avaliação de impacto do pro-hosp
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Transcript avaliação de impacto do pro-hosp
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AVALIAÇÃO DE IMPACTO DO
PROGRAMA DE
FORTALECIMENTO E MELHORIA
DA QUALIDADE DOS HOSPITAIS
DO SUS/MG (PRO-HOSP)
Equipe: Fátima Beatriz Fortes (coordenadora),
Kenya Valéria M. de Souza Noronha,
Luciana Leite Lima,
Mirela Castro Santos Camargos,
Naércio Aquino Menezes Filho (consultor),
Lucas Araújo (estagiário).
O PRO-HOSP
Objetivo:
Melhoria da qualidade dos hospitais, de modo a
garantir o acesso à assistência hospitalar, o
mais próximo possível da residência do
cidadão, fortalecendo a regionalização da
assistência à saúde em Minas Gerais.
Como?
Por meio de um Termo de Compromisso entre a
SES-MG, os hospitais participantes e os
gestores municipais. A SES-MG repassa um
montante de recursos financeiros, e os
hospitais se comprometem a cumprir metas e
compromissos preestabelecidos.
O PRO-HOSP
●O
Pro-Hosp foi lançado pela SES-MG em maio de
2003.
●
Público-alvo: hospitais públicos, universitários, e
filantrópicos que cumpriam os requisitos dispostos
nas resoluções do programa, entre eles, o número
de leitos.
●
De 2003 a 2008, o programa beneficiou 139
hospitais, com recursos de, aproximadamente, R$
274,9 milhões (em valores correntes).
AVALIAÇÃO DE IMPACTO DO PRO-HOSP
Objetivo da avaliação:
Verificar o impacto do Pro-Hosp no desempenho
dos hospitais participantes, no que diz respeito aos
seguintes indicadores:
1) Tempo médio de permanência hospitalar;
2) Taxa de ocupação;
3) Mortalidade hospitalar;
4) Taxa de cesáreas.
AVALIAÇÃO DE IMPACTO DO PRO-HOSP
Resultados esperados:
1) redução da taxa de mortalidade hospitalar;
2) redução da proporção de cesáreas;
3) aumento da produtividade dos leitos por meio:
da redução do tempo médio de permanência e
do aumento da taxa de ocupação.
AVALIAÇÃO DE IMPACTO DO PRO-HOSP
O PRO-HOSP contempla um leque extenso de metas e
compromissos. O fato de terem sido selecionados apenas 4
indicadores deveu-se à metodologia adotada para a avaliação
de impacto.
●
● Apenas
para esses quatro indicadores existiam informações
para todos os hospitais no período de análise: de 2002 a
2008.
Portanto, os resultados apresentados neste relatório dizem
respeito à avaliação de impacto do Pro-Hosp nesses
indicadores e não do programa como um todo.
●
AVALIAÇÃO DE IMPACTO DO PRO-HOSP
●
Metodologia: Diferenças em Diferenças (Dif- Dif).
Impacto será medido pela diferença entre a variação
observada nos indicadores selecionados antes e depois do
Pro-Hosp para os hospitais que aderiram ao programa
(TRATADOS) e a variação observada nos hospitais com
características semelhantes mas que não participaram do
programa (CONTROLE).
● Unidade
●
de análise: Hospitais.
Período analisado: 2002-2008.
● Fonte
de dados: Datasus, Cnes e SES/MG.
DEFINIÇÃO DOS GRUPOS
DE TRATAMENTO E DE CONTROLE
Grupo de tratamento: constituído por aqueles
hospitais que participaram do programa entre
2003 e 2008, tendo aderido ao Pro-Hosp em
diferentes momentos: 138 hospitais
Grupo de controle: composto pelos hospitais
públicos e filantrópicos com características
semelhantes aos do Pro-Hosp de cinco estados
da federação limítrofes a Minas Gerais, quais
sejam, Goiás, Rio de Janeiro, Espírito Santo,
Bahia e São Paulo.
5
Yht h t UFs X ht M mt k Dhtk ht
3
ESTIMAÇÃO DO IMPACTO: Método de
diferenças em diferenças
Modelo Econométrico:
UF
t s
Onde:
Y = indicador de desempenho: variável dependente;
= α efeito fixo, específico de cada hospital h;
= ﻵconjunto de variáveis binárias para cada ano da análise;
= UFs conjunto de variáveis binárias representativas de cada unidade
da federação;
= Xht vetor de variáveis de controle
representando características
específicas do hospital h no tempo t;
= Mmt vetor de variáveis de controle representando características do
município (m) no qual o hospital está localizado no tempo t;
= ∑Dkht vetor de dummies indicativas da participação do hospital no
Pro- Hosp, que varia de 3 anos antes da entrada do hospital no ProHosp até 5 anos depois que a entrada ocorreu.
= ε termo de erro.
UF
t s
Onde:
= β, δ, ∂ coeficientes estimados.
β = vetor de coeficientes estimados que indica o
efeito médio do tratamento sobre o tratado no ano
t, ou seja, fornece o impacto do Pro-Hosp nos
indicadores de desempenho dos hospitais.
δ = vetor de coeficientes estimados relacionado
às características dos municípios
∂ = vetor de coeficientes estimados relacionado às
características dos hospitais.
VARIÁVEIS DEPENDENTES
1) Tempo médio de permanência = (número de dias de
internação em um dado período t) / (número de
internações no mesmo período);
2) Taxa média de ocupação hospitalar = (número de dias de
internação em um dado período t) / (número de leitos
hospitalares disponíveis no mesmo período t);
3) Taxa de mortalidade hospitalar = (número de óbitos num
dado período t) /(número de altas no mesmo período) X
100;
4) Proporção de cesáreas = (total de partos cirúrgicos
realizados em um dado período t) / (total de partos
ocorridos no mesmo período).
VARIÁVEIS INDEPENDENTES INCLUÍDAS NO
MODELO DE ANÁLISE - Dif-Dif
% internações por especialidade: clínica médica, obstetrícia, pediatria, e
cirurgia
% internações por causas sensíveis à internação ambulatorial
% internações UTI
% internações por média e alta complexidade
Número total de leitos existentes
Proporção de leitos contratados pelo SUS
Idade Média dos Pacientes
% idosos internados
Meses de participação no SUS
Gastos com saúde por habitante
% gastos com saúde que é recurso próprio do município
SELEÇÃO DO GRUPO DE CONTROLE
●
Coleta das informações de Autorização de Internação
Hospitalar (AIH) para todos os hospitais em junho de
2002.
●
Para observar quais hospitais públicos e filantrópicos
do Espírito Santo, Rio de Janeiro, Goiás, Bahia e São
Paulo apresentavam comportamento semelhante aos
do Pro-Hosp, foram consideradas as variáveis
hospitalares e municipais dispostas no próximo slide.
●
Foi realizado o pareamento das informações baseado
no escore de propensão para identificar os hospitais
da Bahia, Espírito Santo, Goiás, Rio de Janeiro e São
Paulo que mais se assemelham aos do Pro-Hosp.
SELEÇÃO DO GRUPO DE CONTROLE
Variáveis independentes incluídas no modelo de
escore de propensão:
1) Hospitalares: Mortalidade hospitalar; Média de
dias de permanência, Taxa de Ocupação,
Proporção de internação por clínica (médica,
obstetrícia, pediatria, cirurgia), por causas
sensíveis à atenção ambulatorial, em UTI, de alta
complexidade e de média complexidade; Leitos
existentes; Proporção de idosos internados; Idade
média dos pacientes internados.
2) Municipais:IDH, população, gastos com saúde por
habitante, Gastos com recursos próprios por
habitante/Gastos total por habitante.
Com base nos resultados do PSM, 324 hospitais
de estados limítrofes foram selecionados para
compor o grupo de controle.
O grupo de tratamento é composto por 138
hospitais que receberam recursos do PROHOSP.
Os hospitais de MG, públicos e filantrópicos, que
não participavam do PRO-HOSP foram
incluídos no modelo para controlar o efeito
estado.
RESULTADOS
1) Houve impacto do Pro-Hosp na proporção
média de cesáreas dos hospitais participantes.
● Conforme
esperado, o Pro-Hosp contribuiu para
reduzir esse indicador. Esse efeito foi sentido até
cinco anos depois da entrada no Programa.
● Como
a análise descritiva indicou uma elevação
da proporção de cesáreas de 27,6% entre 2002 e
2008, pode-se concluir que, na ausência do
programa, a variação positiva teria sido ainda
maior.
2) Para os demais indicadores de desempenho,
não houve impacto.
Ou seja, não houve diferença estatisticamente
significativa entre as variações observadas nesses
indicadores antes e depois do Pro-Hosp para os
hospitais que aderiram ao programa e a variação
observada para os hospitais com características
semelhantes (localizados na Bahia, Espírito Santo,
Goiás, Rio de Janeiro e São Paulo), no mesmo
período.
TAXA DE OCUPAÇÃO
● Apesar de o efeito não ser significativo, os valores dos
coeficientes estimados são positivos e elevados. Além
disso, aumentam com o tempo de implementação do
programa, podendo ser um indício da existência de algum
impacto do Pro-Hosp nas taxas de ocupação hospitalar.
● A análise mostrou ainda que, embora a taxa média de
ocupação total dos hospitais do Pro-Hosp tenha-se
mostrado abaixo do desejável em 2008 (59%, enquanto
portaria do Ministério da Saúde estabelece que a média
desejável é de 80% a 85%), o mesmo não se pode dizer
das taxas das clínicas médica e pediátrica que foram de
81% e 92%, respectivamente, no mesmo ano.
● Para efeitos de comparação, a taxa média de ocupação
dos hospitais da rede SUS no país foi de 48% em 1999,
tendo variado de 74% no Distrito Federal a 24% no
Maranhão.
Possíveis explicações para os resultados
encontrados:
1) Condições nas quais as pactuações das metas
foram feitas.
2) Aumento da taxa de ocupação não depende
apenas do gestor do hospital, mas também do
número de Autorização de Internação Hospitalar
(AIH).
3) Prioridade à realização de investimentos em
infraestrutura (obras e reformas) e capacitação
pelos gestores
TEMPO MÉDIO DE PERMANÊNCIA NOS
HOSPITAIS
●
Esse indicador se manteve relativamente
constante entre 2002 e 2008, quando foi de 4,4
dias.
● Isso significa que se manteve abaixo da média
do país e do conjunto dos hospitais da rede SUS
de Minas Gerais, que era de 5,98 e 5,8 dias,
respectivamente, em 1999.
O tempo de permanência nas clínicas cirúrgica,
médica, pediátrica e obstetrícia dos hospitais ProHosp também se mostrou abaixo dos parâmetros
estabelecidos pelo Ministério da Saúde em 2001.
●
Essas informações sugerem que o tempo de
permanência nos hospitais que aderiram ao ProHosp já esteja, pelo menos em termos médios,
num patamar difícil de ser reduzido sem colocar
em risco a qualidade da assistência.
●
MORTALIDADE HOSPITALAR
●
Não foi feito controle da gravidade dos casos.
A análise descritiva mostrou que houve um
aumento da taxa média de mortalidade geral nos
hospitais participantes do programa, sendo este
aumento mais acentuado entre os indivíduos
acima de 45 anos.
●
Este resultado pode estar refletindo a internação,
nos hospitais do Pro-Hosp, de pacientes em
estado relativamente mais graves.
●
CONCLUSÃO
Os resultados da avaliação de impacto do ProHosp
nos
indicadores
de
desempenho
considerados ainda precisam ser melhor
compreendidos, daí a importância da avaliação do
processo de implementação.
OBRIGADA!