(UEL) Leia o texto a seguir. Homero, sendo digno de louvor por

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QUESTÕES DE FILOSOFIA
1) (UEL) Leia o texto a seguir.
Homero, sendo digno de louvor por muitos motivos, é-o em especial porque é o único poeta
que não ignora o que lhe compete fazer. De fato, o poeta, em si, deve dizer o menos possível,
pois não é através disso que faz a imitação. Os outros intervêm, eles mesmos, durante todo o
poema e imitam pouco e raramente. Ele, pelo contrário, depois de fazer um breve preâmbulo,
põe imediatamente em cena um homem, uma mulher ou qualquer outra personagem e
nenhum sem caráter, mas cada uma dotada de caráter próprio.
(ARISTÓTELES. Poética. Trad. A. M. Valente. Lisboa: Calouste Gulbenkian, 2004. p. 94-95.)
Com base no texto e nos conhecimentos sobre a mímesis em Aristóteles, assinale a
alternativa correta.
a) As personagens devem aparecer agindo menos e o poeta falando mais, como faz Homero.
b) Ao intervir muito no poema, sem colocar personagens, o poeta imita com qualidade
superior.
c) Ao dizer o menos possível, Homero coloca as personagens em ação e assim ele é mais
imitador.
d) Homero é elogiado por iniciar seus poemas com breves preâmbulos e pouco se referir a
personagens em ação.
e) O poeta deve fazer uma breve introdução e iniciar a ação narrando sem necessidade de
personagens.
OBS: SOBRE MÍMESIS ou MIMESE, acessem este endereço:
http://www.edtl.com.pt/index.php?option=com_mtree&task=viewlink&link_id=1551&Itemi
d=2
2) (UEL) Leia o texto a seguir.
É precisamente nos ritmos e nas melodias que nos deparamos com as imitações mais perfeitas
da verdadeira natureza da cólera e da mansidão, e também da coragem e da temperança, e de
todos os seus opostos e outras disposições morais (a prática prova-o bem, visto que o nosso
estado de espírito se altera consoante a música que escutamos).
(Aristóteles. Política. Ed: bilíngue. Trad. A. C. Amaral e C. C. Gomes. Lisboa: Vega, 1998. Livro VIII, p. 579.)
Com base no texto e nos conhecimentos sobre música e a teoria política de Aristóteles,
considere as afirmativas a seguir.
I. A música pode incitar um certo estado de espírito, por isso deve-se escolher aquela que
forme bem o caráter do cidadão.
II. A música, por ter ritmo e melodia, incita paixões e mesmo qualidades éticas, sendo
desnecessário cuidar de sua escolha.
III. A música é a arte que melhor imita paixões e qualidades éticas, por isso ela é importante
para a formação do cidadão.
V. A música incita a formação das virtudes e deve também ser estendida aos estratos
inferiores da sociedade.
Assinale a alternativa correta.
a) Somente as afirmativas I e II são corretas.
b) Somente as afirmativas I e III são corretas.
c) Somente as afirmativas III e IV são corretas.
d) Somente as afirmativas I, II e IV são corretas.
e) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas.
3) (UEL) Leia o texto a seguir.
A virtude é, pois, uma disposição de caráter relacionada com a escolha e consiste numa
mediania, isto é, a mediania relativa a nós, a qual é determinada por um princípio racional
próprio do homem dotado de sabedoria prática.
(Aristóteles. Ética a Nicômaco. Trad. de Leonel Vallandro e Gerd Bornheim. São Paulo: Abril
Cultural, 1973. Livro II, p. 273.)
Com base no texto e nos conhecimentos sobre a situada ética em Aristóteles, pode-se dizer
que a virtude ética
a) reside no meio termo, que consiste numa escolha situada entre o excesso e a falta.
b) implica na escolha do que é conveniente no excesso e do que é prazeroso na falta.
c) consiste na eleição de um dos extremos como o mais adequado, isto é, ou o excesso ou a
falta.
d) pauta-se na escolha do que é mais satisfatório em razão de preferências pragmáticas.
e) baseia-se no que é mais prazeroso em sintonia com o fato de que a natureza é que nos
torna mais perfeitos.
4) (UEL) Leia os textos a seguir.
Aristóteles, no Livro IV da Metafísica, defende o sentido epistêmico do princípio de não
contradição como o princípio primário, incondicionado e absolutamente verdadeiro da
“ciência das causas primeiras”, ou melhor, o princípio que se apresenta como fundamento
último (ou primeiro) de justificação para qualquer enunciado declarativo em sua pretensão de
verdade.
“É impossível que o mesmo atributo pertença e não pertença ao mesmo tempo ao mesmo
sujeito, e na mesma relação. [...] Não é possível, com efeito, conceber alguma vez que a
mesma coisa seja e não seja, como alguns acreditam que Heráclito disse [...]. É por esta razão
que toda demonstração se remete a esse princípio como a uma última verdade, pois ela é, por
natureza, um ponto de partida, a mesma para os demais axiomas.”
(ARISTÓTELES. Metafísica. Livro IV, 3, 1005b apud FARIA, Maria do Carmo B. de. Aristóteles: a plenitude como
horizonte do ser. São Paulo: Moderna, 1994. p. 93.)
Com base nos textos e nos conhecimentos sobre Aristóteles, é correto afirmar:
a) Aqueles que sustentam, com Heráclito, conceber verdadeiramente que propriedades
contrárias podem subsistir e não subsistir no mesmo sujeito opõem-se ao princípio de não não
contradição.
b) Pelo princípio de não contradição, sustenta-se a tese heracliteana de que, numa enunciação
verdadeira, se possa simultaneamente afirmar e negar um mesmo predicado de um mesmo
sujeito, em um mesmo sentido.
c) Nas demonstrações sobre as realidades suprassensíveis, é possível conceber que
propriedades contrárias subsistam simultaneamente no mesmo sujeito, sem que isso incorra
em contradição lógica, ontológica e epistêmica.
d) Para que se possa fundamentar o estatuto axiomático do princípio de não contradição,
exige-se que sua evidência, enquanto princípio primário, seja submetida à demonstração.
e) Com o princípio de não contradição, torna-se possível conceber que, se existem duas coisas
não idênticas, qualquer predicado que se aplicar a uma delas também poderá ser aplicado
necessariamente à outra.
5) (UEM)
“Para referir-se à palavra e à linguagem, os gregos possuíam duas palavras: mythos e
lógos.Diferentemente do mythos, lógos é uma síntese de três ideias: fala/palavra,
pensamento/ideia e realidade/ser. Lógos é a palavra racional em que se exprime o
pensamento que conhece o real. É discurso (ou seja, argumento e prova), pensamento (ou
seja, raciocínio e demonstração) e realidade (ou seja, as coisas e os nexos e as ligações
universais e necessárias entre os seres). [...] Essa dupla dimensão da linguagem (como mythos
e lógos) explica por que, na sociedade ocidental, podemos comunicar-nos e interpretar o
mundo sempre em dois registros contrários e opostos: o da palavra solene, mágica, religiosa,
artística e o da palavra leiga, científica, técnica, puramente racional e conceitual.” (CHAUÍ, M.
Convite à Filosofia. São Paulo: Ática, 2011, p. 187-188).
A partir do texto, assinale a(s) alternativa(s) correta(s).
01) O mythos é uma linguagem que comunica saberes e conhecimentos.
02) As coisas próprias do domínio religioso são inefáveis, ou seja, não podem ser pronunciadas
e ditas pela linguagem humana.
04) O mythos não possui o mesmo poder de convencimento e de persuasão que o lógos.
08) O lógos é, ao mesmo tempo, o exercício da razão e sua enunciação para os seres humanos.
16) O lógos é muito mais do que a palavra, é a expressão das qualidades essenciais do ser, a
possibilidade de conhecer as coisas nos seus fundamentos primeiros.
6) (UEM)
Para Jean Pierre Vernant, o nascimento da filosofia, apesar de ser considerado um “milagre”
grego, está ligado a condições históricas bem definidas. Entre as novidades materiais da época,
destacam-se a moeda e a escrita, e, no plano político, a isonomia e a isegoria.
Sobre o surgimento da filosofia na Grécia, assinale o que for correto.
01) O surgimento da filosofia pode ser entendido como passagem da palavra mágica (inspirada
por deus) à palavra dialogada (discutida pelos homens).
02) A ágora, ou praça pública, é um lugar de debate político onde se discutiam os interesses
dos cidadãos.
04) A assembleia dos guerreiros, que dava aos participantes direitos iguais, é considerada um
modelo de isonomia e de isegoria.
08) A economia pré-monetária e a oralidade marcam um modelo de pensamento mítico e
concreto.
16) Os primeiros filósofos são os sofistas, que apresentam, na academia de Atenas, um
compêndio de fragmentos sobre a metafísica.
7) (UEM)
Protágoras de Abdera (480-410 a.C.) é considerado um dos mais importantes sofistas. Ensinou
por muito tempo em Atenas, sendo atribuído à sua autoria a seguinte máxima da filosofia: “O
homem é a medida de todas as coisas”.
Sobre Protágoras e os sofistas, assinale o que for correto.
01) De forma semelhante a pensadores contemporâneos, os sofistas problematizam a
multiplicidade de perspectivas do conhecimento.
02) O relativismo de Protágoras pode ser defendido filosoficamente a partir da percepção do
movimento, tese já defendida anteriormente por Heráclito.
04) Platão e Aristóteles contrapuseram-se aos sofistas, ao não defender o homem como
medida de todas as coisas.
08) Em razão de seu humanismo, atribui-se a Protágoras a inversão coperniciana, isto é, a tese
de que não é o sol que gira em torno da Terra, mas a Terra que gira em torno do sol.
16) O saber contido na frase de Protágoras é prático, além de teórico, ou seja, mobiliza o
campo da filosofia para a retórica.
8) (ENEM 2013)
“A felicidade é, portanto, a melhor, a mais nobre e a mais aprazível coisa do mundo, e esses
atributos não devem estar separados; como na inscrição existente em Delfos, ―das coisas, a
mais nobre é a mais justa, e a melhor é a saúde; porém a mais doce é ter o que amamos‖.
Todos estes atributos estão presentes nas mais excelentes atividades, e entre essas a melhor
nós identificamos como a felicidade”.
ARISTÓTELES. A política. São Paulo: Cia. Das Letras, 2010
Ao reconhecermos na felicidade a reunião dos mais excelentes atributos, Aristóteles a
identifica como
a) busca por bens materiais e títulos de nobreza.
b) plenitude espiritual e ascese pessoa.
c) finalidade das ações e condutas humanas.
d) conhecimento de verdades imutáveis e perfeitas.
e) expressão do sucesso individual e reconhecimento político.
9) (ENEM)
Para Platão, o que havia de verdadeiro em Parmênides era que o objeto de conhecimento é
um objeto de razão e não de sensação, e era preciso estabelecer uma relação entre objeto
racional e objeto sensível ou material que privilegiasse o primeiro em detrimento do segundo.
Lenta, mas irresistivelmente, a Doutrina das Ideias formava-se em sua mente.
ZINGANO, M. Platão e Aristóteles: o fascínio da filosofia. São Paulo: Odysseus, 2012 (adaptado).
O texto faz referência à relação entre razão e sensação, um aspecto essencial da Doutrina
das Ideias de Platão (427 a.C. 346 a.C.). De acordo com o texto, como Platão se situa diante
dessa relação?
a) Estabelecendo um abismo intransponível entre as duas.
b) Privilegiando os sentidos e subordinando o conhecimento a eles.
c) Atendo-se à posição de Parmênides de que razão e sensação são inseparáveis.
d) Afirmando que a razão é capaz de gerar conhecimento, mas a sensação não.
e) Rejeitando a posição de Parmênides de que a sensação é superior à razão.
10) (UFF – RJ)
A respeito das diferentes concepções de ciência e verdade em Platão e Aristóteles, assinale a
alternativa falsa:
a) Aristóteles considerou a lógica como uma disciplina de preparação (propedêutica) para o
melhor desenvolvimento das ciências.
b) O único ponto de continuidade entre o pensamento platônico e o aristotélico acerca do
conhecimento era que ambos consideravam os sentidos como a fonte de toda a confusão (que
conduzem à doxa – opinião).
c) À diferença de Platão, para quem a dialética era o único método válido, Aristóteles
distinguia a dialética da analítica. Para ele, a dialética só comprova as opiniões por sua
consistência lógica, ao passo que a analítica trabalha de forma dedutiva, a partir de princípios
que se apoiam sobre uma observação precisa.
d) No Órganon, Aristóteles expõe um método positivo para a ciência, que permite considerá-la
um saber demonstrável: só se pode chamar de ciência aquilo que é metódico e sistemático, ou
seja, lógico.
e) No conjunto de obras que formam o Órganon aparecem primeiramente "Categorias", a
seguir "Sobre a interpretação", "Analíticos" (Primeiros e Segundos), "Tópicos" e finalmente
"Elencos sofísticos".