Seminário : “Os desafios para o desenvolvimento de uma política
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Transcript Seminário : “Os desafios para o desenvolvimento de uma política
Seminário :
“Os desafios para o desenvolvimento de uma
política integral para o autismo”
Principais abordagens terapêuticas
Dra Daniela Bordini – psiquiatra infantil, coordenadora
do amb.Cognição Social - Unifesp
Heterogeneidade Clínica TEA
Sociabilidade
Comunicação
TEA
Sintomas
Associados
Comportamentos
Repetitivos
Etiologia: Teoria do Neurodesenvolvimento
Precoces
•Complicações
obstétricas
•Infecções perinatais
tempo
Importância do tratamento
Uma das maiores causas de incapacitação ao longo da vida,
1% da população acometida,
início muito precoce na infância,
crônica,
altos custos para sociedade,
sobrecarga emocional e financeira para familiares
Tratamento
“ where there is no cure, there are 1000 treatments “ –
Cohen
Equipe Multiprofissional
Individualizado
mais precoce possível
Intensivo (Lovaas : 20-40h semanais)
Demandas Diferentes para cada estágio da vida (préescola, escola, faculdade, mercado de trabalho)
Principal meta: Qualidade de vida
Tratamento
Utilização de métodos com evidência de eficácia:
condição complexa, crônica, demanda muito precoce e
a maioria para o resto da vida, oferecer as melhores
estratégias possíveis , que alguém já provou com um
grande número de pessoas que deu certo, que
funcionou.
Verba pública escassa: critério para escolher qual tipo
de investimento poderá ser mais produtivo e eficaz
Fonoaudiólogo
Professores/
educadores
Psicólogo
Psicopedagogo
Médico
Paciente/
Família
Terapia
Ocupacional
Neuropsicólogo
Fisioterapeuta
AT
Família
Suporte emocional, principalmente após diagnóstico, fase dolorosa
luto do filho perfeito, ajuda na compreensão do Universo do Autismo
(medos, receios, dúvidas, desespero) procura bons profissionais para
tratamento => Encaminhamento adequado
Psicoeducação – esclarecimento sobre as características da condição,
dúvidas sobre mitos, reforçar potenciais da criança
Orientações em relação ao manejo de comportamentos disfuncionais
(diferenciar queixas)
Ajuste de expectativas de pais e cuidadores
Escola
Avaliação individual: potencialidades e dificuldades
Psicoeducação – informações básicas sobre o quadro de autismo,
orientação em relação ao manejo dos comportamentos em sala de
aula
apoio pedagógico,uso de métodos alternativos para alfabetização,
aprendizagem e avaliação=> adaptação curricular individualizada
técnica TEACCH
inclusão verdadeira: não só estar na escolar mas poder participar dos
eventos festivos, educadores intermediar sociabilidade com outras
crianças (ajuda ao colega )
saber o limite de algumas criança mais seriamente acometidas e que às
vezes não conseguem e não terão benefícios na escola regular
Ocupacional - Adulto
Cursos profissionalizantes, oficinas
Faculdade: ajuste dos métodos de estudo, formas
de avaliação (escrita X oral, uso de computador)
AT
Trabalho: acompanhar período de experiência,
monitorizar aprendizado, analisar falhas e tentar
se ajustar para manutenção do emprego
(sociabilidade, flexibilidade) AT
Comunicação
Uma das principais áreas de intervenção
Papel essencial das fonoaudiólogas
Estimular COMUNICAÇÃO, não só o falar que importa
Variadas estratégias mediadoras da linguagem verbal e
não-verbal
Sustenta o surgimento da comunicação espontânea em
atividades funcionais, em diferentes contextos, com
diferentes parceiros comunicativos ao longo da vida
Comunicação
Necessidade de desenvolvimento de linguagem
alternativa
dependendo
do
grau
de
comprometimento da criança pois isso melhora a
expressão de desejos, incômodos, necessidades e
reduz agitação , auto e heteroagressividade
Exemplo: PECS
Sociabilidade
Oferecer oportunidades para as crianças
interagirem com outras crianças e intermediar de
acordo com a necessidade
Compartilhamento de experiências do cotidiano
social, grupos de passeio
Técnicas estruturadas para melhoria de contato
visual, atenção compartilhada, teoria da mente –
capacidade de se colocar no lugar do outro, inferir
o que pensa ou deseja
Ats, Teatro
Comportamentos
Psicoterapia de diversas
linhas teóricas tentam
melhorar
os
comportamentos
disfuncionais
(agressividade,
estereotipias,
comportamentos
repetitivos) dos pacientes, aumentando a chance deles
conviverem melhor em sociedade, de modo mais
adaptado.
Na literatura científica a linha com mais evidência de
eficácia é a terapia comportamental, mais
especificamente o ABA (análise aplicada do
comportamento)
Atividade física
Necessidade de atividades de lazer e esportes como
qualquer outra criança
Ajuda a melhorar níveis de agitação psicomotora e
podem propiciar espaços sociais de interação com
pares, liberação de endorfina
Melhora da motricidade – coordenação motora grossa
e fina
Controle de peso muitas vezes alterado pelo uso
comum de medicações
Autonomia
Uma das principais preocupações dos pais
2 em 100 terão vida-independente
Extremamente importante favorecer o maior grau de
independência possível , aprendizado de toalete,
comer, se vestir, banho, arrumar cama e mochila
Mudanças pequenas que na rotina fazem toda a
diferença
Papel importantíssimo das TOs
Mais pra frente: locomoção, trabalho supervisionado,
busca de emprego
Medicação
• Não há até o momento medicação que enfoque os
sintomas nucleares do autismo
• alívio de sintomas alvos prejudiciais e mal adaptativos. Avaliar custo-benefício
• mais utilizados: APS atípicos: risperidona e
aripiprazol (FDA), ISRS e estimulantes.
Tratamentos alternativos
- Sem evidência de eficácia:
Dietas sem glúten e caseína
Suplementação vitamínica
Protocolo DAN
Ecoterapia
musicoterapia
Ocitocina
Oxigenoterapia hiperbárica
Sunrise
Não significa que não funcione, que não possa ajudar mas não
dados suficientes para serem recomendados
Diversidade de tratamentos
Internet survey of treatments used by parents of
children with autism – University Texas, Green et al
Research in Developmental Disabilities 27 (2006 70-84)
Pesquisa de 3 meses: 552 pais => 111 tipos de tto
Em média 7 tipos diferentes, dependendo da idade e gravidade
1 lugar: FONO, 2 lugar: ESTRUTURAÇÃO VISUAL DE ROTINA
3 lugar: INTEGRAÇÃO SENSORIAL , 4 lugar: ABA
52% usando medicação, 27% dietas especiais, 43% suplemento
vitamínico
Brasil ???
Papel dos caps infantis no
tratamento dos autistas
Centros de atenção psicossocial das crianças e
adolescentes portadores de transtornos graves,
crônicos e persistentes
Equipe multiprofissional
Articulação da rede saúde e educação
Modelo de convivência, inserção social e atendimento
global do indivíduo e família
Local ideal para esses usuários
Projeto terapêutico individual – manter princípio da
EQUIDADE
Papel dos caps infantis no
tratamento dos autistas
Entretanto encontramos:
Equipes reduzidas frente a enorme demanda variada
de usuários, várias sem fonoaudiólogas
Alta heterogeneidade de serviços com profissionais de
várias linhas teóricas e posturas diferenciadas
Ausência de diretriz organizadora em termos da
assistência específica desses pacientes
Profissionais muitas vezes não capacitados para
atender os pacientes na sua especificidade
Discussão
Importância
do
tempo
para
infância,
fase
neuroplasticidade
Prazo para resultados de algumas intervenções
A abordagem comportamental é uma das ferramentas para
ajudar esses pacientes e familiares diante da complexidade
enorme do autismo mas a maioria dos capsi não utilizam
REDE PÚBLICA: qual melhor modelo de tratamento desses
pacientes ??? O que estamos conseguindo oferecer a eles ?
Quanto em tempo em média por semana os pacientes com
autismo ficam nos capsis ?
Como podemos melhorar o suporte oferecido ?
Muito obrigada !
[email protected]