O HELENISMO E SUAS PRINCIPAIS CORRENTES

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O HELENISMO E SUAS
PRINCIPAIS CORRENTES
Aulas 04 e 05 – Filosofia –
Prof. Carla G Meassi
3º E.M.
O Período Helenístico
• O período da história da Grécia entre a morte de Alexandre III (O Grande)
da Macedônia em 323 a.C. e a anexação da península grega e ilhas por
Roma em 147 a.C. Caracterizou-se pela difusão da civilização grega numa
vasta área que se estendia do mar Mediterrâneo oriental à Ásia Central. De
modo geral, o helenismo foi a concretização de um ideal de Alexandre: o de
levar e difundir a cultura grega aos territórios que conquistava. Foi nesse
período que as ciências tiveram seu primeiro e grande desenvolvimento. O
helenismo marcou um período de transição para o domínio e apogeu de
Roma.
• O lugar: Alexandria – o Museum: biblioteca e centro de difusão da Filosofia
e ciências
• O ecletismo: não há uma única e predominante forma de pensar, ou escola
de pensamento. Há várias interpretações e junções de diferentes
pensadores e teorias
• Tema central: a ética: a arte de viver
• Para a filosofia, contudo, o helenismo marcou o surgimento de um novo
período: a filosofia helenística (cujo início é tradicionalmente associado com
a morte de Alexandre, em 323 a.C.).
• As principais escolas filosóficas deste período são:
• Estoicismo, Epicurismo e Ceticismo
A tradição platônica – A Academia
• Cerca de um século depois da morte de Platão, em 348 a.C. a Escola
enveredou para o ceticismo sob a direção de Arciselau (século III a.C.).
• A Academia de Platão
• A Academia platônica assemelhava-se a uma congregação religiosa,
consagrada a Apolo e às musas. Platão afirmava a existência de uma
verdade suprema : as Ideias das formas ideais, eternas, imutáveis e
incorruptíveis, das quais se origina o mundo sensível, tal como o
percebemos, e que é sujeito ao devir, à corrupção e à morte.
• A Academia foi fundada por Platão em 387 a.C.. Seu nome é alusivo ao
herói de guerra Academo, que havia doado aos atenienses um terreno, nos
arredores de Atenas, onde se construiu um jardim aberto ao público.
• De uma maneira geral, os elementos centrais do pensamento platônico são:
• A doutrina das ideias, onde os objetos do conhecimento se distinguem das
coisas naturais;
• A superioridade da sabedoria sobre o saber, uma espécie de objetivo
político para a filosofia;
• A Dialética, enquanto procedimento científico.
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Períodos
O platonismo é geralmente dividido em três períodos:
Platonismo antigo propriamente dito;
Médio platonismo, que remonta aos séculos I-II d.C.;
Neoplatonismo, desenvolvido no final da Antiguidade no período
helenístico: mais que um período do platonismo, é considerado por
muitos como uma verdadeira corrente filosófica propriamente dita.
• Esta sudivisão foi operada por estudiosos dos tempos recentes.
Todos, médio ou neoplatônicos, embora ampliando e modificando o
significado originário da filosofia de Platão, pretendiam estar em
linha de continuidade com a doutrina do mestre. Consideravam-se
sobretudo como simples analistas, mais do que inovadores.
• Pode-se dizer, portanto, que o platonismo foi sempre entendido
pelos platônicos como uma única corrente filosófica, que sempre
permaneceu fiel a si mesma, ora como forma de interpretação e
reelaboração do pensamento de Platão.
O Aristotelismo
A Escola peripatética foi um círculo filosófico da Grécia Antiga que
basicamente seguia os ensinamentos de Aristóteles, o fundador. Fundada em
c.336 a.C., quando Aristóteles abriu a primeira escola filosófica no Liceu em
Atenas, durou até o século IV.
"Peripatético" em grego é a palavra grega para 'ambulante' ou 'itinerante'.
Peripatéticos (ou 'os que passeiam') eram discípulos de Aristóteles, em razão
do hábito do filósofo de ensinar ao ar livre, caminhando enquanto lia e dava
preleções, por sob os portais cobertos do Liceu, conhecidos como perípatoi, ou
sob as árvores que o cercavam.
A escola sempre teve uma orientação empírica - em oposição à Academia
platônica, muito mais especulativa. Tal característica se acentua quando
Teofrasto assume a direção.
O mais famoso membro da Escola peripatética depois de Aristóteles foi
Estratão de Lampsaco, que incrementou os elementos naturais da filosofía de
Aristóteles e adotou uma forma de ateísmo.
A filosofia aristotélica é um sistema, ou seja, a relação e conexão entre as
várias áreas pensadas pelo filósofo. Seus escritos versam sobre praticamente
todos os ramos do conhecimento de sua época (menos as matemáticas).
Neopitagorismo
• Baseado nas ideias de Pitágoras (présocrático), este pensamento busca
aproximar a teoria pitagórica do
platonismo.
• Teve muita influência no desenvolvimento
da matemática e da cosmologia
• Destaca-se por ser uma doutrina
espiritualista: alma, imortalidade,
reencarnação
Plotino e o Neoplatonismo
• Iniciou-se com o filósofo Plotino, apesar de ele afirmar que recebeu os
ensinamentos de Amônio Sacas, um estivador iletrado em Alexandria.
• O neoplatonismo é uma forma de monismo idealista. Plotino ensinou a
existência de um Uno indescritível do qual emanou uma sequência de seres
menores
• Os neoplatônicos não acreditavam no mal e negavam que este pudesse ter
uma real existência no mundo. Isto era mais uma visão otimista do que dizer
que tudo era, em última instância, bom. Era dizer apenas que algumas
coisas eram menos perfeitas que outras. O que outros chamavam de mal,
os neoplatônicos chamavam de imperfeição, de "ausência de bem".
• Acreditavam que a perfeição humana e a felicidade poderiam ser obtidas
neste mundo e que alguém não precisaria esperar uma pós-vida (como na
doutrina cristã). Perfeição e felicidade (uma só e mesma coisa) poderiam
ser adquiridas pela devoção à contemplação filosófica.
• O neoplatonismo foi frequentemente usado como um fundamento filosófico
do paganismo clássico, e como um meio de defender o paganismo do
cristianismo. Mas muitos cristãos também foram influenciados pelo
neoplatonismo. Em versões cristãs do neoplatonismo, o Uno é identificado
como Deus. O mais importante destes foi Agostinho de Hipona (ou como é
mais conhecido, por Santo Agostinho) se converteu ao Cristianismo por
influência de Plotino, levando muitos estudiosos a rotular Agostinho o como
um franco neoplatonista.
O Estoicismo
• Doutrina filosófica fundada por Zenão de Cítio, que afirma que todo o
universo é corpóreo e governado por um Logos divino (noção que os
estóicos tomam de Heráclito e desenvolvem). A alma está identificada com
este princípio divino, como parte de um todo ao qual pertence. Este lógos
(ou razão universal) ordena todas as coisas: tudo surge a partir dele e de
acordo com ele, graças a ele o mundo é um cosmos (termo que em grego
significa "harmonia").
• Propõe viver de acordo com a lei racional da natureza e aconselha a
indiferença (apathea) em relação a tudo que é externo ao ser. O homem
sábio obedece à lei natural reconhecendo-se como uma peça na grande
ordem e propósito do universo, devendo assim manter a serenidade perante
as tragédias e coisas boas.
• A partir disso surgem consequências éticas: deve-se «viver conforme a
natureza»: sendo a natureza essencialmente o logos, essa máxima é
prescrição para se viver de acordo com a razão.
• Sendo a razão aquilo por meio do que o homem torna-se livre e feliz, o
homem sábio não apreende o seu verdadeiro bem nos objetos externos,
mas bem usando estes objetos através de uma sabedoria pela qual não se
deixa escravizar pelas paixões e pelas coisas externas.
• A escola estóica foi bastante influenciada pelas doutrinas cínica e epicurista,
além da clara influência de Sócrates.
O Epicurismo
• Sistema filosófico ensinado por Epicuro de Samos, filósofo ateniense do
século I a.C., e seguido depois por outros filósofos, chamados epicuristas.
• Epicuro propunha uma vida de contínuo prazer como chave para a
felicidade, esse era o objetivo de seus ensinamentos morais. Para Epicuro,
a presença do prazer era sinônimo de ausência de dor, ou de qualquer tipo
de aflição: a fome, a abstenção sexual, o aborrecimento, etc.
• A finalidade da filosofia de Epicuro não era teórica, mas sim bastante
prática. Buscava sobretudo encontrar o sossego necessário para uma vida
feliz e aprazível, na qual os temores perante o destino, os deuses ou a
morte estavam definitivamente eliminados. Para isso fundamentava-se em
uma teoria do conhecimento empirista, em uma física atomista e em uma
ética hedonista.
• A filosofia epicurista conquistou grande número de seguidores. Foi uma
escola de pensamento muito proeminente por um período de sete séculos
depois da morte do fundador. Posteriormente, quase relegou-se ao
esquecimento devido ao início da Idade Média, período em que se
perderam a maioria dos escritos deste filósofo grego.
• A ideia que Epicuro tinha era que para ser feliz o homem necessitava de
três coisas: Liberdade, Amizade e Tempo para meditar. Na Grécia antiga
existia uma cidade na qual, em um muro na frente de um mercado, tinha
escrito toda a filosofia da felicidade de Epicuro, procurando conscientizar as
pessoas que comprar não as tornaria mais felizes como elas acreditavam
O Ceticismo e a tradição cética
• O ceticismo é a doutrina que afirma que não se pode obter nenhuma
certeza a respeito da verdade, o que implica numa condição intelectual de
dúvida permanente e na admissão da incapacidade de compreensão de
fenômenos metafísicos, religiosos ou mesmo da realidade. O termo
originou-se a partir do nome comumente dado a uma corrente filosófica
originada na Grécia Antiga.
• O ceticismo costuma ser dividido em duas correntes:
• Ceticismo filosófico - uma postura filosófica em que pessoas escolhem
examinar de forma crítica se o conhecimento e percepção que possuem são
realmente verdadeiros, e se alguém pode ou não dizer se possui o
conhecimento absolutamente verdadeiro;
• Ceticismo científico - uma postura científica e prática, em que alguém
questiona a veracidade de uma alegação, e procura prová-la ou desaprovála usando o método científico.
• O Ceticismo filosófico originou-se a partir da filosofia grega. Uma de suas
primeiras propostas foi feita por Pirro de Élis (360-275 a.C.), que viajou até
a Índia numa das campanhas de Alexandre, o Grande para aprofundar seus
estudos, e propôs a adoção do ceticismo "prático"
• Sexto Empírico (200 d.C.), a maior autoridade do ceticismo grego,
desenvolveu ainda mais a corrente, incorporando aspectos do empirismo
em sua base para afirmar o conhecimento.
• Ou seja,o ceticismo filosófico é procurar saber, não se contentando com a
ignorância fornecida atualmente pelos meios públicos, por meio da dúvida.
Opõem-se ao dogmatismo, em que é possível conhecer a verdade.