Humanismo (XV) - Cursinho Vitoriano
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Humanismo (XV)
O Homem Vitruviano
- Conceito presente na obra De Architectura, do
arquiteto romano Marco Vitruvio Polião.
- Desenho de Leonardo da Vinci, 1490: representação
gráfica mais difundida das descrições de Vitruvio.
- Expõe proporções do corpo humano consideradas
perfeitas e ideais, inserindo o conceito clássico e
divino de beleza.
- Aqui, representando os estudos humanísticos.
Período de Transição:
Trovadorismo
Classicismo
XIV
XVI
Teocentrismo
Medieval
Humanismo
Antropocentrismo
Clássico
XV
Movimento intelectual de valorização do homem e de
suas potencialidades, por meio do conhecimento e
estudo da cultura greco-romana.
Contexto:
- Fim da Idade Média, início da Idade Moderna;
- a Igreja tem seu poder dividido com a burguesia e
com a nobreza
- renascimento comercial e urbano -> ascensão da
burguesia;
- avanços científicos-tecnológicos (Galileu e a
teoria heliocêntrica, Paracelso e as drogas
medicinais);
- A invenção da imprensa por Johannes Gutemberg;
- criação da primeira biblioteca
pública (Cosimo de Médici);
- gradual intelectualização da
Europa;
- O pensamento torna-se mais
lógico;
- homem no centro das preocupações, priorização
dos valores humanos sobre os religiosos;
-resgate do latim clássico;
-valorização dos estudos clássicos e da razão;
- separação entre música e poesia.
- Os centros urbanos facilitam a circulação de
conhecimento e a Igreja perde o monopólio
cultural.
- Predomínio do escrito sobre o oral,
desenvolvimento da prosa literária e consolidação
da língua portuguesa.
Grandes Humanistas
Francesco Petrarca
-Considerado o “pai do humanismo”
- Propõe um estilo de educação que
recupere o valor espiritual dos escritores clássicos.
-Amada: Laura
- Canzioniere
-Análise minuciosa dos próprios sentimentos.
Dante Alighieri
Divina
-Estudou os clássicos latinos e dedicou-se à
filosofia.
-Amada: Beatriz
-Obra prima: Divina Comédia
- Busca pela excelência moral
e espiritual do homem.
Giovanni Boccaccio
- Também foi um grande conhecedor da
Literatura latina
-
Iniciou a prosa italiana com suas novelas.
- Obra prima: Decameron
- Grande inventividade, linguagem rica e
expressiva.
-
Percorre toda a gama de sentimentos humanos
Erasmus de Rotterdam
-Construiu uma carreira teológica a partir da qual
percebeu as contradições e o pensamento
obsoleto da Igreja Católica.
-Acreditava que a razão deveria ser de utilidade
ao homem, e não o contrário.
-Obra prima: Elogio da loucura.
-Observação da natureza humana
e de suas fraquezas, de modo a
nos adaptarmos racionalmente
a ela.
Humanismo em Portugal
Contexto histórico: Ver. de Avis. Com a morte de D.
Fernando, D. João I é aclamado rei e começa um regime
absolutista apoiado pela burguesia.
Início: 1418, com a nomeação de Fernão Lopes como
guarda-mor da Torre do Tombo.
Fernão Lopes
- “Pai da prosa portuguesa”;
- em 1434, é encarregado de compor as crônicas dos
reis de Portugal
- narração ágil, dinâmica, que visualiza os
acontecimentos
- Portou-se como um historiador na medida em que
preocupava-se com a autenticidade das
informações que escrevia, usando dos arquivos
do Estado para comprovar ou desmentir
memórias e tradições.
- Diferente dos cronistas medievais, registra um
amplo panorama da sociedade portuguesa dos
séculos XIV e XV.
- Obras: Crônica de el-rei D, João
Crônica de el-rei D. Fernando
Crônica de el-rei D. Pedro*
- O conjunto de suas crônicas dá-nos uma
galeria de caracteres vigorosos uns, outros
indecisos, mas todos humanos, sagazmente
observados e por vezes desmontados na sua
estrutura psicológica. (Antônio José Saraiva)
- Seu interesse vai além dos caracteres
individuais, vibra com a coletividade, na
variedade e vivacidade dos aspectos.
Garcia de Resende
- Grande poeta palaciano ao lado de João Ruiz de
Castelo Branco.
- Compilou a poesia produzida nessa época na
obra Cancioneiro Geral, 1516.
- Livro impresso, contendo 880 composições,
de 286 poetas, escrito em espanhol e em
português, já revelando influência erudita.
- Reuniu apenas a produção poética da Corte.
As populares, tão valorizadas no trovadorismo,
foram abandonadas.
- Maior parte das composições destinadas aos
serões do paço.
- Poesia é separada da música, deixa de ser
destinada ao canto e passa a ser declamada ou
apenas lida individualmente.
A separação enriquece a qualidade da poesia, que
passa por um amadurecimento formal. A
linguagem ganha musicalidade através do uso de:
* Metrificação (redondilha maior)
* Rimas
* Aliteração (repetição de fonemas
consonantais)
* Assonância ( repetição de fonemas
vocálicos)
Cantiga Sua Partindo-se
Senhora partem tão tristes.
Meus olhos por vós, meu bem,
Que nunca tão tristes vistes
Outros nenhuns por ninguém.
Tão tristes, tão saudosos,
Tão doentes da partida,
Tão cansados, tão chorosos,
Da morte mais desejosos
Cem mil vezes que da vida.
Partem tão tristes os tristes,
Tão fora d’esperar bem,
Que nunca tão tristes vistes
Outros nenhuns por ninguém.
(João Ruiz de Castelo Branco)
Algumas modalidades do Cancioneiro Geral:
- Vilancete: mote de 2 ou 3 versos + glosa, uma
ou mais estrofes com 7 versos.
- Cantiga: mote de 4 ou 5 versos + glosa de 8 a
10 versos.
- Trova:
Gil Vicente
- Iniciou sua atividade teatral em 1502;
- Foi colaborador do Cancioneiro Geral;
O teatro vicentino
- É popular em sua origem, linguagem e
personagens.
- É satírico, na medida em que critica a
sociedade medieval por meio da comédia para
corrigir o povo (Ridendo Castigat Mores).
- É rudimentar, visto que Gil Vicente valoriza
apenas a ação, negligenciando o tempo e o
espaço (cenário improvisado).
Personagens:
- Típicas (fidalgo, sapateiro..) -> estereótipos
sem densidade psicológica
- Alegóricas: elementos universais (anjo,
demônio)
Peças:
- Narrativas (enredo linear, história) Ex: O velho
da Horta
- Alegóricas (cenas justapostas) Ex: O auto da
barca do Inferno.
“A combinação do real e do fantástico, que por
vezes se articulam em um contraste, como no
Auto da Feira, e em outros casos simplesmente
se misturam, como no Triunfo do Inverno, é a
expressão mais completa do teatro vicentino”
Tipologia das peças:
-Autos pastoris
-Autos da moralidade
-Milagres
Influência: teatro espanhol -> Juan del Encina,
Torres de Naharro
Linguagem:
- Mista (português, castelhano, latim, saiaguês)
- Poética (versos redondilhos)
- Popular (simples e com uso de palavrões)
Algumas das Peças:
-
Auto da Visitação
Auto da Barca do Inferno
Farsa de Inês Pereira
Auto da Índia
Auto da Lusitânia
O velho e a horta
Bibliografia:
História Ilustrada das Grandes Literaturas – Literatura
Portuguesa 1º volume, Antônio José Saraiva.
Manual de Pesquisa – Filosofia e Literatura, Eberth Santos
e Josana Moura