ACIDENTES POR ANIMAIS PEÇONHENTOS Introdução Consideraremos os envenenamentos produzidos ativamente por picadas ou mordeduras de animais dotados de glândulas secretoras e aparelho inoculador de veneno.
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ACIDENTES POR ANIMAIS PEÇONHENTOS Introdução
Consideraremos os envenenamentos produzidos ativamente por picadas ou mordeduras de animais dotados de glândulas secretoras e aparelho inoculador de veneno. As alterações produzidas por esses acidentes estão relacionadas à inoculação de uma complexa mistura de enzimas, que ocasionam imobilização ou morte da vítima, assim como processos de coagulação, proteólise e intoxicação neurológica.
OFIDISMO
É o acidente por picada de cobra venenosa.
Características morfológicas: (diferença entre venenosas e não venenosas).
VENENOSAS CABEÇA
- Triangular - Achatada Destacada do corpo - Olhos pequenos - Escamas pequenas
CAUDA
- Curta e grossa - Afilando bruscamente - Destacada do corpo
NÃO VENENOSAS CABEÇA
- Alongada - Estreita - Em cont. com o corpo - Olhos grandes - Escamas em placa -
CAUDA
- Longa - Afilando gradativamente Em cont. com o corpo
PRINCIPAIS SERPENTES VENENOSAS DO BRASIL
JARARACA
(Bothrops): Possui fosseta loreal, tendo a extremidade da cauda com escamas lisas e cor geralmente parda. É responsável por 90% dos acidentes. Algumas espécies são mais agressivas, encontram-se geralmente em locais úmidos.
CASCAVEL
(Crotalus): Possui fosseta loreal, a extremidade da cauda apresenta guizo ou chocalho e cor amarelada. É responsável por 9% dos acidentes. Essas serpentes são menos agressivas que as jararacas e encontram se geralmente em locais secos.
SURUCUCU
(Lachesis): Possui fosseta loreal, a extremidade da cauda possui escamas e cor alaranjada com desenhos pretos no dorso. Encontrada em regiões de florestas tropicais (Amazônia e Zona da Mata).
CORAL VERDADEIRA
(Micrurus): Não possui fosseta loreal (Atenção - Ausência de fosseta loreal é característica de não venenosas. As corais são exceção). É responsável por 1% dos acidentes, principalmente devido às pequenas dimensões da boca e por ser encontrada em tocas, hábitos subterrâneos. Essas serpentes não são agressivas.
ARANEÍSMO
É o acidente causado por picada de aranha.
PRINCIPAIS ARANHAS VENENOSAS DO BRASIL
ARANHA ARMADEIRA
(Phonutria): Acidentes muito freqüentes, 75%, aranha muito agressiva, com hábitos vespertinos e noturnos. São encontradas em bananeiras, outras folhagens e no interior de residências. Não faz teia.
Apresenta como sintoma a dor intensa no local da picada.
ARANHA MARRON
(Loxoceles): Acidentes pouco freqüentes, 6,25%; aranha pouco agressiva, com hábitos noturnos. Encontram-se em pilhas de tijolos, telhas, beiras de barrancos e também nas residências.
Teia irregular. Apresenta como sintoma pequena dor na hora da picada, após 12 a 24 horas, dor local com inchaço, mal estar geral, náuseas e febre. Pode causar necrose local.
TARÂNTULA
aranha pouco (Lycosa): Acidentes freqüentes, 18%; agressiva, com hábitos diurnos. São encontradas em beira de barrancos, gramados e nas residências. Não faz teia. Apresenta como sintoma pequena dor local, havendo a possibilidade de evoluir para necrose local.
CARANGUEJEIRAS:
Acidentes pouco freqüentes. As aranhas atingem grandes dimensões e algumas são muito agressivas, possuem ferrões grandes, responsável por ferroadas dolorosas.
MEDIDAS DE PRIMEIROS SOCORROS NOS ACIDENTES POR ARACNÍDEOS E SERPENTES
Muitas vezes, mesmo adotando os cuidados de prevenção, podem ocorrer acidentes com cobras. Como medida de primeiros socorros, até que se chegue ao serviço de saúde para tratamento, recomenda-se: Não se deve amarrar ou fazer torniquete. O garrote impede a circulação do sangue, podendo produzir necrose ou gangrena. O sangue deve circular normalmente. Também, não se deve colocar na picada folhas, pó de café, terra, fezes, pois podem provocar infecção;
Não se deve cortar o local da picada. Alguns venenos podem provocar hemorragias. Os cortes feitos no local da picada com canivetes e outros objetos não desinfetados favorecem as hemorragias e infecções; Manter o acidentado deitado em repouso, evitando que ele ande, corra ou se locomova pelos seus próprios meios. A locomoção facilita a absorção do veneno e, em caso de acidente com as jararacas, caiçacas, jararacuçu etc., os ferimentos se agravam. No caso da picada ser em pernas ou braços, é importante mantê-los em posição mais elevada; Levar o acidentado imediatamente para centros de tratamento ou serviço de saúde mais próximo para tomar o soro próprio.
Somente o soro cura picada de cobra quando aplicado convenientemente, de acordo com os seguintes itens: Soro específico Dentro do menor tempo possível Em quantidade suficiente
ESCORPIONISMO
É o acidente causado por picadas de escorpião. Os escorpiões habitam geralmente os campos, plantações, serrados e matas ralas, podem se adaptar em domicílios, habitando muros, porões, tijolos...
Clinicamente o escorpionismo divide-se em benigno e grave. Será benigno um acidente que após duas horas não apresente desordens respiratórias (falta de ar progressiva), desordens cardíacas (aceleração dos batimentos cardíacos), náuseas e vômitos ou acentuada hipotermia.
No grave, além dos sintomas acima, temos também dor violenta e convulsões. No adulto raramente produz problemas.
Tratamento:
Soroterapia Anestesia local, repouso em ambiente escuro, assepsia e curativo local.
PRINCIPAIS ESCORPIÕES VENENOSOS DO BRASIL
ESCORPIÃO PRETO
(Tityus bahiensis) e
ESCORPIÃO AMARELO
(Tityus serrulatus): Os acidentes com escorpiões são pouco freqüentes. Os escorpiões são pouco agressivos e têm hábitos noturnos.
Encontram-se em pilhas de madeiras, cercas, sob pedras, cupinzeiros e adaptam-se bem ao ambiente doméstico.
Apresentam como sintoma dor local imediata, muito intensa e irradiada.
ACIDENTES POR ISENTOS URTICANTES E VESICANTES (abelhas, marimbondos, vespas, formigas, lagartas)
Normalmente compressas frias.
a dor, o eritema, o edema, adenopatia, febre e cefaléia, devidos à picada desaparecem após 24 horas. Especial cuidado deve ser dado a picadas múltiplas ou simultâneas. Ultimamente, têm sido descritos casos fatais por ataque de enxames de abelhas africanas, por choque e hemólise maciça. O tratamento local é feito com