PACTO -2014 Observar e comparar: Desenvolvendo o pensamento geométrico das crianças. Profa. Cecília Alves.
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PACTO -2014 Observar e comparar: Desenvolvendo o pensamento geométrico das crianças. Profa. Cecília Alves Vocês sabem o que é um ... Barômetro É um instrumento usado para medir a pressão atmosférica. Foi inventado por Torricelli em 1643. Causo : REBELDIA CRIATIVA Faz algum tempo, recebi um telefonema de um amigo que estava a ponto de dar um zero a um estudante pela resposta que tinha dado num problema de física, e que o estudante garantia que sua resposta era absolutamente acertada. Pediram a opinião imparcial e fui eleito. de alguém Li a pergunta do exame que dizia: "Demonstre como é possível determinar a altura de um edifício com a ajuda de um barômetro". O estudante tinha respondido: - "Leve o barômetro ao terraço do edifício e amarra-lhe uma corda muito longa. Solte-o até a base do edifício, marque e meça. O tamanho da corda será o do edifício". Realmente, o estudante tinha proposto um sério problema com a resolução do exercício, porque tinha respondido à pergunta correta e completamente. Por outro lado, se lhe concedesse a máxima pontuação, poderia alterar a média de seu ano de estudos, obter uma nota mais alta e assim certificar seu alto nível em física; mas a resposta não confirmava que o estudante tivesse esse nível. Sugeri que se desse ao aluno outra oportunidade. Concedi-lhe seis minutos para que me respondesse a mesma pergunta mas desta vez com a advertência de que na resposta devia demonstrar seus conhecimentos de física. Tinham passado cinco minutos e o estudante não tinha escrito nada. Perguntei-lhe se desejava espairecer, mas me contestou dizendo que teria muitas respostas ao problema. Sua dificuldade era escolher a melhor de todas. Desculpei-me por interromper-lhe e pedi que continuasse. No minuto que restava escreveu a seguinte resposta: - "Pegue o barômetro e lançe-o ao solo do terraço do edifício, calcule o tempo da queda com um cronômetro. Depois aplique a fórmula da altura. Assim obterás a altura do edifício.” Neste ponto perguntei a meu amigo se o estudante podia retirar-se e disse ao estudante que sua nota era o valor total da prova . Logo depois, reencontrei-me, lá fora, com o estudante e pedi que me contasse suas outras respostas à pergunta. - “Bom...” - respondeu - ”...há muitas maneiras. Por exemplo, pegue o barômetro num dia ensolarado e meça a altura do barômetro e a longitude de sua sombra. Se medires a seguir a longitude da sombra do edifício e aplicares uma simples proporção, obterás também a altura do edifício.” Perfeito, disse-lhe, e de outra maneira? E ele prontamente: - “Este é um procedimento muito básico para medir a altura de um prédio, mas também serve. Neste método, pegue o barômetro e fique posicionado nas escadas do edifício no térreo. Então vá subindo as escadas enquanto marca a altura do barômetro e conte o número de marcas até o terraço. Multiplique, ao final, a altura do barômetro pelo numero de marcas e terá a altura. Este é um método muito simples e direto.” E continuando : - “No entanto, se o que quer é um procedimento mas sofisticado, pode amarrar o barômetro a uma corda e movê-lo como se fosse um pêndulo. Fisicamente pode-se supor que quando o barômetro esta à altura do terraço a gravidade é zero e se temos em conta a medida da aceleração da gravidade ao descer o barômetro em trajetória circular quando ele passar pela perpendicular do edifício, da diferença destes valores, é possível obter a altura do prédio . Mas enfim ... existem muitas outras. “Provavelmente, a melhor seja pegar o barômetro e bater na porta do apartamento do zelador e quando ele abrir dizer: Oh meu senhor, tenho aqui este barômetro muito legal e bonito. Se você me dizer a altura exata do prédio, dou-lhe de presente.” Neste momento da conversa, perguntei-lhe se não conhecia a resposta convencional do problema(a diferença de pressão marcada pelo barômetro em dois lugares diferentes nos permite saber a diferença de altura entre estes mesmos dois pontos). E ele respondeu: - “Evidente que sim, mas sempre durante meus estudos, todos meus professores me incitaram a pensar.” O estudante se chamava Niels Bohr, prêmio Nobel de física em 1922, mas conhecido por ser o primeiro a propor o modelo do átomo como conhecemos hoje em dia, com prótons, nêutrons e elétrons nas camadas. Foi fundamentalmente um inovador da teoria quântica. À margem da veracidade, do divertido e curioso personagem, o essencial da história é que haviam lhe ENSINADO A PENSAR. A geometria ... ensina a pensar? Que conhecimento geométrico deve ser trabalhado com crianças da Educação Infantil e EFI de modo que elas tenham oportunidade de desenvolver adequadamente noções de espaço e forma, pensando e desenvolvendo habilidades? Comumente o professor sugere apenas o reconhecimento das formas geométricas: quadrados, retângulos, triângulos e círculos usualmente com atividades para a criança pintar essas formas e nomeá-las. Quando a criança chega à escola, já traz um conhecimento geométrico construído em situações de brincadeiras, na interação com o outro e por meio da observação de objetos. Jogar bola, brincar de amarelinha, pular corda, jogar jogos de encaixe, dentre outros, são ações do dia a dia da criança mesmo antes da escola Nesse sentido, é fundamental que o professor reconheça e explore essas situações como forma de ampliar o conhecimento geométrico das crianças. Como ensinar geometria a criança sem perder de vista as suas vivências? Que metodologia o professor deve priorizar nesse nível de escolarização? Explorar a geometria a partir de situações simples do mundo da criança como, por exemplo, propor-lhe desafios, quebra-cabeça, jogos, pinturas e brincadeiras, corrobora para a aprendizagem significativa. Vamos fazer um teste ... Durante uma aula de Matemática, um professor propôs um desafio aos seus alunos: “Dobrando-se a planificação abaixo, reconstrói-se o cubo que a originou. Qual é a letra que fica na face oposta à que tem um X ?” Planificação O ponto de partida do trabalho com a geometria deve ser a exploração do espaço. Nessa fase de sua vida ela explora o mundo a sua volta e, aos poucos, cria formas de representá-lo por meio de imagens, de desenhos e pela linguagem. Registrar é Preciso ! Esses registros são importantes porque permitem ao professor compreender o caminho que a criança percorre ao explorar o espaço e o modo como expressa suas ideias. Enquanto se move no espaço e explora-o, a criança adquire noções intuitivas que são relevantes para a construção de sua competência espacial que consiste “na capacidade do indivíduo de transformar objetos em seu meio e orientar-se em meio a um mundo de objetos no espaço”. Na construção da noção de espaço a criança percorre um longo caminho que começa na percepção de si mesma, prossegue com sua percepção no espaço a sua volta para só depois representar esse espaço. Nesse processo de construção da percepção espacial ela passa por três importantes fases: a do vivido, a do percebido e a do concebido. Vivido : a criança constroi as noções espaciais por meio dos seus sentidos (visão, tato,...) e de seus próprios deslocamentos (rodear, engatinhar, rastejar, andar,...) Percebido: a criança já se torna capaz de pensar sobre determinados objetos, mesmo que eles estejam ausentes. O que representa a figura abaixo? 38 E agora que acrescentamos algumas letras? E se pintarmos as paredes, escondendo as arestas não visíveis? Assim? 40 Ou assim? 41 Concebido: O espaço concebido emerge quando ela consegue estabelecer relações espaciais entre os objetos por meio de suas representações. Qual dos personagens a seguir é maior? Jogos e brincadeiras... favorecem a exploração do espaço em três perspectivas: a) relações espaciais contidas nos objetos que são percebidas por meio do contato e da manipulação de objetos; b) as relações espaciais entre os objetos que diz respeito às noções de orientação relacionadas à proximidade, interioridade e direcionalidade; c) as relações espaciais entre os deslocamentos que podem ser desenvolvidas através da observação de pontos de referências. Etapas a) Discriminação visual: consiste em perceber as semelhanças e/ou diferenças entre os objetos. A classificação de formas, por exemplo, requer essa habilidade. b) Memória visual: permite a criança lembrar de um determinado objeto que não está mais sob seu campo de visão, descrevendo suas características. c) Coordenação visual-motora: possibilita olhar e agir ao mesmo tempo, ou seja, coordenar a visão com o movimento do próprio corpo d) Decomposição de campo ou percepção de figuras planas: consiste em isolar o campo visual em subpartes, ou seja, focalizar uma parte (ou uma figura específica) no todo. e) Constância perceptiva ou constância de forma e de tamanho: capacidade de perceber propriedades invariantes de um objeto, ou seja, a criança reconhecer que a forma e o tamanho de objetos não se modificam apesar das posições dos objetos parecerem modificados. f) Percepção das relações espaciais: possibilita ver dois ou mais objetos em relação a si próprios, em relação entre eles e em relação ao observador. g) Equivalência por movimento: capacidade de identificar que duas figuras são equivalentes, apesar do movimento. Enfim , Geometria nos faz enxergar ... Além disso ... A geometria nos permite ler ... nas linhas... nas entrelinhas... além das linhas... Obrigada !