Erros inatos do metabolismo Camila Silva Justo
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Transcript Erros inatos do metabolismo Camila Silva Justo
Erros inatos do
metabolismo
Camila Silva Justo
Definição
determinadas geneticamente
defeito enzimático
bloqueio de uma determinada rota
metabólica
A conseqüência deste bloqueio é:
o
acúmulo do substrato , a deficiência do
produto da reação, o desvio do substrato
para uma rota alternativa
O quadro clínico é decorrência destas
conseqüências
enzima
NORMAL
substrato
produto
enzima
DEFEITO
ENZIMÁTICO
produto
substrato
rota alternativa
produto
alternativo
Quadro clínico consequencia do acúmulo
Depende do tamanho da molécula
Pequena se difunde
Grande acúmula
Características
Diminuiu o número de doenças infecciosas
doenças genéticas são 50% dos leitos
pediátricos ( Hem. Norte).
10% das doenças genéticas são EIM
Herança
Autossômica recessiva
Algumas ligadas ao X
Mitocondrias ( 100%)
Sozinhas são raras, mas em conjunto têm
um incidência de 1:5000.
Homologia fenotípica
As
características
compartilhadas
freqüentemente
enzimas diferentes funcionam
mesma área de metabolismo
doenças diferentes originam-se por
defeitos de uma mesma enzima
na
enzimas diferentes funcionam na
mesma área de metabolismo
•As enzimas 1, 2 , 3 e
4 atuam
conjuntamente para
gerar o Produto final.
•Na ausência de
qualquer uma destas
enzimas o defeito será
o mesmo: falta do
Produto final
•Logo a clínica será a
mesma!
Enzima 1
Enzima 2
Enzima 3
Enzima 4
Produto final
doenças diferentes originam-se
por defeitos de uma mesma enzima
Produto 1
•A enzima Y atua em
4 rotas metabólicas,
que produzem
produtos diferentes
•Logo, na ausência
da enzima Y todos os
4 produtos estarão
ausentes, o que
resulta numa mesma
clínica
Produto 2
Enzima Y
Produto 3
Produto 4
Manifestações clínicas
Variadas, desde assintomáticos(glicosúria
renal) até fatais ( defeitos no ciclo da
uréia)
Parecem com doenças comuns
(septicemia)
Podem aparecer ao nascimento ou na
infância
Pode ter qualquer sintoma
Achados clínicos precoses em 90
erros metabólicos
Achado
Retardo ou regressão
neurológicas
Hepatomegalia
N° de doenças
31
Retardo do crescimento
25
Convulsões
24
Vômitos, letargia
20
27
Diagnóstico
Efetivo feito pela determinação da
atividade enzimática
caro
só
quando há suspeita
Diversidade de efeitos- dificuldade
Usa-se testes de triagem (urina, sangue)falso positivo
Teste do
pezinho
Pelo SUS:
fenilcetonúria,
hipertiroidismo
congênito,
homoglobinopatias
CLASSIFICAÇÃO
Grupos
Características
Doenças
1- defeito de síntese
ou catabolismo de
moléculas complexas
2- defeito no
metabolismo
intermediário
Sinais e sintomas
permanente e
progressivos
Intoxicação aguda e
crônica;intervalo
livre de sintomas;
relação com ingestão
alimentar
Doença lisossomais e
peroxissomias
3- defeito na
Metabolismo
produção ou
intermediário de
utilização de energia fígado, músculo ou
cérebro
Aminoacidopatias;
acidurias orgâncias;
defeitos do ciclo da
uréia e intolerância
aos açúcares
Doenças de depósito
de glicogênio;
defeitos de ßoxidação de A.G.;
doenças
mitocondriasis e
hiperlacticemias
Grupo I- doenças lisossomais
MUCOPOLISSACARIDOSES
ESFINGOLIPIDOSES
Hurler
Huler- Sacheie
Scheie
Tay- Sachs
Doença de
Fabry
doença de
Gaucher
Nieman-Pick
MUCOPOLISSACARID
OSES
acúmulo de
glicosaminoglicanos
leva a desorganização
do tecido
conjuuntivo(fígado,
ossos, córnea)
ESFINGOLIPIDOSES
Acúmulo de algum
lipídio
Membranas celulares
( tecido nervoso)
clínica
MPS tipo I ou doença de
Hurler
Grupo I- mucolipidoses
GLICOPROTEINOSE
DISTÚRBIOS DO
TRANSPORTE DA
MEMBRANA
Fucosidose
manosidose
Sialidose
Aspartilglicosaminúrias
doença do depósito do
ác. Siálico
Cistinose
Doença de salla
Grupo I- mucolipidoses
DOENÇAS DOS
PEROXISSOMOS
Síndrome de
Zellweger
Adrenoleucodistrofia
(óleo de Lorenzo)
Doença de Fersum
Hiperoxaluria tipo I
Grupo II- metabolismo
intermediário
Intervalos livres de sintomas
Ingesta da alimento nocivo causa crise
Grupo II- doenças
AMINOACIDOPATIAS
Cistinúria
Fenilcetonúria
Tirosinemia
Homocistinúria
Hiperglicemia nãocetótica
Doença da urina do
xarope de bordo ou
leucinose
Grupo II- doenças
ACIDÚRIAS
ORGÂNICAS
Acidemia isovalérica
Deficiência da 3metilcrotonil CoA
carboxilase
Acidemia 3- metilglutárica
Acidemia proprionica
Acidemia metilmalônica
Defiencia múltipla da
carboxilase
Acidemia glutâmica tipo I
Acidurias orgânicas
Acúmulo de ácidos orgânicos em tecidos e
fluídos corpóreos
1:15.000
Acidose metabólica grave, vômitos,
letargia, dificuldade de crescimento
Correção da acidose, diminuir ingesta de
proteínas
Grupo II- doenças
DEFEITOS DO CICLO DA
URÉIA
Deficiencia da carbomoil
fosfato sintetase
Deficiencia da ornitina
transcarbamilase
Citrulinemia
Acidúria arginosuccínica
Argininemia
Intolerância lisinúrica á
proteína
Grupo II- doenças
INTOLERÂNCIA AOS
AÇÚCARES
Galactosemia clássica
Deficiência de
galactoquinase
Deficiência da
epimerase
Intolerância
hereditária a frutose
Aminoacidopatiasfenilcetonuria
Mutações
fenilalanina-hidroxilase
fenilalanina em tirosina)
(converte
a
A fenilalanina (acúmulo do substrato) é desviada para
fenilpiruvato, fenilacetato e fenilactato (produtos
alternativos) – tóxicos
Causa desmielinização
A falta de tirosina (ausência de produto) pertuba a
produção de melanina
Incidência de 1:5.000 a 1:16.000 RN
fenilcetonuria
Proteina da dieta
Proteínas
teciduais
melanina
Proteinas
teciduais
fenilalani
na
Acido
fenolpirúvico
tirosina
tiroxina
Fenilalanina
hidroxilase
catecolami
nas
Hiperfenilalaninemias
fenilcetonúria
Tratamento: retirada, não total, da
fenilalanina
Grávidas que tem FNC, devem ter cuidado
rigoroso com a dieta
Aminioacidopatias- homocistinúria
cistationina ß- sitase ( enzima da via metabólica
da metionina)
Incidência: 1:58.000- 1:1.000.0000
Diagnóstico: níveis elevados de metionina e
homocisteína
Quadro clínico: luxação de cristalino em 97%
dos pacientes, miopia, osteoporose, escoliose,
reatrdo mental, distúrbios do comportamento e
fenomenos tromboembólicos.
Relações entre FH4, B12 e SAM
homocistinúria
Tratamento: um grupo responde a
piridoxina (B6), outro a betaína e o
restante só a dieta pobre em metionina.
Todos se beneficiam com o uso do ácido
fólico
Resposta variável ao tratamento. Até 6
meses de vida diminui risco de
complicações
Doença da urina do xarope de
bordo ou leucinose
Enzima deficiente:α-cetoácido desidrogenase de
cadeia ramificada
Incidencia: 1:200.000
Diagnóstico: elevação dos níveis plamáticos de
leucina, isoleucina e valina
Existem quatro variantes
Odor na urina característico de caramelo
Evolução rápida, grave cetoacidose
Tratamento: medidas de urgência (diálise)
Metabolismo de aminoacidos
ramificados
Metabolismo de AA de C.R.
Defeitos do ciclo da uréia
Via metabólica que metaboliza a amônia pela
síntese de arginina e uréia
Incidência: 1:30.000
Diagnóstico: hiperamonemia, níveis elavados
plasmáticos de glutamina e alanina e a presença
de ácido orótico e oritidina na urina
Quadro clínico: encefalopatia, alcalose
respiratória e hiperamonemia
Mais frequente deficiência da transcarbamilase,
menos arginase
Deficiência das enzimas do Ciclo da Uréia
Defeitos do ciclo da uréia
Sintomas têm inicio após 24h de vida:
diminuição da aceitação alimentar, letargia
que progride para coma
Tratamento( aguda): evitar efeitos tóxicos
da amônia( hemodiálise, benzoato e
fenilacetato)
Tratamento:restrição protéica, fórmulas
Intolerância aos açúcaresgalactosemia clássica
Grupo III- defeito na produção ou
utilização de energia
Manifestações clínicas:
Hipoglicemia
Hipotonia
Hepatomegalia
Miopatia
Hiperlacticemia
entre outros
Grupo III- doenças
DEFEITO DE ßOXIDAÇÃO DE ÁCIDOS
GRAXOS
Deficiência da AcilCoA desidrogenase de
cadeia média ( MACD)
LCAD, SCAD
Defeito do transporte
plasmático de
carnitina
Deficiência de
carnitina palmitoil
transferase
Grupo III- doenças
DOENÇAS
MITOCONDRIAS E
HIPERLACTICEMIAS
CONGÊNITAS
Defeitos da
fosforilação oxidativa
Deficiência da
carboxiquinase
fosfoenolpiruvato
Deficiência do
comlexo da piruvato
desidrogenase
Deficiência da
piruvato carboxilase
Grupo III- doenças
DOENÇAS DE
DEPÓSITO DE
GLICOGÊNIO
Formas hepáticas
Formas musculares
Quando suspeitar de EIM?
SINAIS DE DEGENERAÇÃO DO SNC
Desaceleração e parada do desenvolvimento
psicomotor
Ocorrência de sinais neurológicos anormais
(ataxia, espasticidades, convulsões)
Progressão de piora inexorável
Estratégias de tratamento
dos EIM
Restrição alimentar
Reposição
Desvio
Restrição alimentar
não ingerir o substrato
altamente eficaz
Requer o cumprimento vitalício de uma
dieta restrita, artificial e cara
Exemplo : hiperfenilalaninemia (PKU),
Reposição
administrar a enzima ausente
É a forma que tem mais êxito no
tratamento
Mas existem poucas doenças tratáveis
por este mecanismo
Exemplo : Doença de Gaucher tipo I e
mucopolissacaridoses
Desvio
Consiste
em desviar a rota metabólica
alterada para uma rota alternativa desde
que o produto da rota alternativa não
seja tóxico
Exemplo : distúrbios do ciclo da uréia
benzoato de sódio+amônia=hipurato.
bibliografia
Cohn, m. Robert; Roth, Kape . Biochemistry and
disease. Ed. Williams e Wilkins, 1996.
Martins, Ana Maria. Erros Inatos do
metabolismo-abrodagem clínica.
Giugliani, Roberto. Erros inatos do
metabolismo:uma visão panorâmica
Marshall, William J.. Clinical Chemistry. 1995,
Ed. Mosby
www.fleury.com.br
www.nlm.nih.gov/medlineplus