Tax Me, But Spend Wisely: Sources of Public Financial and Government Accountability Lucie Gadenne Leonel Carlos D.
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Tax Me, But Spend Wisely: Sources of Public Financial and Government Accountability Lucie Gadenne Leonel Carlos D. Ferreira WS-NEF 17/11/2014 Sobre a autora Lucie Gadenne Research Associate University College London and Institute for Fiscal Studies DEPARTMENT OF ECONOMICS • O objetivo do Instituto é promover políticas econômicas e sociais eficazes através de uma melhor compreensão de como as políticas vigentes afetam os indivíduos, as famílias, as empresas e as finanças do governo. • Pesquisas sobre financiamento público em países em desenvolvimento incluindo finanças públicas, desenvolvimento econômico e política econômica. • Estuda modelos de federalismo fiscal atrelados à descentralização de economias em desenvolvimento Tax Me, But Spend Wisely – Lucie Gadenne 02 Sobre os críticos e os colaboradores I would like to thank Luc Behaghel, Tim Besley, Richard Blundell, Clement de Chaisemartin, Raj Chetty, Denis Cogneau, Claudio Ferraz, Antonio Guarino, Walker Hanlon, Wojciech Kopczuk, Karen Macours, Magne Mogstad, Thomas Piketty, Imran Rasul, Monica Singhal, Joel Slemrod, Ernesto Stein, Eric Verhoogen and Ekaterina Zhuravskaya for their helpful comments as well as Fernanda Brollo, Stephan Litschig, Tommaso Nannicini and Yves Zamboni for sharing their data, Marcelo Fernandes and Rogerio Goulart for their help in understanding the PMAT program. 03 Tax Me, But Spend Wisely – Lucie Gadenne Agenda 1. Introdução ao Estudo 2. Contextualização do Estudo: Política de Transferência e Política de Tributação 3. Plataforma Teórica 4. Impactos do PMAT 5. Conclusões 04 Tax Me, But Spend Wisely – Lucie Gadenne 1. Introdução ao Estudo 05 Questão da Pesquisa • A qualidade do gasto público é afetada pelo modo como o próprio governo é financiado: impostos municipais vs transferências intra-governamentais Tax Revenues Non-Tax Revenues Receita vinculada com o gasto Receita NÃO vinculada com o gasto 06 Hipóteses 1. Incrementar a receita tributária dos municípios fará com que eles gastem melhor? 2. Se sim, que tipo de gestão aumentará a receita tributária? 3. Qualquer aumento no orçamento local leva a um gasto mais ineficiente pelos políticos locais? 07 Estudos e Evidências Anteriores Quanto mais os municípios dependem da arrecadação de impostos, mais os políticos locais têm de responder às demandas dos munícipes provendo bens públicos e menos “rendas” eles podem extrair para uso próprio. • “To increase responsiveness to local citizens, subnational governments need a local tax instrument and the freedom to set tax rates.” World Bank, 2004. 08 2. Contextualização do Estudo: Política de Transferência e Política de Tributação 09 Política de Transferência: FPM • O Fundo de Participação dos Municípios é uma modalidade de transferência constitucional de recursos financeiros da União para os Municípios, (CF, Art. 159, I, b), composto de 23,5% da arrecadação líquida (arrecadação bruta deduzida de restituições e incentivos fiscais) do IR e IPI. • A distribuição dos recursos aos municípios é feita de acordo com o número de habitantes (estimado anualmente pelo IBGE), na qual são fixadas faixas populacionais, cabendo a cada uma delas um coeficiente individual. • O coeficiente de distribuição da parcela mínimo é de 0,6 para municípios com até 10.188 habitantes e o máximo é 4,0 para aqueles acima 156 mil. Os critérios utilizados são baseados no CTN, através do Decreto-Lei 1.881/81. 10 • É a mais importante fonte de receita municipal, responsável por, em média, 35% das receitas totais. Política de Tributação: PMAT • O Programa de Modernização da Administração Tributária e da Gestão de Setores Sociais Básicos (BNDES PMAT) tem o objetivo: Apoiar projetos de investimento da Administração Pública Municipal voltados à modernização da administração tributária e à melhoria da qualidade do gasto público, a fim de proporcionar aos municípios uma gestão eficiente, que gere aumento de receitas e/ou redução do custo unitário dos serviços prestados à coletividade. • Quem pode solicitar: Todos os municípios brasileiros. • As receitas tributárias representam, em média, apenas 13% das receitas totais do munícipio. 11 Política de Tributação: PMAT (exemplo: antes da implementação) 12 Política de Tributação: PMAT (exemplo: depois da implementação) 13 Grupo de Tratamento (municípios que participaram do PMAT) • 339 municípios aderiram ao PMAT no período. Grupo de Controle (municípios que não participaram do PMAT) • 3.446 municípios permaneceram na amostra de controle • Critério Demográfico: Municípios com mais 35.000 habitantes (representa exclusão de 16% dos municípios que não participaram do programa) • Critério Econômico: Renda per capita acima de R$ 750 (representa exclusão de 10% dos municípios que não participaram do programa) • Critério Tributário: Imposto per capita em 1998 acima de R$ 3,6 (representa exclusão de 8% dos municípios que não participaram do programa) 14 Why only 339? Determinantes para Adesão ao PMAT (i) • Entrevistas com a equipe do BNDES ligada ao programa e os próprios participantes revelaram que: I. A grande maioria dos municípios não se interessaram pelo programa pois possuem economia modesta e população reduzida compondo uma base tributária fraca e com baixo potencial de retorno aos investimentos em administração tributária. II. Por outro lado, participantes do PMAT relataram insatisfação com o nível de arrecadação de impostos obtido em comparação com o potencial esperado. III. Por fim, baixa promoção do programa realizado pelo BNDES: a maioria dos participantes ouviram a respeito do programa porque conheciam alguém que trabalhava no BNDES ou porque algum município vizinho participou. 15 Why only 339? Determinantes para Adesão ao PMAT (ii) 16 Why only 339? Determinantes para Adesão ao PMAT (iii) 17 Why only 339? Determinantes para Adesão ao PMAT (iv) • As variáveis significativas e a sua relação são: Sinal Fonte PIB per capita + IBGE* População + IBGE* Grau de urbanização + IBGE* Distância média do município em relação a 5 vizinhos PMAT - IBGE Tempo de implementação + BNDES Transferência de FPM per capita - IBGE* Infraestrutura da saúde municipal + Ministério da Saúde Variável * Censo de 2000. 18 Why only 339? Determinantes para Adesão ao PMAT (v) • As variáveis NÃO significativas: Variável Percentual da participação de serviços Imposto per capita Quantidade e Qualidade da infraestrutura educacional Desigualdade de Renda 19 3. Plataforma Teórica 20 Conceitos abordados D72 Modelos Econômicos de Processos Políticos: rent-seeking, Eleições, Assembleias Legislativas e comportamento eleitoral D73 Burocracia; Processos administrativos em Organizações Públicas; Corrupção H2 Taxação, Subsídios e Receitas H71 Tributação estadual e local, Subsídios e Receita H77 Relações Intergovernamentais; Federalismo 21 Códigos de classificação JEL Tax Me, But Spend Wisely – Lucie Gadenne Rent-Seeking ou “Rentismo” • Pessoa, grupo ou empresa que empreende esforço para tentar garantir uma renda econômica para si ou para seu grupo. Diversas linhas de crédito oferecidas por bancos públicos a setores/empresas específicos. No Brasil, há os chamados “campeões nacionais”: empresas escolhidas a dedo pelo governo para receber crédito farto e barato do BNDES. De outra forma, empresas fazem lobby junto ao governo para que este eleve as tarifas de importação de produtos estrangeiros que concorram com a produção nacional. Protegidas de tal concorrência, as empresas que dominam o mercado podem fixar preços mais elevados e receber lucros acima daqueles que teriam caso houvesse maior concorrência. Recebem, assim, rendas econômicas acima do lucro normal. • Marcos Lisboa e Zeina Latif: As distorções do “rentismo” na economia 22 Índice de Corrupção • A autora constrói um índice de corrupção a partir de dados do desvio/uso irregular de recursos públicos através de auditorias da CGU para os anos de 2003-2006, disponível para uma pequena amostra, dimensionando o número de irregularidades pelo número de potenciais “criminosos”* – funcionários públicos na administração do governo local – e o montante total das receitas do governo auditados com o intuito de controlar a intensidade da busca de irregularidades captadas pela CGU. * Dados obtidos a partir do Perfil dos Municípios Brasileiros, publicado pelo IBGE. • Ferraz e Finan (2011a) • Brollo et al (2013) • Litschig e Zamboni (2012) 23 Modelo Agente-Principal na esfera pública • Governar em prol do bem comum e não para atender a interesses particulares • A autora se utilizada de uma fundamentação baseada em um modelo microeconômico para tratar de um problema macro: como o financiamento da máquina pública afeta o gasto. • Political agency model of Besley and Smart (2007) “Timothy Besley and Michael Smart. Fiscal restraints and voter welfare. Journal of Public Economics, 91(3-4):755-773, April 2007.” 24 Modelo econômico de Origem e Destinação dos Recursos Origens dos Recursos T + F = impostos locais transferências intergovernamentais Destinação dos Recursos R recursos públicos = G + S provisão de bens públicos que aumenta o bem-estar do cidadão rendas extraídas do orçamento (corrupção) 25 Função de Maximização da Utilidade do POLÍTICO no PODER U=S+σ·Z Probabilidade de reeleição Renda extraída do orçamento (roubo/corrupção) Valor da reeleição O roubo é limitado por constrangimentos institucionais que tornam impossível para o político extrair 100% dos recursos públicos. Dessa forma, S é definido como S = α · R , sendo que α < 1 . 26 Premissas do modelo da função utilidade do Político • Premissas: “I assume that capturing maximal rents is more attractive to the incumbent than getting no rents but being re-elected for sure, so Z ≤ α · (T + F), ∀T.” “Challengers in the election would behave in the same way as the incumbent; the election is only a way for the citizen to discipline the incumbent not to choose the best type of candidate.” A autora assume que capturar o máximo (roubar o máximo) é mais atrativo do que não roubar e ser reeleito. Todos os políticos são corruptos – sem exceção (!) – e a eleição é o único modo de disciplinar o político no poder (e não de escolher o melhor candidato). 27 Função de Maximização da Utilidade do ELEITOR Contribuinte WG (G,T) = G – Φ · C (T) Custo marginal de utilidade Quantidade de imposto que é pago Nível de bem público fornecido (no caso do estudo, Educação) 28 4. Impactos do PMAT 29 Modelo de Avaliação do PMAT • Explora o calendário de implementação do Programa de Modernização da Administração Tributária e a relação de causa-efeito dos tributos no gasto público. • Tem como bem público o setor da educação. 30 Metodologia Estatística: Difference-in-difference model Antes Depois Diferença Grupo de Tratamento (PMAT) Y T1 Y T2 ΔY T = Y T2 – Y T1 Grupo de Controle (não-PMAT) YC1 YC2 ΔYC = YC2 – YC1 Y T1 - YC1 Y T2 – YC2 ΔΔY = ΔY T - ΔYC Diferença 31 Impacto da Receita Tributária (i) 32 Impacto da Receita Tributária (ii) n° de salas de aula em uso nas escolas municipais por mil habitantes em idade escolar n° de escolas municipais com: • computadores • acesso à internet • instalações esportivas • biblioteca • televisão/equipamentos de vídeo • sistemas de esgoto • energia elétrica 33 Fonte: Ministério da Educação 5. Conclusões 34 Conclusões do artigo I “O impacto do PMAT sobre governos locais (um aumento permanente de 11% na tributação ´per capita´ após 4 anos) foi a melhora na infraestrutura educacional e um aumento do número de crianças matriculadas nas escolas. II “Mais transferências levam a mais corrupção, mais tributação não.” III “Eleitor tem mais controle sobre a ação do político” 35 Sinergia com as pesquisas realizadas no NEF Tributação Desenvolvimento Law Economics 36 âmbito público Obrigado pela atenção! Leonel Carlos D. Ferreira [email protected] [email protected]