Transcript Tema

Gêneros e
tipos textuais
Profª Rita Knop
OBJETIVOS
□ Conhecer os tipos de textos existentes.
□ Diferenciar narração,descrição, injunção
e argumentação;
□ Compreender a diferença entre gêneros
e tipos de textos.
□ Praticar os conceitos apreendidos.
Gêneros Textuais
Realizações textuais promovendo a interação
sócio-comunicativa:
Ex. carta, telefonema, conversa, palestra, aula,
curriculum vitae, monografia, recibo, relatório,
ofício, romance, editorial, notícia, telegrama,
resumo, ata etc (Marcuschi, 2000)
TEXTO + IMAGEM + SOM
HIPERTEXTO MODO DE
INICIAÇÃO DIGITAL
Tipos Textuais
• Narração
• Dissertação Argumentativa/
Expositiva
• Descrição
• Injunção
NARRAÇÃO
□ É o tipo de texto (real ou ficcional) no
qual é contada uma história, é
explanado um acontecimento, um fato
ocorrido. É também chamado de
narrativa. Na linguagem profissional seu
uso é freqüente em relatórios, petições
de direito,termos de audiências, atas e
exposições em geral.
Os principais elementos constituintes
da narração
□  Narrador. É aquele que conta a
história.
□ Personagem. São as “pessoas” que
atuam na narrativa (são os objetos do
ato de contar, são os “indivíduos” que
têm sua história narrada).Pode ser
protagonista
□ ( principal) antagonista.
Discurso narrativo
□ Refere à maneira como o narrador reproduz as
falas dos personagens. Pode ser:
□ Direto. Os personagens têm suas falas expostas
por meio de diálogos (uso do travessão), sem
a interferência do narrador. Exemplo:
Maria disse a João:
- Vamos andar de charrete e colher flores no
campo?
□ Indireto. Não há a presença de diálogos, sendo o
narrador que transmite o que os personagens
“disseram” ou “pensaram”.
□ Exemplo:
Maria convidou João para andar de charrete e
colher flores no campo.
□ Indireto livre: Consiste na fusão entre narrador e
personagem, isto é, a fala da personagem inserese no discurso do narrador, sem o uso dos verbos
de elocução (afirmar, perguntar, responder, pedir
etc).
□ Exemplo:
Maria estava feliz: convidara João para andar de
charrete e colher flores no campo.
Exemplo
□ Na Praia de Matagogi, no litoral de Alagoas, por onde
minha mulher e eu andamos recentemente
aproveitando um pouco das férias, vive um
brasileirinho trabalhador e danado de esperto, o
pequeno Cícero. Se muito, deve ter uns 13 anos, ou
pouco mais. Nem muito bem amanhece o dia, ele já
está lá, em frente às barracas do hotel, oferecendo
produtos para os turistas. Carinha sorridente, tipo meio
acaboclado, como a maioria dos nativos do lugar, em
horários alternados, com a maior simpatia deste
mundo, ele tenta vender tudo, dependendo da cara
do freguês ou da freguesa.
Descrição
□ Caracteriza lugares, pessoas,coisas, dar
detalhes.Usada na redação dos termos
legais,
nos
contratos,
acordos
etc.Geralmente a descrição parte do
geral para as partes.
Principais características da
descrição
□ Descrição objetiva ( reprodução fiel do
objeto)uso de linguagem simples e denotativa.
Detalhes expressos de forma nítida: tamanho,
forma, cor, peso, cheiro, consistências...
□ Descrição subjetiva ( apreensão da realidade
interior. É a reprodução do objeto como ele é
visto e sentido) Usa-se a linguagem conotativa,
as comparações, metáforas etc.
Em todos estes gêneros também se está
realizando tipos textuais, podendo ocorrer
que o mesmo gênero realize dois ou mais
tipos.
Um texto é
(heterogêneo)
tipologicamente
variado
A carta pessoal pode conter uma
seqüência narrativa, uma argumentação,
uma descrição e assim por diante.
A natureza da injunção:
características gerais
□ O discurso injuntivo é aquele usado para orientar
pessoas na realização de tarefas ou para regulamentar
práticas sociais.
□ Ocorre em situações em que o emissor tem o objetivo
de fazer o destinatário realizar alguma ação.
□ O foco do discurso é a 2ª pessoa. A ele, o emissor
indica: o que fazer, como fazer, por que fazer.
□ Os textos injuntivos estão em todos os lugares e cada
vez com maior intensidade.
A natureza da injunção:
os interlocutores
□ O locutor (emissor) dá comandos imperativos: ordena,
sugere, dá conselho, adverte, convida, pede, orienta,
ameaça...
□ O locutor necessita de representação legítima para dar
comandos. Sem ela, o enunciado não tem valor. É um
conhecedor do tema ou alguém investido de poder de
mando.
□ O alocutário (destinatário) previsto é alguém receptivo,
predisposto a fazer o que lhe pedem e que valoriza o
emissor.
A organização do discurso injuntivo
O texto injuntivo é dividido em três etapas:
1) O que fazer? É o objetivo maior do texto.
Ex.: o horóscopo orienta e aconselha o indivíduo
2) Como fazer? Apresenta os comandos.
Ex.: Você pode ser o porta voz de mudanças sociais
importantes. Tenha projetos e os apresente.
3) Por que fazer? Convencer, persuadir, seduzir o
destinatário a realizar a ação.
Ex.: Essa pode ser a oportunidade que você sempre
esperou. Esteja pronto!
Estrelinhas de chocolate
Ingredientes:
01 xícara (chá) de açúcar; 01 colher (sobremesa) de nescafé; 250 g
de cobertura de chocolate ao leite, picada; 01 xícara (chá) de
manteiga; 02 ovos; 01 colher (chá) de sal; 3 1/2 xíc (chá) de farinha;
01 colher (chá) de bicarbonato; passas de uva; açúcar cristal.
Preparo:
Misture os 4 primeiros ingredientes e leve ao fogo em banho-maria,
mexendo até que derreta o chocolate. Deixe esfriar. Bater as claras
em neve, junte as gemas, o sal e a mistura de chocolate já fria.
Retire da batedeira e acrescente a farinha peneirada com o
bicarbonato, até obter uma massa lisa, que solte das mãos. Abra
sobre o mármore, recorte estrelinhas com o cortador próprio.
Coloque em assadeira untada, pincele com clara de ovo,
ligeiramente batida, coloque uma passa bem no centro e polvilhe
açúcar cristal.
Asse em forno fraco (150ºC), por 25 minutos aproximadamente.
Rendimento:
48 a 50 biscoitos.
A NATUREZA DA ARGUMENTAÇÃO
□ O texto argumentativo é aquele que se
caracteriza pela defesa de um ponto de
vista ou, ainda, pelo questionamento
acerca de um determinado assunto. Tem
como objetivo convencer alguém de
algo.
A transformação da opinião em argumento é o
objeto da argumentação.
 O argumentador apresenta o melhor caminho
que o interlocutor deve seguir.
Elementos da argumentação
Opinião
Argumento
Locutor
Alocutário
A estrutura de um texto argumentativo
 Introdução do tema – o locutor indica o tema a ser tratado
e cria bases que emoldurarão a opinião do leitor.
 Proposição (tese) – apresentação do ponto de vista do
locutor. É o grande argumento a ser defendido.
 Posicionamento – é se colocar total ou parcialmente
contra ou a favor de algo (idéia, situação, fato). É a tomada
de posição.
 Comprovação – é a apresentação de argumentos e provas
que sustentam o ponto de vista.
 Conclusão – decorre naturalmente dos argumentos
apresentados, podendo conter uma recapitulação do que
foi dito.
FORMAS DE ORGANIZAÇÃO DO PENSAMENTO ARGUMENTATIVO
O pensamento argumentativo pode ser organizado de
diversas formas:
1. Tempo e Espaço
2. Definição / Explicitação
3. Confronto
4. Causa/Conseqüência
5. Enumeração
6. Exemplificação
Ao longo do texto, é importante seguir os seguintes princípios:
• enquadramento da opinião
• não-contradição
• manutenção da orientação argumentativa
CONSISTÊNCIA DOS ARGUMENTOS
 Há um certo número de “armadilhas” a serem evitadas
quando se está construindo a argumentação. Elas são
conhecidas como falácias.
 Falácia é uma falha técnica que torna o argumento
inconsistente ou inválido.
 Uma boa argumentação é construída a partir de dois
princípios básicos: a consistência dos argumentos e a
evidência das provas.
 Evidência é a certeza a que se chega pelo raciocínio ou
pela apresentação dos fatos, independentemente de toda
teoria.
 Os tipos mais comuns de evidências são: fatos,
exemplos, ilustrações, dados estatísticos e o testemunho.
1. Fatos: podem ser mais ou menos irrefutáveis,
levando-se em conta a relatividade deles no tempo.
Pode-se, por exemplo, provar a deficiência da
previdência social, citando o fato de contribuintes se
verem forçados a recorrer a hospitais particulares, o
fato de pessoas morrerem na fila de espera ou
simplesmente não conseguirem atendimento de
urgência.
2. Exemplos: são fatos típicos ou representativos de
determinada situação. O fato de um professor se ver
na contingência de dar, em colégios particulares ou
públicos, dez ou mais aulas diárias é um exemplo
típico dos sacrifícios a que estão sujeitos os
membros do magistério no Brasil.
3. Ilustrações: quando o exemplo se alonga em narrativa
detalhada e entremeada de descrições, temos a ilustração (ou
descrição narrativa). Ela pode ser hipotética ( Suponhamos
que...) ou real (nesse caso, ela narra com detalhes um fato
verdadeiro
episódios
históricos,
acontecimentos
contemporâneos cujo enredo se possa resumir e servir de apoio
à tese).
4. Dados estatísticos: dados estatísticos são também fatos, mas
fatos específicos. Possuem grande valor de convicção,
constituindo quase sempre prova ou evidência incontestável.
Mas, atenção: seu valor é sempre relativo.
5. Testemunho: fato trazido à argumentação por um terceiro. Se
a testemunha é fidedigna e possui credibilidade, seu valor é
inegável e se coloca entre os argumentos chamados “de
autoridade”.
Marcas linguísticas do discurso argumentativo
Quanto à linguagem, prevalece o sentido denotativo das
palavras e a ordem direta das orações.
A coerência das idéias e a utilização de elementos
coesivos, em especial, das conjunções que explicitam as
relações entre as idéias expostas são fundamentais.
Está centrado na colocação e na forma como essas idéias
são articuladas.
 Recursos discursivos como seleção lexical, comparações,
metáforas, advérbios modalizadores e articuladores
favorecem a persuasão e enriquecem o texto.
Dissertação - Conceito
O texto que se propõe, acima de qualquer outro, a
desenvolver a capacidade de reflexão crítica no
relacionamento humano é o texto dissertativo.
Dissertação é a defesa de uma tese – proposição
que se apresenta com o objetivo de convencer quem
lê, ou seja, o leitor.
Para se alcançar tal objetivo, a organização da
dissertação é fundamental. Existem, portanto,
algumas instruções, as quais favorecem o ato da
escrituração como:
O tema e o título.
□ Tema: É o assunto, já delimitado, a ser
abordado; a idéia que será por você
defendida e que deverá aparecer logo
no primeiro parágrafo.
□ Título: É uma expressão, ou até uma só
palavra, centrada no início do trabalho;
ele é uma vaga referência ao assunto
(tema).
Veja a diferença entre os dois:
Título: A criança e a televisão
Tema: Psicólogos do mundo todo têm se
preocupado
com
a
influência
que
determinados
programas
de
televisão
exercem sobre as crianças.
Expor e Argumentar
□ Discurso
Expositivo:
Consiste
na
apresentação e discussão de uma idéia, de
um assunto ou doutrina, de forma ordenada.
□ O processo é apenas demonstrativo, sem o
objetivo de engajamento ou convencimento
do destinatário.
□ Usa-se
linguagem
reflexiva,
denotativa,
embora não necessariamente argumentativa
Discurso Argumentativo:
□ Caracteriza-se por implicar o debate, a
discussão de uma idéia, assunto ou
doutrina, com o objetivo de influenciar,
persuadir, conquistar a adesão do
destinário.
□ Trata-se, pois, de uma exposição
acompanhada de argumentos, provas e
técnicas
de
convencimento,
de
mudanças de ponto de vista.
Estrutura da Dissertação
□ Introdução: Apresenta a idéia central, a
abordagem que vai ser discutida, de
modo que o leitor já saiba do que o
texto irá tratar. Deve situar o leitor dentro
do que vai ser discutido.
Desenvolvimento:
□ É a parte nuclear e, por isso, mais
extensa do texto. É o desdobramento da
idéia
central,
a
exposição
dos
argumentos que vão provar a idéia
contida na introdução.
□ Nesta parte pode-se ter um ou mais
parágrafos.
Conclusão:
□ É a amarração do texto, a confirmação
da tese inicial. Propõe soluções para o
problema, procura saídas.
□ O objetivo da dissertação é transformar
um conceito, alterá-lo.
□ Quando a transformação é concluída e
se cumpre a intenção do autor, tem-se o
fim do texto.
Exemplo
A explosão audiovisual promovida por
novos meios de comunicação, como o
cinema, o rádio e a televisão, e, mais
recentemente, a revolução provocada pelos
computadores e pela internet tendem a
introduzir, a todo momento, palavras novas na
língua e a “deletar” as antigas. A nossa opção
de “bom português” não deve mais ser regida
pela noção de “certo” e “errado”, mas pelos
conceitos de “adequado” e “inadequado”.