Freud e a Psican-ílise

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Transcript Freud e a Psican-ílise

Freud e a Psicanálise
Biografia
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Sigmund Freud nasceu em 1856 na
Morávia. Foi médico e criador da
Psicanálise.
Freud observava os diversos
comportamentos e tentava explicálos através do estudo das
situações traumáticas vividas pelos
doentes.
A
carreira
de
Freud
foi
fortemente
influenciada
por
Charcot aquando da sua viagem a
Paris. Charcot utilizava o método
da hipnose para tratar a Histeria,
problema até então atribuído
unicamente ao sexo feminino.
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Mais tarde, Freud, após experimentar
o
método
da
hipnose e em
concordância com o famoso médico,
Josef Breuer, chegou à conclusão que
a Histeria não era apenas uma doença
do género feminino mas também do
masculino e concluiu que a origem
desta doença estava no inconsciente
do indivíduo.
O auge da sua carreira verificou-se
em 1897 quando realizou o inédito:
estudou o seu próprio inconsciente e
os seus sonhos. Esta auto-análise
levou-o a compreender melhor as
situações em que os doentes se
encontravam, colocando-se no lugar de
observador e observado. Em 1939,
acabou por morrer com um cancro no
maxilar devido ao consumo excessivo
de charutos.
OBJETO DE ESTUDO PARA FREUD: O
INCONSCIENTE
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Freud deu uma grande contribuição para o
objecto de estudo da psicologia pois, embora
não tenha sido o primeiro a falar do
inconsciente, foi o primeiro psicólogo a afirmar
que o inconsciente tem um papel mais influente
na nossa vida psíquica que o consciente,
referindo que “A consciência é apenas a ponta
do Iceberg”. Daí, o objecto de estudo da
psicologia, para Freud, ser o inconsciente.
Segundo ele, o inconsciente é um dos três níveis
do psiquismo e domina a nossa vida psíquica.
Define-o como um “lugar psíquico” ou um
sistema do nosso aparelho psíquico que contém
desejos sexuais e agressivos, sentimentos,
impulsos, recalcamentos, ideias, que estão
“situados” nas profundezas da nossa mente,
aquém da consciência, isto é, que não podem ser
trazidas voluntariamente à consciência.
OBJETO DE ESTUDO PARA FREUD: O
INCONSCIENTE
•
A descoberta de que os
processos
psíquicos
inconscientes influenciam em
grande
parte
o
nosso
comportamento, personalidade e
motivações
levou
a
uma
Revolução Psicanalítica. A partir
daí, a psicologia passa a ser a
ciência
que
estuda
o
comportamento e os processos
mentais, não só os conscientes
mas também os que provém do
inconsciente. Devido a esta
descoberta, com a aplicação do
método
psicanalítico,
Freud
fundou uma nova corrente da
psicologia: a psicanálise. Assim,
foi
nomeado
o
“pai”
da
psicanálise.
Psicanálise
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Sigmund
Freud
fundou
a
psicanálise, a fim de curar
doentes com neuroses, sem que
persistissem efeitos secundários
da hipnose.
A psicanálise era então realizada
com um paciente que estaria
numa
posição
confortável
(normalmente deitado num divã)
e
consistia
numa
simples
conversa, em que era pedido ao
doente que se debruçasse sobre
todos os assuntos que lhe
pudessem
ocorrer,
mesmo
aqueles que não considerasse
relevantes. Freud verificou que
ao falarem de experiências
traumáticas anteriores, os seus
pacientes conseguia libertar-se
dos seus distúrbios neuróticos.
Psicanálise (cont.)
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A psicanálise é considerada uma teoria, uma vez que Freud alterou a
concepção de processos mentais até aí existente ao considerar a
actividade inconsciente a instância dominante da nossa actividade
psicológica, considerando assim secundária a actividade consciente no
que toca à determinação do nosso comportamento e processos mentais.
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Por outro lado a psicanálise consiste num método de investigação na
medida em que pretende detectar o factor que causa a psiconeurose ao
indivíduo, isto é, pretende-se que o doente seja capaz de concluir o seu
processo de cura falando sobre o acontecimento ou acontecimentos que
lhe deram origem.
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Por último entende-se que a psicanálise á uma técnica terapêutica, visto
que utiliza diferentes procedimentos, tais como associações livres,
análise dos actos falhados, interpretações dos sonhos e processos de
transferência, que consistem em técnicas que a que o psicanalista deve
recorrer a fim de orientar o processo de cura do seu paciente.
SEXUALIDADE INFANTIL
• Devido à sua larga experiência como psicanalista, Sigmund Freud
viu-se obrigado a verificar que a causa dos distúrbios
psicológicos de muitos dos seus doentes, estavam directamente
relacionados com a opressão e repressão de desejos sexuais que
estes haviam tido na sua infância.
• No início do século XX, Freud afirmou a existência de uma
sexualidade infantil, o que originou um enorme escândalo, uma
vez que as crianças eram vistas como seres indefesos e
inocentes e a sexualidade era um assunto delicado, e associado
pela maioria das pessoas à genitalidade.
• “Três Ensaios sobre a Teoria da Sexualidade” foi o trabalho que
lhe possibilitou não só concluir a existência de uma sexualidade
infantil, como também delinear os diferentes estádios do
desenvolvimento psicossexual da criança.
1ª Tópica
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O psiquismo humano é encarado
por Freud como um icebergue,
do qual apenas uma pequena
parte emerge da superfície da
água.
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A parte emersa corresponde ao
consciente . Nele estão os
raciocínios, os pensamentos e as
percepções que a pessoa é capaz
de voluntariamente evocar e
controlar segundo as suas
necessidades ou desejos e
conveniências do meio social.
Freud refere ainda o pré-consciente (faz a ligação entre o consciente e o
inconsciente), o qual corresponde, no icebergue, a uma zona flutuante de
passagem entre a parte visível e a oculta. É constituído por conteúdos
psíquicos (memórias, conhecimentos armazenados) que podem ser
recuperados de forma relativamente fácil. A sua função é impedir a
manifestação de pulsões socialmente inaceitáveis, ocorrendo o
recalcamento.
O recalcamento é um processo normal e indispensável ao equilíbrio
psicológico e social do indivíduo; porém, há limites para além dos quais
pode ocasionar o aparecimento de comportamentos neuróticos. É em
especial destes casos que a psicanálise se ocupa.
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A parte submersa corresponde ao
inconsciente, formado por instintos,
pulsões e desejos, muitos dos quais são
socialmente inaceitáveis.
O inconsciente é como um vasto
contentor, onde estão depositados
impulsos e motivos de base biológica.
As duas categorias de instintos
existentes no inconsciente humano são
Eros (deus grego do amor) e Thanatos
(deus grego da morte). Eros simboliza
o instinto de vida que assegura as
necessidades
básicas:
alimento,
bebida, sexo; Thanatos representa o
instinto de morte que está presente
em
todos
os
comportamentos
agressivos e destrutivos.
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2ª Tópica
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A 2ª tópica que para além de apresentar uma visão mais completa da
1ªtópica, integrando os níveis psíquicos: inconsciente, pré-consciente e
consciente, descreve, também, de modo mais adequado a interacção
dinâmica entre as instâncias psíquicas ou estruturas que asseguram
determinadas funções.
São elas ID, EGO e SUPEREGO - estruturas essenciais da
personalidade e que nos acompanham, ao longo de toda a vida.
ID
• ID: viver segundo o princípio do prazer: o seu
objectivo é a procura do equilíbrio e redução de
tensão. Para isso, utiliza dois processos: as acções
reflexas - reacções automáticas e inatas (movimentos
involuntários, reflexos como pestanejar e espirrar)
que geralmente reduzem a tensão imediatamente e o
processo primário do pensamento – tenta-se
descarregar a tensão formando a imagem mental do
objecto que irá remover essa mesma tensão e
satisfazer a necessidade.
SUPEREGO
• SUPEREGO: é regido pelo princípio da moralidade. É a
força moral da personalidade, instância que pressiona
o Ego para este controlar as pressões do ID,
estabelecendo as normas e as regras sociais.
EGO
• EGO: vive segundo o princípio da realidade e o
processo secundário do pensamento (o processo
secundário é o pensamento realista, um processo
voluntário, lógico, planeado, racional e controlado .
• É a instância mediadora entre os impulsos do Id e os
limites morais do Superego.
http://www.kheper.net/topics/psychology/Freud.html
ESTÁDIOS DE DESENVOLVIMENTO
PSICOSSEXUAL
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Segundo Freud o desenvolvimento da personalidade forma-se através de
uma sequência de estádios psicossexuais que ocorrem desde o
nascimento até a adolescência:
- Estádio oral - decorre entre o nascimento aos 12/18 meses
- Estádio anal - decorre entre os 12/18 meses até aos 3 anos.
- Estádio fálico - decorre entre os 3 e os 6 anos
- Estádio de latência - decorre entre os 6 anos e a puberdade
- Estádio genital - ocorre após a puberdade
A cada estádio psicossexual corresponde uma determinada zona
erógena, um conflito/experiência que pode deixar marcas na
personalidade adulta.
COMPLEXO DE ÉDIPO
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O Complexo de Édipo surge numa fase que é denominada por estádio
fálico, que se verifica dos 3 aos 5/6 anos.
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É durante este período que rapazes e raparigas descobrem que o corpo
da mulher e do homem apresentam diferenças um do outro. Começam,
então, a explorar o seu próprio corpo, apercebendo-se que a relação
entre as pessoas envolve elementos de natureza sexual. É também nesta
fase que as crianças vivem a sua primeira experiência de amor
heterossexual. O rapaz alimenta uma especial atracção pela mãe, ao
mesmo tempo que desenvolve uma agressão competitiva em relação ao
pai. Pelo contrário, a rapariga desenvolve a especial atracção pelo pai,
vendo a mãe como um obstáculo à realização dos seus desejos.
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Verifica-se o Complexo de Édipo quando a criança atinge o estádio
fálico: amor à mãe e ódio ao pai (não que o pai seja exclusivo). O mundo
infantil resume-se a estas figuras parentais ou as representantes delas.
Esta relação é, segundo a psicanálise, a essência do conflito do ser
humano.
COMPLEXO DE ÉDIPO
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O Complexo de Édipo inicia-se na ilusão de que o bebé tem de possuir
protecção e amor total, reforçado pelos cuidados intensivos que o
recém-nascido recebe pela sua condição frágil. Por volta dos 3 anos a
criança começa a aperceber-se de algumas proibições, nomeadamente:
não poder dormir a noite na cama dos pais, não poder andar despida pela
casa ou na praia, entre outras coisas. Começa, então, a perceber que não
é o centro do mundo e precisa de renunciar à sua ilusão de protecção e
de amor materno exclusivo.
•
A criança apercebe-se que os pais pertencem a uma realidade cultural e
que não podem dedicar-se apenas a ela, porque possuem outros
compromissos; começa a perceber que o pai pertence à mãe e por isso
dirige sentimentos hostis em relação ao pai, embora ame esta figura.
•
Para resolver o Complexo de Édipo deverá existir uma identificação, isto
é, o menino identifica-se com o pai e a menina com a mãe. No caso do
rapaz, este tem o desejo de ser forte como o pai e ao mesmo tempo tem
"ódio" por ciúme, embora inconsciente. O rapaz irá imitar e interiorizar
as atitudes e comportamentos do pai. Identificando-se com o pai, o
rapaz transforma os seus perigosos impulsos eróticos em afecto
inofensivo pela mãe e ganhará a confiança do pai.
COMPLEXO DE ÉDIPO
• No entanto, existem consequências de fixações
durante o estádio fálico, que podem desencadear
determinados comportamentos nos homens,
nomeadamente:
•
Originar personalidades que continuaram a debater-se
com crises e conflitos de tipo edipiano;
• Procurar mostrar, de forma obsessiva, que não foram
castrados, seduzindo tantas mulheres quantas
possíveis;
• Ser pai de muitos filhos;
• Alcançar grande sucesso na carreira profissional;
• Podem, também, falhar na vida sexual e profissional
em virtude de sentimentos de culpa;
• Procurar em cada mulher com quem se relacionam uma
imagem da mãe.
COMPLEXO DE ELECTRA
• Complexo de Electra é, no fundo, a versão feminina do Complexo
de Édipo, ou seja, amor ao pai e hostilidade à mãe.
• Na perspectiva de Freud, a mudança ocorre porque, desapontada
por verificar não possuir o mesmo órgão sexual que os rapazes, a
rapariga sente-se “castrada” e responsabiliza a mãe por essa sua
condição. Freud definiu este sentimento inconsciente como
“inveja do pénis”.
• O desprezo e o ressentimento marcarão a relação entre mãe e
filha nesta fase. A rapariga transfere o seu amor para o pai,
aspirando ocupar o lugar da mãe.
• Este sentimento também pode ser ultrapassado. Tal como nos
rapazes, a forma de resolver o conflito emocional consiste na
identificação com o progenitor do mesmo sexo. Contudo, para
Freud, a resolução do conflito é mais complicada nas raparigas do
que nos rapazes. E porquê? Porque a persistência dos
sentimentos de posse em relação ao pai, a “inveja do pénis” e o
sentimento de inferioridade a ela ligado, dificultam seriamente a
identificação plena com a mãe.
COMPLEXO DE ELECTRA
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As mulheres apresentam, portanto, tentativas de recuperação simbólica,
ou seja, desejo de dar à luz crianças do sexo masculino; tentativa de
ascender a posições de destaque no mundo laboral.
Existem também consequências de fixações durante o estado fálico nas
mulheres. Contudo, estas exprimem-se de forma particular em relação
aos homens:
a) Estilo sedutor, mas no qual subjaz a negação de qualquer contacto
sexual;
b) Atrair e seduzir os homens, mas depois ficam surpreendidas por estes
pretenderem ter relações sexuais;
c) Fixação extrema pela figura paterna e persistência do ódio pela mãe
pode levar à anorexia (rejeitar a morfologia feminina – magreza
extrema que se traduz na perda das formas femininas e a proximidade à
estrutura de um corpo masculino);
d) O homem ideal é também desejado à imagem do pai, complicando as
relações afectivas.