Ministros da Palavra - Diocese de Jacarezinho

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Ministros da Palavra
Diocese de Jacarezinho Pr


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Atitudes necessárias para se estudar a
Bíblia
• Abertura ao Espírito (Espiritualidade
Entusiasmo)
• Atitude de humildade (Conversão)
• Ter a Bíblia como Palavra de Deus (Is 55,8-9)
• Meditar a mensagem como um todo


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Hoje é importante saber quem
escreveu um livro e a data em que foi
publicado. A Bíblia é um conjunto de
73 livros. Em cada livro colaboraram
autores diferentes, em grande parte
desconhecidos, e que viveram em
época diferente. Podemos dizer que os
livros da Bíblia são obra de um povo
que fala da sua fé, vivida ao longo dos
séculos.


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Quando foi escrita …

 Enquanto um livro pode ser escrito em dois, três meses … A
Bíblia demorou mais de mil anos!

 Os primeiros livros (TORAH) começaram a ser passados à escrita
no tempo dos Reis David e Salomão (IX-X Séc – V sec. a.C.) e
terminou, com o Novo Testamento, por volta do ano 100 depois de
Cristo.
 O A.T. terminou acerca de 50 anos antes da vinda de Jesus
Cristo.

 Não foi difícil escrevê-la …
 Foi escrita por etapas, além disso, tem como “autor” Deus!


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A Meia-lua
fértil
Síria

Caldeia e Suméria (Iraque)

Canaan

Egipto

Sinai


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 Em 1850 (?) a.C. Abraão e a sua
família eram migrantes, vindos da
Mesopotâmia, Ur de Caldeia (Iraque) (Gn
12-50)
 Mais tarde foi acrescentada a préhistória bíblica (Gn 1-11)


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Da Tradição oral à escrita
 A Revelação de Deus à humanidade transmitiu-se, durante
muitos séculos, através da “tradição oral”.
 Os pais contavam aos filhos as histórias do passado que
deram origem ao povo.
 A Escritura começa a ganhar corpo durante o reinado
de David e Salomão (X-IX séc. a.). Mas, já antes
circulavam alguns relatos escritos: o Código da Aliança
(Ex 20,22-23,33); o Decálogo (Ex 20,2-17) …

Voltaremos mais para frente sobre este assunto.


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 Para não esquecer o passado,
 Para transmitir a Revelação de Deus às
gerações futuras,
 Para alimentar a fé,
e para ser proclamada nas celebrações
litúrgicas.

3O

que ouvimos e aprendemos, o que nossos pais nos contaram, 4não o
ocultaremos aos seus descendentes; tudo contaremos às gerações vindouras: as
glórias do Senhor e o seu poder, e as maravilhas que Ele fez. (Sl 78,3-4)


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As línguas da Bíblia
 O Antigo Testamento foi escrito, a maior
parte em hebraico, alguns livros em aramaico,
e os livros da Sabedoria e 1º 2º Macabeus,
Daniel e Ester, em grego

 O Novo Testamento foi escrito em grego
popular (Koiné)


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Diversos géneros literários

 Os livros da Bíblia foram escritos ao longo de mais de

1000
anos … cada livro foi escrito por uma ou várias pessoas …
 usando diversos géneros literários combinados no interior de

cada livro: poesia e lendas, relatos históricos, leis e normas, discursos
e meditações, genealogias, reflexão histórica…
Mas sempre para falar de uma experiência
religiosa única: Deus que ama e faz Aliança com
o Seu povo e caminha com ele conduzindo-o da
escravidão para a liberdade…



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Tradição, Igreja e Bíblia


Os livros sagrados chamam-se também canónicos:
eles são o «cânone» ou a «lei» da verdade revelada
por Deus .



A Tradição apostólica estabeleceu o cânone da Bíblia,
quer dizer, reconheceu como inspirados e sagrados
aqueles livros, não depois de longas investigações
científicas mas sim sob a condução do Espírito Santo
que nela actua e a leva ao conhecimento da verdade

plena.

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A Bíblia como literatura normativa
• Como é que sabemos quais são os livros inspirados? Ou quais os critérios válidos para discernir
que um livro bíblico é inspirado?
• A Igreja discerniu os escritos que devem ser
conservados como Sagrada Escritura guiada
pelo Espírito Santo e à luz da Tradição viva que
recebeu.





Um livro diz-se inspirado por ter Deus como autor principal.
Um livro chama-se canónico, porque, sendo inspirado, a
Igreja – através do seu Magistério infalível – o reconheceu
como tal.
A canonicidade de um livro supõe pois a inspiração: é
canónico porque é inspirado e não o contrário.
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História do cânone do AT
• O discernimento do cânone da Sagrada Escritura foi o
ponto de chegada de um longo processo.
1. Na tradição judaica. – O elenco dos livros
sagrados era classificado pelos judeus, já no
tempo de Jesus Cristo, em três partes: A Lei, os
Profetas e os Escritos.
2. O problema dos livros “deuterocanónicos” do
Antigo Testamento. – Os livros deuterocanónicos
do AT são: Tobias, Judite; Sabedoria, Baruc,
Eclesiástico, 1 e 2 Macabeus; e, além disto,
fragmentos de Ester (10, 4–16, 24) e Daniel (3,
24-90; 13-14). Estes escritos foram reconhecidos
como sagrados desde o século II a.C., quando se
concluiu a tradução grega dos Setenta.
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História do cânone do AT
3. A tradição apostólica e o cânone do Antigo
Testamento. – A fixação definitiva do cânone
do AT aparece já no século IV, com a declaração do Concílio regional de Hipona (ano 393),
em que interveio o próprio Santo Agostinho.



Posteriormente, o cânone dos livros inspirados
consta da declaração do Concílio ecuménico
de Florença (1441) e na definição infalível do
Concílio ecuménico de Trento (1546).

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História do cânone do Novo Testamento
• Como já ficou exposto, os livros
do NT
foram escritos entre os anos 50 e 100
da nossa era e sobre o seu cânone houve
sempre uma tradição constante e firme.
• Depois da morte do último apóstolo, São
João, cessou toda a revelação pública e já
não aparece nenhum outro livro inspirado
ou canónico.

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Critérios de canonicidade
O dado revelado definido pela Igreja, é certamente o critério supremo e infalível para conhecer a
inspiração e a canonicidade dos livros da Bíblia. É necessária a proposição do Magistério
eclesiástico porque a inspiração e canonicidade de um livro é um facto sobrenatural que só se
pode conhecer por revelação divina, através da Igreja.

 A definição dogmática de cânone bíblico
encontra-se na IV sessão do Concílio de
Trento, de 8 de Abril de 1546.

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Critérios de canonicidade
1) Critérios católicos. – Podemos destacar resumidamente três critérios
objectivos que guiaram a Igreja para reconhecer quais são os escritos
inspirados do NT:
1. Critério da origem apostólica
2. Critério da ortodoxia
3. Critério da catolicidade.

2) Critérios protestantes

.

 Outros critérios subjectivos

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Os livros apócrifos
 Chama-se apócrifo a um livro de autor
desconhecido
que tem certa afinidade com os livros sagrados no
argumento ou no título mas ao qual a Igreja
Universal nunca reconheceu autoridade canónica
por não ser inspirado.
 Têm um certo valor porque mostram ideias religiosas
e morais mais ou menos difundidas nos tempos próximos de Jesus Cristo e porque recolhem dados da Tradição que não
se encontram nos Evangelhos; por exemplo, os nomes dos pais da
Santíssima Virgem, a sua Apresentação no Templo, etc.

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 O termo grego apokrypha, da raiz Kryphein
(ocultar), no seu sentido primitivo significava
coisas ocultas,
ou mais exactamente livros ocultos ou secretos.


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Géneros Literários na Bíblia
Um acontecimento é
interpretado de forma
diversa consoante o
interesse de quem o relata.
A escolha dos elementos
mais relevantes a relatar, a
linguagem escolhida e o
estilo dependem desse
desejo de não se limitar ao
facto em bruto, mas com
uma intenção específica


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Géneros
Literários
na
Bíblia
O Polícia narra os
factos relevantes para
um processo judicial

Um acontecimento é
interpretado de forma diversa
consoante o interesse de
quem o relata. A escolha dos
elementos mais relevantes a
relatar, a linguagem escolhida
e o estilo dependem desse
desejo de não se limitar ao
facto em bruto, mas com uma
intenção específica


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Géneros
Literários
na
Bíblia
O Jornalista descreve
as circunstâncias do
acidente

Um acontecimento é
interpretado de forma diversa
consoante o interesse de
quem o relata. A escolha dos
elementos mais relevantes a
relatar, a linguagem escolhida
e o estilo dependem desse
desejo de não se limitar ao
facto em bruto, mas com uma
intenção específica


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Géneros Literários na Bíblia
Um acontecimento é
interpretado de forma diversa
consoante o interesse de
quem o relata. A escolha dos
elementos mais relevantes a
relatar, a linguagem escolhida
e o estilo dependem desse
desejo de não se limitar ao
facto em bruto, mas com uma
intenção específica

O Dramaturgo
desenvolve as emoções
e atitudes em jogo


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Géneros Literários na Bíblia
Um acontecimento é
interpretado de forma diversa
consoante o interesse de
quem o relata. A escolha dos
elementos mais relevantes a
relatar, a linguagem escolhida
e o estilo dependem desse
desejo de não se limitar ao
facto em bruto, mas com uma
intenção específica

O Humorista explora a
caricatura da
ocorrência


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A Bíblia é uma Biblioteca de Livros
• Ao contrário da organização
de uma biblioteca em
função dos géneros
literários, na Bíblia os livros
estão organizados em
grandes grupos literários
que combinam vários
géneros.


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A Bíblia é uma
biblioteca de livros
• O Antigo Testamento é bastante
maior do que o Novo Testamento
É composto por quatro grandes
colecções:
– Pentateuco - os 5 Livros da
Lei
– A História
– Poesia e Sabedoria
– Profetas


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A Bíblia é uma
biblioteca de livros


O Antigo Testamento é bastante maior do
que o Novo Testamento É composto por
quatro grandes colecções:
– Pentateuco
– A História
– Poesia e Sabedoria
– Profetas

•Antigo Testamento
iniciado pelo povo de Israel


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A Bíblia é uma
biblioteca de livros


O Antigo Testamento é bastante maior do
que o Novo Testamento É composto por
quatro grandes colecções:
– Pentateuco
– A História
– Poesia e Sabedoria
– Profetas

A tradição católica
assumiu ainda um
Conjunto chamado
deuterocanónicos*

* Daí a diferença de Cânone, o conjunto de
livros recebidos, entre as confissões religiosas


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A Bíblia é uma
biblioteca de livros
Testemunho da vida
e obra de Jesus Cristo
presente na Igreja



O Novo Testamento começa com a
narração da vida de Jesus Cristo, e
depois da sua morte e ressurreição,
pela vida e expansão da Igreja:
– Evangelhos - 4 livros contêm uma
narrativa histórica única, a Boa Nova da
vida de Jesus transmitida pelos seus
discípulos. Os Actos dos Apóstolos
seriam a continuação do Evangelho de
Lucas.
– Cartas - 21 livros, dos quais 13 são
atribuídas a Paulo, revelam a vida da
Igreja Primitiva.
– Apocalipse - livro único no género no
Novo Testamento, descreve visões que
interpretam o passado, o presente e o
futuro das comunidades perseguidas.


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O texto bíblico como obra literária


Aspectos a considerar:





Língua
Linguagem e modos de dizer (semiótica)
Ambiente cultural, social, histórico
Ideologia e opiniões do autor/redator


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Gêneros literários


O que é um gênero literário?



Como identificar?



Vários tipos de gêneros literários:





relatos
leis
discursos e ensinamentos
cânticos e poesias


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Lenda profética




“Homem de Deus” é capaz de fazer grandes
milagres
Relatos geralmente breves, com o seguinte
esquema:
a) situação de crise
b) súplica pela intervenção do profeta
c) dúvida sobre a possibilidade de uma solução
d) instrumentos para o milagre
e) palavras durante a realização do milagre
f) efeito produzido
g) reações dos presentes e/ou consequências


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Lenda profética







Finalidade: provocar temor, respeito e
admiração.
Eliseu: 2Rs 2,19-22; 4,1-7.38-41.42-44.
Jesus: Jo 2,1-12 (que João transforma em
“sinal”)


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Encontro junto ao poço








Finalidade: explicar como o casal de ancestrais
se conheceu, além de engrandecer as referidas
qualidades de cada um deles.
Gn 24: o servo de Abraão [no lugar de Isaac] e
Rebeca
Gn 29: Jacó e Raquel
Ex 2,15b-22: Moisés e Séfora
Jo 4,1-42: Jesus e a samaritana


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Ascensão






Finalidade: confirmar que a comunhão com
Deus, vivida pelo personagem durante sua
existência terrena, continua em algum lugar,
mesmo depois de aquela pessoa ter deixado
este mundo.
2Rs 2,1-8: Elias
Lc 24,50-53 e At 1,9-11: Jesus
Dt 34,5-6: Moisés (enterro em estilo de
ascensão)


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Leis categóricas:


Formuladas na segunda pessoa e de modo
categórico e incondicional, para






a) incentivar determinado comportamento [=
preceitos]
“ faze x ”
b) desencorajar outros [= proibições]
“ não faças y ”

Ex 20,1-17 (os dez mandamentos):
“Não matarás...
Não levantarás falso testemunho...”


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Leis casuístas:


Formuladas na terceira pessoa e de modo
condicional:




se x, então y
se x
= as circunstâncias da situação
então y
= a consequência legal:
absolvição, reparação ou castigo

Dt 22,23-27:
“Se um homem for pego em flagrante deitado com
uma mulher casada,
[então] ambos serão mortos [...].”


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Poesia hebraica


Paralelismo sinonímico:






duas frases que expressam algo equivalente
Sl 24,3:
Quem subirá ao monte de Yhwh?
Quem ficará em pé no seu lugar santo?

Paralelismo antitético:



duas frases que expressam ideias antagônicas
Pr 10,1:
O filho sábio alegra o pai;
o filho insensato entristece a mãe.


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Poesia hebraica


Paralelismo sinonímico:




duas frases que expressam algo equivalente
 Sl 24,3:
Quem subirá ao monte de Yhwh?
Quem ficará em pé no seu lugar santo?

Paralelismo antitético:


duas frases que expressam ideias antagônicas
 Pr 10,1:
O filho sábio alegra o pai;
o filho insensato entristece a mãe.


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Poesia hebraica


Paralelismo sintético ou ingressivo:





duas frases com uma relação causa-efeito, ou
a segunda frase dá maior precisão à primeira

Sl 1,6:
Yhwh conhece o caminho do justos,
mas o caminho dos ímpios perece.



Sl 19,8-9:
A Lei de Yhwh é perfeita:
faz a vida voltar [...].


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Modo de falar dos hebreus
Precisamos ter bem claro que os
escritores da Bíblia eram pessoas simples,
diferentes dos gregos e latinos, que eram
desenvolvidos na filosofia e usavam uma
linguagem racional. O povo de Deus usava
uma linguagem bem concreta,
personificando seu pensamento.


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Ex: "humanidade" = carne (Gn. 6, 12);
Para dizer que a mulher tinha a mesma
natureza humana do homem, Adão se
expressou com esta linguagem: (Gn 2,23) "Eis agora aqui, o osso de meus ossos e a
carne da minha carne".
Quem não leva em conta essas coisas
próprias da língua do povo que escreveu a
Bíblia, não vai entender a Palavra de Deus.


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Hebraísmos ou semitismo
Os orientais gostavam muito de
usar provérbios.
Recorriam as hipérboles
(expressões exageradas).
Ex: "É mais fácil um camelo passar no
fundo de uma agulha, do que um rico
entrar no reino dos céus".(Mt. 19, 24).


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Outra coisa que precisamos entender são
os “hebraismos", ou seja, certas expressões
próprias da língua hebraica que não tem
tradução em outras línguas.
Ex: alguém ama
uma pessoa mais que a outra - ama uma pessoa
e odeia a outra (Lc. 14, 26).
Precisamos notar também a palavra
"IRMÃO". No hebraico não existem as palavras
"primos, tio, tia, sobrinhos, etc." Qualquer
parentesco usa-se a palavra Irmão. Ex: Mt. 12, 48; Gn.
11, 27-28; Gn. 13, 8


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Gn 12,1ss; Gn 22,1ss; Ex 3,7ss; Dt 34,1ss


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Teologia do NT

Gl 4,4


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Indicação de Bibliografia
• Chave para Bíblia – Wilfrid J. Harrington –
Paulus.
• Introdução à Bíblia – Pe. José Carlos Fonsatti –
Vozes
• A Bíblia sem mitos – Eduardo Arens – Paulus.
• Outros livros de introdução – Paulinas –
Paulus – Loyola – Vozes – Ave Maria –
• Sugestão – Celebrando a Palavra – Fernando
Armelline – Ave - Maria


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Sites Para preparação para a pregação
www.buscandonovasaguas.com.br
www.presbiteros.com.br
liturgiadiariacomentada2.blogspot.com