I Congresso Materno-Infantil e Adolescente - Piauí Asfixia Perinatal Profª Miriam Perez Departamento de Pediatria da UFRJ www.paulomargotto.com.br 21/8/2008
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I Congresso Materno-Infantil e Adolescente - Piauí Asfixia Perinatal Profª Miriam Perez Departamento de Pediatria da UFRJ www.paulomargotto.com.br 21/8/2008 Mortalidade Infantil 25/1000 nascimentos 2002 65% Mortalidade Neonatal (0-28 dias) Asfixia Perinatal é 3ª causa mortis Asfixia Perinatal Hipóxia e/ou Isquemia (intra-útero, intra-parto ou após o nascimento) Comprometimento do feto ou recémnascido (hipoxemia, hipercarbia e acidose mista) Lesão hipóxico-isquêmica Necrose tissular Área de penumbra 1º passo: Interromper o processo asfíxico → Reanimação adequada - Corrigir a hipóxia, hipercarbia 2º passo : Pós-natal imediato Identificar os critérios que levarão ao diagnóstico da síndrome hipóxicoisquêmica Gasometria arterial até 1 hora de vida = gasometria dos vasos umbilicais Na asfixia podemos encontrar acidose severa (pH ≤ 7 e BE ≤ -12) Gasometria normal (artéria Umbilical) pH – 7,27 (7,15 a 7,38) PaCO2 – 50 (30 a 70) BE - -3,6 (-2 a -5) Opinião do Comitê de encefalopatia neonatal - 2003 Critérios essenciais - pH < 7 ou BE < -12 - encefalopatia moderada ou grave de instalação precoce - paralisia cerebral tipo quadriplegia espástica ou discinesia - afastar outras condições como: trauma, infecção, alterações genéticas e do SNC Opinião do Comitê de encefalopatia neonatal - 2003 Critérios adicionais - evento hipóxico antes ou durante o parto - Apgar ≤ 3 no 5º min - comprometimento multi-orgânico até 72h - exame de imagem precoce evidenciando comprometimento difuso 3º passo: Garantir boa oxigenação e perfusão tissular Manter a pressão de perfusão cerebral Pressão de Perfusão Cerebral= PAM - PIC - Correção agressiva da hipotensão: expansão volêmica, uso de aminas vasomotoras (dopamina/dobutamina) - Diminuição do edema cerebral: restrição hídrica (80% da THT) 4º passo: reconhecimento do quadro clínico Encefalopatia Hipóxico-isquêmica Alterações do nível da consciência (estado de hiperexcitabilidade → coma profundo) Alterações do tônus muscular Alterações dos reflexos profundos Convulsões – 50% dos casos de encefalopatia Encefalopatia Hipóxico-isquêmica (Sarnat) Leve: irritabilidade, choro inconsolável, tremores estimulação simpática (taquicardia, dilatação pupilar) – regressão em poucos dias Moderada:letargia com períodos de alerta, diminuição do tônus muscular, atividade e resposta à estímulos externos, hiporreflexia profunda e dos reflexos primitivos, convulsão Grave: coma, depressão respiratória, hiporeflexia, ausência de reação à estímulos, convulsão precoce Comprometimento Sistêmico Miocárdio – isquemia → aumento das enzimas, disfunção miocárdica até choque cardiogênico Renal – insuficiência renal Pulmonar – depressão respiratória, hipertensão pulmonar, edema agudo Gastrintestinal – paresia gástrica → enterocolite necrosante Disfunção hepática Hematológico – trombocitopenia até CIVD Exames complementares Ultra-sonografia transfontanela Tomografia computadorizada Ressonância magnética Ressonância magnética com espectroscopia EEG 5º passo: Manter a homeostase: - euglicemia - corrigir os distúrbios eletrolíticos - suporte ventilatório - suporte nutricional - correção dos distúrbios da coagulação Tratar as complicações sistêmicas do insulto hipóxico-isquêmico Suporte Ventilatório Apnéia Aspiração de mecônio Persistência da circulação fetal Objetivo ventilatório: SaO2 = 90 – 94% PaCO2 = 45mmHg Suporte hemodinâmico Isquemia miocárdica → disfunção contrátil, bradicardia CK, CKmb, troponina, Ecocardiograma Se necessário → utilizar aminas pressoras Suporte Nutricional Isquemia do TGI → enterocolite necrosante, dismotilidade do TGI Dieta zero Nutrição parenteral total Função renal Oligo-anúria (diurese < 1mL/kg/h) EAS- hematúria, proteinúria, cilindrúria Creatinina sérica não reflete a insuficiência renal nas primeiras 24h Uso da teofilina precocemente na asfixia Controle das convulsões 50 a 70% dos quadros asfíxicos moderados a severos Podem ser sutis ou mesmo sub-clínicas → EEG Fenobarbital – 20mg/kg Difenil-hidantoína – 15 a 20mg/kg Midazolan em infusão contínua Tiopental em infusão contínua Após o insulto hipóxico-isquêmico Comprometimento das funções celulares ( alteração na homeostase iônica da membrana celular, edema intracelular , falha na síntese proteica, liberação de neuro transmissores excitatórios → grande influxo de Cálcio na célula → ativação de lipases, proteases e endonucleases + Reperfusão (geração de radicais livres, ↑ neurotransmissores, mediadores inflamatórios) Necrose celular/Apoptose Estudos em Encefalopatia Hipóxico-isquêmica Neonatal Cochrane library – meta-análise de junho/2007 A hipotermia para recém-nascidos a termo ou próximo ao termo com asfixia moderada a grave diminui a mortalidade e assegurou melhora no prognóstico neurológico avaliado no follow- up e por imagens na MRI Porque a Hipotermia é neuroprotetora? Diminui o fluxo sangüíneo cerebral Diminui as necessidades metabólicas Reduz os aminoácidos neuroexcitatórios, a resposta inflamatória Reduz o edema cerebral, a atividade convulsiva e a apoptose Quando induzir a hipotermia? “O mais precoce possível” Importante: atuar logo no início da reperfusão, minimizando os efeitos da entrada do O2 Período de latência é variável entre as espécies e é muito menor no recém-nascido que no adulto Recém-nascido: 2 a 6 horas após o insulto hipóxico-isquêmico Hipotermia Seletiva → capacete ou Sistêmica (bolsas de gelo e infusão de soluções geladas) Hipotermia moderada – temperatura cerebral entre 33 - 34°C Por pelo menos 12 horas até 72 horas Prognóstico Exame neurológico no 7º dia de vida Novas terapias? Utilização de células tronco Obrigado