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Hepatoesplenomegalia
Serviço de Cirurgia
Turma 1 | Grupo C
André Bahute
Anita Quintas
Armindo Queza
Pedro Silva
Fígado
“A maior glândula do corpo”
Funções hepáticas
Síntese proteica
Síntese lipídica
Funções metabólicas
Funções especiais
Fígado
Localização
Quadrante superior direito
(prolongando-se para o
quadrante superior
esquerdo)
Anatomia de superfície:
ocupa o hipocôndrio direito,
epigastro e hipocôndrio
esquerdo (até à linha
mamilar) e está
normalmente totalmente
coberto pela caixa torácica.
Fígado
Dimensões
Tamanho
Peso
♀: 8 -10 cm
♂: 10 -12 cm
♀: 1,2 -1,4 Kg
♂: 1,4 -1,6 Kg
Num adulto normal o fígado constitui
aproximadamente 2% do peso corporal.
Fígado
Superfícies
Diafragmática
Localizada superiormente
Relacionada com o diafragma
Visceral
Localizada posteroinferiormente
Relacionada com o estômago, duodeno, vesícula
biliar, rim direito, glândula supra-renal direita,
ângulo hepático do cólon e cólon transverso)
Fígado
Divisões
Anatómica clássica
Lobo direito
Lobo esquerdo
Anatómica segmentar
Funcional
Porção direita
Porção esquerda
Fígado
Fígado
Cada porção tem:
Suprimento sanguíneo
Drenagem venosa
Artéria hepática
Veia porta
Veias hepáticas
Drenagem biliar
Ductos hepáticos direito e esquerdo que
formam o ducto hepático comum
Hepatomegalia
A hepatomegalia é o
aumento do volume
hepático.
O fígado aumentado
apresenta um comprimento
superior a 12 cm (ou 10 cm
na ♀) na linha médioclavicular direita e é
geralmente palpável abaixo
do rebordo costal direito.
Baço
Funções do baço
Depuração
Imunológica
Armazenamento de elementos celulares
Hematopoiese
Baço
Localização
Quadrante superior
esquerdo
Anatomia de superfície:
encontra-se no hipocôndrio
esquerdo, posteriormente à
9ª, 10ª e 11ª costelas. O
maior eixo é paralelo à 10ª
costela e vai até à linha
axilar anterior.
10 a 15% da população
apresenta baços
acessórios.
Baço
Dimensões
Comprimento: 12-15 cm
Largura: 7-8 cm
Espessura: 2-3 cm
Peso: 100 a 150 g (variável com a idade
e o sexo)
Baço
Relações
Anteriormente: fígado
Posteriormente: diafragma
Inferiormente: ângulo esplénico do cólon
Medialmente: rim esquerdo
Baço
Irrigação arterial
Artéria esplénica
Artérias gástrica curtas
Artéria gastroepiplóica esquerda
Drenagem venosa
Veia esplénica
Veias gástrica curtas
Veia gastroepiplóica esquerda
Esplenomegalia
A esplenomegalia é o aumento de volume do baço,
com ou sem alteração da sua função.
Classificação de Adams (dependente do volume)
Aumento ligeiro: 1 a 2 cm
Aumento moderado: 3 a 7 cm
Aumento marcado: > 7 cm
Classificação segundo o peso
Esplenomegalia ligeira: < 500 g
Esplenomegalia moderada: 500 a 1000 g
Esplenomgalia maciça: > 1000 g
Etiologia
Doença Hepática
Hipertensão Portal
Cirrose
Colangite Esclerosante
Síndrome de Budd-Chiari
Hipertensão Portal
Pressão Venosa Portal normal : 7-10mmhg
Hipertensão Portal: > 10mmHg
Associada a 2 factores precipitantes:
Aumento da resistência ao fluxo veia porta (+
comum)
Aumento do volume de fluxo sanguíneo na veia
porta
Causas Hipertensão Portal
Pré-sinusoidal
Sinusoidal
Extra-hepático
Trombose da veia porta
Intra-hepático
Cirrose (85%)
Fístula arteriovenosa esplénica
Hepatite alcoólica
Intra-hepático
Esquistossomíase
Pós-sinusoidal
Hiperplasia nodular regenerativa
Fibrose hepática congénita
Esclerose hialina alcoólica terminal
Doença vascular oclusiva
Fibrose portal idiopática
Hepatite crónica activa
Desordens mieloproliferativas
Sarcoidose
Graft versus host disease
Pós-hepático
Intra-hepática
Sindroma de Budd-Chiari
Trombose veia cava inferior
Insuficiência cardíaca congestiva
Hipertensão Portal
85% casos Hipertensão portal são
devidos à Cirrose:
condiciona aumento da resistência por:
distorção das veias hepáticas por nódulos
regenerativos
Fibrose do tecido perivascular à volta das veias
hepáticos e sinusóides
Hipertensão Portal
Apresentação Clínica
Hemorragia de varizes gastro-esofágicas
Esplenomegalia com hiperesplenismo
Ascite
Encefalopatia hepática aguda ou crónica
Cirrose
Lesão crónica do fígado caracterizada por fibrose extensa,
desorganização da arquitectura lobular e vascular e presença
de nódulos de hepatócitos em regeneração
A deposição de colagéneo resulta da actividade fibroblástica
aumentada assim como da regeneração subsequente à lesão
hepatocelular e necrose
Cirrose
Etiologia
Cirrose alcoólica (70%)
Cirrose pós hepatite e criptogénica
Cirrose biliar primária e secundária
Cirrose metabólica, associada a factores genéticos e
hereditariedade - (hemocromatose, doença de Wilson,
deficiência da antitripsina alfa-1, doença de Gaucher)
Cirrose cardíaca (insuficiência cardíaca congestiva)
Cirrose associada a fármacos (amiodarona,
contraceptivos orais, alcalóidedes da pirrolodizina,
antineoplásicos).
Cirrose
Apresentação Clínica
Variável:
Assintomática
Sintomas não específicos
Anorexia
Perda ponderal
Fadiga
Falência hepática
Encefalopatia hepática
Anasarca (edemas)
Discrasias hemorrágicas (anemia,
leucopenias, trombocitopenia)
Falência orgânica (renal / respiratória)
Insuficiência cardíaca
Condição na qual o coração é incapaz
de bombear sangue suficiente para os
tecidos metabolizadores ou só o
consegue fazer com uma pressão de
enchimento muito alta.
Insuficiência cardíaca
Causada por várias etiologias
Doença das coronária
Hipertensão
Cardiomiopatia dilatada
Doença valvular
Doença coronária congénita
Estenose mitral
Cardiomiopatia restritiva
Doença pericárdica
(…)
Insuficiência cardíaca
Patofisiologia
Insuficiência cardíaca congestiva
↓
Hipertensão venosa sistémica
↓
Congestão hepática
↓
Hepatomegalia
↓
“Cirrose cardíaca”
Insuficiência cardíaca
História clínica e exame físico
Hepatomegalia
Cardiomegalia
Ortopneia
Dispneia paroxística nocturna
Edema periférico
S3
(…)
Tratamento
Dependente da etiologia
Colangite Esclerosante
Inflamação, fibrose obliterativa,
dilatação dos ductos intra ou extrahepáticos, de etiologia desconhecida
Diagnóstico por CPRE com
visualização de estenoses múltiplas
dos ductos biliares e dilatações préestenóticas
Manifestações Clínicas: icterícia
gradual, prurido, colangite aguda
Associação com: colite ulcerosa (60%),
tiroidite, fibrose retroperitoneal e
mediastinica
Complicações: litíase vesicular,
adenocarcinoma do ducto biliar
Síndrome de Budd-Chiari
Obstrução da drenagem venosa do fígado, por
trombose de veia hepática (veias hepáticas, veias
supra-hepáticas e veia cava inferior)
É mais comum nas mulheres e associa-se a uma
variedade de estados de pró-trombóticos:
Síndromes mieloproliferativos (principal causa)
Policitemia vera
Hemoglobinúria nocturna paroxistica
Contraceptivos orais
Gravidez e período pós-parto
Neoplasias intra-abdominais (C. hepatocelular)
Síndrome de Budd Chiari
Manifestações
clínicas:
dor no QSD,
ascite progressiva
causada pela
hipertensão portal
Hepatomegalia,
falência hepática
progressiva e
icterícia
TAC: hepatoesplenomegalia com
proeminência do lobo caudado,
ascite e trombose da veia cava
inferior
Doenças Metabólicas
Esteatose
Doença de Wilson
Hemocromatose
Glicogenose
Doença de Gaucher
Esteatose
Acumulação anormal de gordura no interior das
células parenquimatosas hepáticas
Principal factor etiológico >> Álcool
Aumento da síntese de ácidos gordos
Diminuição da utilização dos triglicerídeos
Diminuição da oxidação dos ácidos gordos
Bloqueio excreção lipoproteínas
Estimulação da lipólise
Esteatose
Esteatose
Factores Metabólicos:
Álcool
Diabetes tipo II, Dislipidemias, Obesidade, Doença de
Wilson
Esteatose
Esteatohepatite
Cirrose
Doença de Wilson
Distúrbio primário do metabolismo do cobre,
localizado no fígado, leva à acumulação desse metal,
inicialmente no hepatócito e posteriormente em diversos
órgãos e tecidos, como o cérebro, córnea e rins.
Doença autossómica recessiva, por mutação do gene ATP7B, uma
ATPase de membrana responsável pelo transporte do cobre
diminuição marcada da excreção biliar de cobre, e consequente
acumulação nos hepatócitos
Diagnóstico
doseamento da ceruloplasmina (geralmente diminuída), a pesquisa
de anéis de Kayser-Fleischer ( em torno do bordo externo da
córnea), o doseamento do cobre urinário de 24h e a biópsia
hepática.
Hemocromatose
Disfunção no armazenamento de ferro devido ao:
aumento inapropriado da absorção intestinal de ferro
e consequente deposição de quantidades excessivas deste
metal nas células parenquimatosas de orgãos como o fígado,
coração e pâncreas
Associada geneticamente ao locus HLA–A no cromossoma 6
Manifestações Clínicas: Hepatomegalia, pigmentação da pele,
esplenomegalia, artropatias, arritmias cardíacas, atrofia
testicular
Glicogenoses
Doenças hereditárias na sua maioria autossómicas
recessivas, derivadas de defeitos em enzimas ou
proteínas transportadoras intervenientes no
metabolismo do glicogénio
contribuindo para a acumulação anormal de
glicogénio nos tecidos particularmente fígado e
músculo
Existem mais de 10 diferentes tipos, dependendo
do defeito enzimático encontrado.
Doença de Gaucher
Doença autossómica recessiva
caracterizada pela deficiência hereditária
da enzima glucosidase, resultando na
acumulação da substância tóxica,
glucosilceramida, no fígado, baço e
osso, e medula óssea
Manisfestações Clínicas:
Osteopenia, dor óssea e fracturas patológicas
Anemia, trombocitopenia e leucopenia
Esplenomegalia marcada e hepatomegalia
Neoplasias
Primárias
Benignas
Hemangiomas
Cistos
Hiperplasia Nodular Focal
Adenoma Hepático
Neoplasias
Malignas
Hepatocarcinoma
Colangiocarcinoma
Secundárias
Metástases Hepáticas
Hemangiomas
Tumor benigno mais comum do fígado
75% dos doentes sexo feminino, e os ACO são
factor de risco
Podem ser 2 tipos: cavernosos e capilares
Podem crescer atingindo grandes dimensões
(Hemangiomas gigantes) capazes de causar dor
abdominal e massa palpável
Complicações raras: choque hemorrágico por
ruptura espontânea, síndrome de Kasabach
associado a trombocitopenia e coagulopatia de
consumo, shunts arteriovenosos
Cistos
Lesões de parede fina, fracamente celular e fibrosa preenchidas por
líquido claro
Cistos hepáticos simples (+ comuns) são assintomáticos
Cistos grandes ocasionais podem dar massa ou desconforto
abdominal
Cistos solitários revestidos por epitélio cúbico simples –
Cistoadenomas – recessão cirúrgica por serem pré-malignos
Hiperplasia Nodular Focal
Lesão benigna sem potencial maligno, apresentando-se como uma
massa bem delimitada, firme e subcapsular, com cerca de 2-3cm
diâmetro, lobulada por septos fibrosos que confluem para uma
cicatriz central
2º tumor benigno mais frequente do fígado, sendo mais comum nas
mulheres em idade fértil
Maioria dos doentes assintomáticos ou com desconforto no QSD,
podendo-se desenvolver hipertensão portal
Recessão cirúrgica quando sintomáticos
Adenoma Hepático
Ocorre predominantemente nas mulheres e está fortemente
associado ao uso de contraceptivos orais
Apresenta-se como uma massa homogénea encapsulada de origem
epitelial, normalmente com hemorragia intra-tumoral e necrose
central
Recessão cirúrgica por risco de transformação maligna e de
hemorragia espontânea
Adenoma hepático
Displasia celular
Hepatocarcinoma
Hepatocarcinoma
Com origem nos hepatócitos constitui 80% das neoplasias primárias
do fígado
Factores etiológicos
Hepatite crónica B e C (principal factor)
Cirrose
Anflotoxinas (metabolitos fúngicos)
Hepatocarcinoma
Hepatocarcinoma
Classificação Morfológica
Características
Massa única
Massa única de limites bem definidos com
pequenos nódulos satélites ocasionais
Nodular
Múltilpos nódulos dispersos pelo fígado
Difusa
Infiltração de todo o parênquima
Carcinoma hepatocelular fibrolamelar – dx diferenial com HNF, sem
associação com cirrose ou hepatite B, atinge grupo etário jovem (25
anos)
Hepatocarcinoma - Diagnóstico
Imagiologia
TAC, Ecografia, RMN
Detecção 80% casos
Angiografia
Biópsia hepática percutânea e aspirativa
Marcador Tumoral Específico
de Hepatocarcinoma
Alfa-fetoproteína ↑
Colangiocarcinoma
15% das neoplasias primárias hepáticas
3♂/1♀ entre os 70-80 anos
Com origem nas células epiteliais, 95% são
adenocarcinomas bem diferenciados
Associação com colangite esclerosante
primária, litíase vias bilares, colite ulcerosa e
infecção com verme Clonorchis sinensis
Ascite e esplenomegalia indicam invasão da
veia porta - mau prognóstico
Aspecto do colangiocarcinoma a
obstruir as vias biliares ( setas ) colangiografia endoscópica.
Icterícia Colestática
Crescimento
silencioso
Obstrução canais
biliares
- Icterícia
- Acolia e colúria
- Prurido
- Dor abdominal
- Emagrecimento
Tratamento
Carcinoma Hepático Primário
Hepatectomia parcial
Transplante hepático
Ablação por radiofrequência
Quimioembolização arterial
Metástases Hepáticas
Metastização hepática é 20 vezes mais frequente que os
tumores hepáticos primários no fígado
Disseminação
Por contiguidade – face á proximidade do tumor primário com o
fígado: tumores estômago, dudodeno, cólon, ducto biliar e
vesícula biliar.
Via linfática - tumores de mama, pulmão e também dos órgãos
drenados pela veia porta
Artéria Hepática – via sistémica - tumores
pulmonares e melanomas
Veia Porta – principal via de metastização
Metástases hepáticas
Tumor primário
% de doentes
com metástases hepáticas
Vesícula biliar
77,6%
Pâncreas
70,4%
Primário
desconhecido
57,0%
Cólon
56,0%
Mama
53,2%
Melanoma
50,0%
Ovário
48,0%
Estômago
44,0%
Broncogénico
41,8%
DOENÇAS INFECCIOSAS
Origem:
Bacteriana
Parasitária
Vírica
Fúngica
DOENÇAS INFECCIOSAS –
abcessos hepáticos
Piogénicos
Amebianos
Agente
Bactérias piogénicas (E. coli, Klebsiella,
Streptococcus)
Entamoeba histolytica
Achados clínicos
Febre
Sudorese
Náuseas
Vómitos
Anorexia
Febre
Dor hepática
Dor no ombro direito
Diarreia
Diagnóstico
Leucocitose, anemia
Fosfátase alcalina aumentada
TAC (>90%), Eco (80%)
Leucocitose, anemia
Teste de hemaglutinação (+)
Tratamento
Drenagem
Terapêutica antibiótica
Metronidazol
Drenagem
DOENÇAS INFECCIOSAS –
abcessos hepáticos
DOENÇAS INFECCIOSAS bacterianas
Tuberculose
Agente causal: Mycobacterium tuberculosis
Achados clínicos: astenia, fadiga, perda ponderal, febre,
hemoptise, meningite, hepatoesplenomegalia
Diagnóstico:
Esfregaço de esputo e
exsudado (Ziehl-Neelsen)
Sondas moleculares
Prova tuberculínica
Tratamento:
Isoniazida, rifampicina, pirazinamida, etambutol,
estreptomicina
DOENÇAS INFECCIOSAS bacterianas
Brucelose
Agente causal: Brucella melitensis
Achados clínicos: mal-estar, febre, astenia,
mialgia, febre elevada, sintomatologia GI,
linfadenopatia, esplenomegalia, icterícia,
sudorese
Diagnóstico:
Cultura bacteriana
Testes serológicos
(teste de aglutinação)
Tratamento:
Tetraciclinas/ampicilina
DOENÇAS INFECCIOSAS bacterianas
Febre Q
Agente causal: Coxiella Burnetti
Achados clínicos: cefaleias, febre, fadiga,
pneumonite, bronquite
Diagnóstico:
Testes serológicos
(imunofluorescência indirecta,
fixação de complemento)
Tratamento:
Tetraciclinas/cloranfenicol
DOENÇAS INFECCIOSAS bacterianas
Febre tifóide
Agente causal: Salmonella Typhi
Achados clínicos: febre, mal-estar, obstipação,
bradicardia, mialgia, hepatoesplenomegalia
Diagnóstico:
Cultura bacteriana
Testes serológicos
(teste de aglutinação e de Widal)
Tratamento:
Ampicilina, cotrimoxazole,
cefalosporina 3ª geração
DOENÇAS INFECCIOSAS bacterianas
Sífilis
Agente causal: Treponema pallidum
Achados clínicos: lesões genitais, perianais,
orais e/ou rectais, condilomas, hepatite, retinite
Diagnóstico
Imunofluorescência
Testes serológicos
(VDRL, RPR, FTA-ABS, TP-PA
Tratamento: penicilina
DOENÇAS INFECCIOSAS parasitárias
Malária
Agente causal: Plasmodium vivax, P. malariae,
P. falciparum, P. ovale
Achados clínicos: febre, arrepios, vómitos,
cefaleias
Diagnóstico
Esfregaço sanguíneo espesso e fino (Giemsa)
Coloração fluorescente (Laranja de acridina)
Sondas de ADN
Testes serológicos
Tratamento
Cloroquina, Primaquina
DOENÇAS INFECCIOSAS parasitárias
Leishmaníase visceral (Kala-Azar)
Agente causal: Leishmania donovanii
Achados clínicos: esplenomegalia, astenia,
febre, perda ponderal
Diagnóstico:
Aspirados ganglionares, biópsia esplénica/hepática
ELISA
Exame microscópio
Testes serológicos (IFA, IHA)
Tratamento:
Gluconato de sódio,
interferão-γ humano recombinante
DOENÇAS INFECCIOSAS parasitárias
Toxoplasmose
Agente causal: Toxoplasma gondii
Achados clínicos: linfadenopatia, febre, astenia,
muitas vezes assintomático
Diagnóstico:
Microscopia
Inoculação animal
Testes serológicos (IFA, ELISA)
Tratamento:
Pirimetamina e
sulfadiazina/trissulfapirimidina
DOENÇAS INFECCIOSAS víricas
Mononucleose infecciosa
Agente
Epstein-Barr Virus
Citomegalovírus
Achados clínicos
.Infecção primária assintomática
.Cefaleias
.Febre
.Mal-estar geral
.Fadiga
.Odinofagia
.Linfadenopatia
.Mal-estar geral
.Mialgia
.Febre
.Linfocitose
.Hepatoesplenomegalia
.Disfunção hepática
Diagnóstico
.Isolamento por hibridação de ác.
nucleicos
.Testes serológico (ELISA,
immunoblotting, teste heterofílico)
.PCR
.Isolamento do vírus a partir
de fibroblastos
.Testes serológicos
Tratamento
Aciclovir
Ganciclovir, Foscarnet,
Aciclovir, Valaciclovir
DOENÇAS INFECCIOSAS víricas
Hepatite vírica
Agentes causais: HAV, HBV, HCV, HDV, HEV
Achados clínicos
Diagnóstico:
Pré-ictéricos: mal-estar, astenia, náuseas, anorexia, perda
ponderal, febre, cefaleias, artralgia, mialgia, sintomas GI
Ictéricos: Icterícia, colúria, acolia
Teste da ALT e da bilirrubina
Biópsia hepática
Testes serológicos específicos
Tratamento
Interferão-α recombinante
Lamivudina, Ribavirina
DOENÇAS INFECCIOSAS víricas
DOENÇAS
HEMATOLÓGICAS
Eritrocitárias
Leucocitárias
Plaquetárias
Plasmocitárias
Mieloproliferativas
DOENÇAS HEMATOLÓGICAS –
eritrocitárias
A
N
E
M
I
A
S
Grupos
Doenças
Fisiopatologia
Hemolíticas
Auto-imune
Anticorpos
Deficiência
Diminuição
da Eritropoiese
de G-6-PD
anti-eritrócitos
Lesão
oxidativa dos
eritrócitos por deficiência de
G-6-PD
Falciforme
Produção
de hemoglolina
estruturalmente anormal
Talassemias
Diminuição
Megaloblástica
Diminuição
ou ausência da
síntese das cadeias α ou β
da hemoglobina
da síntese de
ADN
Ferropénica
Diminuição
do nível de
ferro, condicionando síntese
anormal de hemoglobina
Achados Clínicos: palidez, astenia, mal-estar, dispneia, cefaleias
DOENÇAS HEMATOLÓGICAS leucocitárias
Doenças
Hodgkin
L
I
N
F
O
M
A
Não-
Hodgkin
Achados Clínicos
Linfadenopatias:
- cervicais
- axilares
- inguinais
- retroperitoniais
- mediastínicas
Febre (Pel-Ebstein)
Suores nocturnos
Perda ponderal, anorexia
Prurido
Prostração, astenia
Linfadenopatia periférica e mediastínica
Massa abdominal (retroperitonial ou mesentérica)
Febre
Perda ponderal
Suores nocturnos
Diagnóstico
Anemia
Neutrofilia
Eosinofilia
Linfopenia
Anemia
Trombocitopenia
Leucopenia
DOENÇAS HEMATOLÓGICAS leucocitárias
Doenças
Linfóide Crónica
L
E
U
C
E
M
I
A
Achados Clínicos
Linfadenopatia
Esplenomegalia
Hepatomegalia
Perda ponderal
Astenia
Esplenomegalia
Hepatomegalia
Linfadenopatia
Dor esternal
Perda ponderal
Astenia
Mielóide Crónica
Diagnóstico
Anemia
Linfocitose
Trombocitopenia
Anemia
Linfocitose
Trombocitopenia
DOENÇAS HEMATOLÓGICAS plaquetárias
Doenças
Achados Clínicos
Hemólise intravascular
Trombocitopenia
Achados neurológicos difusos e
não-focais (cefaleias, vertigens,
coma)
Hepatoesplenomegalia
Febre
função renal
Anemia
Petéquias
Fadiga
Arritmias.
Púrpura
trombocitopénica
trombótica
(PTT)
Diagnóstico
Anemia hemolítica com
eritrócitos fragmentados
Trombocitopenia e testes
de coagulação normais
Febre
Distúrbios neurológicos
Disfunção renal
DOENÇAS HEMATOLÓGICAS –
plasmocitárias
Doenças
Macroglobulinemia
Achados Clínicos
Diagnóstico
Assintomáticos
Eritrocitopenia
• Leucocitopenia
• Trombocitopenia
•
Síndrome de Hiperviscosidade:
- fluxo sanguíneo na pele, nas mãos, pés
e nariz
- hemorragias da pele e memb. mucosas
- fadiga
- cefaleias, vertigem, coma
Anemia
Infecções bacterianas recorrentes
pressão cerebral
Hepatoesplenomegalia
Linfadenopatia
Lesão da retina e dificuldades visuais.
Velocidade de
sedimentação
eritrócitos
Na biópsia da M. O.:
linfócitos e
plasmócitos
No Rx:
Densidade óssea
DOENÇAS HEMATOLÓGICAS mieloproliferativas
Doenças
Achados Clínicos
Muitos são assintomáticos.
Esplenomegalia maciça: dor
intermitente, enfartamento,
desconforto abdominal, enfarte
esplénico
Anemia
Ascite
Varizes
HT portal, pulmonar, intracraniana
Obstrução intestinal ou ureteral
Tamponamento cardíaco
Hemorragia espontânea
Dor óssea
Infecções recorrentes
Prurido
Hiperuricemia
Hipermetabolismo
Metaplasia mieloide
Diagnóstico
Anemia
Hematopoiese
extramedular:
hemácias em forma de
lágrima ou nucleadas,
mielócitos e pró-mielócitos
Trombocitose com
plaquetas grandes e bizarras
Mieloblastos circulantes
Leucocitose.
DOENÇAS HEMATOLÓGICAS mieloproliferativas
Doenças
Achados Clínicos
Esplenomegalia maciça
Leucocitose e trombocitose
Hepatomegalia
Prurido
Hiperuricemia
Vertigem, zumbido, cefaleia, pert.
visuais
HT sistólica
Trombose venosa ou arterial
Síndrome de Budd-Chiari
Isquemia digital
Equimoses e epistaxis
Hipermetabolismo
Hematemeses e melenas.
Diagnóstico
Policitemia Vera
Hemograma: eritrocitose,
leucocitose, trombocitose
•
Hemoglobina
e
Hematócrito
Volume plasmático
Massa eritrocitária
DOENÇAS HEMATOLÓGICAS mieloproliferativas
Doenças
Achados Clínicos
Tromboses arteriais e venosas
Dor, prurido e frio nas extremidades
Hepatoesplenomegalia
Cefaleias e vertigem
Epistáxis
e
hemorragia
gastrointestinal
Fraqueza.
Trombocitemia
Diagnóstico
Plaquetas > 500 000 L de
sangue
Plaquetas aumentadas de
tamanho
Grupos plaquetários
anormais
Fragmentos de
megacariócitos.
OUTRAS DOENÇAS
Sarcoidose
Doença de desregulação imunológica em
indivíduos expostos a factores ambientais
desencadeantes, caracterizada
histologicamente por granulomas não-caseosos
epitelióides disseminados
Achados clínicos: linfadenopatia,
hepatomegalia, esplenomegalia; outros
sintomas não específicos; frequentemente
assintomática
OUTRAS DOENÇAS
Acromegalia
Doenças endócrina de causa variada
Achados clínicos: aumento anormal
dos tecidos moles, pele, vísceras,
ossos da face, mãos e pés
Lupus eritematoso sistémico
Doença auto-imune multissistémica de
comportamento variável, caracterizada por
falência sistémica em manter auto-tolerância
OUTRAS DOENÇAS
Síndrome de Felty
Tríade patológica de Artrite Reumatóide,
Esplenomegalia e Neutropenia
Síndrome de Banti
Esplenomegalia associada a
recanalização de veia porta
Abordagem clínica
Abordagem clínica
História clínica
Exame físico
Meios auxiliares de diagnóstico
História clínica
Idade
Sexo
Sintomas constitucionais
Astenia
Náuseas/vómitos
Anorexia
Perda ponderal
História clínica
Sintomas locais
Antecedentes pessoais
Dor
Massas abdominais
Distensão abdominal
Hábitos alcoólicos
Hábitos sexuais
História medicamentosa
Viagens recentes
Antecedentes familiares
Exame físico
Inspecção
Auscultação
Palpação
Percussão
Inspecção
Hepatomegalia
Distensão abdominal
Circulação colateral
Aranhas vasculares
Icterícia
Ascite
Edemas
Esplenomegalia
Tumefacção no QSE, móvel com a respiração (apenas
presente na esplenomegalia exuberante)
Auscultação
Hepatomegalia
Fluxo hepático aumentado → lesões vasculares
Sopro arterial → neoplasia ou hepatite alcoólica aguda
Sopro venoso localizado entre o apêndice xifóide e o
umbigo → hipertensão portal
Esplenomegalia
Sopros ou atritos agudos associados à respiração →
inflamação da superfície peritoneal
Palpação
Fígado
Método clássico
Doente em decúbito dorsal, relaxado, com braços ao
longo do corpo e respiração lenta e profunda. A
palpação inicia-se na fossa ilíaca direita e continua
seguindo a linha médio-clavicular, progredindo a cada
expiração.
Métodos complementares
Método de Chauffard
Método de Mathieu
Palpação
Fígado
Normalmente o bordo inferior situa-se
posteriormente ao rebordo costal e não é palpável.
Se palpável é importante caracterizar o bordo:
forma
regularidade
consistência
nodularidade
dor à palpação
Palpação
Fígado
A sua palpação não significa hepatomegalia, sendo
necessário confirmar através da percussão e
métodos imagiológicos.
Razões para a palpação do bordo abaixo do rebordo
costal
Ptose hepática
Biótipo macroesplâncnico
Lesão subdiafragmática
Descida do diafragma
Lobo de Riedel
Palpação
Baço
Método clássico
Doente em decúbito dorsal, relaxado, com braços ao
longo do corpo e respiração lenta e profunda. A
palpação inicia-se na fossa ilíaca direita e continua
segundo a linha de crescimento do baço, progredindo
a cada expiração.
Métodos complementares
Método de Naegeli
Palpação bimanual
Palpação em gancho
Palpação
Baço
Normalmente não é palpável.
Se houver esplenomegalia a palpação deve ser
suave para evitar a ruptura.
São necessária manobras adicionais para distinguir
o baço do rim esquerdo:
O baço move-se inferiormente com a inspiração e tem
um bordo agudo.
Percussão
Fígado
Inicia-se no 3º espaço intercostal direito e continua pela linha
médio-clavicular até encontrar o bordo superior. Para
determinar o bordo inferior começa na fossa ilíaca direita
seguindo a mesma linha. Deve ser forte no tórax (para
distinguir o som pulmonar do som hepático) e leve no
abdómen (para não fazer vibrar as ansas intestinais).
Normalmente o bordo superior encontra-se entre o 5º e o 7º
espaço intercostais e o inferior posteriormente ao rebordo
costal.
Na hepatomegalia o bordo superior e inferior estão afastados
mais de 12 cm (10 cm na ♀) ao longo da linha médioclavicular.
Hepatomegalia
Aumento de volume generalizado, não nodular,
sem icterícia
Congestão devida a insuficiência cardíaca
Cirrose
Reticuloses
Síndrome de Budd-Chiari
Amiloidose
Aumento de volume generalizado, não nodular,
com icterícia
Hepatite infecciosa
Obstrução das vias biliares
Colangite
Hepatomegalia
Aumento de volume generalizado, nodular, sem
icterícia
Metastização
Cirrose macronodular
Doença poliquística
Carcinoma primário do fígado
Aumento de volume generalizado, nodular, com
icterícia
Metastização extensa
Cirrose
Hepatomegalia
Tumefacções localizadas
Lobo de Riedel
Metástase
Quisto hidático
Abcesso hepático
Carcinoma primário do fígado
Percussão
Baço
A percussão começa posteriormente à linha axilar média
esquerda, no 5º espaço intercostal esquerdo e continua
em todas as direcções.
Normalmente existe uma
área de macissez entre a
6ª e a 10ª costelas.
Quando há esplenomegalia o eixo longo do baço é
superior a 13 cm (com início na linha axilar média
esquerda e obliquamente em direcção à linha axilar
anterior esquerda).
Meios auxiliares de diagnóstico
Avaliação laboratorial
Hemograma
Hemocultura
Bilirrubinas
Tempo de protrombina
Fosfatase alcalina
(…)
5’nucleotidase
GGT
Transamínases
Albumina
Amónia
Meios auxiliares de diagnóstico
Avaliação imagiológica
Ecografia
Tomografia computorizada
Ressonância magnética
Cintigrafia
Colangiografia
Angiografia
Biópsia
Meios auxiliares de diagnóstico
Ecografia
Meios auxiliares de diagnóstico
Tomografia computorizada
Meios auxiliares de diagnóstico
Ressonância magnética
História clínica
História clínica
Nome: F.J.R.
Idade: 67 anos
Sexo: masculino
Raça: caucasiana
Estado civil: casado
Naturalidade: Porto
Residência: Porto
Profissão: reformado (ex. serralheiro mecânico)
História clínica
Antecedentes pessoais
Nega doenças crónicas, hábitos tabágicos ou
alcoólicos.
Estudado desde Novembro de 2005 devido a
diarreia mucossanguinolenta.
Foi realizada uma colonoscopia total que
mostrou uma mucosa com sinais inflamatórios
evidentes.
Diagnosticada colite ulcerosa (doença
inflamatória intestinal).
História clínica
História da doença actual
Submetido dia 18 Abril de 2006 a uma
prostectomia radical.
Desde há aproximadamente 2 semanas o
doente apresenta uma quebra do estado geral,
com astenia e anorexia e refere episódios de
febre (39º-40º) que cede ao Paracetamol.
Recorre ao SU.
Internado no serviço de Cirurgia Geral.
História clínica
Exame físico
Confirma-se a hipertermia (39º)
Pele ligeiramente ictérica
Massa palpável no hipocôndrio direito,
com limites mal definidos, não dolorosa
→ hepatomegalia 3 cm abaixo do
rebordo costal
História clínica
Hipóteses de diagnóstico
Abcesso
Hepatocarcinoma
Colescistice
(…)
História clínica
Exames complementares de
diagnóstico
Análises laboratoriais
Leucocitose ligeira
PCR muito aumentado
Ecografia abdominal
Imagem nodular, com 10/8 cm, paredes bem
delimitadas e ecos no interior
História clínica
Ecografia abdominal (abcesso hepático)
História clínica
Diagnóstico
Abcesso hepático
Causa?
Complicação pós-operatória
Colite ulcerosa
Doença diverticular
(…)
História clínica
Tratamento
Drenagem percutânea do abcesso
Guiada por métodos imagiológicos
Cirúrgica
Mista
Antibioterapia