Fábulas: considerações sobre o gênero Maria José Nóbrega Características estruturais das fábulas • • • • Brevidade; Título composto pela referência às personagens; Narração em terceira pessoa; Personagens típicas;

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Transcript Fábulas: considerações sobre o gênero Maria José Nóbrega Características estruturais das fábulas • • • • Brevidade; Título composto pela referência às personagens; Narração em terceira pessoa; Personagens típicas;

Fábulas: considerações sobre o gênero Maria José Nóbrega

Características estruturais das fábulas

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Brevidade; Título composto pela referência às personagens; Narração em terceira pessoa; Personagens típicas;

Presença predominante de seqüências narrativas e conversacionais;

Tempo e espaço imprecisos: os ensinamentos são apresentados como válidos para qualquer época e lugar;

O desfecho, a moral da história, assume a forma de um aforismo ou provérbio.

Origem da palavra fábula

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A palavra latina fábula deriva do verbo fabulare, “conversar”, “narrar”.

É dessa mesma palavra latina que vêm o substantivo português “fala” e o verbo “falar”.

A relação entre fábula e oralidade

A fábula é um gênero prosaico próprio da fala cotidiana: é um ato de fala que se realiza por meio de uma narrativa.

A fábula e os atos de fala

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Na fábula, o narrar está a serviço de vários atos de fala, como censurar, recomendar, aconselhar... O enunciador serve-se de uma narrativa como instrumento de demonstração.

A fábula segundo os fabulistas Fedro (séc. I d.C.) - “A fábula tem dupla finalidade: entreter e aconselhar.”

La Fontaine (séc. XVII) – “A fábula é uma pequena narrativa que, sob o véu da ficção, guarda uma moralidade.”

A fábula na perspectiva do enunciador e do enunciatário

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Na fábula, há um discurso alegórico: a narrativa ancora outro significado.

Interpretar uma fábula é como decifrar um enigma.

Moral apresentada para a fábula “A raposa e as uvas” por uma criança da 2ª série do Ensino Fundamental Quando precisar pegar algo que está no alto, chame um adulto!

Da prosa para o verso

Jean de La Fontaine (1621 1695, séc. XVII), poeta francês, além de compor suas próprias fábulas, também reescreveu em versos muitas das fábulas de Esopo (séc. VI a.C.) e de Fedro (séc. I d.C.).

As fábulas no improviso do cordel

Severino José. Introdução e seleção: Luiz de Assis Monteiro. São Paulo: Hedra (Biblioteca de Cordel).

“A cigarra e a formiga”

Aquele que trabalha E guarda para o futuro Quando chega o tempo ruim Nunca fica no escuro.

Durante todo o verão A cigarra só cantava Nem percebeu que ligeiro O inverno já chegava E quando abriu os olhos A fome já lhe esperava.

E com toda humildade À casa da formiga foi ter Pediu-lhe com voz sumida Alguma coisa pra comer Porque a sua situação Estava dura de roer.

A formiga então lhe disse Com um arzinho sorridente Se no verão só cantavas Com sua voz estridente Agora aproveitas o ritmo E dance um samba bem quente.