Dr. João Gustavo Ferraz Dr. João Gustavo Ferraz Hx clínica V.S. – 02/10/08 – 54 anos - masculino Qx: Dor torácia em aperto sem.

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Transcript Dr. João Gustavo Ferraz Dr. João Gustavo Ferraz Hx clínica V.S. – 02/10/08 – 54 anos - masculino Qx: Dor torácia em aperto sem.

Dr. João Gustavo Ferraz
Dr. João Gustavo Ferraz
Hx clínica
V.S. – 02/10/08 – 54 anos - masculino
Qx: Dor torácia em aperto sem irradiação, associada a sudorese e náusea.
HMP: ã 7 dias atrás sentiu a mesma dor retroesternal relacionado ao esforço, teve
sudorese e vômitos, melhora após 10 minutos de repouso.
HMF: ndn
CHV: tabagista 20cig/dia, sedentário.
PA: 110/75
FC: 96
Corado, hidratado, eupéico, afebril
BCR com sopro holosistólico audível em todo precórdio 3+/6+ com irradiação para axila
Sem edema de MMII
Ausculta pulmonar normal sem RA
Abdomen sp
Saturação 95% em ar ambiente
ECG
Laboratoriais
02/10
• CPK: 471
• CKMB: 58
• Creat: 1,2
• Uréia: 73
• Sódio 135
• Hb: 15
• VG: 46
• Leucócito: 18800
• Bastões 5%
• potássio: 4,0
• Magnésio: 2,3
03/10
• CPK: 192 / 194
• CKMB: 22 / 25
• Creat: 0,9
04/10
• CPK: 123
• CKMB: 17
• Leucócito: 10000
• Bastões 5%
Cateterismo
• Lesão crítica de CD
• Insuficência mitral grave
CAT
Ecocardiograma
Ao: 34
AE: 53
VD: 18
Septo: 11
VE: 54
FE: 68%
EP: 38%
PSAP: 34mmHg
Mitral: imagem algodonosa bastante móvel em ambos os folhetos compatível com
vegetação, provocando prolapso importante do folheto posterior e regurgitação
importante.
Folheto anterior (14x7mm) e folheto posterior (10x5mm)
Evolução
Após exame iniciou-se investigação de endocardite:
• HMG com leucocitose sem desvio
• Relatou quadro gripal leve a 2 semanas sem febre
• Nega outros procedimentos invasivos
• Solicitado hemocultura – negativa
• BAAR – negativo
• PCR 90% (VR 70-140%)
Iniciado: penicilina cristalina 18.000.000 U ao dia + gentamicina 1mg/Kg/dose 8/8hs
Ecocardiograma TE
Mitral: imagem algodonosa 8x6mm, móvel, aderida ao folheto posterior, sugerindo
vegetação; prolapso acentuado deste folheto, com imagem de ruptura de cordoalha
tendínea e regurgitação excêntrica importante
Ventrículo esquerdo com hipocinesia severa médio-basal inferior e função sistólica
preservada
Imagem
Mitral 2D
Mitral 2D collor
Mitral 3D
Realizado cx 15/10
Doppler de carótidas:
• CID: 40%
• CIE: 40%
Revascularização Saf-CD e plastia mitral com sucesso
Anatomopatológico
Macroscopia
Tecido castanho, brancacento e macio, medindo 22x14x3 mm
Microscopia
Segmento de músculo cardíaco hipertrofico com sinais de isquemia subendocárdica e
hialinização valvar
Definição
É uma infecção microbiana na superfície endotelial do coração. Vegetação é o
termo usado para definir a lesão característica, formada por plaqueta, fibrina,
microorganismos e células inflamatórias no seu interior.
• Válvulas
• Septos
• Cordoalhas
• Endocárdio mural
Apresentações
Diferenciação é clínica:
Aguda: febre alta, sinal de toxemia de início agudo (< 2 semanase no máximo
6 semanas), evolução fatal em curto tempo caso teria não seja iniciada
(urgência)
Subaguda: clinica arrastada – febre baixa intermitente, sudorese noturna,
perda ponderal, fenômenos imunológicos, etc..
Microbiologia
• Fatores predisponentes (usuário de drogas IV, próteses valvares)
• Aguda x Subaguda
Subaguda
Não-usuário de drogas
1. Streptococcus do grupo viridans é o principal causa de endocardite
comunitária.
Microbiota normal da cavidade oral, tubo digestivo
2. Enterococus é o segundo principal organism envolvido.
Ocorre após instrumentação do trato urinário em homens
Microbiologia
Aguda
Não-usuário de drogas
1. Staphylococcus aureus: principal agente da endocardite aguda em v. nativa.
Flora cutânea ou da nasofaringe.
2. Streptococcus pneumoniae é responsável por cerca de 1 a 3% dos casos.
Alcoólatras em vigência de pneumonia e meningite.
Comprometimento preferencial da valva aórtica
Mortalidade é de 30-50%.
A tríade endocardite + pneumonia + meningite é chamada síndrome de Austrian.
Microbiologia
Aguda
Usuário de drogas
1. Staphylococcus aureus
Lesão valva tricúspide, disseminação pulmão – abcessos
2. Gram negativos (salmonella, serratia, escherichia, klesibiela, pseudomonas)
Prótese valvar
1. Staphylococcus epidermidis (coagulase negativo)
Primeiros 12 meses – recente
2. S. Aureus, Gram negativos entéricos e fungos (candida albicans)
Nasocomial – adquirido na internação
Nosocomial
1. Staphylococcus aureus
principal agente (55% dos casos),
2. Enterococos
16% dos casos
3. Staphylococcus epidermidis
10% dos casos
Patogênese
1. Ocorre primeiro uma lesão endotelial seguida de depósito de plaquetas e fibrina
(vegetação estéril)
2. Ocorre a colonização após uma bacteremia.
excessão: S. Aureus e candida – se aderem diretamente
Condição de lesão endotelial:
• Fluxo sangüíneo intenso e de alta velocidade
• Fluxo de uma câmara de alta pressão para uma e baixa pressão
• Fluxo com alta velocidade através de um orifício estreitado
Riscos
Lesões de alto risco
• Valvas protéticas
• Endocardite prévia
• Cardiopatia cinótica complexa
• Derivação cirúrgicas sistêmicos-pulmonares
• Coarctaçào e aorta
Lesão de moderado risco
• Dç reumática
• Dç cardíaca degenerativa
• Outras cardiopatias congênitas
• CMH
• PVM com regurgitação
Riscos
Risco de endocardite
• Procedimentos dentários que provocam sangramentos
• Procedimentos genitourinários
• Procedimentos respiratórios
• Procedimentos gastrointestinais
Clínica
• Febre – 90%
febre após ATB – S. Aureus, fungo, embolização, abscesso ou infarto tecidual
• Sudorese noturna
• Perda ponderal
• Calafrios
• Fraqueza
• Náusea
• Vômitos
• Esplenomegalia
• Anemia normo/normo (subaguda)
Clínica
• Cardíacos
- Sopros novos – 85%
- Abscesso miocárdicos – S. Aureus e BAVT
• Periféricas
- Petéqueas – 20 a 30% - palato, subonjuntivais, mucosa bucal
- Hemorragias em lascas subungueais – idosos
- Nódulos de Osler – polpas digitais de pés e mão (duração de horas a dias)
- Manchas de Janeway – embolização séptica – palmas e plantas
- Manchas de Roth – retina
- Baqueteamento digital - subaguda
Critérios de Duke
Maior
1. Hemocultura positiva
isolado em 2 amostras separadas
2. Ecocardio positivo (60-65%)
massa intracavitária oscilante
abscesso endocárdico ou valvar
Valva protética apresentando deiscência parcial nova
3. Regurgitação valvar que não existia antes
Critérios de Duke
Menor
1. Predisposição (lesão cardíaca prévia ou usuário de droga IV)
2. Febre >38 graus
3. Fenômenos vasculares (êmbolos, infarto pulmonar, hemorragia craniana ou
conjuntival, etc)
4. Fenômenos microbiológicos que não preencham critérios maiores
5. Fenômenos imunológicos (nódulos de Osler, mancha de Roth, fator reumatóide,
Glomerulonefrite)
Diagnóstico: 2 maiores ou 1 maior + 3 menores ou 5 menores
Manchas de Roth
Hemorragia
Nódulos de Osler
Manchas de Janeway
Tratamento
Enterococcus spp
Penicilina G cristalina IV 4 milhões U 4/4hs + gentamicina IV 1mg/Kg 8/8hs por
4-6 semanas
Streptococcus viridans
Penicilina G cristalina IV 2-3 milhões U 4/4hs por 4 semanas
Stafilococcus sp em valva protéica
Vancomicina 1g 12/12hs + rifampicina VO 300mg 8/8hs por 6 semanas
Stafilococcus sp valva nativa
Oxacilina IV 2g 4/4hs por 4-6 semanas
Indicação Cx
Valva nativa
• IAo ou IMi relacionados à ICC III ou IV
• IAo aguda com taquicardia e fechamento precoce da valva Mi
• Endocardite fúngica
• Evidência de abscesso anular ou aórtico
• Evidência de disfunçào valvar e bacteremia persistente por + 10 dias
Valva protética
• Endocardite precoce em cx < 2 meses
• Disfunção da prótese com ICC
• Endocardite fúngica
• Endocardite estafilocócica não responsiva ATB
• Evidência de leak paravalvar, abscesso anular ou aórtico, formação de fístula intracardíaca
• Endocardite por Gram negativo
Em paciente estável deve-se aguardar pelo menos 2 semanas de ATB
Profilaxia
Dentários, esôfago, T respiratório superior
Amoxiciliana 2g VO 1h antes
Cefalexina 2g VO 1h antes
Genito-unirário, TGI baixo
Alto risco
Ampicilina 2g IV + gentamicina 1,5mg/kg 30min antes + Ampicilina 2g 6hs pós
Baixo risco
Amoxiciliana 2g VO 1h antes
Rupturas
Dr. João Gustavo Ferraz