Transcript Objeto ritualístico / funcional / estético
OBJETO RITUALÍSTICO / FUNCIONAL / ESTÉTICO
QUANDO E POR QUEM UM OBJETO SE TORNA ARTE?
Diversos objetos que hoje conhecemos como obras de arte expostas em museus e que a crítica, o público e os historiadores confirmam seu “valor artístico”, reconhecendo nelas “propriedades estéticas”, nem sempre foram arte.
Muitos objetos, para as culturas das quais eles se originam, não são obras de arte, e sim instrumentos de magia, culto ou uso cotidiano.
Conforme vamos nos distanciando de seus significados originais, vamos atribuindo-lhes significados relativos à nossa cultura.
Nem sempre podemos separar essas funções ou esses significados dos objetos, basta nos aproximarmos deles e descobrirmos novos significados.
Opá Osanuin Gbegá 1995. Magnífico cetro da vegetação com serpentes. Nervura de palmeira, couro, búzios e contas, 91x43x12 cm. Foto: Fernando Chaves
"Lança Misteriosa" (1993) de Mestre Did
Como escultor, escritor, ensaísta e curador, Deoscoredes M. dos Santos, ou Mestre Didi, de 83 anos, é um representante da cultura afro brasileira. Como sumo sacerdote do culto aos ancestrais Egungun, Didi é o interlocutor entre os vivos e os mortos. Se, por um lado, sua arte é um feixe de luz sobre mitos e tradições ancestrais, sua palavra permanece sob um invólucro de santidade. “Ele fez um juramento que lhe privou de falar em público, fora do recinto religioso. O seu dizer não pode ser deturpado”, explica sua esposa, a antropóloga Juana Elbein dos Santos, designada sua porta-voz.
Escolha um objeto da sala de aula e transforme-o em uma obra exposta num museu. Crie novos significados, invente situações e descreva esta exposição.