Transcript Fármacos Anti-hipertensivos
FACULDADE DE CIÊNCIAS HUMANAS DE CURVELO - FACIC
FARMACOLOGIA APLICADA À ENFERMAGEM
Prof Ms José Oliveira Graduação em Farmácia-Bioquímica pela Universidade Federal de Ouro Preto Mestrado em Saneamento Ambiental pela Universidade Federal de Ouro Preto Diretor Técnico da Farmácia de Minas – Unidade Presidente Juscelino Diretor Técnico do Laboratório de Análises Clínicas da Prefeitura Municipal de Presidente Juscelino
O TRATAMENTO MEDICAMENTOSO DA HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA (HAS) Objetivos
↓ morbimortalidade > associação do tto medicamentoso com o não medicamentoso para obter níveis pressóricos: < 140/90 mmHg e < 130/80 mmHg (diabetes, insuficiência cardíaca, comprometimento renal e prevenção de acidente vascular cerebral (AVC)).
TERAPIA DA HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA (HAS)
Introdução + comum das doenças cardiovasculares Prevalência: ↑ com idade (50%, 60 e 69 anos) Pressão Arterial (PA) ↑ – Alterações patológicas na vasculatura – Hipertrofia no ventrículo esquerdo (HVE) HAS – Principal causa Acidente Vascular Cerebral (AVC) – Importante fator de risco para coronariopatia e suas complicações (Infarto do miocárdio (IM), morte súbita cardíaca (MSC), insuficiências cardíaca (IC) e renal (IR) e aneurisma dissecante da aorta (ADA)).
HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA
PA >= 140/90 mmHg Tratamento farmacológico de pacientes com HAS associada a pressões diastólicas ↑ diminui a morbidade e a mortalidade decorrentes de DCV.
A terapia anti-hipertensiva efetiva risco de AVC’s, IC e IR devido à HAS.
↓↓↓ o Redução do risco IM pode ser menos notável.
Critérios para hipertensão em adultos
Classificação Pressão Arterial (mmHg) Sistólica Diastólica Normal Pré-hipertensão < 120 120 – 139 Hipertensão, estágio 1 140 – 159 Hipertensão, estágio 2 >= 160 e < 80 ou 80 – 89 ou 90 – 99 ou <= 100
Princípios da terapia anti-hipertensiva
Não farmacológica do tto.
importante componente Controle da PA na HAS estágio 1 – Perda ponderal (↑ peso) – ↓consumo de sódio – ↑exercício aeróbico – ↓consumo de álcool Mudança no estilo de vida (MEV) – Pode ser difícil para muitos – Pode ↑ controle farmacológico da PA se só MEV é insuficiente.
PA = DC X RVP
Fármacos ↓ PA por meio de suas ações sobre o DC ou RVP ou ambos.
– ↓ DC ↓contratilidade miocárdio ou ↓pressão de enchimento ventricular.
– ↓pressão de enchimento ventricular venoso ou sobre o volume sanguíneo ↓ tônus efeitos renais.
– ↓ RVP ação sobre músculo liso dos vasos vascular.
ação SNC (simpático) relaxamento
OS PRINCÍPIOS GERAIS DO TRATAMENTO MEDICAMENTOSO
Ser eficaz por via oral e ser bem tolerado; Ter comodidade posológica (< n° tomadas diárias, com preferência para aqueles com posologia de dose única diária);
Iniciar-se com as << doses efetivas
clínica, podendo ser ↑ gradativamente: preconizadas para cada situação – – Levar em conta: > a dose > a probabilidade de efeitos adversos; Considerar o uso combinado de medicamentos anti-hipertensivos em pacientes com Hipertensão em estágios II e III;
Respeitar o período mínimo de 4 semanas
; salvo em situações especiais, para ↑dose, substituição da monoterapia ou mudança da associação de fármacos; Instruir o paciente sobre a doença hipertensiva, particularizando: – – – – a necessidade do
tratamento continuado
, a possibilidade de efeitos adversos dos medicamentos utilizados, a planificação, objetivos terapêuticos.
Considerar as condições socioeconômicas;
Não ser obtido por meio de manipulação, pela inexistência de informações adequadas de controle de qualidade, bioequivalência e/ou de interação química dos compostos.
CRITÉRIOS PARA A ESCOLHA DO MEDICAMENTO ANTI-HIPERTENSIVO O indivíduo
•Percepção sobre o tratamento: o que deseja melhorar, como se sente em relação à medicação, preconceitos, dificuldades no uso, etc; •Rotina de vida: preferir medicamentos que possam ser administrados vinculados à rotina do indivíduo; •Preservação da qualidade de vida; •Nível educacional e condição socioeconômica; •Resultados de tratamentos anteriores; •Atuação benéfica ou não prejudicial do medicamento em situações associadas, como: • Doenças concomitantes; • Fatores de risco cardiovascular; • Lesão em órgãos-alvo e doença cardiovascular clínica.
O agente farmacológico
•Interação com outros medicamentos utilizados: avaliar, pois pode ser benéfica ou deletéria.
Fluxograma tto HAS M.E.V.
Monoterapia inicial Avaliar resposta terapêutica: adequada?
Sim. Manter monoterapia Não. Reavaliar terapia medicamentosa Aumentar a dose do medicamento Substituir a monoterapia Adicionar a 2ª dose
O ESQUEMA TERAPÊUTICO NA HAS A monoterapia
•Preconizado preferencialmente facilidade de uso e de > possibilidade de adesão ao tto.
•Iniciar com as << doses eficazes, de acordo com a situação clínica e evitar atingir as doses máximas para evitar os efeitos colaterais.
•Ajustar progressivamente a(s) dose(s) até a estabilização dos níveis tensionais em índices satisfatórios para cada quadro.
•Aguardar ~ 4 a 6 semanas para modificar o esquema, pois determinados máximo neste período.
fármacos alcançam seu efeito
AS ASSOCIAÇÕES MEDICAMENTOSAS
•Escolher medicamentos de classes farmacológicas diferentes, com exceção de diuréticos de alça e tiazídicos associados a poupadores de potássio.
•As doses ↓ agentes de classes farmacológicas diferentes fornecem eficácia adicional e < risco de efeitos adversos doses-dependentes.
•As associações podem potencializar determinados efeitos em relação ao uso isolado de um dos agentes.
•Os diuréticos são recomendados como adjuvantes em todos os tto, a não ser que haja contra-indicação.
•Quando não há resposta terapêutica adequada associar até 4 medicamentos, incluindo, sempre, um diurético.
Terapêutica anti-hipertensiva combinada
Necessidade de atingir um controle + rigoroso da PA principalmente pacientes com HAS em estágios 2 e 3.
O novo esquema anti-hipertensivo deve manter a qualidade de vida do paciente estimulando a adesão às recomendações prescritas.
Há evidências da associação de ácido acetilsalicílico (AAS) em baixas doses na ↓ ocorrência de complicações cardiovasculares.
Associações medicamentosas eficazes
•diuréticos de diferentes mecanismos de ação: medicamentos de ação central e diuréticos; •betabloqueadores e diuréticos; •bloqueadores do receptor AT1 e diuréticos; •inibidores de ECA (IECA) e diuréticos; •bloqueadores dos canais de cálcio (BCC) e betabloqueadores; •BCC e IECA; •BCC e bloqueadores do receptor AT 1.
Na HAS resistente à terapia dupla prescritos 3 ou mais medicamentos.
Diuréticos são fundamentais nessa situação. Para casos ainda mais resistentes adicionar o minoxidil.
OS ANTI-HIPERTENSIVOS
•Diuréticos •Inibidores adrenérgicos (ação central, a -1-bloqueadores, b bloqueadores) •Vasodilatadores diretos •Bloqueadores de canais de cálcio (BCC) •Inibidores da enzima conversora da Angiotensina (IECA) •Antagonistas do receptor AT1 da Angiotensina II (AII)
A) Diuréticos
•+ mais usados no tto da HAS, em todo o mundo, + de 30 anos.
•Vital no controle da HAS, isolado ou associado com outras drogas.
•Têm demonstrado redução de morte e de complicações cardiovasculares.
Mecanismos de Ação
•Local de ação é o néfron.
•O mecanismo exato pelo qual os diuréticos baixam a PA ainda não está devidamente esclarecido. Inicialmente, produzem leve depleção de Na + . Com a continuação da terapia, ocorre também ↓ da resistência vascular periférica.
Efeitos adversos
– podem eliminar K + com doses moderadas ou elevadas.
Os fármacos anti-hipertensivos são classificados de acordo com seus locais ou mecanismos de ação Diuréticos – Tiazídicos e agentes relacionados (
hidroclorotiazida
, clortalidona, etc.) – De Alça (
furosemida
, bumetanida, orsemida, ácido etacrínico) – Poupadores de K +
espironolactona
) (amilorida, triantereno,
Tipo de Diurético Hidroclorotiazida (HCT)
•Padronizado para uso rotineiro.
•Deve ser usado, na >> das vezes, como droga inicial, permitindo uma ação anti-hipertensiva lenta, com reações compensatórias reflexas menos intensas.
•A prevenção dos efeitos colaterais da HCT (dislipidemias, intolerância a glicose, hipopotassemia, impotência sexual e hiperuricemia) é alcançada com doses cada vez menores e vigilância dessas alterações.
•Não se deve ultrapassar a dose de 50 mg/dia.
•Estudos mostram ↓excreção urinária de Ca ++ associado ↓incidência de fraturas em pacientes idosos que usam HCT.
•Pacientes com insuficiência cardíaca e insuficiência renal crônica (IRC) (creatinina > que 3,0 mg/dl) furosemida, ao invés da HCT.
•Em diabéticos: doses baixas (12,5 a 25 mg/dia), o que ↓ efeitos adversos.
•Deve-se, ainda, monitorizar o K + e a glicemia.
Fonte: http://www.infoescola.com/anatomia-humana/nefron/
http://www.google.com.br/imgres?num=10&hl=pt BR&biw=1024&bih=432&tbm=isch&tbnid=4K6Nls6NtkQU8M:&imgrefurl=http://www.auladeanatomia.com/urinario/sistemaurinario.htm&docid=S6eX1Aze_CwtgM&imgurl= http://www.auladeanatomia.com/urinario/nefron.jpg&w=562&h=428&ei=8d aUOeWMozU0gHa44GQCg&zoom=1&iact=hc&vpx=276&vpy=92&dur=440&hovh=133&hovw=174&tx=131&ty=107&sig=104348556952689926982&page=1&tbnh=133&t bnw=174&start=0&ndsp=10&ved=1t:429,r:1,s:0,i:99
B) Inibidores simpáticos
O cérebro ↑ controle sobre a circulação. Atuar farmacologicamente, nessa área, é imprescindível para ↓PA nos hipertensos – clonidina e a metildopa são preferenciais.
Mecanismo de ação
deprimem o tônus simpático do sistema nervoso central (SNC).
Tipo de inibidor simpático
a
-metildopa
– ideal para tratamento da
grávida hipertensa
, pois se mostrou mais efetiva na ↓PA dessas pacientes, além de não provocar má formação fetal.
Os efeitos colaterais, como hipotensão postural e disfunção sexual, sintomas frequentes no paciente com neuropatia autonômica diabética, limitam o seu uso nessa população.
Beta-bloqueadores
Antagonizam as respostas receptores b .
às catecolaminas, mediadas pelos Úteis em uma série de condições (arritmias cardíacas, prolapso da valva mitral, IAM, angina do peito e hipertensão portal esquistossomótica).
Mecanismo de ação
– ainda não está bem esclarecido como essas drogas produzem ↓PA.
↓frequência (FC) e do débito cardíaco (DC) são os resultados encontrados após a administração das mesmas.
Uso constante, a ↓PA correlaciona-se melhor com alterações na resistência vascular periférica que com variações na FC ou alterações no DC induzidas por essas drogas.
Propranolol (PP)
– 1° b -bloqueador sintetizado e ainda + usado.
Efeitos Adversos
– contra-indicado em: •atópicos ou asmáticos, pelo desencadeamento ou agravamento do broncoespasmo, podendo levar à insuficiência respiratória aguda.
•em bloqueios cardíacos e insuficiência vascular periférica.
Apesar da possível deteriorização do controle glicêmico e do perfil lipídico, o UKPDS demonstrou que o atenolol ↓risco de doença macro e microvascular, no paciente diabético, além das suas clássicas contra-indicações, como a insuficiência arterial periférica, os b bloqueadores podem mascarar e prolongar os sintomas de hipoglicemia.
Agentes simpaticolíticos – Antagonistas b adrenérgicos
atenolol
, etc) (metoprolol, – Antagonistas terazosina, a adrenérgicos doxazosina, (prazosina, fenoxibenzamina, fentolamina) – Angatonistas adrenérgicos mistos (labetalol,
carvedilol
) – Agentes de ação central clonidina, guanabenzo, ganfacina) (
metildopa
,
C) Vasodilatadores diretos
Efeito relaxador direto no músculo liso vascular, sem intermediação de receptores celulares.
Mecanismo de ação
– leva à vasodilatação da arteríola pré-capilar ↓resistência vascular periférica. Isto pode, por mecanismo de compensação, levar ao ↑ da retenção de Na + e de água. Uma das razões porque essas drogas só devem ser usadas em associação prévia com b -bloqueadores e diuréticos em hipertensão grave e resistente.
Tipo de vasodilatador direto
Minoxidil e
Hidralazina
– deve ser usada como quarta droga em Hipertensão Arterial grave.
Vasodilatadores Diretos – Arteriais
Hidralazina
, minoxidil, diazóxido, fenoldopam – Arterial e Venoso Nitroprussiato de sódio
D) Bloqueadores de canais de cálcio Mecanismo de ação
– a ação anti-hipertensiva desses fármacos decorre da ↓ resistência vascular periférica por ↓[Ca ++ ] nas células musculares lisas vasculares.
São anti-hipertensivos eficazes e ↓morbidade e mortalidade cardiovasculares em idosos.
Em comparação com outros anti-hipertensivos, levam a ↓ nas taxas de hospitalização por IC e IAM.
Deve-se dar preferência a BCC de longa duração (ação intrínseca) ou por formulação galênica.
Bloqueadores dos canais de Ca ++ – Verapamil, diltiazém, nimodipina, felodipina, nicardipina, isradipina,
anlodipina
.
E) Os inibidores da enzima conversora da angiotensina – IECA
Representam grande avanço no tto da HA.
Mecanismo de ação
– •inibem a formação de angiotensina II, bloqueando a enzima conversora de angiotensina (ECA).
•A angiotensina II é um dos maiores vasoconstrictores conhecidos e se origina por uma clivagem sequencial do angiotensinogênio pela renina e enzima conversora.
•Para a formação da angiotensina II, vindo da angiotensina I, faz-se necessária a presença da enzima conversora (ECA).
•Essas drogas bloqueiam essa enzima, que transforma a AI em AII (convertase). Possuem perfil hemodinâmico e metabólico favorável e podem ser usadas em associação a outras drogas.
Inibidores da Enzima Angiotensina (IECA) Conversora –
Captopril,
ramipril,
enalapril
benazepril, , perindopril, trandolapril) lisinopril, fosinopril, da quinapril, moexipril,
Do ponto de vista terapêutico, os IECA, além da ↓PA sistêmica, ↓pressão intraglomerular proteção renal específica.
•Contra-indicadas na gestação ou em mulheres com risco de engravidar, pela possibilidade de malformação fetal.
Tipo de IECA Captopril
– foi o primeiro inibidor ECA.
Tem indicação formal para os hipertensos portadores de diabetes, pelo fato de provocar ↓pressão intraglomerular, tão danosa para a função renal, e evitar perda de albumina pela urina (albuminúria).
Vantagem não prejudicar a sensibilidade à insulina e o perfil lipídico do plasma, e associa-se à ↓Hipertrofia Ventricular Esquerda – HVE.
Antagonistas do receptor de Angiotensina II –
Losartana
, candesartana, irbesartana, valsartana, telmisartana, eprosartana.
RELAÇÃO ESTADUAL DE MEDICAMENTOS CARDIOVASCULARES ESSENCIAIS PARA A ATENÇÃO BÁSICA
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FATORES QUE PODEM INTERFERIR NA RESPOSTA TERAPÊUTICA MEDICAMENTOSA
Não-adesão ao tratamento; Utilização equivocada da medicação; Hipertensão do jaleco branco; Aferição inadequada da PA Pseudo hipertensão em idosos; Estilo de vida: tabagismo, ingestão excessiva de sal, consumo diário > 30 g/ dia de etanol pelos homens e 15 g/dia pelas mulheres e por pessoas magras, ↑ peso crescente;
Fatores relacionados aos medicamentos: • Doses baixas; • Combinações inadequadas; •Diurético errado; • Inativação rápida (hidralazina); • Interação com outras drogas; • Retenção de líquidos pela redução da pressão arterial.
Condições associadas: • Apnéia do sono, hiperinsulinemia, transtornos de ansiedade, síndrome cerebral orgânica, dor crônica, vasoconstrição intensa como na arterite; • Causas identificáveis de hipertensão secundária; • Lesão em órgãos-alvo – dano progressivo renal.
Referências – Goodman & Gilman:
da terapêutica As bases farmacológicas
– Rio de Janeiro: McGraw-Hill Interamericana do Brasil, 2006.