNPT com IC – medidas gerais:  restrição hídrica (60-80% do volume adequado para o peso e idade),   correção de anemia ( manter hg>12mg/dl). Os benefícios do uso de diurético ( furosemida 0,5 – 1,0mg/kg/dose 2 3x/dia) tem sido questionados em estudos recentes, podendo inclusive ser fator colaborador na patência do Canal.

 O uso de drogas ( indometacina , ibuprofeno) que interferem no metabolismo das prostaglandinas tem sido indicadas para provocar o fechamento farmacológico do canal arterial em diversos esquemas:    uso profilático (em todos os RNPTs < 1000g logo após o nascimento), uso precoce ( logo após surgir sinais de IC) ou mais tardio (após falha das medidas gerais usadas por 24-48hs).

PCA

 TRATAMENTO 

Clínico:

 Estudos mais recentes indicam que a indometacina tem maior eficácia mas maior risco de efeitos colaterais (nefrotoxicidade, fenômenos hemorrágicos, piora da hiperbilirrubinemia); o ibuprofeno tem menor eficácia mas poucos efeitos colaterias.

 Indometacina : 0,2mg/kg EV (importada) ou VO ( indometacina colírio – nacional) a cada 12 horas podendo ser repetida a dose até 3 vezes.  Contra indicação: hiperbilirrubinemia, creatinina > 1,8mg/dl, plaquetas <80.000/ mm3, enterocolite necrotizante, tendência a hemorragia .

 Ibuprofeno: 10mg/kg 1ª dose, 5mg/kg 2ª dose após 24hs. Pode ser feito a 3ª dose de 5mg/kg

PCA

 TRATAMENTO 

Tratamento Cirúrgico:

 RNPT: indicado para os RNs sintomáticos que não respondem ao tratamento clínico. A cirurgia pode ser realizada na UTI neonatal.

 RNT, lactentes e crianças maiores: indicado para todos, quando o fechamento por cateterismo intervencionista não é possível.  Assintomáticos (eletiva 1 a 2 anos);  Sintomáticos (em qualquer idade).

 Mortalidade cirúrgica – na maioria do centros para PCA não complicada, em RNT é próxima de 0%.

DRENAGEM ANÔMALA DE ARTÉRIAS PULMONARES (DAAP)

DAAPT

 CONSIDERAÇÕES GERAIS:  É uma cardiopatia rara (2% das cardiopatias).      A evolução clínica de uma criança com DVAPT está na dependência do tipo de defeito. De um modo geral 85% da crianças falecem até o segundo ano de vida em IC. O quadro clínico é marcado pela congestão pulmonar e IC. A cianose pode ou não ser manifesta, sendo que no tipo infracardíaco ela é intensa e precoce. A ausculta é semelhante à da CIA.

DAAPT

 Considerações hemodinâmicas gerais.  É uma anomalia na qual as veias pulmonares desembocam no AD. Este arranjo anatômico sería incompatível com a vida se não houvesse uma CIA.

 Existem, basicamente 4 tipos de DVAPT (Classificação de Darling):    (a)Tipo supracardíaco (45%) - as veias pulmonares podem drenar para a veia cava superior e seu ramos; (b)Tipo infracardíaco (25%) - as veias pulmonares drenam para a veia cava inferior e seus ramos ou para o sistema venoso portal; (c)Tipo intracardíaco (25%) - as veias pulmonares drenam para o seio venoso o para o AD;  (d) tipo misto (5%). Existe um aumento do AD e sobrecarga de volume do VD e hiperfluxo pulmonar.

DAAPT

 DIAGNÓSTICO COMPLEMENTAR:  O ECG mostra sinais de hipertrofia de VD e aumento do AD;  O achado ecocardiográfico mais sugestivo é a sobrecarga diastólica do VD e uma grande artéria pulmonar.

 O aspecto radiológico mais típico é o de uma figura em oito ou também comparável com a figura de um boneco de neve, mas não ocorre nitidamente nos primeiros meses de vida.

 O cateterismo cardíaco confirma o diagnóstico.

“Boneco de Neve”

      

BIBLIOGRAFIA

Cosgrove D M, Rosenkranz E R, Hendren W G, Bartlett J C, Stewart W J Valvuloplasty for aortic insufficiency. J Thorac Cardiovasc Surg 1991; 102: 571-7. Downloaded from www.nejm.org at ALLEGHENY GEN HOSP on April 4, 2006 Braunwald: Heart Disease, 1997. W.B. Saunders Feldt RH, Avasthey P, Yoshimasu F, Kurland LT, Titus JL. Incidence of congenital heart disease in children born to residents of Olmsted County, Minnesota, 1950-1969. Mayo Clin Proc 1971;46:794-9.3. Campbell M. Natural history of atrial septal defect. Br Heart J 1970;32:820 6.4. Leachman RD, Cokkinos DV, Cooley DA. Association of ostium secundumatrial septal defects with mitral valve prolapse. Am J Cardiol 1976;38:167-9.

SITES VISITADOS:  content.nejm.org

    http://www.paulomargotto.com.br

http://www.tums.ac.ir/reflinks/multimedia/cardiology.html

http://www.heartsmartinfo.com/congenitalheartdisease/ http://www.consensos.med.br/

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