Transcript Capitulo 9

Teoria da Contabilidade
Jorge Katsumi Niyama
César Augusto Tibúrcio Silva
Teoria da Contabilidade
Capítulo 9 – Contabilidade em
Ambientes Inflacionários
Objetivos do Aprendizado

O posicionamento do Iasb e Fasb sobre a
questão inflacionária

A metodologia da Lei 6.404

A metodologia da Correção Integral

A diferença entre o custo histórico e o
custo corrente.
Teoria da Contabilidade – Jorge Katsumi Niyama e César Augusto Tibúrcio Silva – Capítulo 9
Introdução

A moeda é a unidade básica de
mensuração da Contabilidade

A moeda não é constante no tempo em razão
das mudanças nos preços



Inflação
Deflação
Regulamentação



Iasb
Fasb
Brasil
Teoria da Contabilidade – Jorge Katsumi Niyama e César Augusto Tibúrcio Silva – Capítulo 9
Objetivo 1: Posição do Iasb e Fasb

Economia hiperinflacionária (IAS 39)





População prefere preservar seus recursos em
ativos não monetários ou moeda estrangeira
População quantifica os valores em outra
moeda (não a local), sendo os preços cotados
na moeda estrangeira
Transações a prazo possuem compensação
pela perda do poder de compra
Juros, salários e preços vinculados a um índice
de inflação
Taxa de inflação acumulada em três anos
aproxima-se ou excede a 100% no período
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Iasb e Fasb

Iasb => demonstrações contábeis
expressas em moeda corrente local à data
do balanço


Informações dos períodos anteriores devem
ser divulgadas em termos da data do balanço,
sendo usado um índice geral de preços
Nos EUA, origem no ARS 6 (1963)

Nas décadas de 1970 e 1980 estudos em razão
do aumento da inflação.
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Inflação e Contabilidade Brasileira
A experiência brasileira de tratamento das
demonstrações contábeis é rica em razão
da inflação.
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Inflação e Contabilidade Brasileira
1958 = Lei 3470 => permitia correção do
valor original do ativo imobilizado
 1964 = Lei 4357 => obrigação da
correção do imobilizado
 1964 = Lei 4506 => correção e tributação
 1965 = Lei 4728 => resultado da correção
poderia ser incorporado ao PL
 1976 = Lei 6404, Lei 1598 e Decreto-Lei
1483

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Inflação e Contabilidade Brasileira



Entre 1986 a 1994 uma série de legislações que
modificavam o tratamento das demonstrações
em situações inflacionárias.
A grande quantidade de legislação reflete o
aumento da inflação no período e planos
econômicos propostos para o combate à inflação
Com o Plano Real a correção monetária é extinta
para fins de demonstrações financeiras
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Objetivo 2: Metodologia da Lei
Societária
Correção do PL
Correção do Ativo
Terrenos = 9900
PL = 7.700
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Saldo de Correção Monetária
Simples e rápida correção das
demonstrações contábeis
 Problemas




Não correção dos estoques
Desconsideração do valor presente nas
operações a prazo
Subestimação do indexador
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Não correção dos estoques
E sto ques
T erreno s
A t ivo
1.000
9.000
10.000
E m pré stim o s
C ap ita l S o c ia l
P assivo + P L
3.000
7.000
10.000
s cm  i  (T errenos  C apital Social )
s cm  i  [( A tivo  E stoques )  ( A tivo  E m préstim o s )]
s cm  i  E m préstim o s  i  E stoques



O Scm corresponde a correção dos empréstimos
e a perda monetária com os estoques
O problema é que os estoques são ativos não
monetários
Os efeitos são maiores quando o prazo de
estocagem é longo
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Desconsideração do Valor Presente

Balanço Inicial
Bancos = 1.000
Terrenos = 9.000
Empréstimos = 3.000
Capital Social = 7.000
Prestação de serviço a prazo = $800.
Juros da operação de 14% por dois
períodos
 Valor à vista:(800/1,2996)=615,57
 Receita Financeira do período =
(800/1,14)-(800-1,2996)=86,18

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Desconsideração do Valor Presente
R eceita à V ista
D esp esa F in an ceira R eal
R eceita F in an ceira
P erda M on etária B an co s
L ucro L íquido
615,57
(150,0 0)
86,18
(100,0 0)
451,75
B an co s
1.00 0,00
V alo res a R eceb er
701,75
=450-0,1x3.000
=(800/1,2996)-(800/1,14)
=10%x1.000
E m p réstim o s
3.45 0,00
N om in al
800,00
C ap ital So cial
7.00 0,00
R eceita a T ran scorrer
-98,25
R eserva
700,00
L ucro
451,75
T erren o s
9.90 0,00
800-701,75
11.6 01,7 5
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11.6 01,7 5
Subestimação do Indexador

Em alguns anos, a variação do indexador
usado nas demonstrações contábeis
correspondeu a metade da inflação do ano



Uma empresa com ativo permanente maior
que o patrimônio líquido terá um Saldo menor
Isto teve efeitos contábeis, aumentando o
lucro tributado
Com a Lei 8200/91 o balanço de 1990 foi
refeito, com os efeitos contábeis levados a
“ajustes de exercícios anteriores”
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Objetivo 3: Correção Integral
Ápice da sofisticação do tratamento à
inflação na Contabilidade brasileira
 Resolvia dois problemas da Lei 6404



Estoques são ativos não monetários
Ajuste a Valor Presente
Passo importante em relação a qualidade
das demonstrações contábeis
 Exemplo: prestação de serviço a prazo de
$1.000, realizada em 15/11, para
recebimento em dois meses

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Correção Integral: Exemplo
Custo Histórico
15 de novembro – Prestação de
Serviço
D – Clientes
C – Receita de Prestação de
Serviços
1.000,00
15 de janeiro – Recebimento
D – Bancos
C – Clientes 1.000,00
Correção Integral
15 de novembro – Receita
D – Clientes
1.000,00
C – RFin a Transcorrer 173,55
C – Receita de Serviços 826,45
No final de novembro
D– RFin a Transcorrer
C – RFin com Clientes 40,34
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Correção Integral

Após o Plano Real, o número de empresas
que adotam essa metodologia é menor:



A correção integral representa um custo
elevado em termos operacionais
Os resultados apurados pela correção integral
talvez não sejam tão diferentes daqueles
apurados pelo custo histórico
Provavelmente o nível atual de inflação no
país não atrapalhe a qualidade da
informação contábil
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Custo Corrente
Pressupõe uma nova mensuração usando
preços de mercado
 Exemplo:




No final de janeiro = criação de uma empresa
com capital constituído por 10 unidades de
mercadorias, a $800,00 cada. Valor da UMC =
10
Final de Fevereiro = Valor da UMC = 10,10.
Valor do Estoque = 820
No dia 31 de março = venda de metade das
mercadorias, por $1.000 cada. Valor da UMC =
10,2. Valor do Estoque = 830
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Custo corrente
C usto H istórico
3 1 /jan
2 8 /fev
B ancos
E stoq ues
3 1 /m ar
5 .0 00 ,00
C apital
L u cro
3 1 /jan
2 8 /fev
3 1 /m ar
8 .0 00 ,00
8 .0 00 ,00
8 .0 00 ,00
-
-
1 .0 00 ,00
8 .0 00 ,00
8 .0 00 ,00
4 .0 00 ,00
8 .0 00 ,00
8 .0 00 ,00
9 .0 00 ,00
8 .0 00 ,00
8 .0 00 ,00
9 .0 00 ,00
2 8 /fev
3 1 /m ar
3 1 /jan
2 8 /fev
3 1 /m ar
8 .0 00 ,00
8 .0 00 ,00
8 .0 00 ,00
2 0 0 ,0 0
1 .1 50 ,00
8 .2 00 ,00
9 .1 50 ,00
C usto Corrente
3 1 /jan
B ancos
E stoq ues
5 .0 00 ,00
C apital
L u cro
8 .0 00 ,00
8 .2 00 ,00
4 .1 50 ,00
8 .0 00 ,00
8 .2 00 ,00
9 .1 50 ,00
=820x10
8 .0 00 ,00
=(820-800)x10
Custo corrente
C usto H istórico
=830x5
=(830-820)x5
C usto C orrente
M arço
F evereiro M arço
T rim estre
R eceita de Vendas
5.000,00
R eceita de Ve ndas
5.000,00
C u sto da M ercadoria
(4.000,00)
C u sto da M ercadoria
(4.150,00) (4.150,00)
L u cro do E xercício
1.000,00
L u cro C orrente
R esu ltado da E stocagem do M ês
=800x5
=5x1000
R esu ltado da E stocagem A nterior
L u cro do E xercício H istórico
5.000,00
850,00
850,00
50,00
50,00
100,00
1.000,00
100,00
1.000,00
R esu ltado N ão Realizado do M ês
200,00
50,00
250,00
R esu ltado Realizado A nterior
L u cro d o Período
200,00
(100,00)
950,00
(100,00)
1.150,00
=(820-800)x10
=50%x200
=(830-820)x5
Custo Corrente Corrigido – em UMC

É o uso do custo corrente levando em
consideração a variação de preços na
economia
C usto Corrente C orrigido – em
31/jan
UMC
28/fev
B ancos
E stoq ues
=8.000/10
31/m ar
31/jan
490,20
C apital
L u cro
800,00
811,88
406,86
800,00
811,88
897,06
=8200/10,1
=4000/10,2
=5000/10,2
28/fev
31/m ar
800,00
800,00
800,00
-
11,88
97,06
800,00
811,88
897,06
=8000/10
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Custo Corrente Corrigido – em UMC
F ev ereiro M arço
R eceita de Vendas
49 0 ,2 0
C u sto da M ercadoria
(4 06 ,86 )
T rim estre
4 9 0 ,2 0
(4 06 ,86 )
L u cro C orrente
8 3 ,33
8 3 ,33
R esu ltado da E stocagem do M ês*
0 ,9 2
0 ,9 2
R esu ltado da E stocagem A nterior*
L u cro do E xercício H istórico
5 ,9 4
9 0 ,20
5 ,9 4
9 0 ,20
R esu ltado N ão Realizado do M ês
R esu ltado Realizado A nterior
L u cro do Período
=811,88-800
=406,8650%x811,88
1 1 ,88
0 ,9 2
-
1 1 ,88
(5 ,9 4 )
8 5 ,18
12 ,8 0
(5 ,9 4 )
9 7 ,06
=(811,88800)/2
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Confronto entre os métodos

O custo histórico é objetivo e verificável.



Isso permite uma tranqüilidade ao usuário pois
reduz a arbitrariedade
Mas pode ficar distante do valor de mercado,
perdendo representatividade
O custo corrente pode corrigir a diferença
entre o valor de aquisição e o valor de
mercado

Mas certos itens não possuem um custo
corrente
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