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A HISTÓRIA DO
EXAMINANDO
INTRODUÇÃO


A história e o exame mental do
paciente também constituem os
recursos básicos de um diagnóstico;
Em um modelo psicológico, o
exame e a história do paciente
permitem a coleta de subsídios
introdutórios que fundamentarão o
processo a que chamamos de
psicodiagnóstico;


Há pacientes que não são testáveis,
dado o grau de comprometimento das
funções do ego ou das outras funções
cognitivas, pelo menos em determinadas
fases da doença;
Por outro lado, deve-se considerar que a
maioria das técnicas e testes pressupõe
alguma forma de comunicação e um
mínimo
de
condições
de
seguir
instruções e de colaborar.

Em
segundo
lugar,
ainda
dependendo dos objetivos, a tarefa
do psicólogo pode restringir a
história e o exame do paciente, sem
administração de teste, se pretende
chegar
a
uma
avaliação
compreensiva com vista a uma
intervenção terapêutica imediata,
ou a um entendimento dinâmico,
para a identificação de conflitos.

Assim, a avaliação deste tipo, feita
pelo psicólogo, pode ter um caráter
mais descritivo e formal ou mais
interpretativo e dinâmico, conforme
os objetivos do exame e a
gravidade ou não dos transtornos.

Com a história pode-se compreender:

A história pessoal e de anamnese;

História clínica ou da doença atual;

A avaliação psicodinâmica, que também
explora a perspectiva histórica para
entender a problemática atual dentro de
um contexto vital de desenvolvimento.

À medida que o paciente relata a
sua história, o clínico tem condições
de avaliar alguns aspectos que
constam do exame do estado
mental do paciente

O primeiro contato com o paciente,
por exemplo, permite não só
descrever a sua aparência, como
observar
detalhes
do
seu
comportamento,
isto
é,
sobre
atenção,
concentração
e
pensamentos.

Da mesma maneira, a anamnese
envolve
um
levantamento
normativo do desenvolvimento, mas
que, dependendo dos objetivos do
exame, pode ser de pouca ou
nenhuma utilidade.


Psicólogo irá dar conta de que as
várias perspectivas são áreas de
informação integradas, completando
com perguntas suplementares.
A avaliação deve ser feita com
ênfases especiais, em sujeitos de
faixas etárias diversas.
HISTÓRIA CLÍNICA

Pretende caracterizar a emergência
de sintomas ou de mudanças
comportamentais,
numa
determinada época, e a sua
evolução até o momento atual;

Eventualmente, o paciente não consegue
determinar o inicio de seus problemas.
Então, temos de examinar a sua história
pessoal, de maneira identificar quando ou
como, a partir de um ajustamento global
regularmente bom, começaram a se
delinear dificuldades ou a se evidenciar
comprometimentos em uma ou
mais
áreas
de
funcionamento
social,
profissional, acadêmico, etc.


Freqüentemente, ao levantar-se a
história
clínica,
já
se
tem
conhecimento das queixas, dos
motivos que levaram a consulta,
conforme
informações
prévias
dadas por alguém ou discriminadas
no encaminhamento;
Mas sempre é importante ter a
versão do próprio paciente.


Importante registrar as queixas, mesmo
que “ele” negue ter problema. E se o
paciente nega ter problemas, pode se
tratar de uma posição defensiva, falta de
insight, ou ele pode estar falando a
verdade.
OBS:
considerar
que
certos
encaminhamentos ocorrem por pressão
do meio ambiente comportamentos não
aceitáveis, ou ainda, por intolerância dos
familiares diante de uma crise.

As queixas, os motivos explícitos
ou, até, a não admissão de
sintomas fornecem um ponto de
partida. Sejam as preocupações
próprias ou das pessoas com as
quais os pacientes convive, elas
devem se associar a algumas
mudanças do comportamento ou a
sintomas.



É preciso:
Descreve-los, procurando no tempo
o seu aparecimento, associá-los
com as circunstâncias de vida no
momento;
Analisar
o
seu
impacto
em
diferentes áreas da vida pessoal ou
dos demais;

Determinado o início da história
clínica e de seu curso, ainda é
necessário um levantamento da
sintomatologia e das condições de
vida do paciente, no momento
atual, em várias áreas, além da
investigação
de
sua
história
psiquiátrica pregressa.

No caso é importante examinar:

As atitudes de outras pessoas;

Investigar a rede social com quem conta
para apoio;

Definir a
trabalha;

E a exploração da área sexual.
sua
situação
funcional:
se



Entrevista:
Pode ser mais ou menos, diretiva,
dependendo
das
características
do
paciente e das preferências do psicólogo;
Profissionais: esperam que o paciente
forneça a sua visão pessoal sobre seus
problemas e vá escolhendo os temas
sucessivos, que são complementados por
perguntas específicas


Profissionais: preferem dar início com
perguntas abertas para passar depois a
perguntas fechadas, fazendo também de
perguntas em eco;
Espera-se que o psicólogo encerre esta
etapa com convicção de realmente foram
abordados todos os pontos essenciais
sobre a emergência da problemática e
seu curso, com dados cronológicos.
HISTÓRIA PESSOAL OU ANAMNESE

História pessoal pressupõe uma
reconstituição global da vida do
paciente, como marco referencial
em que a problemática atual se
enquadra e ganha significação.

Anamnese: é delineada de forma
mais
sistemática
e
formal,
produzindo um acúmulo de dados
que
não
contribuem
para
o
entendimento do caso.

A história pessoal deve ser enfocada
conforme os objetivos do exame e
dependendo da idade do paciente, o
que vai se refletir, logicamente, na
natureza e quantidade de dados que
devem constar ou não do laudo.

É praticamente impossível coletar
dados completos sobre a vida de
um paciente. Muitas vezes, também
ele não tem todas as informações
necessárias, ou as omitirá por
motivos defensivos.

E no momento em que se tem a
queixa e a história clínica, há
condições para definir a estrutura
da história pessoal necessária,
considerando
os
objetivos
do
exame, o tipo de paciente e a sua
idade.


Ex:
criança
em
que
aproveitamento
escolar
insatisfatório,
temos
que
atentar
para
questões
desenvolvimento normativo;
o
é
nos
do
Verificar:
desenvolvimento
no
contexto
familiar;
dados
cronológicos;
explorar
variáveis
afetivas e sociais;


É importante associar a perspectiva histórica a
uma abordagem dinâmica. Por outro lado,
dependendo da problemática e da estrutura da
personalidade do paciente, certas áreas e certos
conflitos deverão ser mais explorados que outros,
concentrando-se a atenção em certos pontos da
vida do paciente que tenham probabilidade de
fornecer explicações para emergência e o
desenvolvimento do transtorno atual;
A familiaridade com um enfoque teóricopsicodinâmico e com a técnica de entrevista em
casos especiais é de especial importância para
que a história clínica possa ser complementada
pela história pessoal, como um marco referencial
que lhe dê significação.


Roteiro – ajuda investigar os pontos de
referências para a exploração de vida do
paciente;
Dar ênfase a cada tópico ou a forma de
seleção das informações significativas tem
a ver com o objetivo do exame, tipo do
paciente e sua idade, ou, ainda, com as
circunstâncias
da
entrevista
e
da
avaliação.
CONTEXTO FAMILIAR

É útil construir um genetograma,
nem que seja de forma reduzida,
focalizando,
principalmente,
o
núcleo familiar atual.

Preocupar-se:

A concepção (ou da adoção da criança);

Status marital;

Nível socioeconômico;

Rede de apoio social;

Relação afetiva do casal e família;

Expectativas quanto a vinda do bebê;

Algum tipo de planejamento familiar;

Reações ante a gravidez.
HISTÓRIA PRÉ-NATAL E PERINATAL



Descrever como ocorreu a gestação (ou o
processo de adoção), do ponto de vista
físico e psicológico;
Não aceite simplesmente a classificação
de “normal”;
Informar
a
respeito
dos
aspectos
nutricionais, doenças, acidentes, uso de
drogas, ou, ainda, de fatos significativos
na vida do casal, em especial para mãe.




Procure saber qual o estado psicológico da mãe,
em termos de ansiedades, temores e fantasias e
como isso repercutiu na vida do casal;
É essencial se informar sobre o parto quando e
como ocorreu, isto, é se foi termo natural ou não;
Trabalho de parto e sobre os problemas especiais;



Saber das
nascer;
condições
da
criança
ao
A reação dos pais em relação ao bebê,
quanto a sua aparência, sexo e estado
geral;
As experiências iniciais do bebê (sucção,
deglutição, qualidade da relação mãefilho).

A reação afetiva dos pais as
mudanças ocorridas pela inclusão
de mais um membro na constelação
familiar, procurando saber como a
mãe amamentava a criança, e qual
a participação paterna e de outras
pessoas na nova rotina.
PRIMEIRA INFÂNCIA
(0 A 3 ANOS)

É importante a qualidade da relação
materno-infantil, desde a relação
simbiótica, até a fase de separação
individuação.

Hábitos e problemas alimentares:

Explorar os contornos que assumiram as relações
de objeto;


Indícios sobre a experiência afetiva podem ser
encontrados exatamente nos problemas na
amamentação ou nos sintomas exacerbado de
cólicas;
Distúrbios precoces nos padrões do sono ou sinais
de necessidades não satisfeitas, como bater com
a cabeça nos objetos ou embalar o corpo
continuamente, fornecem indícios sobre possível
privação materna.

A ansiedade básica:

É de separação;


Investigar a acessibilidade da mãe e a
disponibilidade de mães substitutas, o papel
desempenhado pelas pessoas no lar (em termos
de afetos ou disciplina);
A qualidade dos cuidados em creche, bem como a
reação da criança e estranhos ou a períodos de
separação.




Padrões de
comportamentos
manipulação);
motores
(de
De linguagem e sociais, como também de jogo,
deve ser registrada com as expectativas médias
específica para cada tipo;
Saber o quanto o ambiente foi estimulante, como
foram manejadas as tentativas frustradas, o
quanto o meio parecia ansiogênico ou oferecia um
clima de afeto.



Aspectos sociais:
Análise das ligações afetivas como
irmãos, e na competição pelo afeto dos
pais;
Alianças
e
rivalidades
devem
ser
examinadas,
com
ênfase
na
caracterização das respostas afetivas
usuais do sujeito;



Os jogos:
Área de rica informação, desde que o
brinquedo era uma parte do próprio corpo
ou um objeto simples, até se tornar o
campo para a estruturação das relações
sociais, explorando as respostas a
frustrações e gratificações e as reações ao
aprendizado rudimentar de normas;
Como a criança se comportava em tais
situações?
Isolava-se
ou
buscava
companhia?




Higiene:
A idade em que ocorreu o controle dos
esfíncteres em geral é fácil detectar;
Explorar os conflitos entre obediência e
oposição é mais complexo, embora tais
experiências
tenham
repercussões
importantes no desenvolvimento do
caráter do indivíduo;



Sintomas:
Atitudes claramente associadas com
esse período ficaram circunscritas á
fase
ou
houve
manifestações
posteriores?;
Quais as atitudes dos pais ante tais
ocorrências?

Sintomas:

Como o de chupar o dedo;

Roer as unhas;

Enurese;

Tiques;

Temores noturnos;

Medos.

Especificando se ficaram restritos a essa fase ou tiveram
continuidade,
procurando-se
examinar
como
foram
percebidos e manejados pelos pais.
INFÂNCIA INTERMEDIÁRIA


Alargamento da rede de relações
sociais da criança, pelo ingresso na
escolinha;
Os primeiros padrões de auto –
afirmação,
impulsividade,
agressividade,
passividade,
ansiedade ou comportamento antisocial freqüentemente emergem no
contexto das relações escolares.



Paralelamente, no começo dessa fase, a criança
vê-se as voltas com a experiência e os conflitos,
associados com a situação de triangularidade
edípica do lar, dos quais devem emergir com
novos recursos de socialização e uma nova
percepção de sua identidade;
É importante analisar a sensibilidade do ambiente
no manejo de suas expressões afetivas (de amor
e ódio);
Identificar os responsáveis por recompensas ou
castigos usuais, as circunstâncias em que
ocorriam e evidências de sintomas específicos.

O desempenho escolar é outro
campo
a
ser
investigado,
considerando forças e fraquezas em
determinadas áreas. Se houve
fracassos, deve-se verificar se
foram exploradas causas, que
medidas foram adotadas e qual o
seu impacto sobre a criança.


História de pesadelos, fobias, urinar na
cama, provocação de incêndios, crueldade
com animais e masturbação compulsiva é
também importante no reconhecimento
dos
primeiros
sinais
de
distúrbio
psicológico.
OBS:
é
importante
considerar
a
freqüência,
a
intensidade,
as
circunstâncias
do
aparecimento
do
sintomas, sua coexistência com outros
sinais de perturbação ou a sua relação
com situações críticas.
PRÉ-PUBERDADE, PUBERDADE E
ADOLESCÊNCIA


1) relações sociais mais importantes e
devem ser consideradas, enfocando
irmãos, colegas e amigos, a facilidade ou
não de estabelecer e manter relações,
avaliar a extensão da rede de amizades,
identificar qual o papel desempenhado no
grupo, conflitos com os pais, professores
e outros;
Identificar figuras idealizadas no contexto
familiar ou na sociedade mais ampla.




2) história escolar:
Desempenho,
aproveitamento,
interesses
específicos em relação as atividades curriculares e
extracurriculares
(cursos,
passatempos,
esportes);
Expectativas
profissional;
quanto
ao
futuro
acadêmico
e
Analisar fracassos, interrupções na vida escolar,
por necessidade de trabalhar ou por outras
razões.



3) Sexual:
As primeiras experiências, atitudes frente
ao
outro
sexo,
práticas
sexuais
(masturbação, jogos);
Escolha e a variedade de parceiros,
dificuldades, conflitos e as reações de
família frente ao desenvolvimento sexual
(menarca, esclarecimentos necessários,
precauções).



4) problemas específicos
emocional, física e social;
de
ordem
Problemas comuns de inferioridade,
muitas
vezes
relacionado
com
a
aparência, comportamentos de atuação
(fugas de casa, infrações legais);
OBS: não se pode deixar de avaliar
ocorrência de doenças, acidentes ou de
experiências comuns.
FONTES SUBSIDIÁRIAS


Fontes subsidiárias:
Nem sempre o paciente dispõe de
todos os dados, mesmo quando
adulto, em vista da gravidade do
seu transtorno;

CRIANÇA:

A entrevista com a mãe;


Com outros familiares, especialmente, o
pai;
Importante: o álbum do bebê, gravações
em vídeo, fotografias, cadernos escolares,
etc.
AVALIAÇÃO DINÂMICA

É realizada geralmente integrada
com a história, buscando-se a
relação entre a pessoa com seus
problemas específicos atuais e as
experiências de sua vida passada.

Pretende-se colocar a problemática
presente
numa
perspectiva
histórica, que permita compreender
o transtorno dentro de um processo
vital, em um contexto temporal,
afetivo e social.


“uma entrevista dinâmica não é
uma sessão de psicanálise” – tratase de um modo específico de
compreender os fatos”;
Ex: a perda da mãe na infância do
paciente deve ser posta em relação
a chegada anterior de um irmão e
com a ausência prévia e prolongada
do pai.

OBS: todo o comportamento é uma
tentativa
de
adaptação,
e
a
desadaptação atual, que traz o
paciente a nós, está baseada em
grande parte em modos aprendidos
mais antigos de se adaptar aos
problemas ;


Os padrões psicodinâmicos tendem a se
repetir, devemos entender a situação
atual em termos de denominadores
comuns, na vida do paciente, ou, mais
especificadamente,
no
conteúdo
de
eventos perturbadores e de reações
passadas correlatas;
A partir, do quadro atual do paciente, se
pode levantar uma série de hipóteses,
com base em pressupostos teóricos.

Neste
processo,
partimos
de
queixas,
identificamos
conflitos,
pesquisamos
causas,
interrelacionamos conteúdos, reunindo e
integrando
informações
que
embasam o entendimento dinâmico
do fluxo da história do paciente.