INFÂNCIA A IDADE SAGRADA SEM AFETO SEM SINAPSES • O desenvolvimento inicial do cérebro humano demora vários anos para se completar e depende.

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Transcript INFÂNCIA A IDADE SAGRADA SEM AFETO SEM SINAPSES • O desenvolvimento inicial do cérebro humano demora vários anos para se completar e depende.

INFÂNCIA
A IDADE SAGRADA
SEM AFETO SEM SINAPSES
• O desenvolvimento inicial do cérebro humano demora
vários anos para se completar e depende de bons
vínculos afetivos para preservar as suas sinapses e
estabilizar as redes neurais.
• Durante os três primeiros anos de vida ocorre um
extraordinário aumento na produção de sinapses,as
conexões entre os neurônios.
• Quando as sinapses são reforçadas nessa idade, elas se
estabilizam e perduram. Quando não são usadas
repetidamente, são eliminadas.
NASCIMENTO
• O cérebro tem apenas 25% do peso final.
• A bainha de mielina cresce ao redor dos axônios e
permite uma conexão eficiente, não esta completamente
formada antes do sexto ano de idade.
• A maturação física do cérebro vai completar somente na
puberdade.
• Muitas vezes a criança
não compreende ou não
guarda o que é dito,
apenas porque as
conexões neurais do seu
cérebro ainda não se
encontram
completamente formadas.
• Por isso muitas vezes é
cruel punir crianças
pequenas por
esquecimento ou por
fazerem algo que os pais
não querem, acusando-as
de desobediência,
desqualificando-as por
incapacidade.
• O cérebro depende das
conexões estabelecidas
entre os neurônios,
chamadas de sinapses,
ligações que formam as
redes neurais, uma
espécie de caminho por
onde transitam os sinais
do sistema nervoso.
• Aos dois anos já terão o
número de sinapses de
um adulto.
PODA
• Somente
escapam da poda as sinapses que se
estabilizam, aquelas que foram estimuladas no momento
de sua conexão e reforçadas posteriormente. As
excedentes serão simplesmente descartadas.
• Nos anos iniciais,
especialmente até os três
anos de idade, se a
criança recebe bons
cuidados, estímulos e
afetos, formam-se duas
vezes mais conexões do
que eventualmente uma
pessoa precisará ao
longo da vida.
• Se a criança estabelece
um bom vínculo com seus
cuidadores, sentirá prazer
e bem-estar, o que
liberará certos
neurotransmissores que
estimulam as sipnases.
• Os bebês que mantêm níveis altos de cortisol, num
quadro crônico, revelam atrasos em seu desenvolvimento
cognitivo, motor e social.
• O excesso dessa substância pode destruir as células
cerebrais e a densidade das sinapses em determinadas
áreas do cérebro.
NEGLIGÊNCIA
• Negligência emocional pode acarretar comprometimento
cognitivo graves, chegando ao nível de pseudodebilidade.
• Experiências traumáticas ou estressante podem minar o
desenvolvimento
neurológico
funcionamento cerebral.
e
• (Gunnar, citado por Shore, 2000p.65)
deteriorar
o
• A ciência moderna está mostrando que a exposição a
estressores durante o desenvolvimento inicial está
associado à hiperatividade cerebral persistente e ao
aumento da probabilidade de depressão numa fase
posterior da vida.
• A criança privada de afeto por parte de seus cuidadores
tem mais probabilidade de manifestar transtornos mentais
e comportamentais, seja durante a infância, seja em uma
fase posterior da vida.
CUIDADOR
• A condição psicológica do cuidador é o resultado de seu
próprio desenvolvimento infantil, da estrutura de caráter
que formou e do nível de consciência que tem sobre seu
comportamento pessoal.
• Esses aspectos influenciarão a qualidade de sua relação
com as crianças.
BOM CUIDADOR
• É aquele que busca transcender as limitações pessoais,
os seus estados de humor e a própria reatividade, em
benefício do que será melhor para o desenvolvimento da
criança.
• Ao se colocar no lugar do bebê, a mãe se torna capaz de
fornecer a ele amor e cuidado psicológico atendendo a
suas necessidades físicas e emocionais, à medida em
que segura o bebê em seus braços tanto quanto o
sustenta em sua mente.
Prevenção
• É o cultivo de auto-regulação, cuja dinâmica respeita o
ritmo infantil e poupa a criança de complexidade
desnecessária.
• Exige dos adultos uma revisão contínua de seus modos
de agir e reagir diante dos pequenos.
Crianças respeitadas
• Crianças
respeitadas
em
seu
desenvolvimento
biopsicológico são pacíficas, aplicadas e de boa relação
com todas as pessoas.
• Vivem com o mundo e não contra ele.
• Aprendem rapidamente e não carregam mensagens
negativas, tipo: você não vale nada.
LIMITES
• Que precisa ser respeitado – o respeito na relação com o
outro.
• O limite que precisa ser transportado – medos e
limitações
• O limite que precisa ser desenvolvido – limite interno que
regula a impulsividade e preserva a privacidade.
Educação encouraçada
• Teme a liberdade, a criatividade e o prazer.
• Hoje, não esta ancorada no moralismo de antigamente.
• Hoje é o culto aos pseudovalores, à competitividade e ao
consumismo, com a progressiva perda de interioridade e
de contato com valores humanitários.
PADRÃO 01: EQUILÍBRIO ENTRE SATISFAÇÃO
E FRUSTRAÇÃO
Pais e educadores são afetivos e
expressam,
corporalmente,
sua
amorosidade.
Ajudam as crianças a se afirmarem e
expressam a sua opinião com firmeza.
• Estão presentes e atentos,
• Fazem uso das emoções
quando se relacionam com
os filhos ou outras crianças.
São firmes, respeitosos e
sustentam a definição de
limites.
• Cultivam e preservam o
campo biopsicológico das
crianças, de modo que elas
tenham espaço para chegar
à
auto-regulação
das
emoções.
negativas nos momentos de
crise, como um elo para
desenvolver intimidade, sem
mostrar
impaciência
e
destempero.
• Valorizam autonomia e a
independência das crianças,
mas
exigem
responsabilidade, de acordo
com a idade dos pequenos.
Ajudam as crianças a se afirmarem e expressam a
sua opinião com firmeza.
Apresentam para que os pequenos
solucionem suas dificuldades.
Valorizam as aptidões e os esforços
dos filhos e de outras crianças.
• Reconsideram regras
• Cumprem o que prometem são
estabelecidas sempre que os
argumentos dos pequenos
procedem e são convincentes.
• Estabelecem limites
claramente, e suas orientações
têm critérios e coerência.
• Respeitam os sentimentos e as
dificuldades da criança,
sondando as causas de suas
emoções.
persistentes e determinados
em seu comportamento.
• São previsíveis em suas
reações, no sentido de não
serem tomados pela oscilação
de humores.
• Sabem que representam uma
referência decisiva para o
espelhamento de filhos e
crianças próximas.
PADRÃO 2: DESEQUILÍBRIO: FRUSTRAÇÃO
EXCESSIVA
• Gera um caráter inibido e inseguro, que se torna
medrosa, retraída, com baixa auto-estima e dificuldade
em confiar.
• Engole raiva, mas não consegue equilibrar suas emoções
• Pode
se tornar agressivo e indisciplinado fora do
ambiente caseiro para compensar a severidade dos pais.
• Torna-se
uma
pessoa
extremamente
tímida,
envergonhada, com dificuldade de relacionamento e de
expressar quem é e o que pensa.
Pais e educadores que revelam um padrão de
exigência excessiva:
Não
demonstram
afeto.
São
presentes, mas frios e controladores.
Não
demonstram
afeto.
São
presentes, mas frios e controladores.
• Tendem a alterar o estado
• Acreditam que a criança
emocional do filho ou de
outras crianças, usando a
constante reprovação e a
ironia. Adotam posturas
arrogantes, desrespeitosas,
que humilham a criança.
• Não elogiam nem valorizam
atitudes de filhos e demais
crianças achando que assim
perderão sua autoridade.
deva acatar o que dizem ,
sem qualquer
questionamento e, se há
reação dos pequenos,
ficam irritados.
• Quando se descontrolam,
são frios e rígidos,
prometendo tomar
atitudes mais
assustadoras.
Quando se descontrolam, são
frios e rígidos, prometendo tomar
atitudes mais assustadoras.
• Julgam o comportamento
de filhos e crianças
próximas, antes de saber
o que realmente
acometem.
• Criticam erros, medos,
tristezas de filhos/alunos,
sem orientá-los para um
outro modo de lidar com
esses sentimentos.
PADRÃO 3: DESEQUILÍBRIO: PERMISSÃO
EXCESSIVA
Geram pessoas com pouca
capacidade de autocontenção.
• Atitudes permissivas em
excesso, que não orienta
devidamente a criança nem
faz a contenção afetiva para
o desenvolvimento de autoregulação.
• Crianças têm dificuldades
em aceitar limites ou de
auto desenvolvê-los,
quando chegam à fase
escolar.
• Socialização pode se
tornar complexa, com
comportamento antisociais. Ás vezes ficam
despreparadas para
enfrentar os desafios
futuros, outros se tornam
egoístas, individualistas,
com dificuldades de
desenvolver amizades
duradoras.
Pais e educadores permissivos:
• Não
se responsabilizam por sua participação no
desenvolvimento de auto-regulação das crianças.
Defendem que elas se regulam sozinhas.
• Aceitam todas as formas de expressão de raiva dos
filhos, mesmo que essas atinjam e agridam terceiros.
• Deixam o filho fazer o que quer com argumento que isso
é apenas uma criança.
Pais e educadores permissivos
• Reconfortam a criança,
• Não estabelecem os limites
diante de uma situação
negativa, mas não a
orientam nem lhe ensinam
meios de lidar com a
situação.
• São passivos diante da
desobediência e pouco
exigentes com as
responsabilidades mínimas
de filhos e outras crianças
próximas.
necessários, argumentando
que eles são cerceadores
da liberdade.
• Não assumem o papel de
pai e se colocam como
irmãos ou amigos diante
dos filhos. Evitam o desate
da função orientadora e
deixam os filhos
emocionalmente inseguros.
•
PADRÃO 4: DESEQUILÍBRIO: PERMISSÃO
EXCESSIVA E FRUSTRAÇÃO TRAUMÁTICA
• Padrão apoiado na permissividade seguida da aplicação
de frustração repentina, intensa e traumática, instável,
gerador de insegurança.
• As
crianças tendem a apresentar dificuldades na
regulação de suas emoções, contendo-se e explodindo
repentinamente.
Pais e educadores impulsivos
• São instáveis em seus
• Não orientam filhos/alunos a
critérios e atitudes.
• Aceitam todas as
expressões de raiva das
crianças e permitem
também, extrapolar a
própria agressividade.
Depois, abraçam as
crianças e ignoram a
dimensão do ocorrido,
depois explodem e agridem
novamente.
desenvolverem a noção de
limites na socialização,
deixando-os à própria sorte.
• Mudam de postura
repentinamente,
incomodam-se com a
própria falta de limites e
estabelecem limites rígidos
às crianças que depois não
são sustentados.
•
PADRÃO 5: DESEQUILÍBRIO: NEGAÇÃO DA
FRUSTRAÇÃO E DOS SENTIMENTOS
• Pais projetivos que lançam sobre os filhos os medos e as
carência pessoais gerando um padrão educativo
desequilibrado, compensatório que prejudica o prazer do
autodesenvolvimento e comprometem a maturação.
• As pessoas sentem-se
mesmo na fase adulta.
infantilizadas e/ou frágeis até
Muito mimadas não aceitam críticas.
• O processo de
socialização e mais difícil
com sensação de que
existe algo errado com
elas.
• Podem considerar que
seus sentimentos são
impróprios e não devem
manifestar.
• Algumas acomodam-se e
desenvolvem auto baixa
estima.
PAIS E EDUCADORES SUPERPROTETORES
• Estimulam filhos a serem
ingênuos, negando a
realidade.
• Omitem-se da
responsabilidade direta de
orientar as crianças,
argumentando que ainda é
cedo para tanto.
• Deixam os filhos aos
cuidados de terceiros,
exigindo e controlando
este terceiro, mas não
acompanhando os
sentimentos da criança.
• Como não sabem lidar
com seus próprios
sentimentos, desmerecem
essas manifestações na
criança, dizendo isso logo
vai passar, isso não é
nada, fique perto da
mamãe.
• Fogem das emoções negativas (tristeza, raiva, medo etc),
temem o próprio descontrole ao lidar com tais emoções.
• Não estimulam nem permitem que as crianças tomem
iniciativas, que levem à autonomia.
• Evitam
tratar dos problemas, postergando-os
esperando que o tempo resolva as questões difíceis.
e
Temperamento/caráter
• É a primeira característica
do bebê. É herdada,
inata.
• Deve estar sempre ligado
as bases congênitas do
indivíduo.
• Caráter conjunto de
defesa que se forma
frente às experiências da
vida, especialmente
durante a infância.
• Os traços de caráter se
formam nas fases de
desenvolvimento da
gestação à adolescência.
Personalidade
• É a totalidade das qualidade biopsicológicas herdadas
(temperamento) e das adquiridas (caráter). É a totalidade
do que uma pessoa revela ser, a sua identidade pessoal.
PREVENÇÃO
• Quanto mais regresso forem os traumas sofridos, mais
difícil, quando não impossível, será sua cura.
• Por isso, a prevenção desde a gestação é o melhor
caminho para se evitar psicopatologias graves.
PREVENÇÃO
• “O
autismo e as esquizofrenias estão entre as
consequências de comprometimentos graves na fase
uterina, no parto e nos dez primeiros dias de vida.”
• “Aspectos psicológicos estressantes da mãe possam
interferir na harmonia do desenvolvimento uterino, outros
fatores (genéticos, físicos e químicos) podem ser os
causadores das patologias de tal fase.” (Reichert
2004p.99)
Estresse
• Produzem o hormônio catecolamina, que atravessa a
placenta e atinge o feto, gerando nele as mesmas
sensações da mãe.
• Esses registros então ancorados por meio da memória
celular.
• “...não precisamos nos limitar a memória e ao cérebro.
Organismo sem tecido cerebral ou sistema nervoso
também têm experiências. Eles são sensíveis: dão
respostas ao meio ambiente e atuam sobre ele. Mesmo
células individuais parecem ter algum sistema primitivo
de
memória
de
um
passado
orgânico.
(Boadella,1992,p.36)
GESTAÇÃO
• O processo nocivo de uma gestação estressada é que os
hormônios maternos cruzam a placenta, produzindo
efeitos secundários no feto.
• Sob tensão os corticosteróides e outros hormônios
relacionados ao estresse podem afetam o sistema
cardiovascular do feto cuja pressão sanguínea é sensível
a estímulos externos.
Prevenção na gestação
• As mães com altos níveis de ansiedade tendem a
produzir bebês hiperativos e irritáveis, com transtorno do
sono, baixo peso ao nascer e que se alimentam mal.
• Tentativas de abortos, gravidez indesejadas, intoxicações
por drogas ou poluição, emoções penosas vividas pela
mãe atingem o embrião alterando o desenvolvimento
funcional harmonioso.
• PREVENÇÃO NO ÍNICIO DA VIDA GESTACIONAL É DA
MAIOR IMPORTÂNCIA.
PELE
• A pele é o mais importante meio de comunicação e de
troca no período uterino. Ela faz contato com as paredes
do útero e a condição orgânica e emocional da mãe.
• No parto passa por um momento de forte impacto com o
mundo externo.
• É fundamental a qualidade do toque e do contato corporal
do cuidador com o bebê no parto e após o nascimento.
Referência
Reichert, Edvânia. Infância: a Idade
Sagrada, 2º edição Vale do Ser, POA, 2009