AVALIAÇÃO DE RISCOS E IMPACTOS AMBIENTAIS
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AVALIAÇÃO DE RISCOS E
IMPACTOS AMBIENTAIS
Professora: M. Sc. Rosângela Mendanha da Veiga
Módulo XII
Análise de Risco
O que é risco?
Quais os tipos de risco?
O que é Risco?
A probabilidade de uma comunidade sofrer conseqüências
econômicas, sociais ou ambientais, em uma área particular e durante
um tempo de exposição determinado. Exemplo:
• Ferimento e/ou morte de seres vivos;
• Avaria de bens;
• Prejuízo na capacidade produtiva;
• Interrupção da atividade econômica.
São fatores de risco:
• A periculosidade;
• A vulnerabilidade;
• A exposição ao perigo.
Se qualquer um destes fatores aumentarem, o risco aumenta.
Risco segundo Society for Risk Analysis:
É o potencial de realização de conseqüências
adversas indesejadas para a saúde ou vida
humana, para o ambiente ou para bens
materiais.
Pode ser definido de modo mais formal como
o produto da probabilidade de ocorrência de
um determinado evento pela magnitude das
conseqüências:
R=PxC
PERIGO
Situação ou condição que tem potencial de acarretar
conseqüências indesejáveis. É a propriedade intrínseca
de uma substância perigosa ou de uma situação física de
poder provocar danos à saúde humana e/ou ao ambiente
PERIGO ≠ RISCO
RISCO
Contextualização de uma situação de perigo, ou seja, a
possibilidade da materialização do perigo ou de um
evento indesejado ocorrer.
NATURAIS
ATMOSFÉRICOS
HIDROLÓGICOS
RISCOS
AMBIENTAIS
GEOLÓGICOS
BIOLÓGICOS
SIDERAIS
ANTRÓPICOS OU
TECNOLÓGICOS
AGUDOS
Quais os tipos de Risco?
CRÔNICOS
Riscos naturais – Atmosféricos
Oriundos de processos e fenômenos meteorológicos e
climáticos.
• Temporalidade curta:
Tornados, trombas de água, granizo e raios.
• Temporalidade longa:
Secas.
18/10/2007
Nuvem de poeira cobriu o centro de Goiânia
Fonte: http://g1.globo.com/VCnoG1/0,,MUL152717-8491,00.html
04/05/2008
Mais de 25 mil pessoas foram desalojadas no Rio Grande do Sul, de acordo com a Defesa Civil estadual.
O ciclone extratropical afetou cerca de 100 mil pessoas.
Fonte: http://g1.globo.com/Noticias/0,,GF57642-5598,00.html
23/01/2008
O Grupo de Eletricidade Atmosférica (ELAT) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE/MCT)
informou que no Brasil os raios são responsáveis por cerca de 100 mortes por ano e causam danos
diversos que chegam a R$ 1 bilhão. Os raios tendem a atingir os pontos mais altos e regiões
descampadas.
Fonte: http://agenciact.mct.gov.br/index.php/content/view/47171.html
Riscos naturais – Hidrológicos
Oriundos de processos e fenômenos hidrológicos:
Chuvas intensas e inundações.
27/11/2008:
Alagamento na cidade de Itajaí, Santa Catarina
Fonte: http://oglobo.globo.com/pais/mat/2008/11/27/cidades_isoladas_tem_acesso_liberado_em_santa_catarina_chuvas_mataram_mais_de_90-586572660.asp
27/11/2008:
Deslizamento causado por chuva forte em Blumenau, Vale do Itajaí, Santa Catarina
Fonte: http://oglobo.globo.com/pais/mat/2008/11/27/cidades_isoladas_tem_acesso_liberado_em_santa_catarina_chuvas_mataram_mais_de_90-586572660.asp
15/02/2008
Em Aparecida de Goiânia a força da água de um córrego que passa embaixo da Avenida Uirapuru rompeu a
canalização e abriu uma cratera de 15 metros de comprimento e 10 metros de profundidade.
Fonte: http://g1.globo.com/Noticias/Brasil/0,,MUL300735-5598,00.html
31/12/2001
Imagens da enchente do Rio Vermelho na Cidade de Goiás.
Fonte: http://www.goiasvelho.net/2009/02/cidade-de-goias.html
Riscos naturais – Geológicos
Oriundos de processos e fenômenos geológicos,
podem ser subdivididos em dois grupos:
• Processos endógenos:
Sismos e atividades vulcânicas.
• Processos exógenos:
Escorregamentos, subsidências,
assoreamentos.
erosões
e
Processos endógenos - Tsunami Asiático
Fonte: http://www.surfersvillage.com/surfing/19615/news.htm
Processos endógenos - Vulcão Kilauea
Fonte: http://www.apolo11.com/imagens/etc/vulcao_kilauea.jpg
Processos exógenos - Grand Canyon
Fonte: http://pinker.wjh.harvard.edu/photos/american_west/images/Grand%20Canyon.jpg
Riscos naturais – Biológicos
Relativos à atuação de agentes vivos, como
organismos patogênicos.
Exemplos:
Dengue, febre amarela, epidemias de gripe.
26/03/2008
Epidemia de dengue no Rio de Janeiro: fila para atendimento na Clínica Samci, na Tijuca
Foto: Márcia Foletto
Fonte: http://oglobo.globo.com/rio/mat/2008/03/26/dengue_ja_pode_ter_matado_114_no_estado_do_rio-426554883.asp
Riscos naturais – Siderais
Têm origem fora do planeta.
Exemplo:
Queda de meteoritos.
17 de setembro de 2007:
Meteorito caiu na região
de Puno no Peru,
próxima à fronteira com a
Bolívia, e abriu cratera
de 30 metros
Fonte: http://noticias.terra.com.br/ciencia/interna/0,,OI1914931-EI302,00.html
Atenção!
Na caracterização de situações de risco
natural, deve-se sempre levar em conta a
ação do homem como deflagrador ou
acelerador dos processos naturais. A
intensidade e freqüência dos fenômenos
podem ser aumentadas devido às ações
antrópicas.
24/10/2007
Chuva forte e deslizamento de terra no Túnel Rebouças – Rio de Janeiro
Fonte: http://oglobo.globo.com/rio/transito/mat/2007/10/24/326882635.asp
Fonte: http://sigma.cptec.inpe.br/produto/queimadas/#
Riscos tecnológicos – Agudos
São decorrentes do mau funcionamento de um
sistema tecnológico.
Exemplo:
Vazamento de petróleo de um duto ou navio.
Riscos tecnológicos – Crônicos
São decorrentes da exposição a agentes e/ou
fontes de poluição.
Exemplos:
Liberação contínua de pequenas quantidades de
poluentes
RISCO AGUDO
Facilidade em se
estabelecer uma relação
entre causa e efeito.
O efeito é imediato.
A conexão entre causa e
efeito é certa.
O reconhecimento da
situação de risco é mais
fácil.
Chamam mais atenção.
RISCO CRÔNICO
Dificuldade em se
estabelecer uma relação
entre causa e efeito.
O efeito manifesta-se a
médio ou longo prazo
Pode tornar incerta a
conexão entre causa e
efeito.
O reconhecimento da
situação de risco é mais
difícil.
Chamam menos atenção,
entretanto podem ser mais
significativos.
Podem apresentar riscos antrópicos / tecnológicos:
• Transporte e depósitos de substâncias perigosas, tóxicas,
inflamáveis e potencialmente poluidoras;
• Atividades e indústrias potencialmente poluidoras;
• Rede de dutos em geral (derivados de petróleo, gás,
álcool combustível);
• Áreas de depósito e manipulação de elementos biológicos;
• Áreas de depósito e manipulação de elementos químicos;
• Áreas de
radioativos.
depósito
e
manipulação
de
elementos
Vista geral da Central Nuclear com o
canteiro de Angra 3 em primeiro plano.
Movimentação do vaso do reator
para um novo armazém.
Fonte: http://www.eletronuclear.gov.br/professores/galeria_imagens.php?id_galeria=15
Atividades da indústria
sucroalcooleira
Atividades da indústria
petroquímica
Fonte: http://www.revistafatorbrasil.com.br/index.php
Atividades da siderurgia e
mineração – USIMINAS na
região do Quadrilátero
Ferrífero de Minas Gerais
Atividades em portos e
terminais – Porto de
SUAPE em Pernambuco.
Fonte: http://www.revistafatorbrasil.com.br/index.php
Aterro Sanitário de Goiânia
Fonte: http://www.goiania.go.gov.br/comurg/limpezaurbana.htm
DANOS MATERIAIS
ATIVIDADES DE
RISCO
DANOS AOS
ECOSSISTEMAS
DANOS À SAÚDE
HUMANA
Deve-se ressaltar que:
• A ocorrência de acidentes e disfunções em sistemas
tecnológicos faz parte dos cenários usuais de
funcionamento de indústrias, sistemas de transporte e
inúmeras outras atividades, ainda que se trate de
situações anômalas ou atípicas;
• Estas situações devem ser objeto de programas
específicos de gerenciamento, incluindo aspectos
preventivos e corretivos;
• Acidentes tecnológicos resultam em potenciais
impactos ambientais significativos que devem ser
identificados e analisados.
Estudos de Análise de riscos
(EAR)
Periculosidade
das
substâncias
Quantidade
das
substâncias
Nível de periculosidade da
instalação
Vulnerabilidade
da região
Tipo de estudo
TIPOS DE ESTUDOS
Estudos de Análise de Riscos
EAR
Planos de Gerenciamento de Riscos
PGR
ESTUDO DE ANÁLISE DE RISCOS (EAR)
Busca:
Identificar os perigos;
Estimar matematicamente as
probabilidades de ocorrência de um evento e
a magnitude das conseqüências;
Propor medidas de gerenciamento
(preventivas e de emergências);
Critérios para exigência de EARs
Baseiam-se no perigo de uma
instalação para a comunidade e o
meio
ambiente
circunvizinho,
dependendo diretamente dos tipos
de substâncias manipuladas, das
quantidades envolvidas e da
vulnerabilidade do local.
Conteúdo dos EARs
1) Caracterização do empreendimento e da região:
• Descrição das instalações e atividades;
• Características importantes do local.
2) Identificação dos perigos e consolidação de
cenários de acidentes:
• Identificar possíveis seqüências de eventos que
poderão resultar na liberação acidental de substâncias
ou em outra conseqüência negativa;
• Preparam-se
acidentes).
cenários
(situações
plausíveis
de
3) Estimativa dos
vulnerabilidade:
efeitos
físicos
e
análise
• Previsão das conseqüências ambientais caso
concretizem os cenários considerados para análise;
• Modelos matemáticos simulam os efeitos
acidentes;
• As atividades nesta fase envolvem a estimativa
quantidades liberadas, o estudo do comportamento
substância imediatamente após a liberação e
simulação da dispersão no meio.
de
se
de
de
da
a
Liberação:
Espalhamento de líquido, volatilização de líquido,
dispersão a jato, expansão adiabática de gás
pressurizado, explosão de nuvem de gás ou vapor.
4) Estimativa de freqüências:
• Quantificação das freqüências de ocorrência dos
cenários acidentais identificados, com base em dados
históricos ou na opinião de especialistas.
5) Estimativa e avaliação de riscos:
• Estimativa quantitativa em termos probabilísticos, do
risco ao qual estão expostas as pessoas na área de
influência da instalação.
6) Gerenciamento de riscos:
A formulação de Plano de Gerenciamento de Riscos
(PGR) Inclui:
• Diferentes medidas preventivas para evitar a
ocorrência
de
acidentes
ou
reduzir
suas
conseqüências;
• Descrição de todos os procedimentos propostos e
recursos necessários, concentrando-se nos aspectos
críticos identificados e priorizando os cenários
acidentais mais importantes;
• Descrição das medidas a serem tomadas em caso de
ocorrência de acidentes – Plano de Atendimento de
Emergências (PAE).
PLANO DE GERENCIAMENTO DE RISCOS (PGR)
Conteúdo mínimo:
• Informações de segurança do processo;
• Revisão dos riscos do processo;
• Gerenciamento de modificações;
• Manutenção e garantia da integridade de
sistemas críticos;
• Procedimentos operacionais;
• Capacitação de recursos humanos;
• Investigação de acidentes;
• Plano de Ação de Emergências (PAE);
• Auditorias.
Planos de Gerenciamento de Riscos
PGR
PGR I
PGR II
Empregado para
empreendimentos
médio e grande porte
Empregado para
empreendimentos
pequeno porte
O PGR é normalmente é empregado em:
Industrias químicas;
Mineração;
Setor de transportes;
Geração de energia elétrica.
Etapas e ferramentas para
análise de riscos
ETAPAS DA ANÁLISE DE RISCOS
1) Identificação de perigos;
É o ponto de partida dos estudos de riscos.
Para identificar os perigos é feita uma
varredura da instalação analisada para a
identificação de eventos iniciadores de falhas
operacionais e posterior quantificação de
suas freqüências.
São técnicas de identificação:
• Análise histórica de acidentes;
• Inspeção de segurança;
• Lista de verificação;
• Método “E se...? (What if...?);
• Análise preliminar de riscos (Preliminary Hazard Analysis –
PHA);
• Estudos de riscos e operabilidade (Hazard and Operability
Study – Hazop);
• Tipos de ruptura e análise das consequencias (Failure Modes
and Effects Analysis – FMEA);
• Análise de Árvore de Falhas (Fault Tree Analysis – FTA);
ETAPAS DA ANÁLISE DE RISCOS
2) Análise das conseqüências e estimativa de riscos:
• Trata-se da parte quantitativa da avaliação de riscos. A análise
das conseqüências é uma simulação de acidentes, que permite
estimar a sua extensão e magnitude, feita por meio de modelos
matemáticos específicos para cada cenário.
• A magnitude pode ser medida em termos de perdas econômicas
ou ecológicas.
• O número esperado de mortes é uma característica bastante
usada para mensurar a magnitude dos riscos agudos;
• Para os riscos crônicos a característica usada é o número de
mortes ou o número adicional de casos de câncer, para as
substâncias causadoras de tumores.
ETAPAS DA ANÁLISE DE RISCOS
3) Avaliação de riscos:
• Processo pelo qual os resultados da análise de riscos são
utilizados para a tomada de decisão, para definição da estratégia
de gerenciamento dos riscos e aprovação do licenciamento
ambiental de um empreendimento;
• Com base nos resultados quantitativos obtidos nas etapas
anteriores do estudo e através de critérios comparativos de
riscos, pode-se estimar o risco de um empreendimento;
• Nos estudos de análise de riscos, cujos cenários acidentais
extrapolem os limites do empreendimento e possam afetar
pessoas, os riscos deverão ser estimados e apresentados nas
formas de Risco Social e Risco Individual.
Risco Social
O risco expresso na forma de risco social refere-se
ao risco para um determinado número ou
agrupamento de pessoas expostas aos danos
decorrentes de um ou mais cenários acidentais.
Essa forma de expressão do risco foi originalmente
desenvolvido para a indústria nuclear.
A apresentação do risco social deverá ser feita
através da curva F- N, obtida por meio da plotagem
dos dados de freqüência acumulada do evento final
e seus respectivos efeitos representados em termos
de número de vítimas fatais.
Fonte: http://www.cetesb.sp.gov.br/emergencia/riscos/estudo/etapas_estim_avaliacao.asp
Exemplo de curva F-N.
Fonte: http://www.cetesb.sp.gov.br/emergencia/riscos/estudo/etapas_estim_avaliacao.asp
Risco Individual
O risco expresso na forma de risco individual pode ser
definido como o risco para uma pessoa presente na
vizinhança de um perigo, considerando a natureza do
dano e o período de tempo em que este pode acontecer.
A apresentação do risco individual, segundo
estabelecido pela CETESB, deverá ser feita por meio de
curvas de iso-risco (contornos de risco individual), uma
vez que estas possibilitam visualizar a distribuição
geográfica do risco em diferentes regiões.
Assim, o contorno de um determinado nível de risco
individual deverá representar a freqüência esperada de
um evento capaz de causar um dano num local
específico.
Fonte: http://www.cetesb.sp.gov.br/emergencia/riscos/estudo/etapas_estim_avaliacao.asp
Exemplo de expressão de risco individual: curvas de iso-risco
LEGENDA:
1,0 E 0,4
1,0 E 0,5
1,0 E 0,6
1,0 E 0,7
1,0 E 0,8
1,0 E 0,9
Fonte: http://www.cetesb.sp.gov.br/emergencia/riscos/estudo/etapas_estim_avaliacao.asp
Resumindo...
IDENTIFICAÇÃO DOS PERIGOS, ANÁLISE DAS CONSEQÜÊNCIAS
E ESTIMATIVA DE RISCOS
Tentativa de estimar matematicamente as probabilidades de um
evento e a magnitude de suas conseqüências.
AVALIAÇÃO DE RISCOS
É a aplicação de um juízo de valor para discutir a importância dos
riscos e suas conseqüências sociais, econômicas e ambientais.
GERENCIAMENTO DOS RISCOS
Engloba o conjunto de atividades de identificação, estimação,
comunicação e avaliação de riscos associado à avaliação de
alternativas de minimização dos riscos e suas conseqüências.
O gerenciamento de riscos deve
agir sobre a probabilidade de que
ocorra uma falha e sobre a
magnitude das conseqüências da
ocorrência.
Medidas
de
prevenção
de
acidentes devem ser associadas a
considerações sobre localização do
empreendimento.
BIBLIOGRAFIA
CETESB. Norma CETESB P4.261: Manual de Orientação para a Elaboração
de Estudos de Análise de Riscos. São Paulo: CETESB, 2003.
PANORAMIO. Barragem de Itaipu. Disponível em:
http://www.panoramio.com/photo/5232752
Acesso em 19/02/2009.
SÁNCHEZ, Luis Enrique. Avaliação de impactos ambientais: conceitos e
métodos. São Paulo: Oficina de Textos, 2008.
SCHIANETZ, Borjan. Passivos ambientais. Curitiba: SENAI, 1999.
AGRADEÇO A PRESENÇA E A ATENÇÃO!
Professora: M. Sc. Rosângela Mendanha da Veiga