Transcript eia HISTÓRIA - PROF. FERNANDO
BRASIL – SÉCULO XVIII
O nome Minas Gerais provem das várias descobertas de minas num curto período ao final do século XVII na mesma região.
Com a notícia das descobertas, afluíram para região uma gama de pessoas de todas as condições sociais. Sonhavam com o enriquecimento fácil da mineração.
A realidade era outra: não havia onde morar, o que comer. Crises de fome assolaram os primeiros anos da colonização da região.
Nos primórdios, não havia preocupação em plantar e criar gado. A fome era uma presença constante na área mineradora.
A média de novos moradores vindos de todas as regiões da colônia e de Portugal era de 10 mil ao ano.
Os mais afortunados compravam escravos para o trabalho na mineração.
Aos poucos a agricultura foi se desenvolvendo próximo à região do ouro. O que não era produzido vinha de outras regiões.
Do Nordeste vinham o gado, o couro e a farinha de mandioca.
Do Rio de Janeiro os escravos africanos e artigos europeus (vidros, louças, ferramentas) De São Paulo: milho, trigo e marmelada.
Do Sul: cavalos, bois, muares e charque A moeda de troca era o ouro em pó.
mineração Lavagem do ouro. Mostra o trabalho de extração de ouro de aluvião, que é o que se achava misturado à areia e ao cascalho dos rios.
O ouro em lavra somente é explorado depois do esgotamento do ouro de aluvião.
Guerra dos Emboabas (1708/1709): Disputa em os paulistas, descobridores do ouro, e forasteiros (portugueses e outros - emboabas) pelo controle da mineração.
Líder emboaba: Manuel Nunes Viana, rico comerciante de mulas e alimentos. Chamado pelos forasteiros de ‘governador de todas as minas’. A Coroa Portuguesa se vale do conflito para impor seu poder sob a região, criando a capitania de São Paulo e Minas Gerais, em 1711, separando-as do Rio de Janeiro.
Guerra dos Emboabas
Criação das cidades – 1711, Vila de Ribeirão de Nossa Senhora do Carmo, atual Mariana. depois: Vila Rica, Sabará, Caeté, São João Del Rei, São José Del Rei (atual Tiradentes) e outras.
Impostos cobrados: sobre homens livres e escravizados (capitação); tecidos, ferramentas e gêneros agrícolas; e sobre o ouro (quinto – 20% de todo o ouro extraído) Essa quantidade de impostos e a urbanização aproximaram os cidadãos para criar mecanismos contra a exploração portuguesa.
A cobrança era feita, principalmente, nas estradas que ligavam as capitanias próximas a Minas Gerais. Vigiada pelos Dragões do Regimento das Minas.
Contrabando O ouro em pó ou em pepita era contrabandeado de diversas formas: entre os dedos do pé; nos saltos e solas das botas; entre doces e salgados das quitandeiras em seus tabuleiros.; dentro das estátuas de santos – donde advém a expressão ‘Santo do pau oco’.
Devido ao aumento do contrabando do ouro, que a população o fazia e ainda reclamava dos altos preços dos gêneros alimentícios, a Coroa Portuguesa criou as Casas de Fundição – local donde todo o ouro deveria ser transformado em barra, selado e quintado.
Com a criação das Casas de fundição foi proibida a circulação do ouro em pó e pepita, dificultando o contrabando.
Em 1720 explode em Vila Rica um revolta contra as Casas de Fundição e os altos preços dos alimentos.
Essa revolta ficou conhecida como Revolta Filipe dos Santos.
Líderes: Tropeiro Filipe dos Santos e minerador e comerciante Pascoal da Silva Guimarães.
Os dois foram presos e condenados á morte.
Filipe dos Santos foi esquartejado e teve seus pedaços expostos pelos caminhos de minas.
O arraial de Pascoal, chamado de Ouro Podre, foi queimado.
Neste mesmo ano o rei português decide pela criação da Capitania de Minas Gerais, com sede em Vila Rica.
Nomeia novo governador.
Distrito diamantino – Arraial do Tijuco – atual Diamantina.
Quando da descoberta de diamantes na região, a Coroa Portuguesa expulsou toda a população da região, dividiu-a em lotes, ficou com o maior e melhor e leiloou os outros entre os homens brancos da região.
Para administrar e policiar a área, criou a Intendência dos Diamantes (1734).
O intendente tinha poder de vida e morte sobre a população e incentivava a delação. Quem era pego se via expulso da capitania das Minas Gerais.
Houve também os contratadores de diamantes, que arrendavam a exploração em troca de parte da riqueza.
Minas Gerais Havia um grande medo de viver na minas – quando não era pela possibilidade do esgotamento do ouro, podia ser por uma possível delação.
O clima era tenso e desconfiado.
1733 a 1748 – apogeu da produção Mudanças ocorridas com a mineração: ocupação e povoamento de vastas áreas do interior; consolidação do mercado interno; a mudança da capital de Salvador para o Rio de Janeiro (1763); florescimento da vida urbana.
50% do ouro produzido no mundo vinha do Brasil entre os séculos XV e XVIII. A maior parte de ouro, porém, foi levado a Portugal, donde se construiu obras monumentais e pagou as importações portuguesas, principalmente vindas da Inglaterra, através do Tratado de Methuen – 1703.
Sociedade Mineradora Mais de 50% de negros; 26% de pardos e 22% de brancos em 1776.
Os escravizados – levavam a vida mais difícil.
Trabalhavam na mineração de aluvião em pé, com as costas curvadas e pernas dentro d’água. Na lavra havia constante risco de desabamento e doenças pulmonares.
Também trabalhavam no transporte de pessoas e mercadorias; construíam estradas; casas e chafarizes.
Havia também os escravos de ganho – negros alugados para outros ou que realizam algum trabalho, como as negras do tabuleiro.
Negros contrabandeavam ouro e diamantes para comprar a alforria. Em Minas Gerais era comum vários negros livres que juntavam dinheiro para adquirir seus próprios escravos e viver de ganho.
Desclassificados – andavam pelas ruas a esmolar e praticando pequenos furtos.
Eram, em imensa maioria, negros e mestiços.
Realizavam serviços que não se podia entregar os negros: expedições ao interior em busca do ouro; destruição de quilombos; combate às revoltas indígenas; guarda e defesa de presídios; segurança dos ricos; obras públicas e outros.
Donos de vendas, pequenos lavradores, artesãos, profissionais liberais, padres, garimpeiros e artistas.
Esses artistas (entalhadores, músicos, pintores) alcançaram grande prestígio na sociedade do ouro.
Ricos É de se pensar que os ricos eram, na maioria, mineradores. Mas esta não era a realidade em Minas Gerais. Apesar de destacada posição social, os mineradores tinham de entregar a maior parte do ouro em impostos e gastavam muito com a compra de tecidos e comidas finas e em pessoas para escravização na mineração.
As maiores fortunas em Minas Gerais eram de tropeiros e, principalmente, comerciantes.
Minas Gerais Montanhas, fé e ouro.
Ouro Preto – Vila Rica Símbolo deste período da colonização portuguesa no Brasil, guarda em suas ruas retratos deste tempo de fausto e pobreza.