Contrastes de Desenvolvimento
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Contrastes de Desenvolvimento
Países Desenvolvidos (PD) E Países Em Desenvolvimento (PED)
O Mundo Atual É Marcado Por Fortes Contrastes.
Nem Todos Os Países Apresentam O Mesmo Nível De Riqueza E De
BemEstar Da Sua População.
TAXA DE MORTALIDADE INFANTIL
Nº de óbitos de crianças com menos de 1 ano de idade, ocorridos
por cada 1000 nascimentos, durante um determinado período de
tempo.
Trata-se de um indicador de desenvolvimento uma vez que reflete o estado de saúde
e o nível de vida de uma população.
A taxa de mortalidade infantil é mais baixa nos PD devido:
ao crescimento económico que permitiu investir na saúde;
à melhoria da assistência médica materno-infantil e à vacinação;
à crescente procura, por parte das mães, de serviços associados à maternidade;
à melhoria das condições de higiene;
à melhoria da dieta alimentar das crianças (mais rica e variada).
A taxa de mortalidade infantil é mais elevada nos PED devido às:
Deficientes condições sanitárias
falta de higiene;
falta de saneamento básico.
Deficientes condições médicas
nº reduzido de médicos por habitante;
ausência de vacinação;
falta de acompanhamento médico durante os partos.
Deficientes condições alimentares
subnutrição e malnutrição.
ESPERANÇA MÉDIA DE VIDA
É o número médio de anos que um indivíduo pode esperar viver.
De um modo geral, a EMV tem vindo a aumentar, verificando-se uma
aproximação gradual entre PED e PD.
No entanto existem vários contrastes:
Países da OCDE (79,4 anos);
América Latina e Caraíbas (72,8 anos);
Ásia Oriental e Pacífico (71,7 anos);
Europa Central e Oriental/CEI (68,6 anos);
Países Árabes (67,5 anos);
Ásia Meridional (63,8 anos);
África Subsariana (49,6 anos).
Países com a EMV mais elevada (2005)
Japão, Islândia, Suíça, Austrália (>80 anos)
Países com a EMV mais baixa (2005)
Lesoto (42,6), Serra Leoa (41,8), Angola
(41,7), Zimbabwe (40,9), Zâmbia (40,5),
Suazilândia (29)
EMV em Portugal (2005)
77,7 anos
Consequências do envelhecimento da população
diminuição da população ativa, perda do dinamismo económico, diminuição da
receita fiscal;
aumento dos encargos com os idosos (saúde), aumento das despesas com as
pensões, dificuldade na renovação das gerações.
A propagação do HIV/SIDA deve-se à reduzida utilização do preservativo e à fraca
cobertura dos tratamentos anti-retrovirais (drogas que inibem a reprodução do
HIV no sangue).
Os impactos da propagação do HIV/SIDA são devastadores:
redução dos rendimentos familiares (impossibilidade de trabalhar ou morte);
colapso das infra-estruturas de saúde (médicos, medicamentos e camas são
insuficientes para a população infectada);
aumento do número de órfãos em situação de pobreza e abandono escolar.
NÍVEL DE INSTRUÇÃO
Nos PD, a percentagem de analfabetismo é de 2%. Nos PED, sobretudo nos países
mais pobres da Ásia e da África, é superior a 40%.
Taxa de analfabetismo em 2005
Burkina Faso (76,4%);
Mali (76%);
Chade (74,3%).
(…)
Portugal (6,2%)
As elevadas taxas de analfabetismo nestes países devem-se:
à utilização dos filhos como fonte de rendimento (trabalho infantil);
à falta de investimento no sector da educação (em escolas e em
professores).
As taxas de alfabetização de adultos registaram um aumento entre 1985 e 2005, em
todas as regiões e grupos de países. A África Subsariana e a Ásia Meridional
apresentam os valores mais baixos.
As taxas de matrícula no ensino básico aumentaram nos PED e a desigualdade entre
géneros está a diminuir.
No entanto, nos PED, a desigualdade entre os sexos masculino e feminino no acesso
à instrução ainda é muito forte.
Esta desigualdade entre géneros deixa as mulheres em desvantagem no que
toca às oportunidades de emprego e também nos salários.
São várias as causas de discriminação da mulher
na educação:
os custos da educação e a preferência pelos rapazes
(sociedades patriarcais, questões religiosas);
menor valorização social da mulher (é vista como mãe,
doméstica, trabalhadora agrícola e não como uma
profissional autónoma e integrada no mercado de
trabalho);
matrimónio precoce (entre os 7 e 15 anos);
gravidez na adolescência, impedindo o prosseguimento
dos estudos;
maior vulnerabilidade da mulher ao HIV/SIDA (maior
incidência da prostituição feminina, casos de violação e
abuso sexual);
sequestro de raparigas (a polícia nigeriana descobriu
uma maternidade em que cerca de 20 adolescentes eram
mantidas presas com o intuito de continuamente darem à
luz bebés para venda.
SAÚDE E ASSISTÊNCIA MÉDICA
Os PD possuem bons hospitais e os centros de saúde, o nº de médicos é
elevado (1 para 400 habitantes).
Nos PED os cuidados de saúde são deficientes – 400 mil habitantes por
médico.
A dificuldade de acesso a vacinas, a falta de higiene e a fraca qualidade da
água consumida, favorecem a propagação de doenças.
ACESSO À ÁGUA POTÁVEL
Nos PD, abrir uma torneira para ter água potável ou possuir instalações
sanitárias é um dado adquirido para quase toda a população.
Nos PED a situação é bem diferente:
cerca de 1100 milhões não têm acesso a uma quantidade mínima de água potável –
utilizam apenas 5 litros por dia.
cada pessoa devia ter acesso a pelo menos 20 litros de água por dia.
a falta de saneamento atinge cerca de 2600 milhões de pessoas
A Falta De Água Potável E De Saneamento Básico Tem Efeitos Sobre
a saúde (anualmente morrem cerca de 1800 milhões de crianças com menos de 5
anos);
o acesso à educação (as raparigas em idade escolar são responsáveis pela
obtenção de água para a família – gastam várias horas no caminho);
a igualdade de géneros (sem tempo, não têm oportunidade de conseguir trabalho).
A Fome em África
O que é a fome ?
A fome é a escassez de alimentos que, em geral, afeta uma ampla extensão
de um território e um grave número de pessoas.
No mundo:
Cerca de 100 milhões de pessoas estão sem teto;
1 bilião são analfabetos;
1,1 bilião de pessoas vivem na pobreza, destas, 630 milhões são extremamente
pobres, com rendimento “per capita” anual bem menor que 260 Euros
1,5 bilião de pessoas sem água potável;
1 bilião de pessoas passam fome;
150 milhões de crianças subnutridas com menos de 5 anos (uma para cada três no
mundo);
12,9 milhões de crianças morrem a cada ano antes dos seus 5 anos de vida;
Causas naturais
Clima;
Seca;
Inundações;
Sismos
As pragas de insectos e as enfermidades das plantas.
Causas humanas
Instabilidade política;
Ineficácia e má administração dos recursos
naturais;
A guerra;
Os conflitos civís;
O difícil acesso aos meios de produção pelos trabalhadores rurais, pelos sem-terras
ou pela população em geral;
As invasões;
Deficiente da planificação agrícola;
A injusta e antidemocrática estrutura fundiária, marcada pela concentração da
propriedade das terras nas mãos de poucos;
A destruição deliberada das colheitas;
A influência das transnacionais de alimentos na produção agrícola e nos hábitos
alimentares das populações de Terceiro Mundo;
A utilização da “diplomacia dos alimentos” como arma nas relações entre os países;
A relação entre a dívida externa do Terceiro Mundo e a deterioração cada vez
mais elevada do seu nível alimentar;
A relação entre cultura e alimentação.
Causas da fome crónica e desnutrição
Pobreza;
Distribuição ineficiente dos alimentos;
Reforma agrária precária;
Crescimento desproporcional da população em relação à capacidade de
sustentação.
Fome infantil
Cerca de 5 a 20 milhões de pessoas falecem por ano por causa da fome e muitas
delas são crianças.
Consequências da fome
As consequências imediatas da fome são a perda de peso nos adultos e o
aparecimento de problemas no desenvolvimento das crianças. A desnutrição,
principalmente devido a falta de alimentos energéticos e proteínas, aumentam nas
populações afetadas e faz crescer a taxa de mortalidade, em parte, pela fome e,
também, pela perda da capacidade de combater as infeções.
Classe dominante
Alterar essa situação significa alterar a vida da sociedade, o que pode não ser
desejável, pois iria contrariar os interesses e os privilégios em que se assentam os
grupos dominantes. É mais cómodo e mais seguro responsabilizar o crescimento
populacional, a preguiça do pobre ou ainda as adversidades do meio natural como
causas da miséria e da fome no Terceiro Mundo.