IBAMA - Gisele Forattini e Thomaz Toledo
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Transcript IBAMA - Gisele Forattini e Thomaz Toledo
MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
Diretoria de Licenciamento Ambiental – DILIC
Licenciamento Ambiental Federal
Avanços e Desafios
São Paulo, 02 de agosto de 2011
Conceitos
O Licenciamento Ambiental Federal é um processo administrativo estabelecido
pela Política Nacional do Meio Ambiente - PNMA - Lei 6938/81; recepcionado
pela Constituição Federal de 1988.
visa promover o desenvolvimento sustentável por meio do aperfeiçoamento
de projetos potencialmente causadores de impactos ou utilizadores de recursos
naturais.
os projetos submetidos ao Licenciamento Ambiental Federal resultam de
planos de Estado, políticas públicas e programas dos diversos setores do
governo.
A execução do Licenciamento Ambiental Federal é competência atribuída à
Diretoria de Licenciamento Ambiental – DILIC do IBAMA.
Missão da DILIC
“Executar a Avaliação de Impactos Ambientais – AIA para fins de Licenciamento
Ambiental Federal visando o desenvolvimento sustentável.”
Arcabouço Legal
Lei nº 6938/81 – Pol. Nac. do Meio Ambiente –
estabelece o licenciamento ambiental como
instrumento da PNMA
Resolução CONAMA nº 01/86 – exigência de
EIA/Rima
Constituição Federal 1988 – recepciona a exigência
de EIA e publicidade
Resolução Conama 09/87 – audiência pública
Resolução CONAMA nº 237/97 – procedimentos e
competências
IN 184/2008 – procedimentos para o LAF
Alguns Pontos Fortes do
Licenciamento Ambiental
Debate direto entre o Poder Público e diferentes setores da
sociedade e do governo;
Real possibilidade de gestão ambiental – muito além de mero
dispositivo autorizativo;
Promoção de aperfeiçoamento dos projetos submetidos –
visa condicionar e não restringir;
Atos Enunciativos
Competências técnicas
Análise de Competência – abrangência dos efeitos de
possíveis impactos ambientais. Ibama - significativo impacto
nacional ou regional;
Análise de Abrangência – para elaboração dos Estudos
Ambientais por meio de Termo de Referência;
Análise da Sustentabilidade Ambiental – análise de Estudos
Ambientais envolvendo diagnóstico ambiental (situação atual
dos meios físico, biótico e socioeconômico); modelagem de
cenários futuros (possíveis impactos e respectivos efeitos); e
propostas preliminares de programas mitigatórios e
compensatórios visando evitar, minimizar, reparar ou
compensar danos ambientais, bem como potencializar impactos
positivos;
Atos Enunciativos
Competências técnicas
Análise de Programas Ambientais – análise e definição dos
Programas Ambientais executados antes e durante as fases de
instalação e operação de um empreendimento. Esse
planejamento baseia-se no diagnóstico e prognóstico
apresentados nos Estudos Ambientais;
Acompanhamento Pós-licença – acompanhamento da
implementação dos Programas Ambientais (atividades de
monitoramento e fiscalização) visando minimizar danos
ambientais e potencializar os impactos positivos;
Evolução das demandas ao longo dos anos
Processos/ano
Carteira de Empreendimentos
1665 processos em tramitação
567 Setor de Transportes
142 Setor de Extração Mineral
726 Setor de Energia
230 outras atividades
291 processos (17,5% do total): empreendimentos integrantes
do Programa de Aceleração do Crescimento – PAC.
Carteira de Licenciamento Ambiental Federal
*DADOS 2010
473 Licenças Emitidas em 2010
*DADOS 2010
Produção Técnica
Notas + Informações + PareceresTécnicos
2010
1.775 documentos técnicos;
473 licenças ambientais
2011 até 29 de julho
1005 documentos técnicos;
273 licenças ambientais
Atual Estrutura Organizacional
Assessoria
Técnica
Coordenação Geral de
Geração e
Transmissão de
Energia – CGENE
Diretoria de Licenciamento
Ambiental – DILIC
Coordenação Geral de
Licenciamento de
Transportes, Mineração
e Obras Civis – CGTMO
Coordenação
Geral de
Petróleo e
Gás CGPEG
Núcleos de
Licenciamento
Ambiental – NLA
Assesso
Coordenação de
Energia Elétrica e
Dutos – COEND
Coordenação de
Hidroelétricas –
COHID
Coordenação de
Mineração
e Obras Civis –
COMOC
Coordenação
de Produção
CPROD
Coordenação de
Transportes
COTRA
Coordenação
de
Exploração
COEXP
Coordenação de
Portos e Hidrovias
COPAH
Unidade
Avançada
ULAE
UNIDADE
N° DE
SERVIDORES
DILIC
230
DILIC/NLA
136
Apoio
Administrativo
36
Qualificação técnica dos Analistas Ambientais
DILIC/IBAMA
Formação
Percentual Quantidade
Especialização
/ MBA
45%
95
Mestrado
47%
98
Doutorado
6%
14
Total
207
Críticas ao LA *
Baixa qualidade dos Estudos Ambientais
Dificuldades inerentes aos procedimentos de previsão de impactos
Visão cartorial do processo de licenciamento
Deficiência nos processos de comunicação com a sociedade e modelo das
audiências públicas
Judicialização do processo decisório – MP e fragilidade das normas infralegais (CONAMA)
Conflitos políticos internos aos órgãos do setor ambiental
Politização de cargos gerenciais no setor público com reflexo na qualidade
da gestão
Sobreposição de funções entre órgãos públicos
Baixa capacitação técnica das equipes de análise
Argumentos por vezes subjetivos e ideológicos
*Ambiente e Energia:
Crença e Ciência no
Licenciamento Ambiental.
Ivan Dutra Faria, Jul, 2011
Indefinição das competências
Imposição política de avaliação rápida de projetos prioritários
Alguns avanços (1)
Fortalecimento da identidade interna e externa da DILIC:
Transparência;
Compromisso;
Excelência Técnica;
Proatividade; e
Fortalecimento dos Núcleos de Licenciamento
Ambiental – NLAs nos Estados (demandas externas).
Alguns avanços (2)
Inovação em procedimentos :
LO UHE Estreito/TO – IBAMA, ANA, ANEEL, ONS;
LO de Portos incluindo dragagens de manutenção e
terminais privativos;
Campos de Uruguá-Tambaú na bacia de Santos –
duplicação da estrutura de atendimento - simulados de
emergência (licenciamentos do Pré-sal).
Elaboração conjunta de Decretos com MMA e setores
interessados para aperfeiçoar o LAF e garantir segurança
jurídica aos atores envolvidos (Portos, Rodovias, Petróleo e
Gás, LTs e Hidrovias, e Instituições Envolvidas)
Alguns avanços (3)
Criação da Comissão de Avaliação e Aprovação de Licenças
Ambientais: IN IBAMA n° 11 de 22/11/2010, de assessoramento
ao Presidente na concessão ou indeferimento de licenças
Publicação no DOU de devolução de estudos ambientais
inadequados e licenças indeferidas
Participação no Grupo Estratégico de Acompanhamento de
Empreendimentos
Energéticos Estruturantes – Portaria
Interministerial 494/2010 (MMA e MME)
Participação no Comitê de Compensação Ambiental Federal–
Portaria Conjunta n° 225/2011 - MMA, IBAMA e ICMBIO
Alguns avanços (4)
Capacitação dos analistas ambientais – Congresso internacional
de Avaliação de Impactos, Seminários temáticos (ferrovias,
dutos, LTs)
Fortalecimento da equipe técnica (86 novos analistas –
concursados e removidos)
Capacitação dos setores
licenciamento ambiental
(elétrico
LAF
e
Planos
Regionais
Acompanhamento do PDRS Xingu
de
e
transportes)
Desenvolvimento
em
-
Acompanhamento/participação da Mesa de Negociação com
MAB, cordenada pela Casa Civil
Revisão de Normativos (IN 184/2008, Educação Ambiental,
Compensação Ambiental, Audiência Pública, etc)
Licenciamento Ambiental de UHEs
Geração de Energia Hidrelétrica
Licenciamento Ambiental Federal
Demanda atual
160 hidrelétricas
~ 40 UHEs em fase de LP e LI - 24 no PAC
~ 75 Pequenas Centras Hidrelétricas – PCHs
~ 45 UHEs em regularização ou com LO
Demanda projetada
PDEE 2010-2019 (EPE): acréscimo de 5.000 MW/ano;
- Santo Antônio (LI) e Jirau (LI) 6.500 MW;
- Belo Monte (LI) 11.000 MW;
* Itaipu 14.000 MW
Geração de Energia Hidrelétrica
USINAS HIDRELÉTRICAS
Plano Decenal de Expansão da Energia – PDE versões 2019 e 2020
Ministérios de Minas e Energia – MME
Período
Total de MW em
operação até 2019
Total de MW em licenciamento pelo
IBAMA
Percentual dos MW que será
licenciada pelo IBAMA
2011 a 2020
33.289
31.530
94,72%
39 novas UHEs a serem viabilizadas entre 2014 e 2019 - 28 deverão ser licenciadas pelo Ibama
PCHs - Segundo o PDE 2020, a participação desta fonte deve crescer, atingindo uma capacidade instalada de 6,5 GW,
correspondendo a uma expansão de aproximadamente 2,8 GW no horizonte decenal.”
Geração de Energia Hidrelétrica
Grandes projetos >>> alta complexidade técnica
Novas UHEs do PAC localizadas na Amazônia: Belo Monte,
Santo Antônio, Jirau, Serra Quebrada, Marabá, São Manoel,
Teles Pires, Torixoréu, Tabajara, Complexo Tapajós, Jari, etc:
- maior risco de afetar Unidades de Conservação e Terras
Indígenas;
- municípios com infraestrutura deficitária;
- região de grande riqueza em termos de biodiversidade - lacuna
de conhecimento.
Aproveitamentos Hidrelétricos
Impactos socioambientais positivos – medidas
potencializadoras:
- Geração de energia;
- Geração de empregos diretos e indiretos – programas de capacitação
para o trabalho, especialmente da mão de obra local;
- Aumento da arrecadação municipal – capacitação de gestores públicos
em elaboração de projetos e boas práticas administrativas;
- Criação de oportunidades – dinamização da economia regional,
especialmente na fase de instalação – utilização de fornecedores da
região (alimentação, pequenos equipamentos, serviços);
- Possibilidade de melhoria da infraestrutura – melhoria de acessos, etc;
- Potencial turístico - PACUERA;
UHE Simplício-resgate arqueológico
UHE São Salvador – escola reassentamento
UHE São Salvador - reassentamento
UHE São Salvador – casa nova em
remanescente
UHE São Salvador – casa anterior – área
alagada
Aproveitamentos Hidrelétricos
Impactos socioambientais negativos:
- Inundação de áreas para formação do reservatório;
- Reassentamento de pessoas e afluxo populacional;
- Alterações sobre os modos de vida da população;
- Sobrecarga à infraestrutura - saúde, segurança, educação;
- Conflitos de interesses;
- Barreira para peixes migradores de interesse comercial e para
subsistência;
- Transformação do rio em reservatório – alteração na composição
das populações de peixes, alteração na navegação;
Aproveitamentos Hidrelétricos
Impactos socioambientais negativos – medidas de mitigação:
- Reassentamento ou indenização, conforme opção do atingido – Decreto
7342/2010;
- Recomposição dos modos de vida e/ou adaptação à nova realidade com
monitoramento (ex:UHE Peixe Angical) – alternativas de cultivo,
utilização de irrigação, novos petrechos de pesca e valorização dos
subprodutos;
- Apoio à adequação da infraestrutura ao afluxo populacional previsto e de
responsabilidade do projeto - saúde, segurança, educação – termos de
compromisso;
- Gestão de conflitos por meio de transparência nas negociações e
comunicação social;
Conteúdo técnico do licenciamento de UHEs
TR
EIA/RIMA
1° passo: um bom diagnóstico.
Discussão e escolha de metodologias.
Obtenção de dados consistentes e representativos no
diagnóstico do EIA
Conteúdo técnico do licenciamento de UHEs
2 passo: avaliação e definição de prognósticos.
EIA/RIMA
- Avaliação das medidas propostas no EIA;
- Definição de condicionantes de viabilidade;
- Discussão e aperfeiçoamento dos programas ambientais.
Conteúdo técnico do licenciamento de UHEs
Conteúdo técnico do licenciamento de UHEs
3 passo: Gestão Ambiental
Viveiro de mudas
- Acompanhar a implantação dos programas ambientais;
- Monitoramento de impactos;
- Análise de suficiência e implementação de ajustes.
Boas práticas – UHE Belo Monte
Divisão de responsabilidades e
coordenação
dos
atores
envolvidos.
As
soluções
não
dependem
apenas do órgão licenciador e
do empreendedor
Aumento
Estado.
da
presença
do
Desafios
Obrigações do
empreeendedor
Atribuições do
Poder Público
Estudos ambientais x Avaliações do Poder Público local;
Termos de Compromisso – maior equilíbrio
Quanto mais se antecipa o término das negociações, antecipam-se os
resultados, porém aumenta-se o risco dos elefantes brancos;
Dificuldade no controle do cumprimento das contrapartidas do Poder
Público – não figuram como licenciados;
Soluções - ferramentas de controle social e acompanhamento do MP;
Estudo e desenvolvimento de indicadores apropriados ao licenciamento
[email protected]
Fone 3316-1282
[email protected]
Fone 3316-1595
[email protected]
Fone 3316-1522
IMPACTOS AMBIENTAIS E MEDIDAS DE MITIGAÇÃO
Ecossistemas terrestres:
Perda de habitat por supressão de áreas para construção da
barragem, formação do reservatório, acessos e assentamentos.
Perda de vegetação e interferência com a fauna nativa.
•Supressão de vegetação em quantitativo suficiente para garantir:
qualidade da água, áreas necessárias para reprodução da
ictiofauna, aproveitamento do recurso madeireiro e beleza cênica;
•Resgate de fauna e monitoramento para avaliação da necessidade
de programas de conservação;
•Recomposição da APP;
•Compensação ambiental - UC.
IMPACTOS AMBIENTAIS E MEDIDAS DE MITIGAÇÃO
Ecossistemas aquáticos:
Mudança no regime hídrico – sistema lótico para lêntico, barreira física
impedindo circulação e migrações, alagamento de lagoas marginais.
Alteração na composição da comunidade aquática (invertrebrados,
peixes, mamíferos, algas) e na qualidade da água – possível
eutrofização.
•Mecanismos de transposição (escada, elevador, canal, misto), quando
necessários e com prognóstico positivo.
•Monitoramento das alterações na comunidade de peixes e mamíferos
aquáticos para avaliação da necessidade de programas de
conservação, peixamento etc.
•Medidas para facilitar a circulação da água, supressão da vegetação,
saneamento, limpeza de fossas entre outras.