Andréa Sambo
Download
Report
Transcript Andréa Sambo
UNIVERSIDADE
DA
HEMOFILIA
Simpósio de Enfermagem
15 e 16 de maio de 2010
São Paulo
Simpósio de Enfermagem
MANEJO DA HEMOFILIA
PROTOCOLO DE ASSISTÊNCIA
DE ENFERMAGEM
“ Unidade de Hemofilia Cláudio Luiz Pizzigatti Correa”
Hemocentro/UNICAMP
ANDRÉA SAMBO
Enfermeira
[email protected]
Simpósio de Enfermagem
Enfermagem e Hemofilia
Competências do enfermeiro
Diferentes concepções:
–
–
–
–
–
Aplicar fator?
Avaliar o paciente?
Ensinar a auto-infusão?
Orientação quanto ao diagnóstico?
Educação da família?
Enfermagem e Hemofilia
Realidade brasileira
• Diferentes recursos
humanos e materiais
• Diferentes funções e
atribuições do enfermeiro
• Diferentes formações
Enfermagem e Hemofilia
Hemofilia
Programa abrangente
“Comprehensive Care”
• Equipe multiprofissional
• O papel do enfermeiro no programa
Enfermeiro
Conhecimentos Necessários
O que é hemofilia
Identificação de sangramento
• Reconhecimento de sinais de complicação
(vasculares, neurológicos, presença de
inibidor,...)
Identificar problemas psicossociais
Envolver os membros da equipe
• Avaliar nível de dor
CONSULTA
DE ENFERMAGEM
Objetivo
indivíduo
comunida
de
CUIDADO
INTEGRAL
escola
trabalho
família
Enfermagem e Hemofilia
CONSULTA DE ENFERMAGEM
Objetivos:
• Atenção ao outro
• Engajamento
• Encaminhamento
• Orientação
• Respeito
• Afeição (valores X sentimentos)
PRINCÍPIOS DO CUIDADO
EM HEMOFILIA
Caso Novo
Rotina
Intercorrências
Enfermagem no
Programa de hemofilia
Casos Novos
•
Orientação gradativa: nível de compreensão
dos pais
•
Criança: inserida em um novo contexto
•
Avaliar perfil para terapia e dose
domiciliares
Enfermagem no
Programa de hemofilia
Enfermeira
Laboratório
Consulta de Rotina
Psicólogo
• Atualização dos dados
Dentista
Fisioterapeuta
• Estabelecer fluxograma
Pedagoga
• Exames de rotina
Serviço Social
• Revisão das orientações
Médico
Ortopedista (?)
• Reavaliação da Terapia Domiciliar
Nutricionista (?)
• Revisão da auto-infusão
Psiquiatra (?)
Enfermagem no
Programa de Hemofilia
Intercorrências
• Observar apresentação
– Postura antálgica
– Instrumentos de auxílio
(muletas, tipóias,...)
Enfermagem no
Programa de Hemofilia
• Interrogar
–
–
–
–
Motivo de comparecimento ao serviço
Queixas (início, prováveis causas, ...)
Providências iniciais (qual, quando, ...)
Manifestação de quadro semelhante
anterior
– Fatores de alívio
– Acompanhamento fisioterapêutico
– Utilização de profilaxia
Simpósio de Enfermagem
Protocolos de Assistência
Não espere
Faça Fator
•REPOUSO
•GELO
•COMPRESSÃO
•ELEVAÇÃO
(RICE)
O SANGRAMENTO
•
•
•
•
A pessoa com hemofilia sabe
quando um sangramento
começa porque sente
formigamento e calor na
articulação.
Devido ao fato do sangue
encher a cápsula sinovial, a
articulação incha, fica dolorida e
com seus movimentos
limitados.
Se não houver tratamento,
nessa fase, o sangramento só
para depois do sangue encher
totalmente o espaço dentro da
articulação.
Depois disso, algumas células
especiais, absorvem parte do
sangue da articulação.
Sensação de
borbulhamento,
latejamento ou
calor
Inchaço, dor e calor
Articulação
"fofa“,inchada,
atrofia dos
músculos,rigidez
da junta pela
manhã, dor
crônica, limitação
de movimentos
Protocolos de Assistência
HEMORRAGIAS
Muscular
Articular
PROTOCOLOS DE ASSISTÊNCIA
HEMORRAGIAS MAIS GRAVES
Hemorragia dentro da cabeça (geralmente causada por um traumatismo)
Sangramento na garganta pode ser resultado de uma infecção, de
traumatismo, de algumas anestesias dentárias ou de cirurgias.
Algumas outras hemorragias graves, embora geralmente não ofereçam
risco de vida são: sangramento nos olhos,na espinha dorsal e no
músculo psoas.
A presença de sangue na urina é comum na hemofilia, embora em
geral não seja uma situação grave.
AVALIAÇÃO DO SANGRAMENTO
• Se Hemartrose
• Avaliar tamanho: medir; comparar com o contra-lateral
(perguntar se normalmente são do mesmo tamanho – pode
ter sinovite crônica)
• Avaliar tensão
• Avaliar temperatura local
• Avaliar mobilidade: medir flexo
• Avaliar limitação para atividades de
vida diária
• Avaliar dor
PROTOCOLOS DE CUIDADO:
manejo do sangramento
• Administração do Fator de coagulação segundo
protocolo
• Reposição da DD
• Orientar quanto a repouso do membro afetado
• Orientar quanto à aplicação de gelo local
• Encaminhar para fisioterapia
PROTOCOLOS DE CUIDADO:
orientações domiciliares
• Quanto ao transporte, armazenamento e aplicação do
fator
• Evitar atividade física no membro afetado até
recuperação
• Observar sinais de comprometimento neurológico
• Retornar imediatamente ao hospital se piora
• Adesão à fisioterapia
• Orientar quanto à prevenção de novos sangramentos
HEMORRAGIA MUSCULAR
O QUE OCORRE
• Durante o sangramento, o músculo fica
endurecido e dolorido.
• O sangramento causa inchaço, calor e dor.
• Em alguns dos músculos mais profundos, o
inchaço pode pressionar os nervos ou as
artérias, causando uma sensação de
formigamento e adormecimento (sintomas
neurológicos) devido a pouca elasticidade
da fáscia (membrana que encobre os
músculos). Neste caso, se a hemorragia não
for tratada em tempo, pode ocorrer perda
permanente das funções, na área atingida.
• Devido ao espasmo muscular, as
articulações ficam com seu movimento
limitado.
PROTOCOLOS DE CUIDADO:
avaliação do sangramento
Se Hematoma:
• Avaliar tamanho: medir; comparar com o contra-lateral
(perguntar se normalmente são do mesmo
tamanho – pode ser hipotrofiado)
• Avaliar tensão
• Avaliar temperatura local
• Avaliar mobilidade
• Avaliar sinais neurológicos: cor, temperatura,
sensibilidade (afastar síndrome compartimental)
PROTOCOLOS DE CUIDADO:
manejo do sangramento
Administração do fator de coagulação segundo protocolo
Reposição da DD
Orientar quanto a repouso do membro afetado (uso de
muletas ou tipóias s/n)
Orientar quanto à aplicação de gelo local
Encaminhar para fisioterapia
PROTOCOLOS DE CUIDADO:
orientações domiciliares
• Repouso do membro
• Aplicar gelo 15’a cada 2 horas nas primeiras 24-48 horas
• Compressão
• Manter elevação do membro
• Aplicação correta do fator
• Procurar o hospital imediatamente se aumentar os sintomas
de dor, edema, limitação ou sinais neurológicos
• Orientar quanto a prevenção de outros sangramentos
PROTOCOLOS DE CUIDADO:
avaliação do sangramento
Se Ferimentos ou Traumatismo Crânio-encefálico
Avaliar SSVV
Avaliar orientação espacial, confusão mental
Avaliar alteração visual ou de linguagem
Avaliar presença de sonolência, cefaléia, vômitos
Avaliar movimentos de MMSS e MMII
Avaliar controle de esfíncteres
Avaliar marcha
Avaliar tiques faciais
Avaliar se comportamento é o habitual
Avaliar outras queixas
Avaliar presença de hematoma ou lesão aparente
PROTOCOLOS DE CUIDADO:
manejo do sangramento
• Perguntar como foi a queda: como bateu a cabeça? Caiu?
De que altura? Chorou? Dormiu? Qual o tipo de superfície?
Como foi o impacto?
• Aplicação de fator conforme protocolo
• Comunicar ao médico
• Se necessário, encaminhar para exame radiológico
• Se necessário, manter em observação por 24-48 horas.
PROTOCOLOS DE CUIDADO:
avaliação do sangramento
Se Sangramento de Partes Moles (tórax, abdomen, nuca,
pescoço, psoas)
• Avaliar características do local do sangramento
• Avaliar queixas do paciente
• Avaliar postura característica de sangramento de psoas
• Avaliar dor
• Avaliar limitação de movimento da área acometida
• Associar sintoma com possível causa
• Avaliar sintomas associados com a área acometida
(dificuldade para deglutir, para respirar, para urinar, etc)
PROTOCOLOS DE CUIDADO:
manejo do sangramento
• Comunicar ao médico
• Encaminhar para exames adicionais s/n (ultrassom, urina I,
CT)
• Aplicar fator conforme protocolo
• Curativo local s/n
• Providenciar internação s/n
• Orientação quanto à limpeza local e seguimento
PROTOCOLOS DE CUIDADO:
orientações domiciliares
• Repouso
• Gelo
• Elevação do local da lesão
• Retornar ao hospital se sinais de piora
• Aplicação do fator conforme prescrito
PROTOCOLOS DE CUIDADO:
avaliação do sangramento
• Se Sangramento Gastrointestinal:
• Avaliar presença e característica de vômitos e/ou diarréia
• Verificar se paciente é HIV/HCV positivo
• Verificar uso concomitante de outros medicamentos
• Avaliar dor
• Avaliar frequência cardíaca e pressão arterial
• Avaliar grau de palidez
PROTOCOLOS DE CUIDADO:
manejo do sangramento
• Comunicar ao médico
• Perguntar
sobre
presença
de
vômito
ou
fezes
vermelhas/borra de café
• Aplicar fator conforme protocolo
• Verificar SSVV
• Procurar identificar fatores causais
• Encaminhar para exames adicionais s/n (ultrassom, urina I,
CT)
• Providenciar internação s/n
PROTOCOLOS DE CUIDADO:
orientações domiciliares
• Administrar fator conforme prescrito
• Seguir a dieta prescrita
• Observar coloração das fezes
• Procurar o serviço médico
caso sinta fraqueza,
apresente diarréia, vômitos ou alteração da coloração
das fezes
PROTOCOLOS DE CUIDADO:
avaliação do sangramento
• Se sangramento na boca:
• Avaliar causa: espontâneo
ou trauma
• Procurar por lesões
• Verificar dentição
• Avaliar condições de higiene bucal
• Avaliar deglutição
PROTOCOLOS DE CUIDADO:
manejo do sangramento
• Pedir avaliação do dentista
• Hemostasia local se possível
• Observar sinais de infecção
• Orientar uso de ácido aminocapróico
• Aplicação de fator s/n
PROTOCOLOS DE CUIDADO:
orientações domiciliares
• Orientar alimentos frios e pastosos
• Orientar evitar fumar e ingerir bebidas alcoólicas
•
Higiene oral frequente com cuidado para não
remoção do coágulo
• Orientar retornos regulares ao dentista
Mãos a obra!!!!!!
PROTOCOLOS DE CUIDADO:
avaliação do sangramento
• Se Epistaxe:
• Verificar causa: presença de corpo estranho,
quadro viral, rinite alérgica
• Avaliar tempo e quantidade estimada do
sangramento
• Verificar uso de medicação concomitante
• Avaliar grau de palidez
PROTOCOLOS DE CUIDADO:
manejo do sangramento
• Orientar compressão local
• Orientar aplicação de gelo
• Aplicação de fator s/n
• Orientar uso de ácido aminocapróico
PROTOCOLOS DE CUIDADO:
orientações domiciliares
• Orientar prevenção dependendo da causa
• Orientar tratamento do fator causal
• Cortar as unhas e não levá-las às narinas
• Usar solução salina nasal para manter a mucos úmida
e lubrificada
• Umidificar o quarto enquanto dorme
PROTOCOLOS DE CUIDADO:
avaliação do sangramento
Se Hematúria:
Avaliar queixa urinária: dor, ardor, frequência
Avaliar cor da urina (rósea, marrom, vermelha,
presença de coágulos)
Verificar história familiar de cálculo renal
Avaliar dor (localização)
Avaliar temperatura corporal
PROTOCOLOS DE CUIDADO:
manejo do sangramento
• Colher Urina I e Urocultura
• Avaliar necessidade de realizar Ultrassom
• Providenciar internação s/n
• Administrar fator s/n
PROTOCOLOS DE CUIDADO:
orientações domiciliares
• Aumentar ingesta hídrica até parar o sangramento
• Orientar repouso relativo
• Não usar antifibrinolíticos, pois pode causar
coágulos causando obstrução renal
PROTOCOLOS DE CUIDADO:
outros
Cirurgia
Profilaxia
Imunotolerância
Programa de hemofilia
Cadastro
Cadastro
O Ministério da Saúde é o órgão federal responsável
pelo Programa Nacional de Coagulopatias
Hereditárias, doenças hemorrágicas decorrentes da
deficiência quantitativa e/ou qualitativa de um ou
mais fatores da coagulação. Pacientes com
coagulopatias necessitam fazer uso freqüente de
hemocomponentes e/ou hemoderivados.
Cadastro
• A manutenção de um registro atualizado dos pacientes com
coagulopatias é fundamental para o conhecimento sobre a
prevalência da doença e suas complicações, os dados sóciodemográficos e clínicos destes indivíduos, o tratamento e a
vigilância epidemiológica das infecções, a presença de inibidor
e de possíveis reações adversas ao tratamento. Ainda, é de
suma importância, a informação sobre o quantitativo de fatores
de coagulação dispensado a esses indivíduos.
Cadastro
• O
sistema
informatizado
Hemovida
Web
–
Coagulopatias foi desenvolvido com o objetivo de
sistematizar
essas
informações,
permitindo
o
monitoramento destas doenças e contribuindo para o
planejamento das ações do Programa, possibilitando
uma melhor organização da atenção a esses pacientes.
Cadastro
• Dados pessoais (DN,nome da mãe, RG, CPF,
escolaridade, estado civil, etc)
• Serviço de origem
• Registro no serviço de origem
• Cartão de identificação do SUS
• Endereço para contato
Cadastro
• Diagnóstico
• Exames
• Complicações clínicas
• Infusão
Cadastro
O enfermeiro, como coordenador do
programa de hemofilia, é o profissional
responsável por zelar pelo correto
preenchimento e atualização do cadastro.
É uma
realidade
possível para
todos?
“Se não houver frutos, valeu a beleza das
flores; se não houver flores, valeu a sombra
das folhas; se não houver folhas, valeu a
intenção da semente” (Henfil)
Mãos a obra!!!!!!
OBRIGADA!!