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Análise do Discurso
1/2012
O TEXTO E O DISCURSO NA HISTÓRIA DO
PENSAMENTO DA LINGUAGEM I
DEFINIÇÃO DE DISCURSO
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(Torres Lima, 2003)“Articular a enunciação sobre certo lugar social”.
“O termo “lugar” diz respeito à identidade dos parceiros do discurso” – esse
lugar não se refere a status socioeconômicos, mas a “formações
imaginárias”.
Quem sou eu para falar-lhe assim?
Quem é ele para que eu lhe fale assim?
Quem sou eu para que me fale assim?
Quem é ele para que me fale assim?
Moita Lopes (2011, IX CBLA) – Repensando o lugar de onde vem o próprio
embasamento.
Prof. Dr. Cleudemar Alves Fernandes (UFU).
Metáfora da “rede” – a língua (sistema) como o todo que comporta em si o
não todo” (Ferreira). Não fechamento e não homogeneidade.
AD (LINHA FRANCESA)
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Michel Pêcheux (principal articulador da AD na França,
década de 60). 1969 (AAD) e revista Langages (Dubois).
Estruturalismo Saussureano ( língua/fala) – fazer com
que o sujeito possa “reaparecer pela janela, após ter sido
expulso pela porta” (Dosse).
Perspectiva política de intervenção, ação transformadora,
que desautomatiza a relação com a linguagem.
Cavalcanti (2011 – INPLA): repensar noção de língua que
ainda perpassa os estudos linguísticos como os
conhecemos.
AD (LINHA FRANCESA)
Busca do equilíbrio entre a análise ideológica e
a análise da língua.
 Condições de produção (advinda da Psicologia
Social) = meio ambiente material e
institucional do discurso + representações
identitárias imaginárias.
 Discurso como instrumento da prática política

A NOÇÃO DE SUJEITO
Discurso e descentralização do sujeito.
 “O sujeito é sempre e, ao mesmo tempo, sujeito
da ideologia e sujeito do desejo inconsciente e
isso tem a ver com o fato de nossos corpos serem
atravessados pela linguagem antes de qualquer
cogitação”. (Paul Henry).
 “A linguagem pela ótica discursiva ganha um
traço fundacional na constituição do sujeito e do
sentido e vai distinguir-se também da condição
que lhe confere a psicanálise” (Ferreira).
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“A LINGUAGEM SERVE PARA COMUNICAR E
PARA NÃO COMUNICAR” (PÊCHEUX)
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Esquecimento enunciativo
Esquecimento número 1: esquecimento ideológico – o
modo pelo qual somos afetados pela ideologia. “Na
realidade, embora se realizem em nós, os sentidos apenas
se apresentam como originando-se em nós: eles são
determinados pela maneira como nos inscrevemos na língua
e na história, e é por isto que significam, e não pela nossa
vontade”.
Esquecimento número 2: ocultação parcial (funcionamento
pré-consciente/consciente) – “ao falarmos, o fazemos de
uma maneira, e não de outra, e, ao longo de nosso dizer,
formam-se famílias parafrásticas que indicam que o dizer
sempre podia ser outro”. Impressão de “realidade do
pensamento”.
ANÁLISE DO DISCURSO /ANÁLISE DE
CONTEÚDO
Análise de conteúdo: “Atitude de voyeur” –
alinhamento positivista/neopositivista – se
atém à transparência. Parte-se da
exterioridade para o texto. Trata dos conteúdos
da linguagem e da ideologia.
 Análise do discurso: além do texto. Busca
conhecer expressões da exterioridade no texto.
Processos de constituição da linguagem e da
ideologia e não com seus conteúdos.
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ANÁLISE DO DISCURSO /ANÁLISE DE
CONTEÚDO
Análise de conteúdo: “procura extrair sentidos
dos textos, respondendo à questão: o que este
texto quer dizer?
 Análise do discurso: considera que a
linguagem não é transparente. “Desse modo,
ela não procura atravessar o texto para
encontrar um sentido do outro lado. A questão
que ela coloca é : como esse texto significa.

CONCEITOS BÁSICOS DA AD
Problemas com termos (endófora segmental e
restauradora).
 Formação discursiva – o que pode e deve ser
dito (relação com gêneros) a partir de uma
posição dada, conjuntura dada (local).
 Interdiscurso (o conjunto de unidades
discursivas com as quais um discurso entra em
relação) – historicidade.
 Intradiscurso – opções de formulação.

CONCEITOS BÁSICOS DA AD
Dialogismo (Maingueneau) – vem da Retórica –
introdução de diálogo fictício em um enunciado.
Pós-Bakhtin: refere-se à dimensão interativa da
linguagem (vozes do discurso).
 Heterogeneidade Mostrada vs. Constitutiva
(Maingueneau) – noção de embreantes (plano
embreado, entretecido, imbricado).
 Pré-construído (Pêcheaux) – aquilo que o
enunciador apresenta como natural e o que ele
pretende a partir daí.
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AD NO BRASIL
Observação de Ferreira sobre a
interdisciplinaridade.
 42 anos – “disciplina de entremeio” –
dificuldades de consolidação.
 Eni Orlandi (divulgadora de Pêcheux no Brasil)
 No Brasil, embate com a Linguística – AD
acusada de não dar importância à língua, mas ao
político (AD radical ou ortodoxa).
 Escola Brasileira de AD (Orlandi, 2002) –
descolada da Linguística. Área de fronteira.
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