Quebrando a Invisibilidade O QUE É DOENÇA FALCIFORME: Capacitação para Coordenadores Pedagógicos
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O QUE É DOENÇA FALCIFORME: Quebrando a Invisibilidade Capacitação para Coordenadores Pedagógicos junho/julho de 2010 “De todas as formas de desigualdade, a injustiça em saúde é a mais cruel e desumana.” Martin Luther King Jr. Doença Falciforme • Doença genética mais comum no Brasil e no mundo. • Mais comum, mas não exclusiva, na população negra. • Caracterizada pela variabilidade clínica decorrente de condições genéticas e sócio-econômicas; • Diagnóstico precoce, acompanhamento com equipe de saúde e suporte social podem reduzir muito os agravos e complicações. • A denominação Doença Falciforme engloba um conjunto de doenças: SC, SD, S beta talassemia e SS. • Anemia falciforme, é o tipo SS, a mais comum e mais grave. Traço X Doença • Traço Falciforme (AS) - Heterozigoto, acometimento de um único gene. - Não tem, e nunca vai desenvolver a doença! sem sintomas! - Não requer acompanhamento com equipe de saúde. - Aconselhamento genético- direito a informação correta e acessível. • Doença Falciforme (SS, SC, SD) - Tipos de doença. - Acompanhamento com equipe de saúde. Frequência do traço falciforme no Brasil PAÍS NEGRO 5O MAIOR PAÍS DO MUNDO POPULAÇÃO 189 MILHÕES 1:23 0.2% 200.000 casos de traço ao/ANO 1:17 Salvador 1:23 MG 1.8% •Salvador maior incidência do país. 1 a cada 17 bebês nasce com traço falciforme em Salvador. 1.9% 1:23 1:21 RJ Fonte: Ministério da SaúdeTriagem Neonatal. FREQÜÊNCIA DA DOENÇA FALCIFORME NO PAÍS 1:1400 São Paulo 1:4000 1:1400 Pernambuco 1:1400 Rio de Janeiro 1:1200 1:650 1:1200 Bahia- 1:650 1:4000 Salvador tem a mesma incidência da Bahia. São cerca de 65 bebês com a doença nascidos a cada ano na cidade. 1:1200 Fonte: Ministério da SaúdeTriagem Neonatal. Alteração genética, surgida por mutação em alguns locais distintos (SENEGAL, BENIN, BANTU, ÁSIA), tendo tido como “efeito protetor”, a malária, uma relevante causa de morte, na região (até os dias atuais). As migrações e o comércio escravo tiveram uma importante participação na disseminação do gene para o mundo. No Brasil, essa disseminação ocorreu no século XVII. Não foi “trazida” da África pelos negros escravizados, ela é consequência do desenraizamento criminoso. O desconhecimento e o descaso em relação a esta doença são resultantes do processo de colonização, segregação e racismo no Brasil e nas Américas. Doença Falciforme Alteração na Hemoglobina • Hemácia Normalarredondada e flexível. Hemácia Normal • Hemácia Falcizadaformato de foice e enrijecida. Hemácia Falcizada Doença Falciforme Alteração na Hemoglobina • Em condições específicas (desidratação) ocorre alteração no formato da hemácia. Vaso-Oclusão • Hemácias ficam rígidas e por essa razão, encontram dificuldades de passar pelos vasos sanguíneos, amontoando-se uma sobre as outras-> Célula com Hemoglobina S O2 Afoiçamento Entupimento dos vasos Destruição das células Fatores desencadeantes Falta de oxigênio Desidratação Infecção Vaso-oclusão Estresse Febre Exercício físico Alt. climáticas Dor • Vaso-oclusão impede a chegada de oxigênio aos tecidos, o que leva a dor. •Sintoma mais característico. Causa de 90% das hospitalizações. •Duração e intensidade variam: horas, dias, semanas. • Pode ocorrer em qualquer parte do corpo, ossos, articulações, e principalmente, mãos, pés, braços, pernas, tórax e abdome. •Em maior ou menor grau todas as pessoas com DF têm crises de dor. Dor •Uso de analgésicos leves mas pode precisar de morfina. •Tratamento em casa com repouso ou internação hospitalar. •Durante crises de dor, estimular a maior ingestão de líquidos. •Dor é uma experiência subjetiva, cada pessoa experiência sua dor de forma diferente, e só ela é capaz de falar sobre sua intensidade. Infecção • 600 vezes mais probabilidade de ter infecção que outras crianças, cursa mais rápido. •Faixa etária mais acometida – 0 a 5 anos • Febre – sinal de gravidade, requer avaliação com equipe de saúde. •Prevenção: Acompanhamento adequado Penicilina profilática Vacinação básica e especial em dia Educação em Saúde – auto cuidado Dor • Crise mais freqüente 1/3 pessoas - evoluem sem DOR 1/3 pessoas - 2- 6X / ano internação por DOR 1/3 pessoas - > 6X / ano internação por DOR • Pode ocorrer em qualquer parte do corpo. •Tratamento depende da intensidade da dor- pode ser descanso, repouso domiciliar ou internação hospitalar. Dor • Uso de analgésicos leves mas pode precisar de morfina. •Estimular maior ingestão de líquidos, ditratação ajuda. •Dor é uma experiência subjetiva, cada pessoa experiência sua dor de forma diferente, e só ela é capaz de falar sobre sua intensidade. Derrame Cerebral • Atinge cerca de 8% a 12% das crianças com anemia falciforme. • 80% ocorrem antes dos 20 anos de idade. • Acompanhamento para prevenir e informação adequada para reconhecer e cuidar adequadamente. •Acompanhamento regular com equipe de saúde atua na prevenção, tratamento para quem tem risco. •Feridas de difícil cicatrização, parte inferior Úlcera dedaPerna perna. • Mais comum no adolescente e adulto jovem • Muito dolorosa • interfere na inserção social – Auto estima •Tratamento difícil e prolongado, deve ser feito com equipe de saúde. • Prevenção: • Educação em saúde • Auto cuidado Outros Sinais • Priapismo- ereção involuntária, prolongada e dolorosa do pênis. • Retardo no crescimento e maturação sexual – questões na inserção social, adolescência. • Dificuldade de concentrar a urina – •Olhos amarelos (Icterícia) – NÃO tem relação com doença infecciosa, nem com a icterícia ao nascimento. A gestante com Doença Falciforme Como qualquer outra, a mulher com doença falciforme pode engravidar se for este seu desejo. Contudo, pelo potencial de gravidade da doença, é necessário fazer acompanhamento pré-natal especializado, cuidando mais de perto da mãe e do bebê. DIAGNÓSTICO Teste do Pezinho • Eletroforese de Hemoglobinas SS Importante! Hemograma e Teste de falcemia não dão diagnóstico de doença falciforme Intervenções Triagem neonatal- diagnóstico precoce Abordagem multidisciplinar. Informação e suporte às famílias. Rede de suporte social. Tratamento rápido das complicações Quebrar invisibilidade da doençainformação à toda comunidade. Importante! • NÃO CONFUNDIR ANEMIA FALCIFORME COM FERROPRIVA. Anemia falciforme não se corrige com alimentação nem com suplementação de ferro. São doenças diferentes, com tratamentos diferentes! • Crianças com DF, em seu cotidiano, NÃO são molinhas, fracas nem têm aspecto de doente. São CRIANÇAS que em alguns momentos precisarão de cuidados especiais. • Doença Falciforme NÃO afeta diretamente o desenvolvimento cognitivo da criança. Isto pode ocorrer em caso de AVC, mas não é uma regra. Questões do contexto social pode ter impacto sobre o desempenho escolar dela. • HIDRATAÇÃO É FUNDAMENTAL PARA AS CRIANÇAS COM DF. Importante ter uma garrafinha com água e liberação para ir ao banheiro sempre que necessário. Importante! • FEBRE em crianças com doença falciforme deve ser vista como um sinal de risco. Pode ser um indício de infecção. Necessário ENCAMINHAR PARA AVALIAÇÃO MÉDICA. • Pessoas com doença falciforme podem fazer atividade físicas, mas em excesso é prejudicial. A medida certa é diferente para cada criança e é interessante que ela seja estimulada a conhecer a sua, pois além de benéfica para a saúde, a atividade física é também uma importante forma de interação social. É importante ter sempre o cuidado em manter a hidratação e fazer uma pausa quando necessário. “Embora ninguém possa voltar atrás e fazer um novo começo, qualquer um pode começar agora e fazer um novo fim” Chico Xavier Obrigada! EQUIPE: Maria Cândida Queiroz- Coordenadora- As. Social Ana Luísa Araújo- Psicóloga Michele Campos- Psicóloga Valquir Oliveira- As. Administrativo CONTATOS: (71) 3186.1065 [email protected] [email protected]