Transcript Capitulo 4

Teoria da Contabilidade
Jorge Katsumi Niyama
César Augusto Tibúrcio Silva
Teoria da Contabilidade
Capítulo 4 – Arcabouço Teórico
no Brasil – CFC versus estrutura
básica da Contabilidade e a
criação do Comitê de
Pronunciamentos Contábeis
Objetivos do Aprendizado


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

Como se deu a inclusão do termo Princípios
Contábeis no Brasil
A existência de duas estruturas conceituais
Os Princípios Fundamentais de Contabilidade do
Conselho Federal de Contabilidade
A estrutura conceitual básica da CVM/Ibracon
O papel do Comitê de Pronunciamentos Contábeis
e a Estrutura Conceitual CPC/CVM
Teoria da Contabilidade – Jorge Katsumi Niyama e César Augusto Tibúrcio Silva – Capítulo 4
Introdução
Contabilidade brasileira tradicionalmente
vinculada à legislação tributária, à
legislação societária e as normas editadas
por organismos governamentais
 Fraca atuação dos órgãos de
classe/institutos voltados à profissão
contábil
 Ensino da contabilidade legalista

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Objetivo 1: A inclusão dos princípios na
norma brasileira
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Resolução CFC 321/72 e Circular 179/72 Bacen =
divulgada a expressão princípios contábeis sem
definir o que e quais eram os princípios
Resolução CFC 530/81 definiu os princípios
fundamentais de contabilidade
Resolução CFC 750/93 definiu sete princípios
Entretanto, as Normas Brasileiras de
Contabilidade do CFC e pronunciamentos do
Ibracon não têm força legal
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Os profissionais podem ser punidos pelo CFC, mas não
as empresas
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Objetivo 2: As estruturas conceituais

Fatores que favoreceram o arcabouço
teórico da Contabilidade no Brasil nas
décadas de 1960 e 1970:
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

Influência norte-americana nos ensino de
graduação
Lei 6.404/76
Criação da CVM
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Objetivo 2: As estruturas conceituais

Fatores que retardaram o arcabouço
teórico:
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


Ênfase ao ensino do método das partidas
dobradas, deixando de lado os princípios
contábeis
Ensino focado no como fazer e não como
pensar a Contabilidade
Inclusão tardia da disciplina de Teoria da
Contabilidade
Pouca valorização profissional dos princípios
Poucos cursos de pós-graduação
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As duas estruturas conceituais

Estrutura Conceitual
Básica da
Contabilidade
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
Professores da USP
Aprovado pelo Ibracon
e referendado pela CVM
Princípios Contábeis
Geralmente
Aceitos/Princípios
Fundamentais de
Contabilidade
Influência dos EUA

Estrutura Conceitual
do Sistema CFC/CRC
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


Origem na Resolução
CFC 530/81
Aprovado pelo Conselho
Federal de contabilidade
Princípios Fundamentais
de Contabilidade e
Normas Brasileiras de
Contabilidade
Escola européia
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Objetivo 3: Princípios Fundamentais do
CFC
Contabilidade é um ciência social
 Objeto é o Patrimônio das Entidades
 Princípios frutos do consenso (e não uma
verdade absoluta)
 Realidade Geográfica
 Obrigatório no exercício profissional

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Princípios Fundamentais do CFC
Entidade
 Continuidade
 Oportunidade
 Registro pelo Valor Original
 Atualização Monetária
 Competência
 Prudência

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Princípios da Entidade
Autonomia do patrimônio da entidade
 Ativos, passivos, receitas e despesas da
entidade não se mistura com dos sócios
ou acionistas
 Conceito de Entidade considera a
dimensão jurídica

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
Patrimônio está delimitado juridicamente
Autonomia é fundada na propriedade
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Princípios da Continuidade
A continuidade deve ser considerada na
classificação e avaliação das mutações
patrimoniais
 Na prática é difícil e o Conselho
estabeleceu alguns pressupostos
 Junto com Entidade, é a espinha dorsal
dos princípios

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Princípios da Oportunidade

Refere-se a tempestividade e integridade
do registro

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

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Feito de imediato
Com a extensão correta
Existir certeza de sua ocorrência
Reconhecimento das variações num período de
tempo determinado
Não se confunde com o Princípio da
Competência
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Princípios do Registro pelo Valor
Original

Os componentes do patrimônio devem ser
registrados pelos valores originais das
transações com o mundo exterior,
expressos em valor presente na moeda do
País




Valores de entrada
Uma vez registrado, o valor só pode ser
alterado
Compatível com a Atualização Monetária
Está sendo substituído gradativamente
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Princípios da Atualização Monetária
Os efeitos da inflação devem ser
reconhecidos nos registros contábeis
 Não representa nova avaliação, mas o
ajuste dos valores originais com aplicação
de indexadores
 Deve ser adotado quando a inflação
acumulada no triênio for de 100% ou mais

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Princípios da Competência
Receitas e despesas devem ser
consideradas no resultado do período em
que ocorrerem
 Desvincula a contabilidade das entradas e
saídas de caixa
 Uma vez identificada e reconhecida a
receita, a etapa seguinte é confrontá-la
com a despesa que contribuiu para sua
obtenção

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Princípios da Prudência

Adoção, sempre que existir alternativas
válidas para quantificação das mutações
patrimoniais:


Do menor valor para o Ativo
Do maior valor para o Passivo
Resulta no menor Patrimônio Líquido
 Diversas críticas ao princípio

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Princípios Fundamentais de
Contabilidade
Objetivo 4: Estrutura Conceitual Básica

Hierarquia conceitual:
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


Postulados = axiomas que não requerem a
comprovação
Princípios = diretrizes mais gerais
Convenções = normas e procedimentos que
restringem a aplicação dos princípios
Deve ser útil e objetivo
Estrutura Conceitual Básica
Postulados:
Entidade e Continuidade
Princípios:
Custo como Base de Valor, Realização de Receita e Confrontação com Despesa e
Denominador Comum Monetário
Convenções:
Objetividade, Materialidade, Consistência e Conservadorismo
Postulado da Entidade
Registros sejam mantidos para as
entidades como pessoas distintas do
sócios
 A escolha da entidade adequada vai
depender dos objetivos dos
demonstrativos e dos usuários
 Pode incluir o conceito legal de uma
empresa, uma divisão da empresa ou
grupo de empresas com interesse comum

Postulado da Continuidade
A não ser que haja forte evidências em
contrário, a Contabilidade pressupõe que a
entidade continuará a operar
indefinidamente, sem prazo previsto ou
determinado de duração
 A entidade é algo em movimento (going
concern)
 Caso ocorra a descontinuidade = uso do
valor de realização

Princípio do Custo (Histórico) como
Base de Valor
Conseqüência da continuidade
 O preço entre vendedor e comprador é a
melhor expressão do valor econômico
 Alguns países já admitiram a correção dos
valores originais, reconhecendo o efeito da
inflação


A correção do custo não invalida o princípio
Princípio da Realização da Receita e
Confrontação com a Despesa

O reconhecimento da receita ocorre
quando os produtos/serviços são
transferidos ao cliente



A maior parte do esforço em obter a receita já
ocorreu
Estabelece um valor objetivo para transação
Já se conhece as despesas
Não se pode reconhecer a receita sem que
haja a apropriação das despesas
 Não depende da entrada/saída de caixa

Princípio do Denominador Comum
Monetário

A Contabilidade registra somente fatos
que possam ser expressos em termos
monetários

Somente fatos de natureza financeira
A capacidade agregativa da Contabilidade
é a moeda
 A unidade monetária modifica-se no
tempo

Convenção da Objetividade
A contabilidade, entre diversas
alternativas, deve escolher a mais objetiva
 Os registros devem estar baseados em
evidências documentais



A contabilidade não incentiva o registro do
goodwill pois sua avaliação é subjetiva
Decorre da postura de neutralidade em
relação a diversos usuários
Convenção da Materialidade

Uma informação é material quando sua
omissão induz um julgamento errado da
situação da entidade


Difícil na prática pois depende do modelo
decisório de cada usuário
Importante na apuração de receita e
despesa

Aproximações de uma realidade complexa são
usadas pela contabilidade
Convenção da Consistência

Uma vez adotado uma critério, dentre os
aceitos pela Teoria, este não deve ser
mudado ao longo do tempo



Comparabilidade permite avaliar do
desempenho ao longo do tempo
A mudança deve estar acompanhada dos
efeitos nas demonstrações
Enfatizado pelos auditores
Convenção do Conservadorismo

Dentre duas alternativas relevantes, devese escolher o menor valor para o ativo e o
maior para o passivo.


Não antecipar receitas, mas reconhecer todas
despesas/perdas possíveis
Exemplo: avaliação dos estoques


Custo ou mercado, dos dois o menor
Pode ser danoso e irreal sua aplicação
Objetivo 5: Comitê de Pronunciamentos
Contábeis: papel e estrutura conceitual
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
Criado em outubro de 2005 (Resolução CFC
1055/05)
Composto por representantes
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Abrasca, Apimec, Bovespa, CFC, Ibracon e Fipecafi.
Membros convidados: Bacen, CVM, SRF e Susep
Criado em função da necessidade de
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

Promover a convergência internacional de normas
contábeis
Centralizar a emissão de normas contábeis
Ter uma representação e processos democráticos na
emissão de informações
CPC
Pode emitir pronunciamentos técnicos,
orientações e interpretações
 Apesar da Lei 11.638 não nomear o CPC,
a redação a possibilidade da unificação da
normatização contábil no Brasil
 Possui 4 coordenadorias:
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


Operações
Relações institucionais
Relações internacionais
Técnica
CPC: Estrutura Conceitual
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
Elaboração da Minuta inicial (M1) por um relator
Análise da Minuta inicial (M1) pelo Grupo de
Trabalho
Análise da Minuta (M2) pelo CPC
Análise da Minuta (M3) por órgão regulador
específico, convidado a opinar e participar
Audiência Pública
Revisão Final da Minuta (M4)
Apreciação Final do CPC
CPC: Estrutura Conceitual

Baseado no Iasb
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
Troca os postulados/princípios/convenções
por pressupostos básicos:
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

Substitui a Estrutura do Ibracon
Regime de Competência
Continuidade
Características qualitativas das
informações contábeis e limitações
Características Qualitativas e Limitações
Compreensibilidade
Relevância
Confiabilidade
Custo-Benefício
Tempestividade
Características
Qualitativas
Comparabilidade