Grupo José Abreu – Perspectivas da Educação Comparada
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Transcript Grupo José Abreu – Perspectivas da Educação Comparada
Perspectivas da Educação
Comparada
Mónica Campanário, Maria José,
Hélder Camacho, José Abreu
O percurso que a Educação comparada tomou na
história é complexo pois sofreu várias abordagem,
tem várias visões e múltiplos conceitos.
• Friedrich Schneider :
Divide a E.C. em dois períodos:
A Pedagogia do Estrangeiro (estudar os
Sistemas educativos estrangeiros para depois
poder comparar com o S.E. do próprio pais)
A pedagogia Comparada ( decorre durante o
séc. XX e trata da explicação dos factos
pedagógicos)
• George Bereday
Identifica a E.C. em três períodos:
Empréstimo (Avaliação das práticas educativas
estrangeiras e aplicação em outros países.)
Predição (Previsão de que os sistemas educativos não
podem ser dissociados das dimensões a ele
subjacentes)
Análise (identificação dos factos educativos e sociais
por intermédio de teorias e métodos)
• Alexandre Vexliard
Aponta quatro períodos distintos na E.C.
1º Etapa estrutural (Obra Esquisse de Marc-Antoine
Jullien de Paris publicada em 1817)
2º Inquiridores (De 1830 a 1914, investigadores que
percorriam a Europa e os Estados Unidos para
estudar os sistemas de ensino)
3º Sistematizações teóricas (Período das
preocupações históricas desde 1920 a 1940, kandal,
Sheneider, Hans)
4º Prospectivo (após 2ª guerra mundial, estudos de
E.C. voltados para o futuro)
• Noah e Eckstein
Dividem a E.C. em cinco períodos:
1- Viajantes (trabalhos assistémicos que relatavam
as diferenças dos S.E. Estrangeiros em relação ao
que se vivia no país do observador)
2- Inquiridores (séc. XIX, recolha de dados de S.E.
estrangeiros que pudessem ser benéficos para o
S.E. do observador)
3- Colaboração internacional (intercâmbio cultural
como factor educativo que favorece o
entendimento e a harmonia entre as nações)
• Noah e Eckstein
4- Forças e factores - Período que se centra entre as
duas grandes guerras mundiais caracterizado
por:
- Uma dinâmica de relações entre educação e cultura
- com vista a explicação de fenómenos educativos;
- Uma análise histórico-culturalista das relações entre a
escola e a sociedade;
- Uma explicação de presente como o resultado obtido
do passado
5- Explicação das ciências sociais (Procura-se
compreender cientificamente, por intermédio de
métodos empírico-quantitativos, as dinâmicas
entre escola e sociedade)
• Ferran Ferrer
Destingue quatro etapas:
1ª Julien de Paris (Pai da E.C., autor da obra,
Esquisse et vues préliminaires d´un ouvrage sur
l´éducation comparée)
2ª Etapa descritiva
Conhecer a organização do ensino noutros países,
importar os aspectos mais relevantes;
Descrição do S.E. estrangeiros;
Sentimento de que para a compreensão do
fenómeno da educação e necessário ir mais além da
mera descrição dos S.E.
• Ferran Ferrer
3ª Etapa interpretativa (A partir de 1900)
- Surgimento de um curso universitário de E.C.
leccionado na Universidade de Columbia;
- Contributo de Michael Sadler, com a
publicação de um texto onde aponta algumas
ideias sobre a utilidade da E.C. e sobre como
interpretar os estudos comparativos;
- Esta etapa incorpora varias abordagens que foram
utilizadas:
A abordagem interpretativo-histórica;
A abordagem interpretativo-antropológica;
A abordagem interpretativo-filosófica.
3ªEtapa interpretativa
Abordagem interpretativo-histórica
(Isaac L. Kandel e Nicholas Hans)
Kandel debruca-se sobre os factores históricos, na
recolha de dados fiáveis, na análise do contexto
histórico dos S.E. e na necessidade da sua explicação;
Nicholas Hans faz uso tanto da história como da
sociologia e indica que os S.E. são determinados em
função de três grupos de factores:
Factores Naturais – Raça, Língua, meio e ambiente;
Factores Religiosos – Catolicismo, Anglicanismo, Puritanismo;
Factores seculares – Humanismo, Socialismo, Nacionalismo e Democracia.
Etapa interpretativa
Abordagem Interpretativo-Antropológica
Nesta abordagem destacam-se Friedrich
Schneider e Moehlman;
Schneider indica que os factores configurativos
do S.E. é que dão sentido à Educação Comparada,
ou seja, a E. C. deve ter em conta:
- O carácter nacional;
- O espaço geográfico;
- A cultura;
- A ciência;
- A filosofia;
- As influências evolutivas - pedagógicas;
- A estrutura social;
- A estrutura politica;
- A economia;
- A religião;
- A história;
- As influências estrangeiras.
Etapa interpretativa
Abordagem Interpretativo-antropológica (Continuação)
Schneider também evidencia a possibilidade de as
concordâncias dos diferentes S.E. serem reflexos de aspectos que
coincidem entre as culturas em análise (Factor Endógeno que é
imanente, interno ou potencial)
Moehlman por sua vez defende a educação abordada do ponto de
vista cultural, como sistema vigente e como unidade histórica;
A educação como conjunto de interacções e interferências entre 14
factores por ele apontados:
- População, espaço, tempo
- Linguagem, Arte, filosofia e religião
- Estrutura social, Governo e economia
- Tecnologia, Ciência, Saúde e educação
Etapa interpretativa
Abordagem interpretativo-filosófica
Nesta etapa destacam-se J.A.Lauweris e Sergius Hessen.
Hessen centra-se na busca das bases teóricoideológicas dos sistemas educativos;
Lauweris diz que A E.C. deve ir de encontro aos
estilos nacionais de Filosofia;
As abordagens histórica, sociológica e antropológica
fazem parte do processo comparativo desta
abordagem, desde que confiem à filosofia a análise
última.
Ferran Ferrer (continuação)
4ª Etapa Comparativa
-Período de múltiplas abordagens e tentativa
de renovação da E.C..
-Abordagem Positivista;
-Abordagem de resolução de problemas;
-Abordagem crítica;
-Abordagem sócio-histórica.
Abordagem positivista
A.M.Kazamias e C.A.Anderson:
Perspectiva estrutural-funcionalista;
Dotar a E.C. de uma base científica;
Não tem uma dimensão histórica nem explicativa
Simplesmente descritiva;
Facultar uma reflexão interpretativa mais fiável;
Importância do rigor do método comparativo na
tomada de decisões politicas
Abordagem positivista
Kazamias defende a importância de a E.C.
encontrar uma base científica;
Apela para a importância de descobrir qual o
papel das escolas, como organismos sociais, nos
contextos em que estão inseridas.
Anderson defende duas dimensões para a
educação comparada:
- A análise intra-educativa;
- A análise social-educativa.
Abordagem de resolução de problemas
Brian Holmes ficou conhecido nesta abordagem após a
publicação, nos anos 60, do seu livro , Problems in education:
a comparative Approach.
- Esta abordagem não é definida em termos de espaço;
- Tenta identificar problemas pertinentes e estruturas
racionais a fim de que se possa encontrar soluções;
Principais fases desta abordagem:
- Análise dos problemas;
- Formulação da hipótese;
- Condições em que o problema é localizado;
- Predição dos resultados prováveis;
- Comparação dos resultados.
Abordagem Crítica
• Martin Carnoy realçou esta abordagem tendo
em conta as bases estruturais da desigualdade
em educação;
• A instituição escolar como aparelho ideológico
do estado;
• A instituição escolar como instrumento para
reprodução e dominação das ideologias
dominantes;
Abordagem crítica
As abordagens críticas dedicam-se à investigação
comparativa das diferenças de oportunidades,
das diferenças de experiências, dos resultados
das mulheres, das minorias étnicas e raciais
assim como dos diferentes extractos sociais, em
relação com a educação.
Abordagem Sócio-histórica
• Esta abordagem questiona a complexidade da realidade
e indica que a realidade não tem uma explicação única,
objectiva e neutra;
• A abordagem sócio-histórica dedica-se à análise do
sentido histórico dos factos em prol de uma análise
puramente factual;
• Procura compreender a natureza subjectiva da realidade
e o seu sentido;
• Não valoriza a mera descrição dos factos mas sim a
interpretação, a indagação e a construção dos factos.
Referências
• PARIZ, Josiane. (2004). A formação inicial do
professor para os primeiros anos da educação
básica no Brasil e em Portugal. Dissertação de
Mestrado. Lisboa: Universidade Lusófona de
Humanidades e Tecnologias. ( Capítulo I, pp.1647)