A história pessoal

Download Report

Transcript A história pessoal

A HISTÓRIA
PESSOAL: FATORES
EXTERNOS E
INTERNOS
1.
2.
3.
História pessoal
Papel dos significados
Auto-organização
1. HISTÓRIA PESSOAL
• Nós temos uma identidade
específica ( reconhecemo-nos
como humanos)
• Fazemos parte de uma cultura e
de uma sociedade ( identidade
cultural)
O que nos torna únicos?
História pessoal
Um dos aspectos intrigantes da identidade pessoal (da
personalidade) é este: por que razão pessoas que crescem em meios
semelhantes se desenvolvem de modo tão diferente? Por exemplo,
investigadores estudaram uma família composta por duas
raparigas, um rapaz e respectivos pais. A mãe sofria de
esquizofrenia paranóide, estando convencida de que um dos
membros da família procurava envenená-la. Por isso mesmo, só
fazia as refeições em restaurantes. Uma das filhas desenvolveu
temores semelhantes, recusando-se, também, a comer a não ser em
restaurantes. A outra rapariga somente comia em casa se o pai
estivesse presente. Licenciou-se e levou uma vida normal. O rapaz
não padeceu destes temores familiares. Desde os sete anos de
idade, sempre fez as refeições em casa, não mostrando quaisquer
sinais de ansiedade. Licenciou-se e seguiu uma carreira profissional
bem sucedida.
História pessoal
A investigação tem mostrado que algumas crianças que
viveram experiências traumáticas à medida que iam
crescendo se tornaram delinquentes ou dependentes de
drogas; outras tornaram-se pessoas propensas a
depressões nervosas e a desordens alimentares (anorexia,
bulimia); outras, expostas a semelhantes condições, não
evidenciaram qualquer perturbação comportamental,
desenvolvendo-se equilibradamente.
Quer os psicólogos consigam ou não compreender
cientificamente aquilo que realmente faz de nós aquilo que
somos, cada um de nós tem uma vasta colecção de
conhecimentos acerca de características individuais.
História pessoal
De certeza que algum de nós já verificou que, ao contar uma
anedota a dois amigos, um deles reage à gargalhada,
enquanto o outro nem sorri. Reacções tão diversas são
frequentes noutras situações sociais. Quando apresentado a
uma atraente jovem, um rapaz pode sorrir de forma educada
e retomar o trabalho que estava a realizar; outro pode,
timidamente, evitar olhá-la nos olhos; outro pode pedir-lhe o
número de telefone.
A experiência quotidiana e a investigação psicológica
coincidem num ponto: a singularidade de cada indivíduo
humano e das suas respostas às situações. Estas
características únicas parecem ser os aspectos estáveis e
duráveis da nossa identidade pessoal».
Richard Bootzin, Psychology Today - An lntroduction, McCraw-Hill, 7. a edição, 1991, p. 502 (Traduzido e
adaptado)
IDENTIDADE PESSOAL
• Em cada indivíduo convergem múltiplas
influências de ordem biológica, social e cultural.
• A nossa identidade pessoal (a que se pode
chamar personalidade) é a história do modo
como vivemos, interpretamos e interiorizamos
as experiências que, sobre um fundo biológico e
sociocultural, marcam o nosso
desenvolvimento.
1. HISTÓRIA PESSOAL
• Cada um tem uma história de vida singular que marca a nossa
identidade individual;
• Constituída por acontecimentos localizados no tempo e
espaço;
• É uma história irrepetível…PORQUÊ?
Cada um constrói a sua
história, vivendo-a
experienciando-a
2. SIGNIFICADOS
• A ligação que cada um estabelece com as
experiencias faz-se através dos SIGNIFICADOS
que cada um lhes atribui.
• É no SIGNIFICADO que se realiza a síntese entre
a singularidade de cada pessoa e a sua situação
ou contexto (biológico ou sociocultural).
• Pessoas diferentes dão significados diferentes a
experiencias semelhantes.
SUBJETIVIDADE na forma como as situações
e acontecimentos são vividos e encarados
A história pessoal desenrola-se na relação
entre o que é objetivamente percebido e
subjectivamente construído
O CASO DAS GÉMEAS
IDÊNTICAS JUNE E JENNIFER
Aubrey Gibbons emigrou com a família em 1963 da sua região
natal, Barbados, para Inglaterra. Na época era pai de quatro
crianças, incluindo as duas gémeas June e Jennifer. Quando
crianças, as gémeas apresentavam problemas de fala e a
maioria das pessoas tinha dificuldades em entendê-las. Este
facto pode ter contribuído para as brincadeiras maldosas de
que foram alvo na escola por parte dos colegas. Contudo,
pareceu evidente aos investigadores que se ocuparam deste
caso que a maior razão para serem ridicularizadas residia no
facto de, na altura, serem as únicas crianças negras da sua
escola. Por volta dos 11 anos as duas crianças fizeram um
pacto: não se comunicarem com ninguém. Não falavam nem
mantinham contacto visual com professores, colegas ou,
inclusivamente, com outros membros da comunidade e da
família.
O CASO DAS GÉMEAS
IDÊNTICAS JUNE E JENNIFER
Falavam apenas uma com a outra, numa língua criada por si e em
grande parte ininteligível para os outros. Diversos especialistas
tentaram sem sucesso que as meninas falassem. Como medida
drástica, aos 14 anos, as gémeas foram separadas e enviadas para
internatos diferentes. O resultado foi desastroso. O isolamento autoimposto fundira as suas duas identidades: tinham-se tornado uma e
separá-las pouco fez pela sua reabilitação social. Mais tarde,
novamente reunidas, as gémeas cometeram uma série de crimes,
foram condenadas e enviadas para uma prisão de alta segurança, onde
permaneceram 14 anos. Jennifer morreu de um estranho problema
cardíaco, poucas horas depois da sua libertação e June mora
actualmente numa casa para ex-pacientes e ex-detidos, ainda
traumatizada pelas suas experiências infantis.
• GAZZANIGA, M. e HEATHERTHON, T. (2005), Ciência Psicológica,
págs. Porto Alegre: Artes Médicas (Resumo).
O CASO DAS GÉMEAS
IDÊNTICAS JUNE E JENNIFER
• Este caso levanta, por um lado, uma série de questões
intrigantes relacionadas com os processos de socialização e de
individuação.
• Mostra também a importância crucial da experiência vivida e
significados que cada indivíduo lhe atribui na construção e
organização da sua história pessoal.
• A forma como cada um processa, interpreta, atribui
significados e organiza, íntima e subjectivamente - autoorganização - a informação sobre os acontecimentos, os
outros e sobre si mesmo um impacto indiscutível sobre a sua
vida inter e intrapessoal.
3. AUTO-ORGANIZAÇAO
Os seres humanos são seres auto-organizados porque tem
a capacidade de integrar as suas experiências na suas
histórias pessoais, de as organizar e de lhes atribuir um
significado.
Não somos simplesmente o que herdámos, o que nos
ensinaram ou o que experimentámos: SOMOS A RESPOSTA
POSITIVA OU NEGATIVA A TODOS ESSES FATORES