Visões e Conceitos Históricos da Educação Comparada

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Transcript Visões e Conceitos Históricos da Educação Comparada

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Segundo Ferreira (1999) há uma certa
dificuldade
concretos
em
na
estabelecer
história
da
períodos
Educação
Comparada. Dado isto, o autor efectuou
uma síntese periódica da E.C. através de
alguns autores que considerou essenciais.
Este autor divide a pedagogia em dois
períodos:
 Pedagogia do estrangeiro;
 Pedagogia comparada.

Consistia em viagens de investigação ao
estrangeiro, nas quais se observava a
estrutura educativa dos países vizinhos,
que era depois comparada com a
pedagogia do nosso próprio país.

Este tipo de pedagogia foi desenvolvida
já no século XX e visava a observação
dos factos pedagógicos propriamente
ditos,
isto
fundamentais.
é,
os
seus
factores
Bereday determinou três períodos:
 Período do Empréstimo;
 Período da Previsão;
 Período da Análise.

Apresentação de dados descritivos que
iriam
permitir
a
comparação
e
avaliação das rotinas educativas para
as utilizar depois em outros países.

Esta fase foi iniciada por Michael Sadler na primeira
metade do século XX.

Sadler inseriu o pensamento de que o sistema educativo
não é um conceito à parte da sociedade.

Os “sucessores” de Sadler, focaram-se nas bases da
educação, assim, conseguiam prever o potencial êxito
de um determinado sistema educativo baseando-se nas
experiências de outros países.

Neste período foi dada especial atenção à
classificação dos factos educativos e sociais.

O objectivo era a criação de teorias e
métodos que permitissem formular etapas
para efectuar o processo de comparação,
para que esta fosse menos centrada em
valores ético-emocionais.
Vexlieard
aponta
quatro
históricos:
 Etapa estrutural;
 Os “inquiridores”;
 Sistematizações teóricas;
 Período prospectivo.
períodos

Esta
etapa
é
marcada
pela
obra
Esquisse (1817), de Jullien de Paris, na
qual
se
encontram
“arquitecturais”,
ou
os
seja,
princípios
as
bases
metodológicas dos estudos comparados
em educação.

Esta fase decorreu entre 1830 a 1914, na
qual eram enviados inquiridores para
viajarem pela Europa e Estados Unidos,
com o propósito de efectuarem o
estudo dos sistemas de ensino vigentes
nesses países.

Este período decorreu desde 1920 a
1940 e foi assinalado pelos trabalhos de
Kandel,
Schneider,
Hans
e
outros
investigadores.

Foi também conhecido pelo período
das preocupações históricas.

Surgiu
após
a
II
Guerra
Mundial,
particularmente depois de 1955, numa
fase em que os estudos comparados em
educação
começaram
centrados no futuro.
a
estar
Apresentam cinco fases históricas:
 Período dos viajantes;
 Período dos inquiridores;
 Período de colaboração internacional;
 Período de “forças e factores”;
 Período das ciências sociais.

Este período caracterizou-se por estudos
assistemáticos, que foram ocasionados
pela curiosidade, dos quais resultavam
observações
planeadas.
subjectivas
e
mal

Este período decorreu no século XIX,
durante
viajavam
o
qual
para
o
os
investigadores
estrangeiro
para
recolher dados que pudessem ajudar a
melhorar o sistema educativo do seu
próprio país.

Relativamente a esta fase, pretendia-se
uma
permuta
intercultural,
pois
a
educação era encarada como um elo
de ligação entre nações.

Este período decorreu entre a I e II Guerra
Mundial.
Deu
ênfase
à
relação
educação/cultura, procurando explicações
para os vários fenómenos educativos nos
diferentes países.

Tentou
também
escola/sociedade
histórico-culturalista.
entender
a
relação
através
da
análise

Nesta etapa são utilizados métodos
empírico-quantitativos, com a intenção
de atribuir explicações científicas à
relação escola/sociedade, num plano
mundial.
Este autor sugeriu as seguintes etapas:
 Etapa de Jullien de Paris;
 Etapa descritiva;
 Etapa interpretativa;
 Etapa comparativa.

Julien,
ficou
conhecido
como
o
“pai
da
Educação
Comparada”, especialmente porque foi pioneiro nesta área
e destacou os seguintes aspectos:
 Importância que tem o manobrar de uma metodologia empírica e
científica;
 Necessidade de executar utensílios que servem tal finalidade;
 Importância de factores exteriores sobre a educação;
 A relevância que tem o conhecimento da educação noutros
países;
 O tributo da Educação Comparada na evolução da educação no
mundo.

O objectivo neste período era o de entender a
organização
do
ensino
desenvolvidos,
para
depois
nos
países
aproveitar
os
pontos positivos em benefício do nosso país.

F.W.Thiersch publicou uma obra em 1838, na
qual analisava os sistemas educativos de
alguns países europeus, mas sobretudo chama
atenção para as cautelas a serem tomadas
ao realizar tais descrições.

Ainda
nesta fase, Mathew Arnold,
através das suas várias publicações
preveniu sobre o risco da imitação de
aspectos
isolados,
consideração
os
tornaram possíveis.
sem
se
ter
contextos
em
que

Esta etapa tem o seu início em 1900, na qual tiveram
origem alguns acontecimentos de relevo para a E.C.

A organização de um curso universitário de E.C. na
Universidade da Colômbia, a cargo de James E.
Russel.

Michael
Sadler
publicou
um
texto
onde
se
manifestava acerca da utilidade da E.C. para a
percepção do sistema educativo nacional.

Sadler deu importantes contributos à E.C. tais
como:
 A importância de entender a alma e a tradição dos
sistemas educativos;
 O interesse do estudo dos sistemas educativos
estrangeiros para um melhor entendimento do
nosso.
 A necessidade de estudo da vertente sociológica,
relacionada com a educação;
 O inconveniente da E.C. se tornar cativa da
estatística, dado que se tende a ligar a educação à
escola.

Os pedagogos desta época questionaramse
sobre
educativos
as
e
causas
dos
tentaram
fenómenos
interpretá-los
usando as seguintes abordagens:
 Interpretativo-histórica (dava especial atenção
aos factores históricos);
 Interpretativo-antropológica (dava atenção aos
factores endógenos: cultura, ciência e religião);
 Interpretativo-filosófica (dava ênfase às bases
teorico-ideologicas dos sistemas educativos).

Após a II Guerra Mundial, originou-se um
período
de
abordagens
muito
diversificadas:
 Abordagem positivista;
 Abordagem de resolução de problemas;
 Abordagem crítica;
 Abordagem sócio-histórica.

Brian Holmes é o comparatista mais importante desta
abordagem.

Holmes diz que é necessário partir de problemas específicos e
procurar as resoluções mais apropriadas.

O autor estabeleceu as seguintes fases:
 Análise dos problemas;
 A formulação da hipótese;
 Descrição das condições iniciais do problema;
 Previsão lógica dos resultados possíveis a partir das hipóteses;
 Comparação dos resultados previstos com os acontecimentos reais.

Este tipo de abordagem é essencialmente
descritiva e não possui uma dimensão histórica
nem explica os factos.

Na década de 60 emerge a perspectiva
estrutural-funcionalista a qual pretende ligar as
estruturas
e
a
função
das
instituições
educacionais com as instituições sociais.

No início dos anos 70, a escola passou a ser
encarada
como
um
dos
instrumentos
mais
importantes do Estado.

Martin Carnoy foi o pioneiro desta abordagem e
procurou
explicar
«as
bases
estruturais
da
desigualdade educacional» utilizando a análise da
expansão diferenciada da educação escolar, que ia
de encontro aos interesses da classe imperante e à
escala mundial.

Na última década do séc. XX, fomentou-
se a ideia de que a complexidade da
realidade não pode ser explicada de
forma única, objectiva e neutra.

Esta abordagem procura essencialmente
comparar a análise dos factos à análise do
sentido histórico dos mesmos.
FIM! 