Transcript Dengue no Brasil: estamos preparados para o seu controle!
DENGUE NO BRASIL: ESTAMOS PREPARADOS PARA O SEU CONTROLE!
Nélio Batista de Morais / Assessor Técnico CGPNCD /DEVEP/SVS/MS Rio de Janeiro 22 e 23/11/10
O Mundo e a Saúde
Dengue
INTRODUÇÃO
A dengue é um dos principais problemas de saúde pública no mundo. A Organização Mundial da Saúde, OMS, estima que algo em torno de 2,5 bilhões de pessoas – 2/5 da população mundial – está sob risco de contrair dengue e que ocorram anualmente cerca de 50 milhões de casos. Deste total, cerca de 550 mil necessitam de hospitalização e pelo menos 20 mil morrem da doença (WHO, 2002).
O Problema
Vulnerabilidade sócio-ambiental Epidemias em grandes centros com sobrecarga dos serviços de saúde Aumento das formas graves e de óbitos Limitação dos indicadores entomológicos Resistência do Aedes aegypti a inseticidas
Dengue
• Vírus: – Família: Arboviridae – Gênero: Flavivirus – Material genético: RNA fita simples – Apresenta 4 sorotipos • DENV1, DENV2, DENV3, DENV4 – Brasil: DENV1, DENV2, DENV3,DENV4 Agente Etiológico
Vírus da Dengue
Cada sorotipo proporciona imunidade permanente específica imunidade cruzada a curto prazo Todos os sorotipos podem causar doenças graves e fatais Variação genética dentro de cada sorotipo Algumas variantes genéticas mais virulentas
...qual é o diagnóstico, Dr.?
...é uma simples virose!
Dengue
• O Desafio!
ONDE INTERVIR COMO INTERVIR
VETOR/CICLO DE VIDA
OVO LARVA PUPA ADULTO
HISTÓRICO DA DISPERSÃO VETORIAL - BRASIL
1995 2007 Não Infestados Infestados (1.753)
Fonte: SVS/MS, atualizado em 30/05/2008
Não Infestados Infestados (4.007)
Desafios
Mosquito transmissor da febre amarela e da dengue reaparece na Europa
Plantão | Publicada em 18/08/2010 às 10h34m O Globo com El Pais MADRI - O mosquito transmissor da febre amarela, tão conhecido por aqui por também ser o transmissor da dengue, está de volta à Europa depois de se ter acreditado estar 50 anos erradicado graças ao uso massivo de inseticidas. Uma colônia do Aedes aegypti foi encontrada na Holanda e pode significar que doenças tidas como controladas reapareçam na região. Alguns cientistas, no entanto, acreditam que o Aedes não vai sobreviver ao inverno. A volta do inseto, novidade publicada na "Science", foi associada também à descoberta de outras espécies que chegaram ao continente recentemente, como o mosquito tigre ( Aedes albopictus ), já estabelecido em vários países da Europa. O descobrir do reaparecimento do Scholte, que acredita que o inseto chegou com um carregamento de pneus da Flórida (EUA). Scholte diz que o clima europeu não favorece à reprodução do inseto - ao contrário do Brasil - mas alerta para o risco de o Mediterrâneo. O entomólogo da Universidade de Valencia, na Espanha, Rubén Bueno, destaca que o Aedes Aedes é um entomólogo holandês, Ernst-Jan Aedes chegar aos países do foi visto na Espanha pela última vez em 1953.
Controle do Vetor e Intervenções no Meio Ambiente
•Epidemiologia
Casos confirmados de FHD. Brasil, 1990 – 2009* 5000 4000 3000 2000 1000 0 FHD Letalid.
1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 50 45 40 35 30 25 20 15 10 5 0 FHD Óbitos 274 188 8 Letalid. 2,9 0 0,0 0 0 0,0 0 0 25 11 0,0 44,0 114 2 1,8 69 1 46 9 105 10 1,4 19,6 9,5 72 3 4,2 62 5 825 2608 913 159 121 54 8,1 14,7 2,1 8 40 530 910 1586 4195 1514 81 159 229 229 103 0,9 25,2 15,3 17,5 14,4 5,5 6,8
*Dados até semana 32. Atualizados em 20/08/09, sujeitos à alteração
Situação Epidemiológica
Casos Graves (FHD+DCC), óbitos e letalidade no Brasil, 1999 – 2009
Letalidade 25 6 FHD + DCC Letalidade 5 20 4 15 3 10 2 5 1 0 FHD + DCC Óbitos Letalidade 1999 896 3 0.3
2000 3,137 6 0.2
2001 1,579 48 3.0
2002 4,948 150 3.0
2003 3,135 90 2.9
2004 1,552 21 1.4
2005 2,950 73 2.5
2006 6,284 151 2.4
2007 2008 2009 5,214 22,080 8,682 280 477 308 5.4
2.2
3.5
Fonte: Sinan 0
Tabela 1 – Comparativo de casos de dengue por Unidade Federada.
Semanas Epidemiológicas 1 a 41 de 2009 / 2010*.
Semanas 1 a 41 UF 2009 2010* Norte
RO AC AM RR PA AP TO
Nordeste
MA PI CE RN PB PE
39.607
7.431
16.685
1.233
2.898
6.806
1.618
2.936
120.247
2.231
3.592
7.273
2.153
736 2.444
3.438
1.411
96.969
153.353
4.731
7.850
2.296
8.718
3.383
5.711
5.689
5.699
AL SE BA
Sudeste
MG ES RJ SP 51.118
32.024
6.013
9.710
459.054
207.142
202.312
Sul
PR SC(1) RS
1.450
1.350
41 59
Centro Oeste
MS 8.995
3.699
203.490
MT GO 32.766
27.713
Fonte: Sinan/SES-UF DF 658 (1) Casos importados
Total 323.876
936.260
*Dados até a semana epidemiológica 41, sujeitos a alteração **Casos por 100.000 habitantes
% Variação 97,75
149,01 55,95 283,70 170,88 49,91 41,90 196,93
27,53
51,64 58,99 102,41 164,24 674,32 1469,56 996,22 -51,24 -57,29
364,32
305,22 -27,96 213,99 1983,54
2799,38
2725,70 375,61 6169,49
190,15
601,62 3,28 230,21 2183,59
189,08 INCIDÊNCIA** 2009 261,6
497,5 2453,4 36,9 702,1 93,0 263,9 229,3
226,5
35,4 115,1 86,1 69,3 19,7 28,0 109,9 70,6 668,6
123,3
257,5 927,3 37,9 23,7
5,3
12,7 0,7 0,5
512,1
385,1 1107,8 474,1 25,7
170,8 2010 509,9
1.230,4 3.764,6 139,4 1.862,4 137,3 366,4 674,7
286,2
53,1 181,6 172,2 181,3 151,2 435,4 1.194,1 34,1 282,9
567,3
1.033,9 661,6 117,9 488,9
151,7
357,0 3,2 33,9
1.464,4
2.673,6 1.127,4 1.544,2 576,4
489,0
Casos de dengue por semana epidemiológica e regiões, Brasil, 2009 – 2010.
Fonte: Sinan
Casos de dengue por semana epidemiológica nos Estados da Região Centro Oeste, 2009 – 2010.
Casos de dengue por semana epidemiológica nos Estados da Região Sul, 2009 – 2010.
Casos graves e óbitos, por UF, semanas epidemiológicas 1 a 41 de 2010 (*) .
RO AC AM RR PA AP TO
NORD. SUD.
MG ES RJ SP
SUL
MS MT GO DF 123 244 237 8 11 28 26 2 1.633 546 569 33 21 20 39 4 1.756 790 806 41 32 48 65 6
CENÁRIO NACIONAL ÓBITOS IMPORTANTE:
PNCD estabeleceu entre as suas metas no Pacto pela Saúde para o biênio 2010 – 2011, reduzir a letalidade dos casos graves de dengue gradativamente para ≤ 2%
Diagnóstico - Isolamento Viral Sorotipos Predominantes – 2010 RR AC AM RO Denv 1 Denv 2 Denv 1 e 2 Sem Positividade Sem Circulação Viral Confirmação DENV 4 MT MS PA AP GO PR SC TO SP MA MG PI BA CE RN PB SE AL PE
A recirculação do DENV 1 alerta para a possibilidade de ocorrência de epidemias, em virtude de um grande contingente populacional não possuir imunidade para este sorotipo.
RJ ES
Com a circulação do DENV 2, já vinha sendo observado um aumento da proporção de formas graves, particularmente em crianças e adolescentes, inclusive com uma maior demanda por internações hospitalares.
RS
Distribuição de isolamentos de dengue por Unidade Federada. 2010*.
Região/UF Brasil Norte
Rondônia Acre Amazonas Roraima Pará Amapá Tocantins
Nordeste
Maranhão Piauí Ceará Rio Grande do Norte Paraíba Pernambuco Alagoas Sergipe Bahia
Sudeste
Minas Gerais Espírito Santo Rio de Janeiro São Paulo
Sul
Paraná Santa Catarina Rio Grande do Sul²
Centro-oeste
Mato Grosso do Sul Mato Grosso Goiás Distrito Federal
15.984 1.542
42 278 9 231 515 23 444
4.913
15 474 524 187 51 607 356 3 2.696
4.601
1.262 507 1.897 935
436
342 4 90
4.492
1.243 85 2.513 651
Inoculados Positivos N % 4.306 26.94 342 22.18
24 57.14 136 48.92 1 11.11 117 50.65 34 6.60 4 26 17.39 5.86
958 19.50
0 0.00 51 10.76 102 19.47 27 14.44 20 37 16 0.00 6.10 4.49 0 0.00 705 26.15
1409 30.62
430 34.07 125 24.65 207 10.91 647 69.20
209 47.94
167 48.83 1 25.00 41 45.56
1.388 30.90
404 32.50 16 18.82 696 27.70 272 41.78
DENV-1 DENV-2 DENV-3 DENV-4 2.907 219
21 93 0 68 16 1 20
503
0 42 99 14 19 16 8 0 305
902
257 71 54 520
145
142 1 2
1.138
282 3 622 231
1.265 113
3 43 1 39 18 3 6
436
0 8 3 13 1 21 8 0 382
438
132 54 146 106
64
25 0 39
214
118 13 55 28
10 10 0 0 0 0 124 0
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
36
4 0 19 13
19
0 1 0 0 0 0 0 0 18
69
41 0 7 21
0
DIRETRIZES NACIONAIS PARA A PREVENÇÃO E CONTROLE DE EPIDEMIAS DE DENGUE COMPONENTES ASSISTÊNCIA VIG. EPIDEMIOL.
CONT. VETORIAL COMUNICAÇÃO MOBILIZAÇÃO GESTÃO FINANCIAMENTO PERÍODO NÃO EPIDÊMICO PERÍODO EPIDÊMICO
Componente Assistência
A quase totalidade dos óbitos por dengue e evitável e depende, na maioria das vezes, da qualidade da assistência prestada e da organização da rede de serviços de saúde (MS,2009).
•
Triagem e organização do fluxo de pacientes nos serviços de saúde com classificação de risco baseada na gravidade da doença.
•
Redução do tempo de espera do paciente.
•
Definição das atribuições por nível de atenção.
•
Assegurar a integralidade e qualidade da atenção.
Fluxograma para Classificação de Risco
sinais/sintomas: Suspeito de dengue Paciente com febre com duração máxima de 7 dias, acompanhada de pelo menos dois dos seguintes cefaléia, dor retroorbitaria, mialgia, artralgia, prostração, exantema e que tenha estado em areas de transmissão de dengue ou com presença de
Aedes aegypti
nos ultimos 15 dias.
Sem sangramento Sem sinais de alarme Grupo A
Unidades de Atenção Primária em Saúde
Com sangramento Grupo B
Unidades de Atenção Secundária em Saúde com suporte (*) para observação
Com Sinais de Alarme Grupo C
Unidades de Atenção Terciária em Saúde com leitos de internação
Com sinais de choque Grupo D
Unidades de Atenção Terciária em Saúde com leitos de UTI
Componente Vigilância Epidemiológica
•
Notificação oportuna dos casos.
•
Investigação oportuna de todos os óbitos suspeitos.
•
Desencadeamento oportuno de ações de controle e prevenção no nível local
•
Inserção do monitoramento da situação epidemiológica da dengue nas atribuições do CIEVS.
Componente Controle de Vetores
•
Implementação de uma política baseada na intersetorialidade.
•
Controle vetorial entendido como uma ação de responsabilidade coletiva.
•
Uso do LIRAa como ferramenta norteadora das atividades de controle.
Componente Controle de Vetores
Articulação sistemática da vigilância epidemiológica e entomológica com a atenção primária em saúde / ESF
–
Integrar o trabalho de Agentes de Controle de Endemias e Agentes Comunitários de Saúde: potencializar o trabalho e evitar duplicidade(Portaria MS N ° 1007, maio 2010)
–
Unificação de territórios/ compatibilização do processo de trabalho com equipes de saúde da família
Componente Comunicação e Mobilização
•
Adesão das pessoas e da sociedade organizada, de maneira consciente e voluntária CO-RESPONSABILIDADE
•
Envolvimento do setor Educação nas ações de comunicação e mobilização.
•
Assegurar a divulgação da situação epidemiológica e das medidas de prevenção e controle.
•
Divulgação de material informativo de acordo com o conhecimento, a linguagem e a realidade regionais.
•
Assessoria de imprensa, publicidade e comunicação intersetorial.
Componente Gestão
•
Define responsabilidades de cada esfera de gestão
•
Fortalece o papel das SES na cooperação técnica com municípios
•
Propõe a criação, em todas as esferas de gestão:
•
Do grupo executivo no âmbito do setor saúde (componentes do plano)
•
Do grupo executivo intersetorial
•
MS: grupo executivo interministerial
Componente Gestão
“Os planos dos estados e municípios deverão contemplar as diretrizes nacionais, sem prejuízo da inclusão de especificidades que atendam às realidades locais.
Os planos devem ser elaborados à luz dos princípios do Pacto pela Saúde no que diz respeito à responsabilização sanitária, com compromissos assumidos pelas três esferas de gestão”
Componente Gestão
•
Valoriza as instâncias de pactuação:
•
Diretrizes – Comissão Intergestora Tripartite / CIT
•
Planos Estaduais – Comissões Intergestoras Bipartites / CIB
•
Planos Municipais - Conselhos Municipais de Saúde
Componente Gestão
•
Ressalta a necessidade de organização da rede de serviços de saúde, com fortalecimento da APS.
•
Destaca que as ações de VS devem estar estrategicamente inseridas nos serviços de APS, como ferramenta para subsidiar a tomada de decisão do gestor local.
•
Reforça a necessidade de assegurar, pelas três esferas de governo, o acesso a fontes de informação sobre os padrões de ocorrência da doença, índices de infestação predial e número de casos e sua respectiva divulgação.
Componente Gestão
Planos de Contingência para Enfrentamento de Epidemias
Objetivo
• Ampliação da elaboração dos planos de contingência para todo o país
2008/2009 2009/2010
Componente Financiamento
•
Diferentes fontes de recursos:
•
Forma solidária entre as três esferas de gestão
•
Intersetorial
•
Reconhecimento do subfinanciamento do setor
Cenário
•
Mosquitos transgênicos
•
Larvicidas e Inseticidas de alta eficácia
•
Controle Mecânico sustentável
•
Atenção Básica qualificada e Estruturada
•
Avanço do Saneamento
•
Educação e Participação Popular
•
Vacinas
DIRETRIZES NACIONAIS Processo de pactuação
• Aprovação na CIT • Lançamento pelo Ministro da Saúde, Presidentes do
CONASS e do CONASEMS
Intersetorialidade Educação Decisão Política
Participação Popular Saneamento, Obras e Urbanismo Assistência Social
Desafios
Dengue no setor Saúde Vigilância Epidemiológica e Controle Vetorial Diagnóstico Laboratorial
Desafios
Qualificação Profissional Educação em Saúde, Comunicação e Mobilização Social Assistência
Obrigado!