Reflexões sobre o Internato e Integração Ensino-Serviço
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Transcript Reflexões sobre o Internato e Integração Ensino-Serviço
O internato médico e suas perspectivas: estudo de caso
com educadores e educandos.
Da Silva I T; Grosseman S Rev. Bras. Educ. Med. 31 (3): 212-222.
Contexto atual
Adequação dos currículos às novas Diretrizes
curriculares (2001)
Perfil desejado: médicos com formação generalista,
humanista, crítica e reflexiva; capacitado a atuar no processo
saúde–doença em seus diferentes níveis de atenção, como
promotor da saúde integral do ser humano.
Promed - Programa de Incentivo a Mudanças
Curriculares nas Escolas Médicas
Pró-Saúde – Programa Nacional de
Reorientação da Formação Profissional em
Saúde (Pró-Saúde) (2005)
Debates de como estruturar o Internato
Internato
1940-Treinamento em serviço como
prática do ensino médico.
1950- Prática pré-profissional
supervisionada no sexto ano.
1969- Internato Médico oficializado com
obrigatoriedade da um período prático
com características especiais no final do
curso de graduação em Medicina.
(ABEM, 1982)
Internato
Último ciclo do curso de graduação de
Medicina, livre de disciplinas acadêmicas,
durante o qual o estudante deve receber
treinamento intensivo, contínuo, sob
supervisão docente, em instituição de
saúde vinculada, ou não, à escola médica.
(MEC, Manual do Internato 1982)
Metodologia de ensino baseada no
aprendizado em serviço, obrigatória nos
últimos semestres de graduação.
(Marcondes e
Mascaretti, 1998)
Internato
Modelo tradicional:
Centrado no hospital
Rodízios pelas principais áreas médicas
○ Desvantagens:
Tempo limitado para cada área
Falta de integração entre as áreas de conhecimento
Fragmentação na construção do conhecimento (pela obrigação
de produção de serviço e incorporação de alta tecnologia)
Pouco adequado para uma prática generalizada
Falta de acompanhamento dos pacientes
Professores nem sempre preparados para a docência
Exercício burocrático
Falta de responsabilização
Demandas burocráticas e de assistência prejudicam o processo
de ensino-aprendizagem
Internato: novas perspectivas
Novas propostas de internato que
venham ao encontro da formação de um
profissional ético-crítico e reflexivo, com
capacidade de atender às necessidades
da população.
Internato: novas perspectivas
Propostas do estudo:
○ Internato coerente com as diretrizes curriculares
○ Usar toda a rede de saúde
○ Rede SUS excelente e com estímulo
○ Ênfase na atenção primária e secundária ainda na
graduação
○ Mescla dos níveis de complexidade
○ Sub-especialidades abordadas apenas no eletivo
○ Atividades em hospitais secundários e
ambulatórios de especialidade do SUS
Internato: novas perspectivas
○ Internato com professores que fossem professores
○ Formação humanística dos professores
○ Capacitação e estímulo aos profissionais de saúde que
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○
○
recebem o estudante
Com ganho progressivo de autonomia e
responsabilização guiado por eixo prático progressivo
Estudantes responsáveis por um certo número de famílias
Formas efetivas de referência e contra-referência para
serem acompanhadas pelo aluno
Prática para subsidiar a discussão teórica
Grupos pequenos com rodas de problematização
Orientação por meio de tutoria
Discussão e planejamento com a equipe
Acompanhamento do desenvolvimento prático com
curvas de progressão
Internato: novas perspectivas
○ Trabalho dos aspectos humanísticos da
relação médico-paciente
○ Respeito à diversidade cultural
○ Atividades com estudantes de outros cursos
de saúde
○ Trabalho em equipe multiprofissional
Internato: novas perspectivas
○ Espaço maior da prática supervisionada, não
só no período do Internato- com
metodologias ativas de ensino-aprendizagem
(‘”6 anos de Internato”)
○ Entender o SUS ao longo do curso
Iniciativas para adequar o
Internato tradicional
Internato rural (MT, MG)
Agrega ensino pesquise e extensão
Internato em Saúde Coletiva
Inserção do estudante na realidade do trabalho do SUS, com
integralidade na atenção e promoção à saúde, num sistema
hierarquizado de referência e contra-referência e de trabalho em equipe.
(Souza, 2004)
Transmite uma visão menos fragmentada da atenção à saúde, do
trabalho em equipe, e ampliam a visão sobre a formação,
responsabilidade profissional e os espaços da comunidade em que
ocorrem.
Permite uma visão em gestão na Saúde Coletiva.
Internato em níveis crescentes de complexidade nas 5 grandes
áreas (GO; Pediatria; Clinica Médica; Cirurgia e Saúde
Coletiva)
Internato I- direcionado à baixa complexidade em parceria com a rede
do SUS
Internato II- direcionado à média e alta complexidade podendo ter
parceria com o SUS
- Na prática as complexidades se misturam
Integração ao SUS
Vantagens:
Permite o conhecimento do mercado de trabalho e a
integração para alcançar o perfil almejado
Permita ao estudante exercer um grau crescente de
responsabilidades utilizando metodologias ativas de
ensino-aprendizagem para a aquisição de novas
habilidades adquiridas na prática cotidiana dos serviços
de saúde e comunidade , além das salas de aula.
Permite a construção de um diálogo intercultural efetivo
com as comunidades
Integração entre as áreas de conhecimento e o ensino
junto a equipes multiprofissionais.
Permite a aplicação da visão moderna da relação
médico-paciente, com decisões compartilhadas
Integração ao SUS
Dificuldades:
Tradição de autonomia das escolas e da rede de saúde
dificultando a integração
Dificuldade das Escolas Públicas na introdução dos alunos
Ausência de carreira para os profissionais que orientam
estudantes na rede
Os profissionais de saúde que recebem o estudante nem
sempre são capacitação e estimulados
Dificuldade na contratação de profissionais
Ausência de financiamento específico
Disfunção do sistema de referência e contra-referência
Atividades exercidas nem sempre atingem o objetivo (Neves, 2005)
Modelo do SUS antigo fragmentado, hierárquico, nem sempre
de boa qualidade, com pequena diversidade dos pontos de
atenção à saúde, incomunicação dos pontos de atenção à
saúde com carência de sistemas logísticos. (Mendes, 2005)
Modelo do SUS em rede ainda em construção.
Integração ao SUS
No SUS, o cuidado com a saúde está ordenado em níveis
de atenção, que são a básica, a de média complexidade e a
de alta complexidade. Essa estruturação visa à melhor
programação e planejamento das ações e serviços do
sistema. Não se deve, porém, considerar um desses níveis
de atenção mais relevante que outro, porque a atenção à
Saúde deve ser integral.
○
http//dtr2004.saude.gov.br/susdeaz/rede/rede.php
Integração ao Hospital Escola
Problemas enfrentados também a nível de
Hospital Escola:
Professores e preceptores não familiarizados com
metodologias ativas de ensino-aprendizagem.
Professores sem formação humanística
Sucateamento dos Hospitais Universitários com falta
de condições de trabalho.
Inexistência da enfermaria de Ginecologia;
Inexistência da Emergência e UTI em Pediatria,
Maternidade com instalações
(Rios, 2010)
físicas inadequadas à atividade docente
Carência de equipamentos e funcionários
Salas de aula prática em situação precária
Perspectivas
Integração ensino-serviço SUS
Melhoria nas articulações das parcerias
Capacitação e motivação de preceptores
Estabelecimento de objetivos, metas,
atividades, responsabilidades e indicadores
para futuras avaliações sistemáticas
Integração ensino-HE
REHUF –Programa de Reestruturação dos
Hospitais Universitários Federais
Formação continuada do corpo docente
(Neves, 2008)
Obrigado