Trabalho e educação na era midiática

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Transcript Trabalho e educação na era midiática

Por: Ivonete F. Duarte
Trabalho e Educação na
Era Midiática
Um estudo sobre o mundo do trabalho na
era da mídia e seus reflexos na educação
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
 TERUYA, Teresa Kazuko. Trabalho e
educação na era midiática: um estudo
sobre o mundo do trabalho na era da
mídia e seus reflexos na educação.
Maringá, PR: Eduem, 2006, 122p.
RESUMO:
 Faz um estudo da sociedade midiática e suas
implicações na educação escolar;
 Analisa os efeitos das comunicações midiáticas sobre
a sociedade contemporânea e os fundamentos teóricos
e metodológicos que sustentam o uso na educação
escolar;
 Procura desmistificar discursos pedagógicos de que os
recursos midiáticos vão melhorar a qualidade do
ensino e realizar uma auto reflexão crítica das
mensagens midiáticas;
 propõe uma reflexão crítica que subsidie a ação
pedagógica do professor.
INTRODUÇÃO
 As TICs provocaram profundas alterações na sociedade, nas





organizações do trabalho e nas relações humanas;
Exigência
de
um
trabalhador
flexível,
capacitação/atualização/treinamento permanente;
Mídias: impressa (cartazes, revistas, jornais, etc) e eletrônica
(aparelho de som, rádio, TV e nova mídia: computadores e
eletrônica digital);
Indivíduos organizam suas representações de acordo com
ideologia/princípios difundidos pela mídia;
E a educação com a ampliação das mídias eletrônicas?
Sociedade altamente informatizada, alunos de baixa renda,
distantes, absorvem superficialmente alguns elementos dos meios
de comunicação de massa;
1. INTRODUÇÃO
 Só será possível projetar um mundo melhor se a ciência
e a tecnologia forem democratizadas por meio de
políticas educacionais que garantam o acesso ao saber
nas escolas públicas (p.12).
 O acesso as inovações tecnológicas no Br está restrito a
uma parcela reduzida – tecnicamente o computador
permite acesso imediato a dados e informações, pode
garantir um bom emprego, mas conhecer softwares
educativos e linguagem de programação não é
suficiente para formar uma consciência crítica.
 Utilizar os recursos da mídia na escola pode contribuir
positivamente, desde que o professor tenha
consciência crítica e não reproduza a alienação.
2. A SOCIEDADE DO TRABALHO
NA ERA MIDIÁTICA
 No início da era mercantil a Europa expandiu seu
território, explorou novas formas de acumulação de
riqueza, impondo trabalho compulsório as populações
dominadas. Paralelamente, a comunidade intelectual
aboliu idéias e conceitos do passado, incorporou
novos valores morais e éticos e projetou a futura
sociedade do bem-estar (p. 17).
 A introdução das TICs o sistema capitalista atual
alterou a concepção de trabalho e conhecimento.
 A produção de tecnologias, contraditoriamente,
facilita a vida de alguns e amplia o número de
excluídos em miséria absoluta.
O processo de supressão do trabalho vivo e
a incorporação do trabalho morto
 Séc. VIII/XX – mão-de-obra operária, braçal ou manual




substituída pela robótica e novas tecnologias, gerando
desemprego.
Num momento em que a sociedade do trabalho está chegando
ao fim, há uma grande defesa em relação a ela, a novos
empregos, novas frentes de trabalho.
Gula desenfreada pelo capital.
Totalitarismo econômico – totalitarismo capitalista (detém o
controle com legitimidade para reprimir qualquer movimento
de oposição).
A democracia traz a ilusão da felicidade para todos – a
sociedade se vê obrigada a
aceitar pacificamente a
concentração acelerada do capital (p. 21).
O trabalho na sociedade da
informação ou do conhecimento
 Sociedade do conhecimento – que conhecimento é esse? Na




sociedade industrial as formas de conhecimento eram
representadas pelo conhecimento das ciências naturais e humanas,
hoje também disponíveis nas memórias digitalizadas das mídias
(p.24)
As máquinas substituem várias tarefas antes realizadas pelo
homem.
O conhecimento confunde-se com informações.
“Aprender a aprender”, “ao longo da vida” – lema usado nas
capacitações e treinamentos.
No capitalismo, a nova base tecnológica tem significado uma
negação da possibilidade de vida pela negação da distribuição de
renda, embora contraditoriamente, tenha melhorado a condição de
vida.
 A ideologia do emprego pelo emprego desenvolve uma
subclasse de serviçais.
 O processo de desenvolvimento é policêntrico porque




manifesta-se em todos os níveis da vida social.
Os PCNs do Ens. Fund. destaca uma série de necessidades
exigidas do trabalhador para garantir sua sobrevivência no
mercado de trabalho (conhecimentos atualizados, iniciativa,
flexibilidade mental atitude crítica, capacidade de criar novas
situações, vontade de aprender, motivação) (p. 26-27).
Sugere a qualificação politécnica (propõe a emancipação
humana através da superação da fragmentação e polivalente
(dominar a tecnologia e realizar vários tipos de trabalho).
Questiona-se a qualificação marcada pela exclusão e alienação
que está na nova base tecnológica.
É preciso colocar a incrível capacidade científica e tecnológica
existente a serviço das necessidades humanas (só possível com
a revitalização do socialismo as novas bases) (p.30).
Reflexões sobre o mundo do
trabalho no século XXI
 Futuro incerto para a humanidade.
 Há pontos positivos (trabalhos perigosos) e negativos
(desemprego) da substituição do trabalho braçal.
 As novas tecnologias vão beneficiar uma minoria, mas
prejudicar a grande parcela da população que ficará
desempregada e marginalizada (p. 33).
 É inevitável a adaptação do homem à sociedade da
informação, isso depende de uma educação que propicia
o acesso ao saber e a tecnologia informatizada (p.34).
 Apesar do aumento de novos empregos informacionais,
há carência de força de trabalho capaz de dar conta das
novas tarefas, por causa da baixa qualidade do sistema de
ensino e da inadequação das qualidades oferecidas (p.34).
A era midiática e a supremacia da
educação
 Na era midiática, a hegemonia do paradigma
informacional pressiona também o sistema de ensino.
A emergência da sociedade do conhecimento
demanda uma educação que permeia o acesso à
informação para todos (p 39).
 Organismos internacionais tem a proposta de
subordinar a escola às novas leis do mercado.
 No mundo globalizado, muda o papel da escola, além
da transmissão do conhecimento, ela deve educar
para a vida, ensinar a aprender a aprender, ensinar a
prender a fazer, ensinar a aprender a ser....
 Os organismos internacionais, sob o comando do
Banco Mundial e do BID orientam o sistema
educativo.
 Os PCN apresentam uma concepção de escola como
um local privilegiado de formar cidadãos competentes
e fornecem um receituário com as características do
modelo idealizado pelo novo paradigma de
conhecimento. Recomendam a utilização dos meios
eletrônicos na educação para aperfeiçoar as situações
de aprendizagem na sala de aula (p. 41).
 O acesso ao ciberespaço é um avanço para a
democratização do saber, porém se não for discutido e
questionado pode ser uma reprodução do tradicional
ou tecnicista.
 O capitalismo globalizado impõe o pensamento único
e mascara o processo de exclusão social.
 A escola não tem o poder de mudar o que está posto,
mas o educador pode contribuir para uma visão mais
crítica abrindo horizontes do saber.
3. A GERAÇÃO DA MÍDIA
 Revolução no mundo da comunicação: invenção do telégrafo.
 As tecnologias da mídia configuram uma nova maneira de





viver na sociedade contemporânea e transformam o universo
do trabalho humano (p. 46).
A informática passa a ser uma ferramenta necessária para o
exercício da cidadania.
A mediação midiática influencia sobre o universo simbólico,
para uma a construção de uma cidadania limitada aos
parâmetros do capital.
Mundo coisificado de um computador.
Pode educar ou deseducar um povo.
Internet: janela aberta para o mundo, incorporou todas as
outras mídias, tem poder de facilitar ao ensino a distância.
A mídia como extensão do homem
 Meios de comunicação de massa como
extensão do homem (McLuhan) .
 A televisão aproximou o pensamento e a
ação, alterando as formas de percepção
humana (p. 49).
O espetáculo da mídia: o aparato para
preservação da ordem estabelecida
 As TICs estão invadindo todas as áreas do conhecimento e a vida





dos homens.Questiona: como será a distribuição dos benefícios? O
conhecimento não está sendo determinado pelo mercado? Que
saber é relevante no mercado? E os sujeitos que estão á margem
dessa tecnologia? Será que o s donos das tecnologias não estão
determinando quem sobreviverá neste mundo?
As tecnologias além estimular o consumo e disseminar valores
induzem a copiarem modelos prontos de moda, comportamentos,
posturas...
Os meios de comunicação de massa direcionam o raciocínio.
Degradação do ser para ter ou parecer que tem.
Materialização das ilusões (novelas, telejornais, shows, internet...).
A televisão mostra a realidade elaborada e produzida para atender
os interesses da elite, contraditoriamente o pensamento crítico é
exigido (p. 53).
As produções simbólicas no processo
de legitimação da cultura dominante
 O poder da mídia assegura o monopólio da produção




ideológica (usa discurso competente fundamentado na
cientificidade).
Nesse discurso a Educação é considerada tesouro universal –
portadora de soluções para os problemas sociais (p. 54)
A interferência do poder da mídia no universo escolar
dificulta o acesso a realidade concreta (p. 55).
Tudo pode ser manipulado e controlado: a política, a
democracia, a verdade.
Os sensacionalismos da imprensa televisiva difundem as
tragédias no mundo artificialmente.
O Frankenstein tecnológico
 Frankenstein tecnológico é uma metáfora para
analisar o mundo das máquinas: “máquinas de
transportar, de fabricar, de pensar”. Homem
substituído pela máquina.
 Devido
ao bombardeamento, velocidade e
diversidade de informações fica a desinformação.
 Signos.
 A tragédia humana se torna espetáculo (Ratinho, Gil
Gomes...).
 A televisão produz desejo de consumo (consumo de
bebidas alcoólicas começa mais cedo).
Televisão e educação
 As informações audiovisuais e a produção do espetáculo





surgem como elementos desafiadores para a ação docente (p.
61).
O estudante destina cada vez menos tempo para a leitura.
A televisão se coloca como neutra, imparcial e democrática,
mostra modelos ideais de conduta.
O estudo da imagem continua distante da escola.
A qualificação e requalificação serão constantes na atuação
profissional e a formação será um processo contínuo ao longo
da vida (p. 64).
A aula preparada pela TV é muito mais atrativa que as
convencionais e tem um caráter imediatista do ensino público
atendendo aos interesses da política economicista de educação
(p. 64)..
A internet e as comunidades virtuais
 Os otimistas vêem a comunicação interativa como
poderoso meio para democratização da informação e
do saber.
 A internet com potencial de difusão e aceleração do
saber (p. 65).
 Existem informações fúteis e também relevantes para
pesquisa (fóruns, denúncias...), porém o acesso ainda
é para poucos.
 Fenômeno da tecnologia: misto de fascinação e
medo.
 È possível estabelecer novas formas de ensino, uma
ponte entre o presencial e o virtual.
4. EDUCAÇÃO NA SOCIEDADE
MULTIMIDIÁTICA
 Reflexão sobre as potencialidades das TICs e os desafios para





a ação docente.
As mudanças históricas, afetadas pelas inovações
tecnológicas, afetam radicalmente a educação escolar (p. 72).
Exige-se mais do professor, numa época de desvalorização.
Ciberespaço constitui uma revolução midiática (entrar,
explorar, fazer uso, trocar...). é um universo digital plural,
caótico, descentralizado e incontrolável (p. 72).
Cultura do excesso – excesso de informações ofusca a visão e
impede o acesso ao saber (encontramos o que queremos, mas
precisamos saber onde e como encontrar).
EAD: possibilidade de democratização do saber.
O computador como mídia internacional
 A maioria solicita e aponta os computadores nas escolas para






uma melhor qualidade de ensino – cresce a capacitação docente.
Fala do NIED (Núcleo de Informática Aplicada a Educação), da
linha piagetiana.
Discussão de metodologias para inserção do computador na
educação.
De máquina de ensinar (instrumento de memorização) o
computador passa a ser ferramenta educacional (mediação no
processo de construção do conhecimento).
Softwares prontos (+ memorização), CD-ROM... importante
analisar.
Possibilidades: PCNs (p.76/77) – Não é possível sua efetiva
concretização nas escolas públicas.
Computador: extensão do trabalho, sem hora extra.
Os desafios para a ação docente na era
midiática
 Não é mais possível ignorá-las.
 O professor deve apropriar-se das diferentes linguagens no mundo das





mídias e interpretá-las criticamente.
A educação pública das elites tornou-se a educação popular de massas
(aumento de alunos e professores e problemas qualitativos) provocando
o “mal-estar docente” (p. 83).
Em uma sociedade multicultural, o professor deve modificar e
diversificar os materiais didáticos e os programas de ensino para
confrontar com os diferentes modelos de socialização na sua prática
educativa (p. 84).
Base do sistema educativo: para a elite, seleção e competência, para as
massas, flexível e integrador.
O aumento das responsabilidades dos professores não veio
acompanhado de melhorias de recursos materiais e condições de
trabalho (p.84).
Encontrar tempo para estudar e se informatizar, cumprir com suas
tarefas sempre ampliadas e lidar com os conflitos.
AS REPERCUSSÕES DA MÍDIA
NA EDUCAÇÃO ESCOLAR
 A utilização do computador na escola deve ser conduzida




pela formação pedagógica, não pela técnica.
Deve-se ter cuidado com as indústrias lucrativas que
produzem e vendem materiais (pacotes prontos) para
facilitar o trabalho do professor.
Nenhuma tecnologia salva o mau professor (Moran) (p.88).
Pesquisas mostram que o computador tem contribuído
positivamente na aprendizagem.
Faz-se necessário reflexão crítica e ação em relação a sala
de aula tecnológica, para que seja verdadeiramente
democrático e não acrescente outras desigualdades sociais
(p. 90).
As contribuições da mídia na prática
de ensino
 É preciso explorar e sistematizar os mecanismos de
sedução que os meios midiáticos utilizam por meio
da leitura crítica (p 94).
 Necessidade de capacitação dos professores para
realizar o diálogo crítico.
 A eficácia da utilização dos recursos depende de
uma boa fundamentação teórica e metodológica e
moral.
 O indivíduo precisa conhecer a linguagem
midiática (p. 96).
A formação da cidadania na era
midiática
 Cidadania: todos os homens são iguais
perante a lei (concepção liberal).
 A formação da cidadania não requer um
computador, mas um professor capaz de
utilizar a metáfora do labirinto (p. 99).
 Todos os recursos são necessários, mas
precisam de utilização adequada.
Transformação social

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


O mundo vive um processo de transformação provocado pelas mídias.
Na educação pode servir para o bem ou para o mal.
Desvalorização da relação humana e qualificação profissional.
EAD, útil para quem já tem um conhecimento prévio.
Os avanços tecnológicos não têm garantido a boa qualidade de vida para a
população (de um lado uns poucos s e beneficiam e outros passam fome).
 Essa mentalidade do indivíduo egoísta pode trazer conseqüências trágicas
para o futuro da humanidade (p. 107).
 As organizações internacionais interferem no processo educacional,
colocando os recursos midiáticos como transformadores da qualidade de
ensino, mas a apropriação do conhecimento mediado pela educação
demanda tempo, dedicação e esforço mental, e isso não depende do uso do
computador (p. 107).
 Para construção de um mundo mais solidário e igualitário, além das
necessidades básicas, é necessário o direito ao conhecimento técnico e ao
legado cultural da humanidade (p. 108).
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
 O aumento do desemprego e a busca de novos paradigmas, facilitado






pelo universo da informática é preocupação de pesquisadores.
A educação escolar, para a classe trabalhadora, deveria desenvolver
potencialidades necessárias para a apropriação de conhecimentos e
habilidades que promovessem uma ampliação do universo simbólico (p.
110).
Houve grandes avanços e melhorias, mas não com acesso para todos.
Os indivíduos estão presos a visão liberal difundida pela mídia.
A autora faz uma análise geral das conseqüências da informatização no
processo de produção e as exigências para a educação escolar na
formação do novo perfil do trabalhador (p. 111).
É preciso repensar o papel do professor e alertar para a necessidade de
garantir o conhecimento historicamente produzido pela humanidade.
Refletir sobre as novas formas de trabalho e a demanda para a educação
dominada pelas máquinas eletrônicas.