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CONCEPÇÃO DE AVALIAÇÃO
 A posições de contestação da avaliação tradicional e
tecnicista vêm crescendo e o estabelecimento de um
processo avaliativo que esteja a serviço do aluno e não
contra ele vem ganhando espaço.
 Nesse sentido, em suas características diagnóstica,
mediadora e dialógica, a avaliação cumpre o seu papel
superando o atraso do processo avaliativo, atingindo seu
real significado de ser instrumento de acompanhamento
da construção do conhecimento do aluno, numa visão de
totalidade.
AVALIAÇÃO DIAGNÓSTICA

Visa detectar os níveis de aprendizagem atingidos pelos alunos e decidir o
que precisa ser feito para corrigir os desvios.
“No caso da avaliação da aprendizagem, essa tomada de decisão(...) se
refere à decisão do que fazer com o aluno quando a sua aprendizagem se
manifesta satisfatória ou o que fazer quando sua aprendizagem se
manifesta insatisfatória. Se não tomar uma decisão sobre isso, o ato de
avaliar não completou seu ciclo constitutivo.”
(Cipriano Luckesi)
AVALIAÇÃO MEDIADORA

Através dela busca-se a dinamização das oportunidades de ação-reflexão, o
acompanhamento permanente do professor, o desafio ao aluno, a
compreensão das dificuldades do aluno atendendo o seu processo de
cognição.
“Essa avaliação é ação, no sentido de levar o aluno do saber provisório a
um saber enriquecido. Nesta visão de avaliação não há um resultado
único. Há um processo. Há sempre um vir a ser.”
(Jussara Hoffman)
 Respeitar o ritmo de cada aluno, pois considera a avalição mediadora o elo
entre o aluno e o objeto do conhecimento.
“(...) mediar refere-se ao que está acontecendo no meio, ou entre duas
ou mais coisas separadas no tempo e/ou espaço (...) O movimento se
realiza por mediação que faz a passagem de um nível a outro, de uma
coisa a outra, de uma parte a outra, dentro daquela realidade.”
(Guiomar Namo de Mello)
AVALIAÇÃO DIALÓGICA

Subsidia a avaliação mediadora, que se efetiva através do diálogo.

O diálogo se dá na situação de mediação social e simbólica, fundamentando
a interação do sujeito com o mundo.
Desta forma entende-se que:
 Uma avaliação que, sendo parte integrante do processo educativo,
acompanhe o processo de construção do conhecimento do aluno,
contribuindo para o seu desenvolvimento.
 Uma avaliação nas concepções diagnóstica, mediadora e dialógica, que
privilegie o desenvolvimento do processo e não apenas o resultado.
OUTRAS CONTRIBUIÇÕES SOBRE
AVALIAÇÃO
Avaliação: Segundo Mª Tereza Esteban
O grande número de excluídos do acesso ao
conhecimento socialmente valorizado, dos espaços
reconhecidos da vida social, bem como a marginalização de
conhecimentos socialmente produzidos, mas não
reconhecidos e validados, vão fortalecendo a necessidade
de engendrar mecanismos de intervenção na dinâmica
inclusão/exclusão social. O processo de avaliação do
resultado escolar dos alunos está profundamente marcado
pela necessidade de criação de uma nova cultura sobre
avaliação, que ultrapasse os limites de técnica e incorpore a
dimensão ética.
 A classificação das respostas em acertos e erros, ou
satisfatórias, ou outras expressões do gênero, se
fundamenta nessa concepção de que saber e não saber
são excludentes e na perspectiva de substituição da
heterogeneidade real por uma homogeneidade
idealizada.
A inexistência de um processo escolar que possa
atender às necessidades e particularidades das classes
populares, permitindo que as múltiplas vozes sejam
explicitadas e incorporadas, é um dos fatores que fazem
com que um grande potencial humano seja
desperdiçado.
Avaliação democrática,
promovendo a inclusão:
Esta perspectiva engloba as alternativas de avaliação
que estão pensadas como parte de um processo de
construção
de
uma
pedagogia
multicultural,
democrática, que vislumbra a escola como uma zona
fronteiriça de cruzamento de culturas. Esta percepção
implica numa mudança radical na lógica que conduz às
práticas de avaliação porque supõe substituir a lógica da
exclusão, que se baseia na homogeneidade inexistente,
pela
lógica
da
inclusão,
fundamentada
na
heterogeneidade real.
ZDP – Segundo, Mª Teresa
Esteban
A palavra “Possibilidade” nos convida a transformar
a realidade. A existência da possibilidade nos desafia a
buscar alternativas. Nessa busca Esteban encontra o
conceito de “zona de Desenvolvimento Proximal” – ZDP
(Vigotsky, 1988), como um instrumento que amplia a
reflexão sobre o processo de avaliação.
Quem erra não sabe?
O erro oferece novas informações e formula novas
perguntas
sobre
a
dinâmica
aprendizagem/desenvolvimento, individual e coletiva. O
erro, muitas vezes mais do que o acerto, revela o que a
criança “sabe”, colocando este saber numa perspectiva
processual, indicando também aquilo que ela “ainda não
sabe”, portanto o que pode “vir a saber”.
O que sabe quem erra?
 As respostas predeterminadas cedem lugar às
respostas em constante construção, desconstrução e
reconstrução, que passa a configurar o início de
novos questionamentos, sejam elas certas ou
erradas. As diferenças entre alunos são assumidas
como peculiaridades que devem ser trabalhadas e
incorporadas pelo movimento coletivo, deixando de
ser compreendidas como deficiências que precisam
ser corrigidas.
Avaliação, segundo Pedro
Demo:
 As notas facilmente estabelecem metas quantitativas,
fragmentadas e isoladas, levando frequentemente a
formalizações
excessivas
que
ressecam
e
despersonalizam os relacionamentos. O professor
conhece melhor a nota do que o aluno. Muitos alunos
que recebem nota baixa sabem apenas que precisam
obter notas mais alta
Tipos de avaliação:
 Avaliação Diagnóstica: deve ser voltada para
autocompreensão e participação do aluno.
O
produto esperado da avaliação diagnóstica é a
detecção de problemas, procurando identificar
causas e apontar soluções.
 Avaliação Contínua: Não requer o planejamento de
atividades específicas de avaliação, diferenciadas da
prática cotidiana da aula, mas um conjunto de
elementos integrados em cada uma das atividades
de classe que começam já no planejamento da
atividade, são ajustadas no seu transcurso e são
registradas mediante
instrumentos simples e
práticos.
Avaliação Formativa:
 Avaliação Formativa: Não se trata apenas de avaliar o
nível de aprendizagem dos alunos. O professor deve
avaliar, o próprio processo de ensino e atividade que
realiza na aula. Dessa forma, ao analisar seu próprio
trabalho e o acontecido na aula, o professor adquire
critérios e elementos para introduzir mudanças em sua
atividade docente e ampliar a atenção que dispensa a
seus alunos. Estratégias para avaliação formativa:
Obter informações necessárias para acompanhar o
percurso de cada criança e do grupo;
 Apreender o modo como cada criança representa os
conceitos trabalhados;
 Investigar como as crianças pensam sobre o que
ensinamos;
 Pensar nas possibilidades que assegurariam a
qualidade de ensino e aprendizagem;
 Refletir sobre como proceder para que as crianças
evidenciem seus avanços e dificuldades;
 Analisar as respostas dadas pelas crianças;
 Buscar compreender a lógica utilizada pelas
crianças na realização das tarefas propostas.
Sistema de avaliação no Ensino Fundamental
Municípios
Instrumentos
Registros
Indicadores
Duque de
Instrumentos avaliativos
* Ciclo - Relatório
Caxias
diversificados
Descritivo Individual
Ciclo – Registros
contínuos
* Seriação – Boletim
informativo e Relatório
Seriação – Notas de 1,0 a
10,
descritivo da turma
Niteroi
Procedimentos e
* Anual:
Conceitos
instrumentos diversificados:
Relatório avaliativo
A – Muito Bom
Exercícios avaliativos
* Processual:
B – Bom
Trabalhos em grupo
Anotações do professor
C – Regular
Pesquisas
Portfólios
D – Satisfatório
Seminários
Fichas de avaliação e
E - Insuficiente
autoavaliação
Fichário individual
Diário reflexivo
Queimados
Procedimentos
Ciclo – Relatório
Ciclo – Observações dos
diversificados
Descritivo Individual
Seriação – Ficha
avanços e dificuldades
dos
Individual
alunos
Seriação – Notas de 1,0 a
10,0
Rio de Janeiro
* Provas encaminhadas
pelo
Boletim informativo
Notas e conceitos
0 a 49 – I (Insuficiente)
nível central - Secretaria
50 a 69 – R (Regular)
Municipal de Educação –
70 a 79 – B (Bom)
Peso 2
* Outros instrumentos
utilizados pelo professor
–
Peso 1
80 a 100 – MB (Muito
Bom)
A AVALIAÇÃO NA EDUCAÇÃO INFANTIL
“O importante não é a
forma, mas a prática
de uma concepção de
avaliação que privilegie
a aprendizagem.”
Indagações sobre currículo, p. 31, 2008
SEGUNDO JUSSARA HOFFMANN
Considera como pressupostos básicos
de uma proposta de avaliação:
As crianças apresentam maneiras
peculiares e diferenciadas de vivenciar as
situações, de interagir com os objetos do
mundo físico.
O seu desenvolvimento acontece de
forma aceleradíssima. A cada minuto
realizam
novas
conquistas,
ultrapassando nossas expectativas e
causando muitas surpresas.
 Observação atenta e curiosa sobre as
manifestações de cada criança;
 Reflexão sobre o significado dessas
manifestações em termos de seu
desenvolvimento.
NEGAÇÕES QUE SE PERPETUAM NA
EDUCAÇÃO INFANTIL
CRÍTICAS...

A avaliação na Educação Infantil é,
perigosa e gradativamente, a distorção
dessa perspectiva fundamental de
observação e acompanhamento.

O que vem ocorrendo é, cada vez mais, a
adoção, por instituições de Educação
Infantil, de modelos da prática avaliativa
tradicional do ensino regular.
NEGAÇÕES QUE SE
PERPETUAM ...

A criança NÃO é considerada como o
centro da ação avaliativa.

Os registros de avaliação NÂO se referem
à
criança
em
termos
de
seu
desenvolvimento pleno.
O QUE ACONTECE
É QUE SE
DESCONSIDERA A CRIANÇA EM DOIS
SENTIDOS:
1.
Observa-se e acompanha-se a criança em
suas descobertas, entretanto, quando se
registram
aspectos
do
seu
desenvolvimento, em geral é para
apresentar resultados aos pais ou por
necessidade de registros escolares.
2. Os “pareceres descritivos” representam, em
sua maioria, registros de observações
esporádicas e superficiais do professor.
O professor NÂO reflete
teoricamente sobre as
possibilidades das crianças
em termos de estágios de
desenvolvimento.
Essa segunda negação
vincula-se à anterior, porque,
com base em expectativas
determinadas pelos adultos,
são estabelecidas rotinas e
procedimentos
desconsiderando-se o
significado deles em relação às
etapas de desenvolvimento
das crianças, às suas
possibilidades, suas
necessidades.
É IMPORTANTE...
 Situar a ação avaliativa no cotidiano da Educação Infantil
exige a consideração da criança como a razão
fundamental dessa prática, assim como exige tomar
consciência de que toda e qualquer ação do educador tem
por base uma intenção.
 É preciso argumentar a favor de um aprofundamento
teórico em ambas as direções: quanto às possibilidades
das crianças nos diferentes estágios de desenvolvimento e
quanto às especificidades das ações educativas.
 A avaliação concebida como observação, reflexão e ação
encaminha
fortemente
o
educador
a
esse
aprofundamento, à medida em que é impelido a
encontrar respostas aos questionamentos decorrentes da
adoção de uma postura investigativa.
Princípios importantes no processo
avaliativo

Partir dos interesses e necessidades das crianças em direção a ampliação de
suas possibilidades.

Confiar nas suas tentativas, valorizar suas descobertas.

Perseguir o desenvolvimento de ações educativas interligadas e centradas
na própria criança, sem rupturas.

Perceber a avaliação em sua possibilidade de vir a ser um elo consistente
desse encadeamento.
Proposta de Avaliação
Concepção de Criança
Proposta de Avaliação
Criança como ser político e social, sujeito de seu Avaliação como acompanhamento no processo de
próprio desenvolvimento.
desenvolvimento.
Autônoma (com capacidade e liberdade de tomar Observação da criança fundamentada no
decisões).
conhecimento de suas etapas de desenvolvimento.
Crítica e criativa (observadora, questionadora, Oportunização de novos desafios com base na
curiosa e inventiva).
observação e reflexão teórica.
Participativa
(agindo
reciprocidade).
com
cooperação
e Registro das manifestações das crianças e de
aspectos significativos de seu desenvolvimento.
Diálogo freqüente e sistemático entre os adultos
que lidam com a criança e os pais ou responsáveis.
“A construção do resignificado da avaliação
pressupõe dos educadores um enfoque crítico
da educação e do seu papel social.”
Jussara Hoffmann