A estrutura social e as desigualdades Podemos observar sinais de desigualdades sociais em todos os lugares.

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Transcript A estrutura social e as desigualdades Podemos observar sinais de desigualdades sociais em todos os lugares.

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A estrutura social e as desigualdades
Podemos observar sinais de desigualdades sociais em
todos os lugares. Eles aparecem, de imediato, em
elementos materiais, como moradia e roupas, e
também se manifestam no acesso à educação e aos
bens culturais.
Por que as desigualdades existem? Como se
constituem? Como são explicadas?

A estrutura social se constitui por meio da relação entre
os fatores: econômicos, políticos, históricos, sociais,
religiosos e culturais que caracterizam uma
determinada sociedade.

Uma das características da
estrutura social é a estratificação,
ou seja, a maneira como os
indivíduos ou grupos são
classificados em camadas sociais.

Thinkstock/Getty Images

Capítulo

7
Thinkstock/Getty Images

Segundo Octávio Ianni, para
entender a estratificação
social é necessário investigar
as estruturas de apropriação
(econômica) e de dominação
(política) que se misturam a
outros elementos como a
religião, a etnia, o sexo, a
tradição e a cultura, que
interferem nos processos de
divisão social do trabalho e
de hierarquização.

Thinkstock/Getty Images

Capítulo

Estrutura e estratificação social

A estratificação e as
desigualdades sociais são
produzidas historicamente.
Isso significa que elas são
geradas por situações
diversas e se expressam na
organização das sociedades
em sistemas de castas, de
estamentos ou de classes.

7

O sistema de castas é uma configuração social
registrada em diferentes tempos e lugares (ex:
Grécia, China) mas é na Índia que está a
expressão mais acabada desse sistema, iniciado
há mais de 3 mil anos. Foi abolido legalmente
em 1950, mas sobrevive por tradição.

Capítulo

As sociedades organizadas em
castas

7

a dos brâmanes (sacerdotal e superior às demais);
a dos xátrias (intermediária, formada pelos
guerreiros, encarregados do governo e da
administração pública);
a dos vaixás (casta dos artesãos, comerciantes e
camponeses);
a dos sudras (casta dos inferiores, dos que
realizam trabalhos manuais considerados servis).

Capítulo

Na Índia, há quatro grandes castas:

7

Capítulo

7

Não há mobilidade
social num sistema
de castas.

Preparação da pira para a cremação de um morto na Índia,
em 1988. O assistente de cremação herdou essa função de
seus antepassados e a passará para os filhos.

© Arne Hodalic/Corbis/Latin Stock

Na Índia, os integrantes das castas inferiores
adotam costumes, ritos e crenças dos brâmanes, o
que cria certa homogeneidade de costumes entre as
castas.

Entretanto, normas e costumes desse
sistema ainda sobrevivem.
Isso é comprovado pela adoção de cotas nas
universidades públicas, como medida de
inclusão de estudantes que pertencem a
castas consideradas inferiores.

Capítulo

O sistema de castas indiano está sendo
desintegrado de forma gradativa, sob o
impacto da urbanização, da industrialização
e da introdução de padrões ocidentais de
comportamento.

7

As sociedades organizadas por estamentos

Um estamento é identificado por um conjunto de
direitos e deveres, privilégios e obrigações, aceitos
como naturais e publicamente reconhecidos.
Numa sociedade estamental, a condição dos
indivíduos e dos grupos em relação ao poder e
à participação na riqueza não é somente uma
questão de fato, mas também de direito.

Capítulo

Estrutura e estratificação social

7

Nas sociedades medievais, a possibilidade de
mobilidade de um estamento para outro existia,
mas era muito controlada. O que definia o
prestígio, a liberdade e o poder dos indivíduos
era a propriedade da terra: os que não a possuíam
eram dependentes econômica e politicamente,
além de socialmente inferiores.

Capítulo

Estrutura e estratificação social

7

O que explica a relação entre os estamentos é a
reciprocidade. Os servos tinham obrigações para
com os senhores, que, por sua vez, deviam
proteger os servos.
A desigualdade era vista como algo natural:
camponeses e servos sempre estiveram em
situação de inferioridade.

Capítulo

Estrutura e estratificação social

7

Na França, no final do século
XVIII, havia três estados: a
nobreza, o clero e o terceiro
estado, que incluía os
demais membros da
sociedade: comerciantes,
industriais, trabalhadores
em geral, etc.
Estratificação social na França: o camponês
carrega o clérigo e o nobre nas costas.
Representação de 1789.

Capítulo

7
The Bridgeman Art Library/Keystone/Other Images

Estrutura e estratificação social

Capítulo

Estrutura e estratificação social

7

Pobreza: condição de nascença, desgraça, destino...

A pobreza é a expressão mais visível das desigualdades
sociais.
Como ela foi entendida no decorrer da história?

WMO

Na Idade Média, a pobreza era considerada
uma condição de nascença.
Havia uma visão positiva dessa condição, pois
esta despertava a compaixão e a caridade. Na
concepção da Igreja Católica, os ricos tinham
obrigação moral de ajudar os pobres.

Acreditava-se que a pobreza era uma desgraça
decorrente das guerras ou de adversidades como
doenças ou deformidades físicas.

Capítulo

Estrutura e estratificação social

7

Capítulo

Estrutura e estratificação social

A partir do século XVI, iniciou-se um nova ordem, na
qual o indivíduo se tornou o centro das atenções. O
Estado “herdou” a função, antes atribuída aos ricos,
de cuidar dos pobres.

Na Inglaterra, com o aumento da produção e do
comércio, a pobreza e a miséria passaram a ser
interpretadas como resultado da preguiça e da
indolência, já que havia muitas oportunidades de
emprego. Tais interpretações tinham por objetivo
fazer que o povo se submetesse às condições de
trabalho vigentes.

7

Capítulo

Estrutura e estratificação social

No final do século XVIII, com o fortalecimento do
liberalismo, outra justificativa para a pobreza foi
formulada  as pessoas eram responsáveis pelo
próprio destino e ninguém era obrigado a dar
trabalho ou assistência aos mais pobres. Dizia-se
que era necessário manter o medo à fome para que
os trabalhadores realizassem bem suas tarefas.

7

Capítulo

7
National Portrait Gallery, Londres, Inglaterra

Estrutura e estratificação social
Para o economista e
demógrafo britânico Thomas
Malthus, a população crescia
mais que os meios de
subsistência. Com base nas
ideias de Malthus, dizia-se que
a assistência social aos pobres
era repudiável, pois os
estimulava a ter mais filhos,
o que aumentava a miséria.
Thomas Malthus (1776-1834).

Em meados do século XIX, difundiu-se a ideia de
que os trabalhadores eram perigosos: poderiam não
só transmitir doenças, já que viviam em condições
precárias de higiene, mas também se rebelar,
organizar-se e fazer revoluções, questionando os
privilégios das classes que detinham riqueza e
poder.

Capítulo

Estrutura e estratificação social

7

Estamentos - Sociedade Feudal


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A estrutura social e as desigualdades
Podemos observar sinais de desigualdades sociais em
todos os lugares. Eles aparecem, de imediato, em
elementos materiais, como moradia e roupas, e
também se manifestam no acesso à educação e aos
bens culturais.
Por que as desigualdades existem? Como se
constituem? Como são explicadas?

A estrutura social se constitui por meio da relação entre
os fatores: econômicos, políticos, históricos, sociais,
religiosos e culturais que caracterizam uma
determinada sociedade.

Uma das características da
estrutura social é a estratificação,
ou seja, a maneira como os
indivíduos ou grupos são
classificados em camadas sociais.

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Capítulo

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Segundo Octávio Ianni, para
entender a estratificação
social é necessário investigar
as estruturas de apropriação
(econômica) e de dominação
(política) que se misturam a
outros elementos como a
religião, a etnia, o sexo, a
tradição e a cultura, que
interferem nos processos de
divisão social do trabalho e
de hierarquização.

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Capítulo

Estrutura e estratificação social

A estratificação e as
desigualdades sociais são
produzidas historicamente.
Isso significa que elas são
geradas por situações
diversas e se expressam na
organização das sociedades
em sistemas de castas, de
estamentos ou de classes.

7

O sistema de castas é uma configuração social
registrada em diferentes tempos e lugares (ex:
Grécia, China) mas é na Índia que está a
expressão mais acabada desse sistema, iniciado
há mais de 3 mil anos. Foi abolido legalmente
em 1950, mas sobrevive por tradição.

Capítulo

As sociedades organizadas em
castas

7

a dos brâmanes (sacerdotal e superior às demais);
a dos xátrias (intermediária, formada pelos
guerreiros, encarregados do governo e da
administração pública);
a dos vaixás (casta dos artesãos, comerciantes e
camponeses);
a dos sudras (casta dos inferiores, dos que
realizam trabalhos manuais considerados servis).

Capítulo

Na Índia, há quatro grandes castas:

7

Capítulo

7

Não há mobilidade
social num sistema
de castas.

Preparação da pira para a cremação de um morto na Índia,
em 1988. O assistente de cremação herdou essa função de
seus antepassados e a passará para os filhos.

© Arne Hodalic/Corbis/Latin Stock

Na Índia, os integrantes das castas inferiores
adotam costumes, ritos e crenças dos brâmanes, o
que cria certa homogeneidade de costumes entre as
castas.

Entretanto, normas e costumes desse
sistema ainda sobrevivem.
Isso é comprovado pela adoção de cotas nas
universidades públicas, como medida de
inclusão de estudantes que pertencem a
castas consideradas inferiores.

Capítulo

O sistema de castas indiano está sendo
desintegrado de forma gradativa, sob o
impacto da urbanização, da industrialização
e da introdução de padrões ocidentais de
comportamento.

7

As sociedades organizadas por estamentos

Um estamento é identificado por um conjunto de
direitos e deveres, privilégios e obrigações, aceitos
como naturais e publicamente reconhecidos.
Numa sociedade estamental, a condição dos
indivíduos e dos grupos em relação ao poder e
à participação na riqueza não é somente uma
questão de fato, mas também de direito.

Capítulo

Estrutura e estratificação social

7

Nas sociedades medievais, a possibilidade de
mobilidade de um estamento para outro existia,
mas era muito controlada. O que definia o
prestígio, a liberdade e o poder dos indivíduos
era a propriedade da terra: os que não a possuíam
eram dependentes econômica e politicamente,
além de socialmente inferiores.

Capítulo

Estrutura e estratificação social

7

O que explica a relação entre os estamentos é a
reciprocidade. Os servos tinham obrigações para
com os senhores, que, por sua vez, deviam
proteger os servos.
A desigualdade era vista como algo natural:
camponeses e servos sempre estiveram em
situação de inferioridade.

Capítulo

Estrutura e estratificação social

7

Na França, no final do século
XVIII, havia três estados: a
nobreza, o clero e o terceiro
estado, que incluía os
demais membros da
sociedade: comerciantes,
industriais, trabalhadores
em geral, etc.
Estratificação social na França: o camponês
carrega o clérigo e o nobre nas costas.
Representação de 1789.

Capítulo

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Estrutura e estratificação social

Capítulo

Estrutura e estratificação social

7

Pobreza: condição de nascença, desgraça, destino...

A pobreza é a expressão mais visível das desigualdades
sociais.
Como ela foi entendida no decorrer da história?

WMO

Na Idade Média, a pobreza era considerada
uma condição de nascença.
Havia uma visão positiva dessa condição, pois
esta despertava a compaixão e a caridade. Na
concepção da Igreja Católica, os ricos tinham
obrigação moral de ajudar os pobres.

Acreditava-se que a pobreza era uma desgraça
decorrente das guerras ou de adversidades como
doenças ou deformidades físicas.

Capítulo

Estrutura e estratificação social

7

Capítulo

Estrutura e estratificação social

A partir do século XVI, iniciou-se um nova ordem, na
qual o indivíduo se tornou o centro das atenções. O
Estado “herdou” a função, antes atribuída aos ricos,
de cuidar dos pobres.

Na Inglaterra, com o aumento da produção e do
comércio, a pobreza e a miséria passaram a ser
interpretadas como resultado da preguiça e da
indolência, já que havia muitas oportunidades de
emprego. Tais interpretações tinham por objetivo
fazer que o povo se submetesse às condições de
trabalho vigentes.

7

Capítulo

Estrutura e estratificação social

No final do século XVIII, com o fortalecimento do
liberalismo, outra justificativa para a pobreza foi
formulada  as pessoas eram responsáveis pelo
próprio destino e ninguém era obrigado a dar
trabalho ou assistência aos mais pobres. Dizia-se
que era necessário manter o medo à fome para que
os trabalhadores realizassem bem suas tarefas.

7

Capítulo

7
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Estrutura e estratificação social
Para o economista e
demógrafo britânico Thomas
Malthus, a população crescia
mais que os meios de
subsistência. Com base nas
ideias de Malthus, dizia-se que
a assistência social aos pobres
era repudiável, pois os
estimulava a ter mais filhos,
o que aumentava a miséria.
Thomas Malthus (1776-1834).

Em meados do século XIX, difundiu-se a ideia de
que os trabalhadores eram perigosos: poderiam não
só transmitir doenças, já que viviam em condições
precárias de higiene, mas também se rebelar,
organizar-se e fazer revoluções, questionando os
privilégios das classes que detinham riqueza e
poder.

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Estrutura e estratificação social

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A estrutura social e as desigualdades
Podemos observar sinais de desigualdades sociais em
todos os lugares. Eles aparecem, de imediato, em
elementos materiais, como moradia e roupas, e
também se manifestam no acesso à educação e aos
bens culturais.
Por que as desigualdades existem? Como se
constituem? Como são explicadas?

A estrutura social se constitui por meio da relação entre
os fatores: econômicos, políticos, históricos, sociais,
religiosos e culturais que caracterizam uma
determinada sociedade.

Uma das características da
estrutura social é a estratificação,
ou seja, a maneira como os
indivíduos ou grupos são
classificados em camadas sociais.

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Segundo Octávio Ianni, para
entender a estratificação
social é necessário investigar
as estruturas de apropriação
(econômica) e de dominação
(política) que se misturam a
outros elementos como a
religião, a etnia, o sexo, a
tradição e a cultura, que
interferem nos processos de
divisão social do trabalho e
de hierarquização.

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Capítulo

Estrutura e estratificação social

A estratificação e as
desigualdades sociais são
produzidas historicamente.
Isso significa que elas são
geradas por situações
diversas e se expressam na
organização das sociedades
em sistemas de castas, de
estamentos ou de classes.

7

O sistema de castas é uma configuração social
registrada em diferentes tempos e lugares (ex:
Grécia, China) mas é na Índia que está a
expressão mais acabada desse sistema, iniciado
há mais de 3 mil anos. Foi abolido legalmente
em 1950, mas sobrevive por tradição.

Capítulo

As sociedades organizadas em
castas

7

a dos brâmanes (sacerdotal e superior às demais);
a dos xátrias (intermediária, formada pelos
guerreiros, encarregados do governo e da
administração pública);
a dos vaixás (casta dos artesãos, comerciantes e
camponeses);
a dos sudras (casta dos inferiores, dos que
realizam trabalhos manuais considerados servis).

Capítulo

Na Índia, há quatro grandes castas:

7

Capítulo

7

Não há mobilidade
social num sistema
de castas.

Preparação da pira para a cremação de um morto na Índia,
em 1988. O assistente de cremação herdou essa função de
seus antepassados e a passará para os filhos.

© Arne Hodalic/Corbis/Latin Stock

Na Índia, os integrantes das castas inferiores
adotam costumes, ritos e crenças dos brâmanes, o
que cria certa homogeneidade de costumes entre as
castas.

Entretanto, normas e costumes desse
sistema ainda sobrevivem.
Isso é comprovado pela adoção de cotas nas
universidades públicas, como medida de
inclusão de estudantes que pertencem a
castas consideradas inferiores.

Capítulo

O sistema de castas indiano está sendo
desintegrado de forma gradativa, sob o
impacto da urbanização, da industrialização
e da introdução de padrões ocidentais de
comportamento.

7

As sociedades organizadas por estamentos

Um estamento é identificado por um conjunto de
direitos e deveres, privilégios e obrigações, aceitos
como naturais e publicamente reconhecidos.
Numa sociedade estamental, a condição dos
indivíduos e dos grupos em relação ao poder e
à participação na riqueza não é somente uma
questão de fato, mas também de direito.

Capítulo

Estrutura e estratificação social

7

Nas sociedades medievais, a possibilidade de
mobilidade de um estamento para outro existia,
mas era muito controlada. O que definia o
prestígio, a liberdade e o poder dos indivíduos
era a propriedade da terra: os que não a possuíam
eram dependentes econômica e politicamente,
além de socialmente inferiores.

Capítulo

Estrutura e estratificação social

7

O que explica a relação entre os estamentos é a
reciprocidade. Os servos tinham obrigações para
com os senhores, que, por sua vez, deviam
proteger os servos.
A desigualdade era vista como algo natural:
camponeses e servos sempre estiveram em
situação de inferioridade.

Capítulo

Estrutura e estratificação social

7

Na França, no final do século
XVIII, havia três estados: a
nobreza, o clero e o terceiro
estado, que incluía os
demais membros da
sociedade: comerciantes,
industriais, trabalhadores
em geral, etc.
Estratificação social na França: o camponês
carrega o clérigo e o nobre nas costas.
Representação de 1789.

Capítulo

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Estrutura e estratificação social

Capítulo

Estrutura e estratificação social

7

Pobreza: condição de nascença, desgraça, destino...

A pobreza é a expressão mais visível das desigualdades
sociais.
Como ela foi entendida no decorrer da história?

WMO

Na Idade Média, a pobreza era considerada
uma condição de nascença.
Havia uma visão positiva dessa condição, pois
esta despertava a compaixão e a caridade. Na
concepção da Igreja Católica, os ricos tinham
obrigação moral de ajudar os pobres.

Acreditava-se que a pobreza era uma desgraça
decorrente das guerras ou de adversidades como
doenças ou deformidades físicas.

Capítulo

Estrutura e estratificação social

7

Capítulo

Estrutura e estratificação social

A partir do século XVI, iniciou-se um nova ordem, na
qual o indivíduo se tornou o centro das atenções. O
Estado “herdou” a função, antes atribuída aos ricos,
de cuidar dos pobres.

Na Inglaterra, com o aumento da produção e do
comércio, a pobreza e a miséria passaram a ser
interpretadas como resultado da preguiça e da
indolência, já que havia muitas oportunidades de
emprego. Tais interpretações tinham por objetivo
fazer que o povo se submetesse às condições de
trabalho vigentes.

7

Capítulo

Estrutura e estratificação social

No final do século XVIII, com o fortalecimento do
liberalismo, outra justificativa para a pobreza foi
formulada  as pessoas eram responsáveis pelo
próprio destino e ninguém era obrigado a dar
trabalho ou assistência aos mais pobres. Dizia-se
que era necessário manter o medo à fome para que
os trabalhadores realizassem bem suas tarefas.

7

Capítulo

7
National Portrait Gallery, Londres, Inglaterra

Estrutura e estratificação social
Para o economista e
demógrafo britânico Thomas
Malthus, a população crescia
mais que os meios de
subsistência. Com base nas
ideias de Malthus, dizia-se que
a assistência social aos pobres
era repudiável, pois os
estimulava a ter mais filhos,
o que aumentava a miséria.
Thomas Malthus (1776-1834).

Em meados do século XIX, difundiu-se a ideia de
que os trabalhadores eram perigosos: poderiam não
só transmitir doenças, já que viviam em condições
precárias de higiene, mas também se rebelar,
organizar-se e fazer revoluções, questionando os
privilégios das classes que detinham riqueza e
poder.

Capítulo

Estrutura e estratificação social

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A estrutura social e as desigualdades
Podemos observar sinais de desigualdades sociais em
todos os lugares. Eles aparecem, de imediato, em
elementos materiais, como moradia e roupas, e
também se manifestam no acesso à educação e aos
bens culturais.
Por que as desigualdades existem? Como se
constituem? Como são explicadas?

A estrutura social se constitui por meio da relação entre
os fatores: econômicos, políticos, históricos, sociais,
religiosos e culturais que caracterizam uma
determinada sociedade.

Uma das características da
estrutura social é a estratificação,
ou seja, a maneira como os
indivíduos ou grupos são
classificados em camadas sociais.

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Segundo Octávio Ianni, para
entender a estratificação
social é necessário investigar
as estruturas de apropriação
(econômica) e de dominação
(política) que se misturam a
outros elementos como a
religião, a etnia, o sexo, a
tradição e a cultura, que
interferem nos processos de
divisão social do trabalho e
de hierarquização.

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Capítulo

Estrutura e estratificação social

A estratificação e as
desigualdades sociais são
produzidas historicamente.
Isso significa que elas são
geradas por situações
diversas e se expressam na
organização das sociedades
em sistemas de castas, de
estamentos ou de classes.

7

O sistema de castas é uma configuração social
registrada em diferentes tempos e lugares (ex:
Grécia, China) mas é na Índia que está a
expressão mais acabada desse sistema, iniciado
há mais de 3 mil anos. Foi abolido legalmente
em 1950, mas sobrevive por tradição.

Capítulo

As sociedades organizadas em
castas

7

a dos brâmanes (sacerdotal e superior às demais);
a dos xátrias (intermediária, formada pelos
guerreiros, encarregados do governo e da
administração pública);
a dos vaixás (casta dos artesãos, comerciantes e
camponeses);
a dos sudras (casta dos inferiores, dos que
realizam trabalhos manuais considerados servis).

Capítulo

Na Índia, há quatro grandes castas:

7

Capítulo

7

Não há mobilidade
social num sistema
de castas.

Preparação da pira para a cremação de um morto na Índia,
em 1988. O assistente de cremação herdou essa função de
seus antepassados e a passará para os filhos.

© Arne Hodalic/Corbis/Latin Stock

Na Índia, os integrantes das castas inferiores
adotam costumes, ritos e crenças dos brâmanes, o
que cria certa homogeneidade de costumes entre as
castas.

Entretanto, normas e costumes desse
sistema ainda sobrevivem.
Isso é comprovado pela adoção de cotas nas
universidades públicas, como medida de
inclusão de estudantes que pertencem a
castas consideradas inferiores.

Capítulo

O sistema de castas indiano está sendo
desintegrado de forma gradativa, sob o
impacto da urbanização, da industrialização
e da introdução de padrões ocidentais de
comportamento.

7

As sociedades organizadas por estamentos

Um estamento é identificado por um conjunto de
direitos e deveres, privilégios e obrigações, aceitos
como naturais e publicamente reconhecidos.
Numa sociedade estamental, a condição dos
indivíduos e dos grupos em relação ao poder e
à participação na riqueza não é somente uma
questão de fato, mas também de direito.

Capítulo

Estrutura e estratificação social

7

Nas sociedades medievais, a possibilidade de
mobilidade de um estamento para outro existia,
mas era muito controlada. O que definia o
prestígio, a liberdade e o poder dos indivíduos
era a propriedade da terra: os que não a possuíam
eram dependentes econômica e politicamente,
além de socialmente inferiores.

Capítulo

Estrutura e estratificação social

7

O que explica a relação entre os estamentos é a
reciprocidade. Os servos tinham obrigações para
com os senhores, que, por sua vez, deviam
proteger os servos.
A desigualdade era vista como algo natural:
camponeses e servos sempre estiveram em
situação de inferioridade.

Capítulo

Estrutura e estratificação social

7

Na França, no final do século
XVIII, havia três estados: a
nobreza, o clero e o terceiro
estado, que incluía os
demais membros da
sociedade: comerciantes,
industriais, trabalhadores
em geral, etc.
Estratificação social na França: o camponês
carrega o clérigo e o nobre nas costas.
Representação de 1789.

Capítulo

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Estrutura e estratificação social

Capítulo

Estrutura e estratificação social

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Pobreza: condição de nascença, desgraça, destino...

A pobreza é a expressão mais visível das desigualdades
sociais.
Como ela foi entendida no decorrer da história?

WMO

Na Idade Média, a pobreza era considerada
uma condição de nascença.
Havia uma visão positiva dessa condição, pois
esta despertava a compaixão e a caridade. Na
concepção da Igreja Católica, os ricos tinham
obrigação moral de ajudar os pobres.

Acreditava-se que a pobreza era uma desgraça
decorrente das guerras ou de adversidades como
doenças ou deformidades físicas.

Capítulo

Estrutura e estratificação social

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Capítulo

Estrutura e estratificação social

A partir do século XVI, iniciou-se um nova ordem, na
qual o indivíduo se tornou o centro das atenções. O
Estado “herdou” a função, antes atribuída aos ricos,
de cuidar dos pobres.

Na Inglaterra, com o aumento da produção e do
comércio, a pobreza e a miséria passaram a ser
interpretadas como resultado da preguiça e da
indolência, já que havia muitas oportunidades de
emprego. Tais interpretações tinham por objetivo
fazer que o povo se submetesse às condições de
trabalho vigentes.

7

Capítulo

Estrutura e estratificação social

No final do século XVIII, com o fortalecimento do
liberalismo, outra justificativa para a pobreza foi
formulada  as pessoas eram responsáveis pelo
próprio destino e ninguém era obrigado a dar
trabalho ou assistência aos mais pobres. Dizia-se
que era necessário manter o medo à fome para que
os trabalhadores realizassem bem suas tarefas.

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Capítulo

7
National Portrait Gallery, Londres, Inglaterra

Estrutura e estratificação social
Para o economista e
demógrafo britânico Thomas
Malthus, a população crescia
mais que os meios de
subsistência. Com base nas
ideias de Malthus, dizia-se que
a assistência social aos pobres
era repudiável, pois os
estimulava a ter mais filhos,
o que aumentava a miséria.
Thomas Malthus (1776-1834).

Em meados do século XIX, difundiu-se a ideia de
que os trabalhadores eram perigosos: poderiam não
só transmitir doenças, já que viviam em condições
precárias de higiene, mas também se rebelar,
organizar-se e fazer revoluções, questionando os
privilégios das classes que detinham riqueza e
poder.

Capítulo

Estrutura e estratificação social

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Estamentos - Sociedade Feudal


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A estrutura social e as desigualdades
Podemos observar sinais de desigualdades sociais em
todos os lugares. Eles aparecem, de imediato, em
elementos materiais, como moradia e roupas, e
também se manifestam no acesso à educação e aos
bens culturais.
Por que as desigualdades existem? Como se
constituem? Como são explicadas?

A estrutura social se constitui por meio da relação entre
os fatores: econômicos, políticos, históricos, sociais,
religiosos e culturais que caracterizam uma
determinada sociedade.

Uma das características da
estrutura social é a estratificação,
ou seja, a maneira como os
indivíduos ou grupos são
classificados em camadas sociais.

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Segundo Octávio Ianni, para
entender a estratificação
social é necessário investigar
as estruturas de apropriação
(econômica) e de dominação
(política) que se misturam a
outros elementos como a
religião, a etnia, o sexo, a
tradição e a cultura, que
interferem nos processos de
divisão social do trabalho e
de hierarquização.

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Capítulo

Estrutura e estratificação social

A estratificação e as
desigualdades sociais são
produzidas historicamente.
Isso significa que elas são
geradas por situações
diversas e se expressam na
organização das sociedades
em sistemas de castas, de
estamentos ou de classes.

7

O sistema de castas é uma configuração social
registrada em diferentes tempos e lugares (ex:
Grécia, China) mas é na Índia que está a
expressão mais acabada desse sistema, iniciado
há mais de 3 mil anos. Foi abolido legalmente
em 1950, mas sobrevive por tradição.

Capítulo

As sociedades organizadas em
castas

7

a dos brâmanes (sacerdotal e superior às demais);
a dos xátrias (intermediária, formada pelos
guerreiros, encarregados do governo e da
administração pública);
a dos vaixás (casta dos artesãos, comerciantes e
camponeses);
a dos sudras (casta dos inferiores, dos que
realizam trabalhos manuais considerados servis).

Capítulo

Na Índia, há quatro grandes castas:

7

Capítulo

7

Não há mobilidade
social num sistema
de castas.

Preparação da pira para a cremação de um morto na Índia,
em 1988. O assistente de cremação herdou essa função de
seus antepassados e a passará para os filhos.

© Arne Hodalic/Corbis/Latin Stock

Na Índia, os integrantes das castas inferiores
adotam costumes, ritos e crenças dos brâmanes, o
que cria certa homogeneidade de costumes entre as
castas.

Entretanto, normas e costumes desse
sistema ainda sobrevivem.
Isso é comprovado pela adoção de cotas nas
universidades públicas, como medida de
inclusão de estudantes que pertencem a
castas consideradas inferiores.

Capítulo

O sistema de castas indiano está sendo
desintegrado de forma gradativa, sob o
impacto da urbanização, da industrialização
e da introdução de padrões ocidentais de
comportamento.

7

As sociedades organizadas por estamentos

Um estamento é identificado por um conjunto de
direitos e deveres, privilégios e obrigações, aceitos
como naturais e publicamente reconhecidos.
Numa sociedade estamental, a condição dos
indivíduos e dos grupos em relação ao poder e
à participação na riqueza não é somente uma
questão de fato, mas também de direito.

Capítulo

Estrutura e estratificação social

7

Nas sociedades medievais, a possibilidade de
mobilidade de um estamento para outro existia,
mas era muito controlada. O que definia o
prestígio, a liberdade e o poder dos indivíduos
era a propriedade da terra: os que não a possuíam
eram dependentes econômica e politicamente,
além de socialmente inferiores.

Capítulo

Estrutura e estratificação social

7

O que explica a relação entre os estamentos é a
reciprocidade. Os servos tinham obrigações para
com os senhores, que, por sua vez, deviam
proteger os servos.
A desigualdade era vista como algo natural:
camponeses e servos sempre estiveram em
situação de inferioridade.

Capítulo

Estrutura e estratificação social

7

Na França, no final do século
XVIII, havia três estados: a
nobreza, o clero e o terceiro
estado, que incluía os
demais membros da
sociedade: comerciantes,
industriais, trabalhadores
em geral, etc.
Estratificação social na França: o camponês
carrega o clérigo e o nobre nas costas.
Representação de 1789.

Capítulo

7
The Bridgeman Art Library/Keystone/Other Images

Estrutura e estratificação social

Capítulo

Estrutura e estratificação social

7

Pobreza: condição de nascença, desgraça, destino...

A pobreza é a expressão mais visível das desigualdades
sociais.
Como ela foi entendida no decorrer da história?

WMO

Na Idade Média, a pobreza era considerada
uma condição de nascença.
Havia uma visão positiva dessa condição, pois
esta despertava a compaixão e a caridade. Na
concepção da Igreja Católica, os ricos tinham
obrigação moral de ajudar os pobres.

Acreditava-se que a pobreza era uma desgraça
decorrente das guerras ou de adversidades como
doenças ou deformidades físicas.

Capítulo

Estrutura e estratificação social

7

Capítulo

Estrutura e estratificação social

A partir do século XVI, iniciou-se um nova ordem, na
qual o indivíduo se tornou o centro das atenções. O
Estado “herdou” a função, antes atribuída aos ricos,
de cuidar dos pobres.

Na Inglaterra, com o aumento da produção e do
comércio, a pobreza e a miséria passaram a ser
interpretadas como resultado da preguiça e da
indolência, já que havia muitas oportunidades de
emprego. Tais interpretações tinham por objetivo
fazer que o povo se submetesse às condições de
trabalho vigentes.

7

Capítulo

Estrutura e estratificação social

No final do século XVIII, com o fortalecimento do
liberalismo, outra justificativa para a pobreza foi
formulada  as pessoas eram responsáveis pelo
próprio destino e ninguém era obrigado a dar
trabalho ou assistência aos mais pobres. Dizia-se
que era necessário manter o medo à fome para que
os trabalhadores realizassem bem suas tarefas.

7

Capítulo

7
National Portrait Gallery, Londres, Inglaterra

Estrutura e estratificação social
Para o economista e
demógrafo britânico Thomas
Malthus, a população crescia
mais que os meios de
subsistência. Com base nas
ideias de Malthus, dizia-se que
a assistência social aos pobres
era repudiável, pois os
estimulava a ter mais filhos,
o que aumentava a miséria.
Thomas Malthus (1776-1834).

Em meados do século XIX, difundiu-se a ideia de
que os trabalhadores eram perigosos: poderiam não
só transmitir doenças, já que viviam em condições
precárias de higiene, mas também se rebelar,
organizar-se e fazer revoluções, questionando os
privilégios das classes que detinham riqueza e
poder.

Capítulo

Estrutura e estratificação social

7

Estamentos - Sociedade Feudal


Slide 6

A estrutura social e as desigualdades
Podemos observar sinais de desigualdades sociais em
todos os lugares. Eles aparecem, de imediato, em
elementos materiais, como moradia e roupas, e
também se manifestam no acesso à educação e aos
bens culturais.
Por que as desigualdades existem? Como se
constituem? Como são explicadas?

A estrutura social se constitui por meio da relação entre
os fatores: econômicos, políticos, históricos, sociais,
religiosos e culturais que caracterizam uma
determinada sociedade.

Uma das características da
estrutura social é a estratificação,
ou seja, a maneira como os
indivíduos ou grupos são
classificados em camadas sociais.

Thinkstock/Getty Images

Capítulo

7
Thinkstock/Getty Images

Segundo Octávio Ianni, para
entender a estratificação
social é necessário investigar
as estruturas de apropriação
(econômica) e de dominação
(política) que se misturam a
outros elementos como a
religião, a etnia, o sexo, a
tradição e a cultura, que
interferem nos processos de
divisão social do trabalho e
de hierarquização.

Thinkstock/Getty Images

Capítulo

Estrutura e estratificação social

A estratificação e as
desigualdades sociais são
produzidas historicamente.
Isso significa que elas são
geradas por situações
diversas e se expressam na
organização das sociedades
em sistemas de castas, de
estamentos ou de classes.

7

O sistema de castas é uma configuração social
registrada em diferentes tempos e lugares (ex:
Grécia, China) mas é na Índia que está a
expressão mais acabada desse sistema, iniciado
há mais de 3 mil anos. Foi abolido legalmente
em 1950, mas sobrevive por tradição.

Capítulo

As sociedades organizadas em
castas

7

a dos brâmanes (sacerdotal e superior às demais);
a dos xátrias (intermediária, formada pelos
guerreiros, encarregados do governo e da
administração pública);
a dos vaixás (casta dos artesãos, comerciantes e
camponeses);
a dos sudras (casta dos inferiores, dos que
realizam trabalhos manuais considerados servis).

Capítulo

Na Índia, há quatro grandes castas:

7

Capítulo

7

Não há mobilidade
social num sistema
de castas.

Preparação da pira para a cremação de um morto na Índia,
em 1988. O assistente de cremação herdou essa função de
seus antepassados e a passará para os filhos.

© Arne Hodalic/Corbis/Latin Stock

Na Índia, os integrantes das castas inferiores
adotam costumes, ritos e crenças dos brâmanes, o
que cria certa homogeneidade de costumes entre as
castas.

Entretanto, normas e costumes desse
sistema ainda sobrevivem.
Isso é comprovado pela adoção de cotas nas
universidades públicas, como medida de
inclusão de estudantes que pertencem a
castas consideradas inferiores.

Capítulo

O sistema de castas indiano está sendo
desintegrado de forma gradativa, sob o
impacto da urbanização, da industrialização
e da introdução de padrões ocidentais de
comportamento.

7

As sociedades organizadas por estamentos

Um estamento é identificado por um conjunto de
direitos e deveres, privilégios e obrigações, aceitos
como naturais e publicamente reconhecidos.
Numa sociedade estamental, a condição dos
indivíduos e dos grupos em relação ao poder e
à participação na riqueza não é somente uma
questão de fato, mas também de direito.

Capítulo

Estrutura e estratificação social

7

Nas sociedades medievais, a possibilidade de
mobilidade de um estamento para outro existia,
mas era muito controlada. O que definia o
prestígio, a liberdade e o poder dos indivíduos
era a propriedade da terra: os que não a possuíam
eram dependentes econômica e politicamente,
além de socialmente inferiores.

Capítulo

Estrutura e estratificação social

7

O que explica a relação entre os estamentos é a
reciprocidade. Os servos tinham obrigações para
com os senhores, que, por sua vez, deviam
proteger os servos.
A desigualdade era vista como algo natural:
camponeses e servos sempre estiveram em
situação de inferioridade.

Capítulo

Estrutura e estratificação social

7

Na França, no final do século
XVIII, havia três estados: a
nobreza, o clero e o terceiro
estado, que incluía os
demais membros da
sociedade: comerciantes,
industriais, trabalhadores
em geral, etc.
Estratificação social na França: o camponês
carrega o clérigo e o nobre nas costas.
Representação de 1789.

Capítulo

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Estrutura e estratificação social

Capítulo

Estrutura e estratificação social

7

Pobreza: condição de nascença, desgraça, destino...

A pobreza é a expressão mais visível das desigualdades
sociais.
Como ela foi entendida no decorrer da história?

WMO

Na Idade Média, a pobreza era considerada
uma condição de nascença.
Havia uma visão positiva dessa condição, pois
esta despertava a compaixão e a caridade. Na
concepção da Igreja Católica, os ricos tinham
obrigação moral de ajudar os pobres.

Acreditava-se que a pobreza era uma desgraça
decorrente das guerras ou de adversidades como
doenças ou deformidades físicas.

Capítulo

Estrutura e estratificação social

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Capítulo

Estrutura e estratificação social

A partir do século XVI, iniciou-se um nova ordem, na
qual o indivíduo se tornou o centro das atenções. O
Estado “herdou” a função, antes atribuída aos ricos,
de cuidar dos pobres.

Na Inglaterra, com o aumento da produção e do
comércio, a pobreza e a miséria passaram a ser
interpretadas como resultado da preguiça e da
indolência, já que havia muitas oportunidades de
emprego. Tais interpretações tinham por objetivo
fazer que o povo se submetesse às condições de
trabalho vigentes.

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Capítulo

Estrutura e estratificação social

No final do século XVIII, com o fortalecimento do
liberalismo, outra justificativa para a pobreza foi
formulada  as pessoas eram responsáveis pelo
próprio destino e ninguém era obrigado a dar
trabalho ou assistência aos mais pobres. Dizia-se
que era necessário manter o medo à fome para que
os trabalhadores realizassem bem suas tarefas.

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Capítulo

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National Portrait Gallery, Londres, Inglaterra

Estrutura e estratificação social
Para o economista e
demógrafo britânico Thomas
Malthus, a população crescia
mais que os meios de
subsistência. Com base nas
ideias de Malthus, dizia-se que
a assistência social aos pobres
era repudiável, pois os
estimulava a ter mais filhos,
o que aumentava a miséria.
Thomas Malthus (1776-1834).

Em meados do século XIX, difundiu-se a ideia de
que os trabalhadores eram perigosos: poderiam não
só transmitir doenças, já que viviam em condições
precárias de higiene, mas também se rebelar,
organizar-se e fazer revoluções, questionando os
privilégios das classes que detinham riqueza e
poder.

Capítulo

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A estrutura social e as desigualdades
Podemos observar sinais de desigualdades sociais em
todos os lugares. Eles aparecem, de imediato, em
elementos materiais, como moradia e roupas, e
também se manifestam no acesso à educação e aos
bens culturais.
Por que as desigualdades existem? Como se
constituem? Como são explicadas?

A estrutura social se constitui por meio da relação entre
os fatores: econômicos, políticos, históricos, sociais,
religiosos e culturais que caracterizam uma
determinada sociedade.

Uma das características da
estrutura social é a estratificação,
ou seja, a maneira como os
indivíduos ou grupos são
classificados em camadas sociais.

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Segundo Octávio Ianni, para
entender a estratificação
social é necessário investigar
as estruturas de apropriação
(econômica) e de dominação
(política) que se misturam a
outros elementos como a
religião, a etnia, o sexo, a
tradição e a cultura, que
interferem nos processos de
divisão social do trabalho e
de hierarquização.

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Capítulo

Estrutura e estratificação social

A estratificação e as
desigualdades sociais são
produzidas historicamente.
Isso significa que elas são
geradas por situações
diversas e se expressam na
organização das sociedades
em sistemas de castas, de
estamentos ou de classes.

7

O sistema de castas é uma configuração social
registrada em diferentes tempos e lugares (ex:
Grécia, China) mas é na Índia que está a
expressão mais acabada desse sistema, iniciado
há mais de 3 mil anos. Foi abolido legalmente
em 1950, mas sobrevive por tradição.

Capítulo

As sociedades organizadas em
castas

7

a dos brâmanes (sacerdotal e superior às demais);
a dos xátrias (intermediária, formada pelos
guerreiros, encarregados do governo e da
administração pública);
a dos vaixás (casta dos artesãos, comerciantes e
camponeses);
a dos sudras (casta dos inferiores, dos que
realizam trabalhos manuais considerados servis).

Capítulo

Na Índia, há quatro grandes castas:

7

Capítulo

7

Não há mobilidade
social num sistema
de castas.

Preparação da pira para a cremação de um morto na Índia,
em 1988. O assistente de cremação herdou essa função de
seus antepassados e a passará para os filhos.

© Arne Hodalic/Corbis/Latin Stock

Na Índia, os integrantes das castas inferiores
adotam costumes, ritos e crenças dos brâmanes, o
que cria certa homogeneidade de costumes entre as
castas.

Entretanto, normas e costumes desse
sistema ainda sobrevivem.
Isso é comprovado pela adoção de cotas nas
universidades públicas, como medida de
inclusão de estudantes que pertencem a
castas consideradas inferiores.

Capítulo

O sistema de castas indiano está sendo
desintegrado de forma gradativa, sob o
impacto da urbanização, da industrialização
e da introdução de padrões ocidentais de
comportamento.

7

As sociedades organizadas por estamentos

Um estamento é identificado por um conjunto de
direitos e deveres, privilégios e obrigações, aceitos
como naturais e publicamente reconhecidos.
Numa sociedade estamental, a condição dos
indivíduos e dos grupos em relação ao poder e
à participação na riqueza não é somente uma
questão de fato, mas também de direito.

Capítulo

Estrutura e estratificação social

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Nas sociedades medievais, a possibilidade de
mobilidade de um estamento para outro existia,
mas era muito controlada. O que definia o
prestígio, a liberdade e o poder dos indivíduos
era a propriedade da terra: os que não a possuíam
eram dependentes econômica e politicamente,
além de socialmente inferiores.

Capítulo

Estrutura e estratificação social

7

O que explica a relação entre os estamentos é a
reciprocidade. Os servos tinham obrigações para
com os senhores, que, por sua vez, deviam
proteger os servos.
A desigualdade era vista como algo natural:
camponeses e servos sempre estiveram em
situação de inferioridade.

Capítulo

Estrutura e estratificação social

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Na França, no final do século
XVIII, havia três estados: a
nobreza, o clero e o terceiro
estado, que incluía os
demais membros da
sociedade: comerciantes,
industriais, trabalhadores
em geral, etc.
Estratificação social na França: o camponês
carrega o clérigo e o nobre nas costas.
Representação de 1789.

Capítulo

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Estrutura e estratificação social

Capítulo

Estrutura e estratificação social

7

Pobreza: condição de nascença, desgraça, destino...

A pobreza é a expressão mais visível das desigualdades
sociais.
Como ela foi entendida no decorrer da história?

WMO

Na Idade Média, a pobreza era considerada
uma condição de nascença.
Havia uma visão positiva dessa condição, pois
esta despertava a compaixão e a caridade. Na
concepção da Igreja Católica, os ricos tinham
obrigação moral de ajudar os pobres.

Acreditava-se que a pobreza era uma desgraça
decorrente das guerras ou de adversidades como
doenças ou deformidades físicas.

Capítulo

Estrutura e estratificação social

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Capítulo

Estrutura e estratificação social

A partir do século XVI, iniciou-se um nova ordem, na
qual o indivíduo se tornou o centro das atenções. O
Estado “herdou” a função, antes atribuída aos ricos,
de cuidar dos pobres.

Na Inglaterra, com o aumento da produção e do
comércio, a pobreza e a miséria passaram a ser
interpretadas como resultado da preguiça e da
indolência, já que havia muitas oportunidades de
emprego. Tais interpretações tinham por objetivo
fazer que o povo se submetesse às condições de
trabalho vigentes.

7

Capítulo

Estrutura e estratificação social

No final do século XVIII, com o fortalecimento do
liberalismo, outra justificativa para a pobreza foi
formulada  as pessoas eram responsáveis pelo
próprio destino e ninguém era obrigado a dar
trabalho ou assistência aos mais pobres. Dizia-se
que era necessário manter o medo à fome para que
os trabalhadores realizassem bem suas tarefas.

7

Capítulo

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National Portrait Gallery, Londres, Inglaterra

Estrutura e estratificação social
Para o economista e
demógrafo britânico Thomas
Malthus, a população crescia
mais que os meios de
subsistência. Com base nas
ideias de Malthus, dizia-se que
a assistência social aos pobres
era repudiável, pois os
estimulava a ter mais filhos,
o que aumentava a miséria.
Thomas Malthus (1776-1834).

Em meados do século XIX, difundiu-se a ideia de
que os trabalhadores eram perigosos: poderiam não
só transmitir doenças, já que viviam em condições
precárias de higiene, mas também se rebelar,
organizar-se e fazer revoluções, questionando os
privilégios das classes que detinham riqueza e
poder.

Capítulo

Estrutura e estratificação social

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A estrutura social e as desigualdades
Podemos observar sinais de desigualdades sociais em
todos os lugares. Eles aparecem, de imediato, em
elementos materiais, como moradia e roupas, e
também se manifestam no acesso à educação e aos
bens culturais.
Por que as desigualdades existem? Como se
constituem? Como são explicadas?

A estrutura social se constitui por meio da relação entre
os fatores: econômicos, políticos, históricos, sociais,
religiosos e culturais que caracterizam uma
determinada sociedade.

Uma das características da
estrutura social é a estratificação,
ou seja, a maneira como os
indivíduos ou grupos são
classificados em camadas sociais.

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Segundo Octávio Ianni, para
entender a estratificação
social é necessário investigar
as estruturas de apropriação
(econômica) e de dominação
(política) que se misturam a
outros elementos como a
religião, a etnia, o sexo, a
tradição e a cultura, que
interferem nos processos de
divisão social do trabalho e
de hierarquização.

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Estrutura e estratificação social

A estratificação e as
desigualdades sociais são
produzidas historicamente.
Isso significa que elas são
geradas por situações
diversas e se expressam na
organização das sociedades
em sistemas de castas, de
estamentos ou de classes.

7

O sistema de castas é uma configuração social
registrada em diferentes tempos e lugares (ex:
Grécia, China) mas é na Índia que está a
expressão mais acabada desse sistema, iniciado
há mais de 3 mil anos. Foi abolido legalmente
em 1950, mas sobrevive por tradição.

Capítulo

As sociedades organizadas em
castas

7

a dos brâmanes (sacerdotal e superior às demais);
a dos xátrias (intermediária, formada pelos
guerreiros, encarregados do governo e da
administração pública);
a dos vaixás (casta dos artesãos, comerciantes e
camponeses);
a dos sudras (casta dos inferiores, dos que
realizam trabalhos manuais considerados servis).

Capítulo

Na Índia, há quatro grandes castas:

7

Capítulo

7

Não há mobilidade
social num sistema
de castas.

Preparação da pira para a cremação de um morto na Índia,
em 1988. O assistente de cremação herdou essa função de
seus antepassados e a passará para os filhos.

© Arne Hodalic/Corbis/Latin Stock

Na Índia, os integrantes das castas inferiores
adotam costumes, ritos e crenças dos brâmanes, o
que cria certa homogeneidade de costumes entre as
castas.

Entretanto, normas e costumes desse
sistema ainda sobrevivem.
Isso é comprovado pela adoção de cotas nas
universidades públicas, como medida de
inclusão de estudantes que pertencem a
castas consideradas inferiores.

Capítulo

O sistema de castas indiano está sendo
desintegrado de forma gradativa, sob o
impacto da urbanização, da industrialização
e da introdução de padrões ocidentais de
comportamento.

7

As sociedades organizadas por estamentos

Um estamento é identificado por um conjunto de
direitos e deveres, privilégios e obrigações, aceitos
como naturais e publicamente reconhecidos.
Numa sociedade estamental, a condição dos
indivíduos e dos grupos em relação ao poder e
à participação na riqueza não é somente uma
questão de fato, mas também de direito.

Capítulo

Estrutura e estratificação social

7

Nas sociedades medievais, a possibilidade de
mobilidade de um estamento para outro existia,
mas era muito controlada. O que definia o
prestígio, a liberdade e o poder dos indivíduos
era a propriedade da terra: os que não a possuíam
eram dependentes econômica e politicamente,
além de socialmente inferiores.

Capítulo

Estrutura e estratificação social

7

O que explica a relação entre os estamentos é a
reciprocidade. Os servos tinham obrigações para
com os senhores, que, por sua vez, deviam
proteger os servos.
A desigualdade era vista como algo natural:
camponeses e servos sempre estiveram em
situação de inferioridade.

Capítulo

Estrutura e estratificação social

7

Na França, no final do século
XVIII, havia três estados: a
nobreza, o clero e o terceiro
estado, que incluía os
demais membros da
sociedade: comerciantes,
industriais, trabalhadores
em geral, etc.
Estratificação social na França: o camponês
carrega o clérigo e o nobre nas costas.
Representação de 1789.

Capítulo

7
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Estrutura e estratificação social

Capítulo

Estrutura e estratificação social

7

Pobreza: condição de nascença, desgraça, destino...

A pobreza é a expressão mais visível das desigualdades
sociais.
Como ela foi entendida no decorrer da história?

WMO

Na Idade Média, a pobreza era considerada
uma condição de nascença.
Havia uma visão positiva dessa condição, pois
esta despertava a compaixão e a caridade. Na
concepção da Igreja Católica, os ricos tinham
obrigação moral de ajudar os pobres.

Acreditava-se que a pobreza era uma desgraça
decorrente das guerras ou de adversidades como
doenças ou deformidades físicas.

Capítulo

Estrutura e estratificação social

7

Capítulo

Estrutura e estratificação social

A partir do século XVI, iniciou-se um nova ordem, na
qual o indivíduo se tornou o centro das atenções. O
Estado “herdou” a função, antes atribuída aos ricos,
de cuidar dos pobres.

Na Inglaterra, com o aumento da produção e do
comércio, a pobreza e a miséria passaram a ser
interpretadas como resultado da preguiça e da
indolência, já que havia muitas oportunidades de
emprego. Tais interpretações tinham por objetivo
fazer que o povo se submetesse às condições de
trabalho vigentes.

7

Capítulo

Estrutura e estratificação social

No final do século XVIII, com o fortalecimento do
liberalismo, outra justificativa para a pobreza foi
formulada  as pessoas eram responsáveis pelo
próprio destino e ninguém era obrigado a dar
trabalho ou assistência aos mais pobres. Dizia-se
que era necessário manter o medo à fome para que
os trabalhadores realizassem bem suas tarefas.

7

Capítulo

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National Portrait Gallery, Londres, Inglaterra

Estrutura e estratificação social
Para o economista e
demógrafo britânico Thomas
Malthus, a população crescia
mais que os meios de
subsistência. Com base nas
ideias de Malthus, dizia-se que
a assistência social aos pobres
era repudiável, pois os
estimulava a ter mais filhos,
o que aumentava a miséria.
Thomas Malthus (1776-1834).

Em meados do século XIX, difundiu-se a ideia de
que os trabalhadores eram perigosos: poderiam não
só transmitir doenças, já que viviam em condições
precárias de higiene, mas também se rebelar,
organizar-se e fazer revoluções, questionando os
privilégios das classes que detinham riqueza e
poder.

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A estrutura social e as desigualdades
Podemos observar sinais de desigualdades sociais em
todos os lugares. Eles aparecem, de imediato, em
elementos materiais, como moradia e roupas, e
também se manifestam no acesso à educação e aos
bens culturais.
Por que as desigualdades existem? Como se
constituem? Como são explicadas?

A estrutura social se constitui por meio da relação entre
os fatores: econômicos, políticos, históricos, sociais,
religiosos e culturais que caracterizam uma
determinada sociedade.

Uma das características da
estrutura social é a estratificação,
ou seja, a maneira como os
indivíduos ou grupos são
classificados em camadas sociais.

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Capítulo

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Segundo Octávio Ianni, para
entender a estratificação
social é necessário investigar
as estruturas de apropriação
(econômica) e de dominação
(política) que se misturam a
outros elementos como a
religião, a etnia, o sexo, a
tradição e a cultura, que
interferem nos processos de
divisão social do trabalho e
de hierarquização.

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Capítulo

Estrutura e estratificação social

A estratificação e as
desigualdades sociais são
produzidas historicamente.
Isso significa que elas são
geradas por situações
diversas e se expressam na
organização das sociedades
em sistemas de castas, de
estamentos ou de classes.

7

O sistema de castas é uma configuração social
registrada em diferentes tempos e lugares (ex:
Grécia, China) mas é na Índia que está a
expressão mais acabada desse sistema, iniciado
há mais de 3 mil anos. Foi abolido legalmente
em 1950, mas sobrevive por tradição.

Capítulo

As sociedades organizadas em
castas

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a dos brâmanes (sacerdotal e superior às demais);
a dos xátrias (intermediária, formada pelos
guerreiros, encarregados do governo e da
administração pública);
a dos vaixás (casta dos artesãos, comerciantes e
camponeses);
a dos sudras (casta dos inferiores, dos que
realizam trabalhos manuais considerados servis).

Capítulo

Na Índia, há quatro grandes castas:

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Capítulo

7

Não há mobilidade
social num sistema
de castas.

Preparação da pira para a cremação de um morto na Índia,
em 1988. O assistente de cremação herdou essa função de
seus antepassados e a passará para os filhos.

© Arne Hodalic/Corbis/Latin Stock

Na Índia, os integrantes das castas inferiores
adotam costumes, ritos e crenças dos brâmanes, o
que cria certa homogeneidade de costumes entre as
castas.

Entretanto, normas e costumes desse
sistema ainda sobrevivem.
Isso é comprovado pela adoção de cotas nas
universidades públicas, como medida de
inclusão de estudantes que pertencem a
castas consideradas inferiores.

Capítulo

O sistema de castas indiano está sendo
desintegrado de forma gradativa, sob o
impacto da urbanização, da industrialização
e da introdução de padrões ocidentais de
comportamento.

7

As sociedades organizadas por estamentos

Um estamento é identificado por um conjunto de
direitos e deveres, privilégios e obrigações, aceitos
como naturais e publicamente reconhecidos.
Numa sociedade estamental, a condição dos
indivíduos e dos grupos em relação ao poder e
à participação na riqueza não é somente uma
questão de fato, mas também de direito.

Capítulo

Estrutura e estratificação social

7

Nas sociedades medievais, a possibilidade de
mobilidade de um estamento para outro existia,
mas era muito controlada. O que definia o
prestígio, a liberdade e o poder dos indivíduos
era a propriedade da terra: os que não a possuíam
eram dependentes econômica e politicamente,
além de socialmente inferiores.

Capítulo

Estrutura e estratificação social

7

O que explica a relação entre os estamentos é a
reciprocidade. Os servos tinham obrigações para
com os senhores, que, por sua vez, deviam
proteger os servos.
A desigualdade era vista como algo natural:
camponeses e servos sempre estiveram em
situação de inferioridade.

Capítulo

Estrutura e estratificação social

7

Na França, no final do século
XVIII, havia três estados: a
nobreza, o clero e o terceiro
estado, que incluía os
demais membros da
sociedade: comerciantes,
industriais, trabalhadores
em geral, etc.
Estratificação social na França: o camponês
carrega o clérigo e o nobre nas costas.
Representação de 1789.

Capítulo

7
The Bridgeman Art Library/Keystone/Other Images

Estrutura e estratificação social

Capítulo

Estrutura e estratificação social

7

Pobreza: condição de nascença, desgraça, destino...

A pobreza é a expressão mais visível das desigualdades
sociais.
Como ela foi entendida no decorrer da história?

WMO

Na Idade Média, a pobreza era considerada
uma condição de nascença.
Havia uma visão positiva dessa condição, pois
esta despertava a compaixão e a caridade. Na
concepção da Igreja Católica, os ricos tinham
obrigação moral de ajudar os pobres.

Acreditava-se que a pobreza era uma desgraça
decorrente das guerras ou de adversidades como
doenças ou deformidades físicas.

Capítulo

Estrutura e estratificação social

7

Capítulo

Estrutura e estratificação social

A partir do século XVI, iniciou-se um nova ordem, na
qual o indivíduo se tornou o centro das atenções. O
Estado “herdou” a função, antes atribuída aos ricos,
de cuidar dos pobres.

Na Inglaterra, com o aumento da produção e do
comércio, a pobreza e a miséria passaram a ser
interpretadas como resultado da preguiça e da
indolência, já que havia muitas oportunidades de
emprego. Tais interpretações tinham por objetivo
fazer que o povo se submetesse às condições de
trabalho vigentes.

7

Capítulo

Estrutura e estratificação social

No final do século XVIII, com o fortalecimento do
liberalismo, outra justificativa para a pobreza foi
formulada  as pessoas eram responsáveis pelo
próprio destino e ninguém era obrigado a dar
trabalho ou assistência aos mais pobres. Dizia-se
que era necessário manter o medo à fome para que
os trabalhadores realizassem bem suas tarefas.

7

Capítulo

7
National Portrait Gallery, Londres, Inglaterra

Estrutura e estratificação social
Para o economista e
demógrafo britânico Thomas
Malthus, a população crescia
mais que os meios de
subsistência. Com base nas
ideias de Malthus, dizia-se que
a assistência social aos pobres
era repudiável, pois os
estimulava a ter mais filhos,
o que aumentava a miséria.
Thomas Malthus (1776-1834).

Em meados do século XIX, difundiu-se a ideia de
que os trabalhadores eram perigosos: poderiam não
só transmitir doenças, já que viviam em condições
precárias de higiene, mas também se rebelar,
organizar-se e fazer revoluções, questionando os
privilégios das classes que detinham riqueza e
poder.

Capítulo

Estrutura e estratificação social

7

Estamentos - Sociedade Feudal


Slide 10

A estrutura social e as desigualdades
Podemos observar sinais de desigualdades sociais em
todos os lugares. Eles aparecem, de imediato, em
elementos materiais, como moradia e roupas, e
também se manifestam no acesso à educação e aos
bens culturais.
Por que as desigualdades existem? Como se
constituem? Como são explicadas?

A estrutura social se constitui por meio da relação entre
os fatores: econômicos, políticos, históricos, sociais,
religiosos e culturais que caracterizam uma
determinada sociedade.

Uma das características da
estrutura social é a estratificação,
ou seja, a maneira como os
indivíduos ou grupos são
classificados em camadas sociais.

Thinkstock/Getty Images

Capítulo

7
Thinkstock/Getty Images

Segundo Octávio Ianni, para
entender a estratificação
social é necessário investigar
as estruturas de apropriação
(econômica) e de dominação
(política) que se misturam a
outros elementos como a
religião, a etnia, o sexo, a
tradição e a cultura, que
interferem nos processos de
divisão social do trabalho e
de hierarquização.

Thinkstock/Getty Images

Capítulo

Estrutura e estratificação social

A estratificação e as
desigualdades sociais são
produzidas historicamente.
Isso significa que elas são
geradas por situações
diversas e se expressam na
organização das sociedades
em sistemas de castas, de
estamentos ou de classes.

7

O sistema de castas é uma configuração social
registrada em diferentes tempos e lugares (ex:
Grécia, China) mas é na Índia que está a
expressão mais acabada desse sistema, iniciado
há mais de 3 mil anos. Foi abolido legalmente
em 1950, mas sobrevive por tradição.

Capítulo

As sociedades organizadas em
castas

7

a dos brâmanes (sacerdotal e superior às demais);
a dos xátrias (intermediária, formada pelos
guerreiros, encarregados do governo e da
administração pública);
a dos vaixás (casta dos artesãos, comerciantes e
camponeses);
a dos sudras (casta dos inferiores, dos que
realizam trabalhos manuais considerados servis).

Capítulo

Na Índia, há quatro grandes castas:

7

Capítulo

7

Não há mobilidade
social num sistema
de castas.

Preparação da pira para a cremação de um morto na Índia,
em 1988. O assistente de cremação herdou essa função de
seus antepassados e a passará para os filhos.

© Arne Hodalic/Corbis/Latin Stock

Na Índia, os integrantes das castas inferiores
adotam costumes, ritos e crenças dos brâmanes, o
que cria certa homogeneidade de costumes entre as
castas.

Entretanto, normas e costumes desse
sistema ainda sobrevivem.
Isso é comprovado pela adoção de cotas nas
universidades públicas, como medida de
inclusão de estudantes que pertencem a
castas consideradas inferiores.

Capítulo

O sistema de castas indiano está sendo
desintegrado de forma gradativa, sob o
impacto da urbanização, da industrialização
e da introdução de padrões ocidentais de
comportamento.

7

As sociedades organizadas por estamentos

Um estamento é identificado por um conjunto de
direitos e deveres, privilégios e obrigações, aceitos
como naturais e publicamente reconhecidos.
Numa sociedade estamental, a condição dos
indivíduos e dos grupos em relação ao poder e
à participação na riqueza não é somente uma
questão de fato, mas também de direito.

Capítulo

Estrutura e estratificação social

7

Nas sociedades medievais, a possibilidade de
mobilidade de um estamento para outro existia,
mas era muito controlada. O que definia o
prestígio, a liberdade e o poder dos indivíduos
era a propriedade da terra: os que não a possuíam
eram dependentes econômica e politicamente,
além de socialmente inferiores.

Capítulo

Estrutura e estratificação social

7

O que explica a relação entre os estamentos é a
reciprocidade. Os servos tinham obrigações para
com os senhores, que, por sua vez, deviam
proteger os servos.
A desigualdade era vista como algo natural:
camponeses e servos sempre estiveram em
situação de inferioridade.

Capítulo

Estrutura e estratificação social

7

Na França, no final do século
XVIII, havia três estados: a
nobreza, o clero e o terceiro
estado, que incluía os
demais membros da
sociedade: comerciantes,
industriais, trabalhadores
em geral, etc.
Estratificação social na França: o camponês
carrega o clérigo e o nobre nas costas.
Representação de 1789.

Capítulo

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Estrutura e estratificação social

Capítulo

Estrutura e estratificação social

7

Pobreza: condição de nascença, desgraça, destino...

A pobreza é a expressão mais visível das desigualdades
sociais.
Como ela foi entendida no decorrer da história?

WMO

Na Idade Média, a pobreza era considerada
uma condição de nascença.
Havia uma visão positiva dessa condição, pois
esta despertava a compaixão e a caridade. Na
concepção da Igreja Católica, os ricos tinham
obrigação moral de ajudar os pobres.

Acreditava-se que a pobreza era uma desgraça
decorrente das guerras ou de adversidades como
doenças ou deformidades físicas.

Capítulo

Estrutura e estratificação social

7

Capítulo

Estrutura e estratificação social

A partir do século XVI, iniciou-se um nova ordem, na
qual o indivíduo se tornou o centro das atenções. O
Estado “herdou” a função, antes atribuída aos ricos,
de cuidar dos pobres.

Na Inglaterra, com o aumento da produção e do
comércio, a pobreza e a miséria passaram a ser
interpretadas como resultado da preguiça e da
indolência, já que havia muitas oportunidades de
emprego. Tais interpretações tinham por objetivo
fazer que o povo se submetesse às condições de
trabalho vigentes.

7

Capítulo

Estrutura e estratificação social

No final do século XVIII, com o fortalecimento do
liberalismo, outra justificativa para a pobreza foi
formulada  as pessoas eram responsáveis pelo
próprio destino e ninguém era obrigado a dar
trabalho ou assistência aos mais pobres. Dizia-se
que era necessário manter o medo à fome para que
os trabalhadores realizassem bem suas tarefas.

7

Capítulo

7
National Portrait Gallery, Londres, Inglaterra

Estrutura e estratificação social
Para o economista e
demógrafo britânico Thomas
Malthus, a população crescia
mais que os meios de
subsistência. Com base nas
ideias de Malthus, dizia-se que
a assistência social aos pobres
era repudiável, pois os
estimulava a ter mais filhos,
o que aumentava a miséria.
Thomas Malthus (1776-1834).

Em meados do século XIX, difundiu-se a ideia de
que os trabalhadores eram perigosos: poderiam não
só transmitir doenças, já que viviam em condições
precárias de higiene, mas também se rebelar,
organizar-se e fazer revoluções, questionando os
privilégios das classes que detinham riqueza e
poder.

Capítulo

Estrutura e estratificação social

7

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Slide 11

A estrutura social e as desigualdades
Podemos observar sinais de desigualdades sociais em
todos os lugares. Eles aparecem, de imediato, em
elementos materiais, como moradia e roupas, e
também se manifestam no acesso à educação e aos
bens culturais.
Por que as desigualdades existem? Como se
constituem? Como são explicadas?

A estrutura social se constitui por meio da relação entre
os fatores: econômicos, políticos, históricos, sociais,
religiosos e culturais que caracterizam uma
determinada sociedade.

Uma das características da
estrutura social é a estratificação,
ou seja, a maneira como os
indivíduos ou grupos são
classificados em camadas sociais.

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Capítulo

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Segundo Octávio Ianni, para
entender a estratificação
social é necessário investigar
as estruturas de apropriação
(econômica) e de dominação
(política) que se misturam a
outros elementos como a
religião, a etnia, o sexo, a
tradição e a cultura, que
interferem nos processos de
divisão social do trabalho e
de hierarquização.

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Capítulo

Estrutura e estratificação social

A estratificação e as
desigualdades sociais são
produzidas historicamente.
Isso significa que elas são
geradas por situações
diversas e se expressam na
organização das sociedades
em sistemas de castas, de
estamentos ou de classes.

7

O sistema de castas é uma configuração social
registrada em diferentes tempos e lugares (ex:
Grécia, China) mas é na Índia que está a
expressão mais acabada desse sistema, iniciado
há mais de 3 mil anos. Foi abolido legalmente
em 1950, mas sobrevive por tradição.

Capítulo

As sociedades organizadas em
castas

7

a dos brâmanes (sacerdotal e superior às demais);
a dos xátrias (intermediária, formada pelos
guerreiros, encarregados do governo e da
administração pública);
a dos vaixás (casta dos artesãos, comerciantes e
camponeses);
a dos sudras (casta dos inferiores, dos que
realizam trabalhos manuais considerados servis).

Capítulo

Na Índia, há quatro grandes castas:

7

Capítulo

7

Não há mobilidade
social num sistema
de castas.

Preparação da pira para a cremação de um morto na Índia,
em 1988. O assistente de cremação herdou essa função de
seus antepassados e a passará para os filhos.

© Arne Hodalic/Corbis/Latin Stock

Na Índia, os integrantes das castas inferiores
adotam costumes, ritos e crenças dos brâmanes, o
que cria certa homogeneidade de costumes entre as
castas.

Entretanto, normas e costumes desse
sistema ainda sobrevivem.
Isso é comprovado pela adoção de cotas nas
universidades públicas, como medida de
inclusão de estudantes que pertencem a
castas consideradas inferiores.

Capítulo

O sistema de castas indiano está sendo
desintegrado de forma gradativa, sob o
impacto da urbanização, da industrialização
e da introdução de padrões ocidentais de
comportamento.

7

As sociedades organizadas por estamentos

Um estamento é identificado por um conjunto de
direitos e deveres, privilégios e obrigações, aceitos
como naturais e publicamente reconhecidos.
Numa sociedade estamental, a condição dos
indivíduos e dos grupos em relação ao poder e
à participação na riqueza não é somente uma
questão de fato, mas também de direito.

Capítulo

Estrutura e estratificação social

7

Nas sociedades medievais, a possibilidade de
mobilidade de um estamento para outro existia,
mas era muito controlada. O que definia o
prestígio, a liberdade e o poder dos indivíduos
era a propriedade da terra: os que não a possuíam
eram dependentes econômica e politicamente,
além de socialmente inferiores.

Capítulo

Estrutura e estratificação social

7

O que explica a relação entre os estamentos é a
reciprocidade. Os servos tinham obrigações para
com os senhores, que, por sua vez, deviam
proteger os servos.
A desigualdade era vista como algo natural:
camponeses e servos sempre estiveram em
situação de inferioridade.

Capítulo

Estrutura e estratificação social

7

Na França, no final do século
XVIII, havia três estados: a
nobreza, o clero e o terceiro
estado, que incluía os
demais membros da
sociedade: comerciantes,
industriais, trabalhadores
em geral, etc.
Estratificação social na França: o camponês
carrega o clérigo e o nobre nas costas.
Representação de 1789.

Capítulo

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Estrutura e estratificação social

Capítulo

Estrutura e estratificação social

7

Pobreza: condição de nascença, desgraça, destino...

A pobreza é a expressão mais visível das desigualdades
sociais.
Como ela foi entendida no decorrer da história?

WMO

Na Idade Média, a pobreza era considerada
uma condição de nascença.
Havia uma visão positiva dessa condição, pois
esta despertava a compaixão e a caridade. Na
concepção da Igreja Católica, os ricos tinham
obrigação moral de ajudar os pobres.

Acreditava-se que a pobreza era uma desgraça
decorrente das guerras ou de adversidades como
doenças ou deformidades físicas.

Capítulo

Estrutura e estratificação social

7

Capítulo

Estrutura e estratificação social

A partir do século XVI, iniciou-se um nova ordem, na
qual o indivíduo se tornou o centro das atenções. O
Estado “herdou” a função, antes atribuída aos ricos,
de cuidar dos pobres.

Na Inglaterra, com o aumento da produção e do
comércio, a pobreza e a miséria passaram a ser
interpretadas como resultado da preguiça e da
indolência, já que havia muitas oportunidades de
emprego. Tais interpretações tinham por objetivo
fazer que o povo se submetesse às condições de
trabalho vigentes.

7

Capítulo

Estrutura e estratificação social

No final do século XVIII, com o fortalecimento do
liberalismo, outra justificativa para a pobreza foi
formulada  as pessoas eram responsáveis pelo
próprio destino e ninguém era obrigado a dar
trabalho ou assistência aos mais pobres. Dizia-se
que era necessário manter o medo à fome para que
os trabalhadores realizassem bem suas tarefas.

7

Capítulo

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Estrutura e estratificação social
Para o economista e
demógrafo britânico Thomas
Malthus, a população crescia
mais que os meios de
subsistência. Com base nas
ideias de Malthus, dizia-se que
a assistência social aos pobres
era repudiável, pois os
estimulava a ter mais filhos,
o que aumentava a miséria.
Thomas Malthus (1776-1834).

Em meados do século XIX, difundiu-se a ideia de
que os trabalhadores eram perigosos: poderiam não
só transmitir doenças, já que viviam em condições
precárias de higiene, mas também se rebelar,
organizar-se e fazer revoluções, questionando os
privilégios das classes que detinham riqueza e
poder.

Capítulo

Estrutura e estratificação social

7

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Slide 12

A estrutura social e as desigualdades
Podemos observar sinais de desigualdades sociais em
todos os lugares. Eles aparecem, de imediato, em
elementos materiais, como moradia e roupas, e
também se manifestam no acesso à educação e aos
bens culturais.
Por que as desigualdades existem? Como se
constituem? Como são explicadas?

A estrutura social se constitui por meio da relação entre
os fatores: econômicos, políticos, históricos, sociais,
religiosos e culturais que caracterizam uma
determinada sociedade.

Uma das características da
estrutura social é a estratificação,
ou seja, a maneira como os
indivíduos ou grupos são
classificados em camadas sociais.

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Segundo Octávio Ianni, para
entender a estratificação
social é necessário investigar
as estruturas de apropriação
(econômica) e de dominação
(política) que se misturam a
outros elementos como a
religião, a etnia, o sexo, a
tradição e a cultura, que
interferem nos processos de
divisão social do trabalho e
de hierarquização.

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Capítulo

Estrutura e estratificação social

A estratificação e as
desigualdades sociais são
produzidas historicamente.
Isso significa que elas são
geradas por situações
diversas e se expressam na
organização das sociedades
em sistemas de castas, de
estamentos ou de classes.

7

O sistema de castas é uma configuração social
registrada em diferentes tempos e lugares (ex:
Grécia, China) mas é na Índia que está a
expressão mais acabada desse sistema, iniciado
há mais de 3 mil anos. Foi abolido legalmente
em 1950, mas sobrevive por tradição.

Capítulo

As sociedades organizadas em
castas

7

a dos brâmanes (sacerdotal e superior às demais);
a dos xátrias (intermediária, formada pelos
guerreiros, encarregados do governo e da
administração pública);
a dos vaixás (casta dos artesãos, comerciantes e
camponeses);
a dos sudras (casta dos inferiores, dos que
realizam trabalhos manuais considerados servis).

Capítulo

Na Índia, há quatro grandes castas:

7

Capítulo

7

Não há mobilidade
social num sistema
de castas.

Preparação da pira para a cremação de um morto na Índia,
em 1988. O assistente de cremação herdou essa função de
seus antepassados e a passará para os filhos.

© Arne Hodalic/Corbis/Latin Stock

Na Índia, os integrantes das castas inferiores
adotam costumes, ritos e crenças dos brâmanes, o
que cria certa homogeneidade de costumes entre as
castas.

Entretanto, normas e costumes desse
sistema ainda sobrevivem.
Isso é comprovado pela adoção de cotas nas
universidades públicas, como medida de
inclusão de estudantes que pertencem a
castas consideradas inferiores.

Capítulo

O sistema de castas indiano está sendo
desintegrado de forma gradativa, sob o
impacto da urbanização, da industrialização
e da introdução de padrões ocidentais de
comportamento.

7

As sociedades organizadas por estamentos

Um estamento é identificado por um conjunto de
direitos e deveres, privilégios e obrigações, aceitos
como naturais e publicamente reconhecidos.
Numa sociedade estamental, a condição dos
indivíduos e dos grupos em relação ao poder e
à participação na riqueza não é somente uma
questão de fato, mas também de direito.

Capítulo

Estrutura e estratificação social

7

Nas sociedades medievais, a possibilidade de
mobilidade de um estamento para outro existia,
mas era muito controlada. O que definia o
prestígio, a liberdade e o poder dos indivíduos
era a propriedade da terra: os que não a possuíam
eram dependentes econômica e politicamente,
além de socialmente inferiores.

Capítulo

Estrutura e estratificação social

7

O que explica a relação entre os estamentos é a
reciprocidade. Os servos tinham obrigações para
com os senhores, que, por sua vez, deviam
proteger os servos.
A desigualdade era vista como algo natural:
camponeses e servos sempre estiveram em
situação de inferioridade.

Capítulo

Estrutura e estratificação social

7

Na França, no final do século
XVIII, havia três estados: a
nobreza, o clero e o terceiro
estado, que incluía os
demais membros da
sociedade: comerciantes,
industriais, trabalhadores
em geral, etc.
Estratificação social na França: o camponês
carrega o clérigo e o nobre nas costas.
Representação de 1789.

Capítulo

7
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Estrutura e estratificação social

Capítulo

Estrutura e estratificação social

7

Pobreza: condição de nascença, desgraça, destino...

A pobreza é a expressão mais visível das desigualdades
sociais.
Como ela foi entendida no decorrer da história?

WMO

Na Idade Média, a pobreza era considerada
uma condição de nascença.
Havia uma visão positiva dessa condição, pois
esta despertava a compaixão e a caridade. Na
concepção da Igreja Católica, os ricos tinham
obrigação moral de ajudar os pobres.

Acreditava-se que a pobreza era uma desgraça
decorrente das guerras ou de adversidades como
doenças ou deformidades físicas.

Capítulo

Estrutura e estratificação social

7

Capítulo

Estrutura e estratificação social

A partir do século XVI, iniciou-se um nova ordem, na
qual o indivíduo se tornou o centro das atenções. O
Estado “herdou” a função, antes atribuída aos ricos,
de cuidar dos pobres.

Na Inglaterra, com o aumento da produção e do
comércio, a pobreza e a miséria passaram a ser
interpretadas como resultado da preguiça e da
indolência, já que havia muitas oportunidades de
emprego. Tais interpretações tinham por objetivo
fazer que o povo se submetesse às condições de
trabalho vigentes.

7

Capítulo

Estrutura e estratificação social

No final do século XVIII, com o fortalecimento do
liberalismo, outra justificativa para a pobreza foi
formulada  as pessoas eram responsáveis pelo
próprio destino e ninguém era obrigado a dar
trabalho ou assistência aos mais pobres. Dizia-se
que era necessário manter o medo à fome para que
os trabalhadores realizassem bem suas tarefas.

7

Capítulo

7
National Portrait Gallery, Londres, Inglaterra

Estrutura e estratificação social
Para o economista e
demógrafo britânico Thomas
Malthus, a população crescia
mais que os meios de
subsistência. Com base nas
ideias de Malthus, dizia-se que
a assistência social aos pobres
era repudiável, pois os
estimulava a ter mais filhos,
o que aumentava a miséria.
Thomas Malthus (1776-1834).

Em meados do século XIX, difundiu-se a ideia de
que os trabalhadores eram perigosos: poderiam não
só transmitir doenças, já que viviam em condições
precárias de higiene, mas também se rebelar,
organizar-se e fazer revoluções, questionando os
privilégios das classes que detinham riqueza e
poder.

Capítulo

Estrutura e estratificação social

7

Estamentos - Sociedade Feudal


Slide 13

A estrutura social e as desigualdades
Podemos observar sinais de desigualdades sociais em
todos os lugares. Eles aparecem, de imediato, em
elementos materiais, como moradia e roupas, e
também se manifestam no acesso à educação e aos
bens culturais.
Por que as desigualdades existem? Como se
constituem? Como são explicadas?

A estrutura social se constitui por meio da relação entre
os fatores: econômicos, políticos, históricos, sociais,
religiosos e culturais que caracterizam uma
determinada sociedade.

Uma das características da
estrutura social é a estratificação,
ou seja, a maneira como os
indivíduos ou grupos são
classificados em camadas sociais.

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Capítulo

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Segundo Octávio Ianni, para
entender a estratificação
social é necessário investigar
as estruturas de apropriação
(econômica) e de dominação
(política) que se misturam a
outros elementos como a
religião, a etnia, o sexo, a
tradição e a cultura, que
interferem nos processos de
divisão social do trabalho e
de hierarquização.

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Capítulo

Estrutura e estratificação social

A estratificação e as
desigualdades sociais são
produzidas historicamente.
Isso significa que elas são
geradas por situações
diversas e se expressam na
organização das sociedades
em sistemas de castas, de
estamentos ou de classes.

7

O sistema de castas é uma configuração social
registrada em diferentes tempos e lugares (ex:
Grécia, China) mas é na Índia que está a
expressão mais acabada desse sistema, iniciado
há mais de 3 mil anos. Foi abolido legalmente
em 1950, mas sobrevive por tradição.

Capítulo

As sociedades organizadas em
castas

7

a dos brâmanes (sacerdotal e superior às demais);
a dos xátrias (intermediária, formada pelos
guerreiros, encarregados do governo e da
administração pública);
a dos vaixás (casta dos artesãos, comerciantes e
camponeses);
a dos sudras (casta dos inferiores, dos que
realizam trabalhos manuais considerados servis).

Capítulo

Na Índia, há quatro grandes castas:

7

Capítulo

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Não há mobilidade
social num sistema
de castas.

Preparação da pira para a cremação de um morto na Índia,
em 1988. O assistente de cremação herdou essa função de
seus antepassados e a passará para os filhos.

© Arne Hodalic/Corbis/Latin Stock

Na Índia, os integrantes das castas inferiores
adotam costumes, ritos e crenças dos brâmanes, o
que cria certa homogeneidade de costumes entre as
castas.

Entretanto, normas e costumes desse
sistema ainda sobrevivem.
Isso é comprovado pela adoção de cotas nas
universidades públicas, como medida de
inclusão de estudantes que pertencem a
castas consideradas inferiores.

Capítulo

O sistema de castas indiano está sendo
desintegrado de forma gradativa, sob o
impacto da urbanização, da industrialização
e da introdução de padrões ocidentais de
comportamento.

7

As sociedades organizadas por estamentos

Um estamento é identificado por um conjunto de
direitos e deveres, privilégios e obrigações, aceitos
como naturais e publicamente reconhecidos.
Numa sociedade estamental, a condição dos
indivíduos e dos grupos em relação ao poder e
à participação na riqueza não é somente uma
questão de fato, mas também de direito.

Capítulo

Estrutura e estratificação social

7

Nas sociedades medievais, a possibilidade de
mobilidade de um estamento para outro existia,
mas era muito controlada. O que definia o
prestígio, a liberdade e o poder dos indivíduos
era a propriedade da terra: os que não a possuíam
eram dependentes econômica e politicamente,
além de socialmente inferiores.

Capítulo

Estrutura e estratificação social

7

O que explica a relação entre os estamentos é a
reciprocidade. Os servos tinham obrigações para
com os senhores, que, por sua vez, deviam
proteger os servos.
A desigualdade era vista como algo natural:
camponeses e servos sempre estiveram em
situação de inferioridade.

Capítulo

Estrutura e estratificação social

7

Na França, no final do século
XVIII, havia três estados: a
nobreza, o clero e o terceiro
estado, que incluía os
demais membros da
sociedade: comerciantes,
industriais, trabalhadores
em geral, etc.
Estratificação social na França: o camponês
carrega o clérigo e o nobre nas costas.
Representação de 1789.

Capítulo

7
The Bridgeman Art Library/Keystone/Other Images

Estrutura e estratificação social

Capítulo

Estrutura e estratificação social

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Pobreza: condição de nascença, desgraça, destino...

A pobreza é a expressão mais visível das desigualdades
sociais.
Como ela foi entendida no decorrer da história?

WMO

Na Idade Média, a pobreza era considerada
uma condição de nascença.
Havia uma visão positiva dessa condição, pois
esta despertava a compaixão e a caridade. Na
concepção da Igreja Católica, os ricos tinham
obrigação moral de ajudar os pobres.

Acreditava-se que a pobreza era uma desgraça
decorrente das guerras ou de adversidades como
doenças ou deformidades físicas.

Capítulo

Estrutura e estratificação social

7

Capítulo

Estrutura e estratificação social

A partir do século XVI, iniciou-se um nova ordem, na
qual o indivíduo se tornou o centro das atenções. O
Estado “herdou” a função, antes atribuída aos ricos,
de cuidar dos pobres.

Na Inglaterra, com o aumento da produção e do
comércio, a pobreza e a miséria passaram a ser
interpretadas como resultado da preguiça e da
indolência, já que havia muitas oportunidades de
emprego. Tais interpretações tinham por objetivo
fazer que o povo se submetesse às condições de
trabalho vigentes.

7

Capítulo

Estrutura e estratificação social

No final do século XVIII, com o fortalecimento do
liberalismo, outra justificativa para a pobreza foi
formulada  as pessoas eram responsáveis pelo
próprio destino e ninguém era obrigado a dar
trabalho ou assistência aos mais pobres. Dizia-se
que era necessário manter o medo à fome para que
os trabalhadores realizassem bem suas tarefas.

7

Capítulo

7
National Portrait Gallery, Londres, Inglaterra

Estrutura e estratificação social
Para o economista e
demógrafo britânico Thomas
Malthus, a população crescia
mais que os meios de
subsistência. Com base nas
ideias de Malthus, dizia-se que
a assistência social aos pobres
era repudiável, pois os
estimulava a ter mais filhos,
o que aumentava a miséria.
Thomas Malthus (1776-1834).

Em meados do século XIX, difundiu-se a ideia de
que os trabalhadores eram perigosos: poderiam não
só transmitir doenças, já que viviam em condições
precárias de higiene, mas também se rebelar,
organizar-se e fazer revoluções, questionando os
privilégios das classes que detinham riqueza e
poder.

Capítulo

Estrutura e estratificação social

7

Estamentos - Sociedade Feudal


Slide 14

A estrutura social e as desigualdades
Podemos observar sinais de desigualdades sociais em
todos os lugares. Eles aparecem, de imediato, em
elementos materiais, como moradia e roupas, e
também se manifestam no acesso à educação e aos
bens culturais.
Por que as desigualdades existem? Como se
constituem? Como são explicadas?

A estrutura social se constitui por meio da relação entre
os fatores: econômicos, políticos, históricos, sociais,
religiosos e culturais que caracterizam uma
determinada sociedade.

Uma das características da
estrutura social é a estratificação,
ou seja, a maneira como os
indivíduos ou grupos são
classificados em camadas sociais.

Thinkstock/Getty Images

Capítulo

7
Thinkstock/Getty Images

Segundo Octávio Ianni, para
entender a estratificação
social é necessário investigar
as estruturas de apropriação
(econômica) e de dominação
(política) que se misturam a
outros elementos como a
religião, a etnia, o sexo, a
tradição e a cultura, que
interferem nos processos de
divisão social do trabalho e
de hierarquização.

Thinkstock/Getty Images

Capítulo

Estrutura e estratificação social

A estratificação e as
desigualdades sociais são
produzidas historicamente.
Isso significa que elas são
geradas por situações
diversas e se expressam na
organização das sociedades
em sistemas de castas, de
estamentos ou de classes.

7

O sistema de castas é uma configuração social
registrada em diferentes tempos e lugares (ex:
Grécia, China) mas é na Índia que está a
expressão mais acabada desse sistema, iniciado
há mais de 3 mil anos. Foi abolido legalmente
em 1950, mas sobrevive por tradição.

Capítulo

As sociedades organizadas em
castas

7

a dos brâmanes (sacerdotal e superior às demais);
a dos xátrias (intermediária, formada pelos
guerreiros, encarregados do governo e da
administração pública);
a dos vaixás (casta dos artesãos, comerciantes e
camponeses);
a dos sudras (casta dos inferiores, dos que
realizam trabalhos manuais considerados servis).

Capítulo

Na Índia, há quatro grandes castas:

7

Capítulo

7

Não há mobilidade
social num sistema
de castas.

Preparação da pira para a cremação de um morto na Índia,
em 1988. O assistente de cremação herdou essa função de
seus antepassados e a passará para os filhos.

© Arne Hodalic/Corbis/Latin Stock

Na Índia, os integrantes das castas inferiores
adotam costumes, ritos e crenças dos brâmanes, o
que cria certa homogeneidade de costumes entre as
castas.

Entretanto, normas e costumes desse
sistema ainda sobrevivem.
Isso é comprovado pela adoção de cotas nas
universidades públicas, como medida de
inclusão de estudantes que pertencem a
castas consideradas inferiores.

Capítulo

O sistema de castas indiano está sendo
desintegrado de forma gradativa, sob o
impacto da urbanização, da industrialização
e da introdução de padrões ocidentais de
comportamento.

7

As sociedades organizadas por estamentos

Um estamento é identificado por um conjunto de
direitos e deveres, privilégios e obrigações, aceitos
como naturais e publicamente reconhecidos.
Numa sociedade estamental, a condição dos
indivíduos e dos grupos em relação ao poder e
à participação na riqueza não é somente uma
questão de fato, mas também de direito.

Capítulo

Estrutura e estratificação social

7

Nas sociedades medievais, a possibilidade de
mobilidade de um estamento para outro existia,
mas era muito controlada. O que definia o
prestígio, a liberdade e o poder dos indivíduos
era a propriedade da terra: os que não a possuíam
eram dependentes econômica e politicamente,
além de socialmente inferiores.

Capítulo

Estrutura e estratificação social

7

O que explica a relação entre os estamentos é a
reciprocidade. Os servos tinham obrigações para
com os senhores, que, por sua vez, deviam
proteger os servos.
A desigualdade era vista como algo natural:
camponeses e servos sempre estiveram em
situação de inferioridade.

Capítulo

Estrutura e estratificação social

7

Na França, no final do século
XVIII, havia três estados: a
nobreza, o clero e o terceiro
estado, que incluía os
demais membros da
sociedade: comerciantes,
industriais, trabalhadores
em geral, etc.
Estratificação social na França: o camponês
carrega o clérigo e o nobre nas costas.
Representação de 1789.

Capítulo

7
The Bridgeman Art Library/Keystone/Other Images

Estrutura e estratificação social

Capítulo

Estrutura e estratificação social

7

Pobreza: condição de nascença, desgraça, destino...

A pobreza é a expressão mais visível das desigualdades
sociais.
Como ela foi entendida no decorrer da história?

WMO

Na Idade Média, a pobreza era considerada
uma condição de nascença.
Havia uma visão positiva dessa condição, pois
esta despertava a compaixão e a caridade. Na
concepção da Igreja Católica, os ricos tinham
obrigação moral de ajudar os pobres.

Acreditava-se que a pobreza era uma desgraça
decorrente das guerras ou de adversidades como
doenças ou deformidades físicas.

Capítulo

Estrutura e estratificação social

7

Capítulo

Estrutura e estratificação social

A partir do século XVI, iniciou-se um nova ordem, na
qual o indivíduo se tornou o centro das atenções. O
Estado “herdou” a função, antes atribuída aos ricos,
de cuidar dos pobres.

Na Inglaterra, com o aumento da produção e do
comércio, a pobreza e a miséria passaram a ser
interpretadas como resultado da preguiça e da
indolência, já que havia muitas oportunidades de
emprego. Tais interpretações tinham por objetivo
fazer que o povo se submetesse às condições de
trabalho vigentes.

7

Capítulo

Estrutura e estratificação social

No final do século XVIII, com o fortalecimento do
liberalismo, outra justificativa para a pobreza foi
formulada  as pessoas eram responsáveis pelo
próprio destino e ninguém era obrigado a dar
trabalho ou assistência aos mais pobres. Dizia-se
que era necessário manter o medo à fome para que
os trabalhadores realizassem bem suas tarefas.

7

Capítulo

7
National Portrait Gallery, Londres, Inglaterra

Estrutura e estratificação social
Para o economista e
demógrafo britânico Thomas
Malthus, a população crescia
mais que os meios de
subsistência. Com base nas
ideias de Malthus, dizia-se que
a assistência social aos pobres
era repudiável, pois os
estimulava a ter mais filhos,
o que aumentava a miséria.
Thomas Malthus (1776-1834).

Em meados do século XIX, difundiu-se a ideia de
que os trabalhadores eram perigosos: poderiam não
só transmitir doenças, já que viviam em condições
precárias de higiene, mas também se rebelar,
organizar-se e fazer revoluções, questionando os
privilégios das classes que detinham riqueza e
poder.

Capítulo

Estrutura e estratificação social

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Estamentos - Sociedade Feudal


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A estrutura social e as desigualdades
Podemos observar sinais de desigualdades sociais em
todos os lugares. Eles aparecem, de imediato, em
elementos materiais, como moradia e roupas, e
também se manifestam no acesso à educação e aos
bens culturais.
Por que as desigualdades existem? Como se
constituem? Como são explicadas?

A estrutura social se constitui por meio da relação entre
os fatores: econômicos, políticos, históricos, sociais,
religiosos e culturais que caracterizam uma
determinada sociedade.

Uma das características da
estrutura social é a estratificação,
ou seja, a maneira como os
indivíduos ou grupos são
classificados em camadas sociais.

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Capítulo

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Segundo Octávio Ianni, para
entender a estratificação
social é necessário investigar
as estruturas de apropriação
(econômica) e de dominação
(política) que se misturam a
outros elementos como a
religião, a etnia, o sexo, a
tradição e a cultura, que
interferem nos processos de
divisão social do trabalho e
de hierarquização.

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Capítulo

Estrutura e estratificação social

A estratificação e as
desigualdades sociais são
produzidas historicamente.
Isso significa que elas são
geradas por situações
diversas e se expressam na
organização das sociedades
em sistemas de castas, de
estamentos ou de classes.

7

O sistema de castas é uma configuração social
registrada em diferentes tempos e lugares (ex:
Grécia, China) mas é na Índia que está a
expressão mais acabada desse sistema, iniciado
há mais de 3 mil anos. Foi abolido legalmente
em 1950, mas sobrevive por tradição.

Capítulo

As sociedades organizadas em
castas

7

a dos brâmanes (sacerdotal e superior às demais);
a dos xátrias (intermediária, formada pelos
guerreiros, encarregados do governo e da
administração pública);
a dos vaixás (casta dos artesãos, comerciantes e
camponeses);
a dos sudras (casta dos inferiores, dos que
realizam trabalhos manuais considerados servis).

Capítulo

Na Índia, há quatro grandes castas:

7

Capítulo

7

Não há mobilidade
social num sistema
de castas.

Preparação da pira para a cremação de um morto na Índia,
em 1988. O assistente de cremação herdou essa função de
seus antepassados e a passará para os filhos.

© Arne Hodalic/Corbis/Latin Stock

Na Índia, os integrantes das castas inferiores
adotam costumes, ritos e crenças dos brâmanes, o
que cria certa homogeneidade de costumes entre as
castas.

Entretanto, normas e costumes desse
sistema ainda sobrevivem.
Isso é comprovado pela adoção de cotas nas
universidades públicas, como medida de
inclusão de estudantes que pertencem a
castas consideradas inferiores.

Capítulo

O sistema de castas indiano está sendo
desintegrado de forma gradativa, sob o
impacto da urbanização, da industrialização
e da introdução de padrões ocidentais de
comportamento.

7

As sociedades organizadas por estamentos

Um estamento é identificado por um conjunto de
direitos e deveres, privilégios e obrigações, aceitos
como naturais e publicamente reconhecidos.
Numa sociedade estamental, a condição dos
indivíduos e dos grupos em relação ao poder e
à participação na riqueza não é somente uma
questão de fato, mas também de direito.

Capítulo

Estrutura e estratificação social

7

Nas sociedades medievais, a possibilidade de
mobilidade de um estamento para outro existia,
mas era muito controlada. O que definia o
prestígio, a liberdade e o poder dos indivíduos
era a propriedade da terra: os que não a possuíam
eram dependentes econômica e politicamente,
além de socialmente inferiores.

Capítulo

Estrutura e estratificação social

7

O que explica a relação entre os estamentos é a
reciprocidade. Os servos tinham obrigações para
com os senhores, que, por sua vez, deviam
proteger os servos.
A desigualdade era vista como algo natural:
camponeses e servos sempre estiveram em
situação de inferioridade.

Capítulo

Estrutura e estratificação social

7

Na França, no final do século
XVIII, havia três estados: a
nobreza, o clero e o terceiro
estado, que incluía os
demais membros da
sociedade: comerciantes,
industriais, trabalhadores
em geral, etc.
Estratificação social na França: o camponês
carrega o clérigo e o nobre nas costas.
Representação de 1789.

Capítulo

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Estrutura e estratificação social

Capítulo

Estrutura e estratificação social

7

Pobreza: condição de nascença, desgraça, destino...

A pobreza é a expressão mais visível das desigualdades
sociais.
Como ela foi entendida no decorrer da história?

WMO

Na Idade Média, a pobreza era considerada
uma condição de nascença.
Havia uma visão positiva dessa condição, pois
esta despertava a compaixão e a caridade. Na
concepção da Igreja Católica, os ricos tinham
obrigação moral de ajudar os pobres.

Acreditava-se que a pobreza era uma desgraça
decorrente das guerras ou de adversidades como
doenças ou deformidades físicas.

Capítulo

Estrutura e estratificação social

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Capítulo

Estrutura e estratificação social

A partir do século XVI, iniciou-se um nova ordem, na
qual o indivíduo se tornou o centro das atenções. O
Estado “herdou” a função, antes atribuída aos ricos,
de cuidar dos pobres.

Na Inglaterra, com o aumento da produção e do
comércio, a pobreza e a miséria passaram a ser
interpretadas como resultado da preguiça e da
indolência, já que havia muitas oportunidades de
emprego. Tais interpretações tinham por objetivo
fazer que o povo se submetesse às condições de
trabalho vigentes.

7

Capítulo

Estrutura e estratificação social

No final do século XVIII, com o fortalecimento do
liberalismo, outra justificativa para a pobreza foi
formulada  as pessoas eram responsáveis pelo
próprio destino e ninguém era obrigado a dar
trabalho ou assistência aos mais pobres. Dizia-se
que era necessário manter o medo à fome para que
os trabalhadores realizassem bem suas tarefas.

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Capítulo

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National Portrait Gallery, Londres, Inglaterra

Estrutura e estratificação social
Para o economista e
demógrafo britânico Thomas
Malthus, a população crescia
mais que os meios de
subsistência. Com base nas
ideias de Malthus, dizia-se que
a assistência social aos pobres
era repudiável, pois os
estimulava a ter mais filhos,
o que aumentava a miséria.
Thomas Malthus (1776-1834).

Em meados do século XIX, difundiu-se a ideia de
que os trabalhadores eram perigosos: poderiam não
só transmitir doenças, já que viviam em condições
precárias de higiene, mas também se rebelar,
organizar-se e fazer revoluções, questionando os
privilégios das classes que detinham riqueza e
poder.

Capítulo

Estrutura e estratificação social

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A estrutura social e as desigualdades
Podemos observar sinais de desigualdades sociais em
todos os lugares. Eles aparecem, de imediato, em
elementos materiais, como moradia e roupas, e
também se manifestam no acesso à educação e aos
bens culturais.
Por que as desigualdades existem? Como se
constituem? Como são explicadas?

A estrutura social se constitui por meio da relação entre
os fatores: econômicos, políticos, históricos, sociais,
religiosos e culturais que caracterizam uma
determinada sociedade.

Uma das características da
estrutura social é a estratificação,
ou seja, a maneira como os
indivíduos ou grupos são
classificados em camadas sociais.

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Segundo Octávio Ianni, para
entender a estratificação
social é necessário investigar
as estruturas de apropriação
(econômica) e de dominação
(política) que se misturam a
outros elementos como a
religião, a etnia, o sexo, a
tradição e a cultura, que
interferem nos processos de
divisão social do trabalho e
de hierarquização.

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Capítulo

Estrutura e estratificação social

A estratificação e as
desigualdades sociais são
produzidas historicamente.
Isso significa que elas são
geradas por situações
diversas e se expressam na
organização das sociedades
em sistemas de castas, de
estamentos ou de classes.

7

O sistema de castas é uma configuração social
registrada em diferentes tempos e lugares (ex:
Grécia, China) mas é na Índia que está a
expressão mais acabada desse sistema, iniciado
há mais de 3 mil anos. Foi abolido legalmente
em 1950, mas sobrevive por tradição.

Capítulo

As sociedades organizadas em
castas

7

a dos brâmanes (sacerdotal e superior às demais);
a dos xátrias (intermediária, formada pelos
guerreiros, encarregados do governo e da
administração pública);
a dos vaixás (casta dos artesãos, comerciantes e
camponeses);
a dos sudras (casta dos inferiores, dos que
realizam trabalhos manuais considerados servis).

Capítulo

Na Índia, há quatro grandes castas:

7

Capítulo

7

Não há mobilidade
social num sistema
de castas.

Preparação da pira para a cremação de um morto na Índia,
em 1988. O assistente de cremação herdou essa função de
seus antepassados e a passará para os filhos.

© Arne Hodalic/Corbis/Latin Stock

Na Índia, os integrantes das castas inferiores
adotam costumes, ritos e crenças dos brâmanes, o
que cria certa homogeneidade de costumes entre as
castas.

Entretanto, normas e costumes desse
sistema ainda sobrevivem.
Isso é comprovado pela adoção de cotas nas
universidades públicas, como medida de
inclusão de estudantes que pertencem a
castas consideradas inferiores.

Capítulo

O sistema de castas indiano está sendo
desintegrado de forma gradativa, sob o
impacto da urbanização, da industrialização
e da introdução de padrões ocidentais de
comportamento.

7

As sociedades organizadas por estamentos

Um estamento é identificado por um conjunto de
direitos e deveres, privilégios e obrigações, aceitos
como naturais e publicamente reconhecidos.
Numa sociedade estamental, a condição dos
indivíduos e dos grupos em relação ao poder e
à participação na riqueza não é somente uma
questão de fato, mas também de direito.

Capítulo

Estrutura e estratificação social

7

Nas sociedades medievais, a possibilidade de
mobilidade de um estamento para outro existia,
mas era muito controlada. O que definia o
prestígio, a liberdade e o poder dos indivíduos
era a propriedade da terra: os que não a possuíam
eram dependentes econômica e politicamente,
além de socialmente inferiores.

Capítulo

Estrutura e estratificação social

7

O que explica a relação entre os estamentos é a
reciprocidade. Os servos tinham obrigações para
com os senhores, que, por sua vez, deviam
proteger os servos.
A desigualdade era vista como algo natural:
camponeses e servos sempre estiveram em
situação de inferioridade.

Capítulo

Estrutura e estratificação social

7

Na França, no final do século
XVIII, havia três estados: a
nobreza, o clero e o terceiro
estado, que incluía os
demais membros da
sociedade: comerciantes,
industriais, trabalhadores
em geral, etc.
Estratificação social na França: o camponês
carrega o clérigo e o nobre nas costas.
Representação de 1789.

Capítulo

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Estrutura e estratificação social

Capítulo

Estrutura e estratificação social

7

Pobreza: condição de nascença, desgraça, destino...

A pobreza é a expressão mais visível das desigualdades
sociais.
Como ela foi entendida no decorrer da história?

WMO

Na Idade Média, a pobreza era considerada
uma condição de nascença.
Havia uma visão positiva dessa condição, pois
esta despertava a compaixão e a caridade. Na
concepção da Igreja Católica, os ricos tinham
obrigação moral de ajudar os pobres.

Acreditava-se que a pobreza era uma desgraça
decorrente das guerras ou de adversidades como
doenças ou deformidades físicas.

Capítulo

Estrutura e estratificação social

7

Capítulo

Estrutura e estratificação social

A partir do século XVI, iniciou-se um nova ordem, na
qual o indivíduo se tornou o centro das atenções. O
Estado “herdou” a função, antes atribuída aos ricos,
de cuidar dos pobres.

Na Inglaterra, com o aumento da produção e do
comércio, a pobreza e a miséria passaram a ser
interpretadas como resultado da preguiça e da
indolência, já que havia muitas oportunidades de
emprego. Tais interpretações tinham por objetivo
fazer que o povo se submetesse às condições de
trabalho vigentes.

7

Capítulo

Estrutura e estratificação social

No final do século XVIII, com o fortalecimento do
liberalismo, outra justificativa para a pobreza foi
formulada  as pessoas eram responsáveis pelo
próprio destino e ninguém era obrigado a dar
trabalho ou assistência aos mais pobres. Dizia-se
que era necessário manter o medo à fome para que
os trabalhadores realizassem bem suas tarefas.

7

Capítulo

7
National Portrait Gallery, Londres, Inglaterra

Estrutura e estratificação social
Para o economista e
demógrafo britânico Thomas
Malthus, a população crescia
mais que os meios de
subsistência. Com base nas
ideias de Malthus, dizia-se que
a assistência social aos pobres
era repudiável, pois os
estimulava a ter mais filhos,
o que aumentava a miséria.
Thomas Malthus (1776-1834).

Em meados do século XIX, difundiu-se a ideia de
que os trabalhadores eram perigosos: poderiam não
só transmitir doenças, já que viviam em condições
precárias de higiene, mas também se rebelar,
organizar-se e fazer revoluções, questionando os
privilégios das classes que detinham riqueza e
poder.

Capítulo

Estrutura e estratificação social

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Estamentos - Sociedade Feudal


Slide 17

A estrutura social e as desigualdades
Podemos observar sinais de desigualdades sociais em
todos os lugares. Eles aparecem, de imediato, em
elementos materiais, como moradia e roupas, e
também se manifestam no acesso à educação e aos
bens culturais.
Por que as desigualdades existem? Como se
constituem? Como são explicadas?

A estrutura social se constitui por meio da relação entre
os fatores: econômicos, políticos, históricos, sociais,
religiosos e culturais que caracterizam uma
determinada sociedade.

Uma das características da
estrutura social é a estratificação,
ou seja, a maneira como os
indivíduos ou grupos são
classificados em camadas sociais.

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Capítulo

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Segundo Octávio Ianni, para
entender a estratificação
social é necessário investigar
as estruturas de apropriação
(econômica) e de dominação
(política) que se misturam a
outros elementos como a
religião, a etnia, o sexo, a
tradição e a cultura, que
interferem nos processos de
divisão social do trabalho e
de hierarquização.

Thinkstock/Getty Images

Capítulo

Estrutura e estratificação social

A estratificação e as
desigualdades sociais são
produzidas historicamente.
Isso significa que elas são
geradas por situações
diversas e se expressam na
organização das sociedades
em sistemas de castas, de
estamentos ou de classes.

7

O sistema de castas é uma configuração social
registrada em diferentes tempos e lugares (ex:
Grécia, China) mas é na Índia que está a
expressão mais acabada desse sistema, iniciado
há mais de 3 mil anos. Foi abolido legalmente
em 1950, mas sobrevive por tradição.

Capítulo

As sociedades organizadas em
castas

7

a dos brâmanes (sacerdotal e superior às demais);
a dos xátrias (intermediária, formada pelos
guerreiros, encarregados do governo e da
administração pública);
a dos vaixás (casta dos artesãos, comerciantes e
camponeses);
a dos sudras (casta dos inferiores, dos que
realizam trabalhos manuais considerados servis).

Capítulo

Na Índia, há quatro grandes castas:

7

Capítulo

7

Não há mobilidade
social num sistema
de castas.

Preparação da pira para a cremação de um morto na Índia,
em 1988. O assistente de cremação herdou essa função de
seus antepassados e a passará para os filhos.

© Arne Hodalic/Corbis/Latin Stock

Na Índia, os integrantes das castas inferiores
adotam costumes, ritos e crenças dos brâmanes, o
que cria certa homogeneidade de costumes entre as
castas.

Entretanto, normas e costumes desse
sistema ainda sobrevivem.
Isso é comprovado pela adoção de cotas nas
universidades públicas, como medida de
inclusão de estudantes que pertencem a
castas consideradas inferiores.

Capítulo

O sistema de castas indiano está sendo
desintegrado de forma gradativa, sob o
impacto da urbanização, da industrialização
e da introdução de padrões ocidentais de
comportamento.

7

As sociedades organizadas por estamentos

Um estamento é identificado por um conjunto de
direitos e deveres, privilégios e obrigações, aceitos
como naturais e publicamente reconhecidos.
Numa sociedade estamental, a condição dos
indivíduos e dos grupos em relação ao poder e
à participação na riqueza não é somente uma
questão de fato, mas também de direito.

Capítulo

Estrutura e estratificação social

7

Nas sociedades medievais, a possibilidade de
mobilidade de um estamento para outro existia,
mas era muito controlada. O que definia o
prestígio, a liberdade e o poder dos indivíduos
era a propriedade da terra: os que não a possuíam
eram dependentes econômica e politicamente,
além de socialmente inferiores.

Capítulo

Estrutura e estratificação social

7

O que explica a relação entre os estamentos é a
reciprocidade. Os servos tinham obrigações para
com os senhores, que, por sua vez, deviam
proteger os servos.
A desigualdade era vista como algo natural:
camponeses e servos sempre estiveram em
situação de inferioridade.

Capítulo

Estrutura e estratificação social

7

Na França, no final do século
XVIII, havia três estados: a
nobreza, o clero e o terceiro
estado, que incluía os
demais membros da
sociedade: comerciantes,
industriais, trabalhadores
em geral, etc.
Estratificação social na França: o camponês
carrega o clérigo e o nobre nas costas.
Representação de 1789.

Capítulo

7
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Estrutura e estratificação social

Capítulo

Estrutura e estratificação social

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Pobreza: condição de nascença, desgraça, destino...

A pobreza é a expressão mais visível das desigualdades
sociais.
Como ela foi entendida no decorrer da história?

WMO

Na Idade Média, a pobreza era considerada
uma condição de nascença.
Havia uma visão positiva dessa condição, pois
esta despertava a compaixão e a caridade. Na
concepção da Igreja Católica, os ricos tinham
obrigação moral de ajudar os pobres.

Acreditava-se que a pobreza era uma desgraça
decorrente das guerras ou de adversidades como
doenças ou deformidades físicas.

Capítulo

Estrutura e estratificação social

7

Capítulo

Estrutura e estratificação social

A partir do século XVI, iniciou-se um nova ordem, na
qual o indivíduo se tornou o centro das atenções. O
Estado “herdou” a função, antes atribuída aos ricos,
de cuidar dos pobres.

Na Inglaterra, com o aumento da produção e do
comércio, a pobreza e a miséria passaram a ser
interpretadas como resultado da preguiça e da
indolência, já que havia muitas oportunidades de
emprego. Tais interpretações tinham por objetivo
fazer que o povo se submetesse às condições de
trabalho vigentes.

7

Capítulo

Estrutura e estratificação social

No final do século XVIII, com o fortalecimento do
liberalismo, outra justificativa para a pobreza foi
formulada  as pessoas eram responsáveis pelo
próprio destino e ninguém era obrigado a dar
trabalho ou assistência aos mais pobres. Dizia-se
que era necessário manter o medo à fome para que
os trabalhadores realizassem bem suas tarefas.

7

Capítulo

7
National Portrait Gallery, Londres, Inglaterra

Estrutura e estratificação social
Para o economista e
demógrafo britânico Thomas
Malthus, a população crescia
mais que os meios de
subsistência. Com base nas
ideias de Malthus, dizia-se que
a assistência social aos pobres
era repudiável, pois os
estimulava a ter mais filhos,
o que aumentava a miséria.
Thomas Malthus (1776-1834).

Em meados do século XIX, difundiu-se a ideia de
que os trabalhadores eram perigosos: poderiam não
só transmitir doenças, já que viviam em condições
precárias de higiene, mas também se rebelar,
organizar-se e fazer revoluções, questionando os
privilégios das classes que detinham riqueza e
poder.

Capítulo

Estrutura e estratificação social

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Slide 18

A estrutura social e as desigualdades
Podemos observar sinais de desigualdades sociais em
todos os lugares. Eles aparecem, de imediato, em
elementos materiais, como moradia e roupas, e
também se manifestam no acesso à educação e aos
bens culturais.
Por que as desigualdades existem? Como se
constituem? Como são explicadas?

A estrutura social se constitui por meio da relação entre
os fatores: econômicos, políticos, históricos, sociais,
religiosos e culturais que caracterizam uma
determinada sociedade.

Uma das características da
estrutura social é a estratificação,
ou seja, a maneira como os
indivíduos ou grupos são
classificados em camadas sociais.

Thinkstock/Getty Images

Capítulo

7
Thinkstock/Getty Images

Segundo Octávio Ianni, para
entender a estratificação
social é necessário investigar
as estruturas de apropriação
(econômica) e de dominação
(política) que se misturam a
outros elementos como a
religião, a etnia, o sexo, a
tradição e a cultura, que
interferem nos processos de
divisão social do trabalho e
de hierarquização.

Thinkstock/Getty Images

Capítulo

Estrutura e estratificação social

A estratificação e as
desigualdades sociais são
produzidas historicamente.
Isso significa que elas são
geradas por situações
diversas e se expressam na
organização das sociedades
em sistemas de castas, de
estamentos ou de classes.

7

O sistema de castas é uma configuração social
registrada em diferentes tempos e lugares (ex:
Grécia, China) mas é na Índia que está a
expressão mais acabada desse sistema, iniciado
há mais de 3 mil anos. Foi abolido legalmente
em 1950, mas sobrevive por tradição.

Capítulo

As sociedades organizadas em
castas

7

a dos brâmanes (sacerdotal e superior às demais);
a dos xátrias (intermediária, formada pelos
guerreiros, encarregados do governo e da
administração pública);
a dos vaixás (casta dos artesãos, comerciantes e
camponeses);
a dos sudras (casta dos inferiores, dos que
realizam trabalhos manuais considerados servis).

Capítulo

Na Índia, há quatro grandes castas:

7

Capítulo

7

Não há mobilidade
social num sistema
de castas.

Preparação da pira para a cremação de um morto na Índia,
em 1988. O assistente de cremação herdou essa função de
seus antepassados e a passará para os filhos.

© Arne Hodalic/Corbis/Latin Stock

Na Índia, os integrantes das castas inferiores
adotam costumes, ritos e crenças dos brâmanes, o
que cria certa homogeneidade de costumes entre as
castas.

Entretanto, normas e costumes desse
sistema ainda sobrevivem.
Isso é comprovado pela adoção de cotas nas
universidades públicas, como medida de
inclusão de estudantes que pertencem a
castas consideradas inferiores.

Capítulo

O sistema de castas indiano está sendo
desintegrado de forma gradativa, sob o
impacto da urbanização, da industrialização
e da introdução de padrões ocidentais de
comportamento.

7

As sociedades organizadas por estamentos

Um estamento é identificado por um conjunto de
direitos e deveres, privilégios e obrigações, aceitos
como naturais e publicamente reconhecidos.
Numa sociedade estamental, a condição dos
indivíduos e dos grupos em relação ao poder e
à participação na riqueza não é somente uma
questão de fato, mas também de direito.

Capítulo

Estrutura e estratificação social

7

Nas sociedades medievais, a possibilidade de
mobilidade de um estamento para outro existia,
mas era muito controlada. O que definia o
prestígio, a liberdade e o poder dos indivíduos
era a propriedade da terra: os que não a possuíam
eram dependentes econômica e politicamente,
além de socialmente inferiores.

Capítulo

Estrutura e estratificação social

7

O que explica a relação entre os estamentos é a
reciprocidade. Os servos tinham obrigações para
com os senhores, que, por sua vez, deviam
proteger os servos.
A desigualdade era vista como algo natural:
camponeses e servos sempre estiveram em
situação de inferioridade.

Capítulo

Estrutura e estratificação social

7

Na França, no final do século
XVIII, havia três estados: a
nobreza, o clero e o terceiro
estado, que incluía os
demais membros da
sociedade: comerciantes,
industriais, trabalhadores
em geral, etc.
Estratificação social na França: o camponês
carrega o clérigo e o nobre nas costas.
Representação de 1789.

Capítulo

7
The Bridgeman Art Library/Keystone/Other Images

Estrutura e estratificação social

Capítulo

Estrutura e estratificação social

7

Pobreza: condição de nascença, desgraça, destino...

A pobreza é a expressão mais visível das desigualdades
sociais.
Como ela foi entendida no decorrer da história?

WMO

Na Idade Média, a pobreza era considerada
uma condição de nascença.
Havia uma visão positiva dessa condição, pois
esta despertava a compaixão e a caridade. Na
concepção da Igreja Católica, os ricos tinham
obrigação moral de ajudar os pobres.

Acreditava-se que a pobreza era uma desgraça
decorrente das guerras ou de adversidades como
doenças ou deformidades físicas.

Capítulo

Estrutura e estratificação social

7

Capítulo

Estrutura e estratificação social

A partir do século XVI, iniciou-se um nova ordem, na
qual o indivíduo se tornou o centro das atenções. O
Estado “herdou” a função, antes atribuída aos ricos,
de cuidar dos pobres.

Na Inglaterra, com o aumento da produção e do
comércio, a pobreza e a miséria passaram a ser
interpretadas como resultado da preguiça e da
indolência, já que havia muitas oportunidades de
emprego. Tais interpretações tinham por objetivo
fazer que o povo se submetesse às condições de
trabalho vigentes.

7

Capítulo

Estrutura e estratificação social

No final do século XVIII, com o fortalecimento do
liberalismo, outra justificativa para a pobreza foi
formulada  as pessoas eram responsáveis pelo
próprio destino e ninguém era obrigado a dar
trabalho ou assistência aos mais pobres. Dizia-se
que era necessário manter o medo à fome para que
os trabalhadores realizassem bem suas tarefas.

7

Capítulo

7
National Portrait Gallery, Londres, Inglaterra

Estrutura e estratificação social
Para o economista e
demógrafo britânico Thomas
Malthus, a população crescia
mais que os meios de
subsistência. Com base nas
ideias de Malthus, dizia-se que
a assistência social aos pobres
era repudiável, pois os
estimulava a ter mais filhos,
o que aumentava a miséria.
Thomas Malthus (1776-1834).

Em meados do século XIX, difundiu-se a ideia de
que os trabalhadores eram perigosos: poderiam não
só transmitir doenças, já que viviam em condições
precárias de higiene, mas também se rebelar,
organizar-se e fazer revoluções, questionando os
privilégios das classes que detinham riqueza e
poder.

Capítulo

Estrutura e estratificação social

7

Estamentos - Sociedade Feudal


Slide 19

A estrutura social e as desigualdades
Podemos observar sinais de desigualdades sociais em
todos os lugares. Eles aparecem, de imediato, em
elementos materiais, como moradia e roupas, e
também se manifestam no acesso à educação e aos
bens culturais.
Por que as desigualdades existem? Como se
constituem? Como são explicadas?

A estrutura social se constitui por meio da relação entre
os fatores: econômicos, políticos, históricos, sociais,
religiosos e culturais que caracterizam uma
determinada sociedade.

Uma das características da
estrutura social é a estratificação,
ou seja, a maneira como os
indivíduos ou grupos são
classificados em camadas sociais.

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Capítulo

7
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Segundo Octávio Ianni, para
entender a estratificação
social é necessário investigar
as estruturas de apropriação
(econômica) e de dominação
(política) que se misturam a
outros elementos como a
religião, a etnia, o sexo, a
tradição e a cultura, que
interferem nos processos de
divisão social do trabalho e
de hierarquização.

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Capítulo

Estrutura e estratificação social

A estratificação e as
desigualdades sociais são
produzidas historicamente.
Isso significa que elas são
geradas por situações
diversas e se expressam na
organização das sociedades
em sistemas de castas, de
estamentos ou de classes.

7

O sistema de castas é uma configuração social
registrada em diferentes tempos e lugares (ex:
Grécia, China) mas é na Índia que está a
expressão mais acabada desse sistema, iniciado
há mais de 3 mil anos. Foi abolido legalmente
em 1950, mas sobrevive por tradição.

Capítulo

As sociedades organizadas em
castas

7

a dos brâmanes (sacerdotal e superior às demais);
a dos xátrias (intermediária, formada pelos
guerreiros, encarregados do governo e da
administração pública);
a dos vaixás (casta dos artesãos, comerciantes e
camponeses);
a dos sudras (casta dos inferiores, dos que
realizam trabalhos manuais considerados servis).

Capítulo

Na Índia, há quatro grandes castas:

7

Capítulo

7

Não há mobilidade
social num sistema
de castas.

Preparação da pira para a cremação de um morto na Índia,
em 1988. O assistente de cremação herdou essa função de
seus antepassados e a passará para os filhos.

© Arne Hodalic/Corbis/Latin Stock

Na Índia, os integrantes das castas inferiores
adotam costumes, ritos e crenças dos brâmanes, o
que cria certa homogeneidade de costumes entre as
castas.

Entretanto, normas e costumes desse
sistema ainda sobrevivem.
Isso é comprovado pela adoção de cotas nas
universidades públicas, como medida de
inclusão de estudantes que pertencem a
castas consideradas inferiores.

Capítulo

O sistema de castas indiano está sendo
desintegrado de forma gradativa, sob o
impacto da urbanização, da industrialização
e da introdução de padrões ocidentais de
comportamento.

7

As sociedades organizadas por estamentos

Um estamento é identificado por um conjunto de
direitos e deveres, privilégios e obrigações, aceitos
como naturais e publicamente reconhecidos.
Numa sociedade estamental, a condição dos
indivíduos e dos grupos em relação ao poder e
à participação na riqueza não é somente uma
questão de fato, mas também de direito.

Capítulo

Estrutura e estratificação social

7

Nas sociedades medievais, a possibilidade de
mobilidade de um estamento para outro existia,
mas era muito controlada. O que definia o
prestígio, a liberdade e o poder dos indivíduos
era a propriedade da terra: os que não a possuíam
eram dependentes econômica e politicamente,
além de socialmente inferiores.

Capítulo

Estrutura e estratificação social

7

O que explica a relação entre os estamentos é a
reciprocidade. Os servos tinham obrigações para
com os senhores, que, por sua vez, deviam
proteger os servos.
A desigualdade era vista como algo natural:
camponeses e servos sempre estiveram em
situação de inferioridade.

Capítulo

Estrutura e estratificação social

7

Na França, no final do século
XVIII, havia três estados: a
nobreza, o clero e o terceiro
estado, que incluía os
demais membros da
sociedade: comerciantes,
industriais, trabalhadores
em geral, etc.
Estratificação social na França: o camponês
carrega o clérigo e o nobre nas costas.
Representação de 1789.

Capítulo

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Estrutura e estratificação social

Capítulo

Estrutura e estratificação social

7

Pobreza: condição de nascença, desgraça, destino...

A pobreza é a expressão mais visível das desigualdades
sociais.
Como ela foi entendida no decorrer da história?

WMO

Na Idade Média, a pobreza era considerada
uma condição de nascença.
Havia uma visão positiva dessa condição, pois
esta despertava a compaixão e a caridade. Na
concepção da Igreja Católica, os ricos tinham
obrigação moral de ajudar os pobres.

Acreditava-se que a pobreza era uma desgraça
decorrente das guerras ou de adversidades como
doenças ou deformidades físicas.

Capítulo

Estrutura e estratificação social

7

Capítulo

Estrutura e estratificação social

A partir do século XVI, iniciou-se um nova ordem, na
qual o indivíduo se tornou o centro das atenções. O
Estado “herdou” a função, antes atribuída aos ricos,
de cuidar dos pobres.

Na Inglaterra, com o aumento da produção e do
comércio, a pobreza e a miséria passaram a ser
interpretadas como resultado da preguiça e da
indolência, já que havia muitas oportunidades de
emprego. Tais interpretações tinham por objetivo
fazer que o povo se submetesse às condições de
trabalho vigentes.

7

Capítulo

Estrutura e estratificação social

No final do século XVIII, com o fortalecimento do
liberalismo, outra justificativa para a pobreza foi
formulada  as pessoas eram responsáveis pelo
próprio destino e ninguém era obrigado a dar
trabalho ou assistência aos mais pobres. Dizia-se
que era necessário manter o medo à fome para que
os trabalhadores realizassem bem suas tarefas.

7

Capítulo

7
National Portrait Gallery, Londres, Inglaterra

Estrutura e estratificação social
Para o economista e
demógrafo britânico Thomas
Malthus, a população crescia
mais que os meios de
subsistência. Com base nas
ideias de Malthus, dizia-se que
a assistência social aos pobres
era repudiável, pois os
estimulava a ter mais filhos,
o que aumentava a miséria.
Thomas Malthus (1776-1834).

Em meados do século XIX, difundiu-se a ideia de
que os trabalhadores eram perigosos: poderiam não
só transmitir doenças, já que viviam em condições
precárias de higiene, mas também se rebelar,
organizar-se e fazer revoluções, questionando os
privilégios das classes que detinham riqueza e
poder.

Capítulo

Estrutura e estratificação social

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Estamentos - Sociedade Feudal


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A estrutura social e as desigualdades
Podemos observar sinais de desigualdades sociais em
todos os lugares. Eles aparecem, de imediato, em
elementos materiais, como moradia e roupas, e
também se manifestam no acesso à educação e aos
bens culturais.
Por que as desigualdades existem? Como se
constituem? Como são explicadas?

A estrutura social se constitui por meio da relação entre
os fatores: econômicos, políticos, históricos, sociais,
religiosos e culturais que caracterizam uma
determinada sociedade.

Uma das características da
estrutura social é a estratificação,
ou seja, a maneira como os
indivíduos ou grupos são
classificados em camadas sociais.

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Capítulo

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Segundo Octávio Ianni, para
entender a estratificação
social é necessário investigar
as estruturas de apropriação
(econômica) e de dominação
(política) que se misturam a
outros elementos como a
religião, a etnia, o sexo, a
tradição e a cultura, que
interferem nos processos de
divisão social do trabalho e
de hierarquização.

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Capítulo

Estrutura e estratificação social

A estratificação e as
desigualdades sociais são
produzidas historicamente.
Isso significa que elas são
geradas por situações
diversas e se expressam na
organização das sociedades
em sistemas de castas, de
estamentos ou de classes.

7

O sistema de castas é uma configuração social
registrada em diferentes tempos e lugares (ex:
Grécia, China) mas é na Índia que está a
expressão mais acabada desse sistema, iniciado
há mais de 3 mil anos. Foi abolido legalmente
em 1950, mas sobrevive por tradição.

Capítulo

As sociedades organizadas em
castas

7

a dos brâmanes (sacerdotal e superior às demais);
a dos xátrias (intermediária, formada pelos
guerreiros, encarregados do governo e da
administração pública);
a dos vaixás (casta dos artesãos, comerciantes e
camponeses);
a dos sudras (casta dos inferiores, dos que
realizam trabalhos manuais considerados servis).

Capítulo

Na Índia, há quatro grandes castas:

7

Capítulo

7

Não há mobilidade
social num sistema
de castas.

Preparação da pira para a cremação de um morto na Índia,
em 1988. O assistente de cremação herdou essa função de
seus antepassados e a passará para os filhos.

© Arne Hodalic/Corbis/Latin Stock

Na Índia, os integrantes das castas inferiores
adotam costumes, ritos e crenças dos brâmanes, o
que cria certa homogeneidade de costumes entre as
castas.

Entretanto, normas e costumes desse
sistema ainda sobrevivem.
Isso é comprovado pela adoção de cotas nas
universidades públicas, como medida de
inclusão de estudantes que pertencem a
castas consideradas inferiores.

Capítulo

O sistema de castas indiano está sendo
desintegrado de forma gradativa, sob o
impacto da urbanização, da industrialização
e da introdução de padrões ocidentais de
comportamento.

7

As sociedades organizadas por estamentos

Um estamento é identificado por um conjunto de
direitos e deveres, privilégios e obrigações, aceitos
como naturais e publicamente reconhecidos.
Numa sociedade estamental, a condição dos
indivíduos e dos grupos em relação ao poder e
à participação na riqueza não é somente uma
questão de fato, mas também de direito.

Capítulo

Estrutura e estratificação social

7

Nas sociedades medievais, a possibilidade de
mobilidade de um estamento para outro existia,
mas era muito controlada. O que definia o
prestígio, a liberdade e o poder dos indivíduos
era a propriedade da terra: os que não a possuíam
eram dependentes econômica e politicamente,
além de socialmente inferiores.

Capítulo

Estrutura e estratificação social

7

O que explica a relação entre os estamentos é a
reciprocidade. Os servos tinham obrigações para
com os senhores, que, por sua vez, deviam
proteger os servos.
A desigualdade era vista como algo natural:
camponeses e servos sempre estiveram em
situação de inferioridade.

Capítulo

Estrutura e estratificação social

7

Na França, no final do século
XVIII, havia três estados: a
nobreza, o clero e o terceiro
estado, que incluía os
demais membros da
sociedade: comerciantes,
industriais, trabalhadores
em geral, etc.
Estratificação social na França: o camponês
carrega o clérigo e o nobre nas costas.
Representação de 1789.

Capítulo

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Estrutura e estratificação social

Capítulo

Estrutura e estratificação social

7

Pobreza: condição de nascença, desgraça, destino...

A pobreza é a expressão mais visível das desigualdades
sociais.
Como ela foi entendida no decorrer da história?

WMO

Na Idade Média, a pobreza era considerada
uma condição de nascença.
Havia uma visão positiva dessa condição, pois
esta despertava a compaixão e a caridade. Na
concepção da Igreja Católica, os ricos tinham
obrigação moral de ajudar os pobres.

Acreditava-se que a pobreza era uma desgraça
decorrente das guerras ou de adversidades como
doenças ou deformidades físicas.

Capítulo

Estrutura e estratificação social

7

Capítulo

Estrutura e estratificação social

A partir do século XVI, iniciou-se um nova ordem, na
qual o indivíduo se tornou o centro das atenções. O
Estado “herdou” a função, antes atribuída aos ricos,
de cuidar dos pobres.

Na Inglaterra, com o aumento da produção e do
comércio, a pobreza e a miséria passaram a ser
interpretadas como resultado da preguiça e da
indolência, já que havia muitas oportunidades de
emprego. Tais interpretações tinham por objetivo
fazer que o povo se submetesse às condições de
trabalho vigentes.

7

Capítulo

Estrutura e estratificação social

No final do século XVIII, com o fortalecimento do
liberalismo, outra justificativa para a pobreza foi
formulada  as pessoas eram responsáveis pelo
próprio destino e ninguém era obrigado a dar
trabalho ou assistência aos mais pobres. Dizia-se
que era necessário manter o medo à fome para que
os trabalhadores realizassem bem suas tarefas.

7

Capítulo

7
National Portrait Gallery, Londres, Inglaterra

Estrutura e estratificação social
Para o economista e
demógrafo britânico Thomas
Malthus, a população crescia
mais que os meios de
subsistência. Com base nas
ideias de Malthus, dizia-se que
a assistência social aos pobres
era repudiável, pois os
estimulava a ter mais filhos,
o que aumentava a miséria.
Thomas Malthus (1776-1834).

Em meados do século XIX, difundiu-se a ideia de
que os trabalhadores eram perigosos: poderiam não
só transmitir doenças, já que viviam em condições
precárias de higiene, mas também se rebelar,
organizar-se e fazer revoluções, questionando os
privilégios das classes que detinham riqueza e
poder.

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Estrutura e estratificação social

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Estamentos - Sociedade Feudal


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A estrutura social e as desigualdades
Podemos observar sinais de desigualdades sociais em
todos os lugares. Eles aparecem, de imediato, em
elementos materiais, como moradia e roupas, e
também se manifestam no acesso à educação e aos
bens culturais.
Por que as desigualdades existem? Como se
constituem? Como são explicadas?

A estrutura social se constitui por meio da relação entre
os fatores: econômicos, políticos, históricos, sociais,
religiosos e culturais que caracterizam uma
determinada sociedade.

Uma das características da
estrutura social é a estratificação,
ou seja, a maneira como os
indivíduos ou grupos são
classificados em camadas sociais.

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Segundo Octávio Ianni, para
entender a estratificação
social é necessário investigar
as estruturas de apropriação
(econômica) e de dominação
(política) que se misturam a
outros elementos como a
religião, a etnia, o sexo, a
tradição e a cultura, que
interferem nos processos de
divisão social do trabalho e
de hierarquização.

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Capítulo

Estrutura e estratificação social

A estratificação e as
desigualdades sociais são
produzidas historicamente.
Isso significa que elas são
geradas por situações
diversas e se expressam na
organização das sociedades
em sistemas de castas, de
estamentos ou de classes.

7

O sistema de castas é uma configuração social
registrada em diferentes tempos e lugares (ex:
Grécia, China) mas é na Índia que está a
expressão mais acabada desse sistema, iniciado
há mais de 3 mil anos. Foi abolido legalmente
em 1950, mas sobrevive por tradição.

Capítulo

As sociedades organizadas em
castas

7

a dos brâmanes (sacerdotal e superior às demais);
a dos xátrias (intermediária, formada pelos
guerreiros, encarregados do governo e da
administração pública);
a dos vaixás (casta dos artesãos, comerciantes e
camponeses);
a dos sudras (casta dos inferiores, dos que
realizam trabalhos manuais considerados servis).

Capítulo

Na Índia, há quatro grandes castas:

7

Capítulo

7

Não há mobilidade
social num sistema
de castas.

Preparação da pira para a cremação de um morto na Índia,
em 1988. O assistente de cremação herdou essa função de
seus antepassados e a passará para os filhos.

© Arne Hodalic/Corbis/Latin Stock

Na Índia, os integrantes das castas inferiores
adotam costumes, ritos e crenças dos brâmanes, o
que cria certa homogeneidade de costumes entre as
castas.

Entretanto, normas e costumes desse
sistema ainda sobrevivem.
Isso é comprovado pela adoção de cotas nas
universidades públicas, como medida de
inclusão de estudantes que pertencem a
castas consideradas inferiores.

Capítulo

O sistema de castas indiano está sendo
desintegrado de forma gradativa, sob o
impacto da urbanização, da industrialização
e da introdução de padrões ocidentais de
comportamento.

7

As sociedades organizadas por estamentos

Um estamento é identificado por um conjunto de
direitos e deveres, privilégios e obrigações, aceitos
como naturais e publicamente reconhecidos.
Numa sociedade estamental, a condição dos
indivíduos e dos grupos em relação ao poder e
à participação na riqueza não é somente uma
questão de fato, mas também de direito.

Capítulo

Estrutura e estratificação social

7

Nas sociedades medievais, a possibilidade de
mobilidade de um estamento para outro existia,
mas era muito controlada. O que definia o
prestígio, a liberdade e o poder dos indivíduos
era a propriedade da terra: os que não a possuíam
eram dependentes econômica e politicamente,
além de socialmente inferiores.

Capítulo

Estrutura e estratificação social

7

O que explica a relação entre os estamentos é a
reciprocidade. Os servos tinham obrigações para
com os senhores, que, por sua vez, deviam
proteger os servos.
A desigualdade era vista como algo natural:
camponeses e servos sempre estiveram em
situação de inferioridade.

Capítulo

Estrutura e estratificação social

7

Na França, no final do século
XVIII, havia três estados: a
nobreza, o clero e o terceiro
estado, que incluía os
demais membros da
sociedade: comerciantes,
industriais, trabalhadores
em geral, etc.
Estratificação social na França: o camponês
carrega o clérigo e o nobre nas costas.
Representação de 1789.

Capítulo

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Estrutura e estratificação social

Capítulo

Estrutura e estratificação social

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Pobreza: condição de nascença, desgraça, destino...

A pobreza é a expressão mais visível das desigualdades
sociais.
Como ela foi entendida no decorrer da história?

WMO

Na Idade Média, a pobreza era considerada
uma condição de nascença.
Havia uma visão positiva dessa condição, pois
esta despertava a compaixão e a caridade. Na
concepção da Igreja Católica, os ricos tinham
obrigação moral de ajudar os pobres.

Acreditava-se que a pobreza era uma desgraça
decorrente das guerras ou de adversidades como
doenças ou deformidades físicas.

Capítulo

Estrutura e estratificação social

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Capítulo

Estrutura e estratificação social

A partir do século XVI, iniciou-se um nova ordem, na
qual o indivíduo se tornou o centro das atenções. O
Estado “herdou” a função, antes atribuída aos ricos,
de cuidar dos pobres.

Na Inglaterra, com o aumento da produção e do
comércio, a pobreza e a miséria passaram a ser
interpretadas como resultado da preguiça e da
indolência, já que havia muitas oportunidades de
emprego. Tais interpretações tinham por objetivo
fazer que o povo se submetesse às condições de
trabalho vigentes.

7

Capítulo

Estrutura e estratificação social

No final do século XVIII, com o fortalecimento do
liberalismo, outra justificativa para a pobreza foi
formulada  as pessoas eram responsáveis pelo
próprio destino e ninguém era obrigado a dar
trabalho ou assistência aos mais pobres. Dizia-se
que era necessário manter o medo à fome para que
os trabalhadores realizassem bem suas tarefas.

7

Capítulo

7
National Portrait Gallery, Londres, Inglaterra

Estrutura e estratificação social
Para o economista e
demógrafo britânico Thomas
Malthus, a população crescia
mais que os meios de
subsistência. Com base nas
ideias de Malthus, dizia-se que
a assistência social aos pobres
era repudiável, pois os
estimulava a ter mais filhos,
o que aumentava a miséria.
Thomas Malthus (1776-1834).

Em meados do século XIX, difundiu-se a ideia de
que os trabalhadores eram perigosos: poderiam não
só transmitir doenças, já que viviam em condições
precárias de higiene, mas também se rebelar,
organizar-se e fazer revoluções, questionando os
privilégios das classes que detinham riqueza e
poder.

Capítulo

Estrutura e estratificação social

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Estamentos - Sociedade Feudal


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A estrutura social e as desigualdades
Podemos observar sinais de desigualdades sociais em
todos os lugares. Eles aparecem, de imediato, em
elementos materiais, como moradia e roupas, e
também se manifestam no acesso à educação e aos
bens culturais.
Por que as desigualdades existem? Como se
constituem? Como são explicadas?

A estrutura social se constitui por meio da relação entre
os fatores: econômicos, políticos, históricos, sociais,
religiosos e culturais que caracterizam uma
determinada sociedade.

Uma das características da
estrutura social é a estratificação,
ou seja, a maneira como os
indivíduos ou grupos são
classificados em camadas sociais.

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Capítulo

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Thinkstock/Getty Images

Segundo Octávio Ianni, para
entender a estratificação
social é necessário investigar
as estruturas de apropriação
(econômica) e de dominação
(política) que se misturam a
outros elementos como a
religião, a etnia, o sexo, a
tradição e a cultura, que
interferem nos processos de
divisão social do trabalho e
de hierarquização.

Thinkstock/Getty Images

Capítulo

Estrutura e estratificação social

A estratificação e as
desigualdades sociais são
produzidas historicamente.
Isso significa que elas são
geradas por situações
diversas e se expressam na
organização das sociedades
em sistemas de castas, de
estamentos ou de classes.

7

O sistema de castas é uma configuração social
registrada em diferentes tempos e lugares (ex:
Grécia, China) mas é na Índia que está a
expressão mais acabada desse sistema, iniciado
há mais de 3 mil anos. Foi abolido legalmente
em 1950, mas sobrevive por tradição.

Capítulo

As sociedades organizadas em
castas

7

a dos brâmanes (sacerdotal e superior às demais);
a dos xátrias (intermediária, formada pelos
guerreiros, encarregados do governo e da
administração pública);
a dos vaixás (casta dos artesãos, comerciantes e
camponeses);
a dos sudras (casta dos inferiores, dos que
realizam trabalhos manuais considerados servis).

Capítulo

Na Índia, há quatro grandes castas:

7

Capítulo

7

Não há mobilidade
social num sistema
de castas.

Preparação da pira para a cremação de um morto na Índia,
em 1988. O assistente de cremação herdou essa função de
seus antepassados e a passará para os filhos.

© Arne Hodalic/Corbis/Latin Stock

Na Índia, os integrantes das castas inferiores
adotam costumes, ritos e crenças dos brâmanes, o
que cria certa homogeneidade de costumes entre as
castas.

Entretanto, normas e costumes desse
sistema ainda sobrevivem.
Isso é comprovado pela adoção de cotas nas
universidades públicas, como medida de
inclusão de estudantes que pertencem a
castas consideradas inferiores.

Capítulo

O sistema de castas indiano está sendo
desintegrado de forma gradativa, sob o
impacto da urbanização, da industrialização
e da introdução de padrões ocidentais de
comportamento.

7

As sociedades organizadas por estamentos

Um estamento é identificado por um conjunto de
direitos e deveres, privilégios e obrigações, aceitos
como naturais e publicamente reconhecidos.
Numa sociedade estamental, a condição dos
indivíduos e dos grupos em relação ao poder e
à participação na riqueza não é somente uma
questão de fato, mas também de direito.

Capítulo

Estrutura e estratificação social

7

Nas sociedades medievais, a possibilidade de
mobilidade de um estamento para outro existia,
mas era muito controlada. O que definia o
prestígio, a liberdade e o poder dos indivíduos
era a propriedade da terra: os que não a possuíam
eram dependentes econômica e politicamente,
além de socialmente inferiores.

Capítulo

Estrutura e estratificação social

7

O que explica a relação entre os estamentos é a
reciprocidade. Os servos tinham obrigações para
com os senhores, que, por sua vez, deviam
proteger os servos.
A desigualdade era vista como algo natural:
camponeses e servos sempre estiveram em
situação de inferioridade.

Capítulo

Estrutura e estratificação social

7

Na França, no final do século
XVIII, havia três estados: a
nobreza, o clero e o terceiro
estado, que incluía os
demais membros da
sociedade: comerciantes,
industriais, trabalhadores
em geral, etc.
Estratificação social na França: o camponês
carrega o clérigo e o nobre nas costas.
Representação de 1789.

Capítulo

7
The Bridgeman Art Library/Keystone/Other Images

Estrutura e estratificação social

Capítulo

Estrutura e estratificação social

7

Pobreza: condição de nascença, desgraça, destino...

A pobreza é a expressão mais visível das desigualdades
sociais.
Como ela foi entendida no decorrer da história?

WMO

Na Idade Média, a pobreza era considerada
uma condição de nascença.
Havia uma visão positiva dessa condição, pois
esta despertava a compaixão e a caridade. Na
concepção da Igreja Católica, os ricos tinham
obrigação moral de ajudar os pobres.

Acreditava-se que a pobreza era uma desgraça
decorrente das guerras ou de adversidades como
doenças ou deformidades físicas.

Capítulo

Estrutura e estratificação social

7

Capítulo

Estrutura e estratificação social

A partir do século XVI, iniciou-se um nova ordem, na
qual o indivíduo se tornou o centro das atenções. O
Estado “herdou” a função, antes atribuída aos ricos,
de cuidar dos pobres.

Na Inglaterra, com o aumento da produção e do
comércio, a pobreza e a miséria passaram a ser
interpretadas como resultado da preguiça e da
indolência, já que havia muitas oportunidades de
emprego. Tais interpretações tinham por objetivo
fazer que o povo se submetesse às condições de
trabalho vigentes.

7

Capítulo

Estrutura e estratificação social

No final do século XVIII, com o fortalecimento do
liberalismo, outra justificativa para a pobreza foi
formulada  as pessoas eram responsáveis pelo
próprio destino e ninguém era obrigado a dar
trabalho ou assistência aos mais pobres. Dizia-se
que era necessário manter o medo à fome para que
os trabalhadores realizassem bem suas tarefas.

7

Capítulo

7
National Portrait Gallery, Londres, Inglaterra

Estrutura e estratificação social
Para o economista e
demógrafo britânico Thomas
Malthus, a população crescia
mais que os meios de
subsistência. Com base nas
ideias de Malthus, dizia-se que
a assistência social aos pobres
era repudiável, pois os
estimulava a ter mais filhos,
o que aumentava a miséria.
Thomas Malthus (1776-1834).

Em meados do século XIX, difundiu-se a ideia de
que os trabalhadores eram perigosos: poderiam não
só transmitir doenças, já que viviam em condições
precárias de higiene, mas também se rebelar,
organizar-se e fazer revoluções, questionando os
privilégios das classes que detinham riqueza e
poder.

Capítulo

Estrutura e estratificação social

7

Estamentos - Sociedade Feudal


Slide 23

A estrutura social e as desigualdades
Podemos observar sinais de desigualdades sociais em
todos os lugares. Eles aparecem, de imediato, em
elementos materiais, como moradia e roupas, e
também se manifestam no acesso à educação e aos
bens culturais.
Por que as desigualdades existem? Como se
constituem? Como são explicadas?

A estrutura social se constitui por meio da relação entre
os fatores: econômicos, políticos, históricos, sociais,
religiosos e culturais que caracterizam uma
determinada sociedade.

Uma das características da
estrutura social é a estratificação,
ou seja, a maneira como os
indivíduos ou grupos são
classificados em camadas sociais.

Thinkstock/Getty Images

Capítulo

7
Thinkstock/Getty Images

Segundo Octávio Ianni, para
entender a estratificação
social é necessário investigar
as estruturas de apropriação
(econômica) e de dominação
(política) que se misturam a
outros elementos como a
religião, a etnia, o sexo, a
tradição e a cultura, que
interferem nos processos de
divisão social do trabalho e
de hierarquização.

Thinkstock/Getty Images

Capítulo

Estrutura e estratificação social

A estratificação e as
desigualdades sociais são
produzidas historicamente.
Isso significa que elas são
geradas por situações
diversas e se expressam na
organização das sociedades
em sistemas de castas, de
estamentos ou de classes.

7

O sistema de castas é uma configuração social
registrada em diferentes tempos e lugares (ex:
Grécia, China) mas é na Índia que está a
expressão mais acabada desse sistema, iniciado
há mais de 3 mil anos. Foi abolido legalmente
em 1950, mas sobrevive por tradição.

Capítulo

As sociedades organizadas em
castas

7

a dos brâmanes (sacerdotal e superior às demais);
a dos xátrias (intermediária, formada pelos
guerreiros, encarregados do governo e da
administração pública);
a dos vaixás (casta dos artesãos, comerciantes e
camponeses);
a dos sudras (casta dos inferiores, dos que
realizam trabalhos manuais considerados servis).

Capítulo

Na Índia, há quatro grandes castas:

7

Capítulo

7

Não há mobilidade
social num sistema
de castas.

Preparação da pira para a cremação de um morto na Índia,
em 1988. O assistente de cremação herdou essa função de
seus antepassados e a passará para os filhos.

© Arne Hodalic/Corbis/Latin Stock

Na Índia, os integrantes das castas inferiores
adotam costumes, ritos e crenças dos brâmanes, o
que cria certa homogeneidade de costumes entre as
castas.

Entretanto, normas e costumes desse
sistema ainda sobrevivem.
Isso é comprovado pela adoção de cotas nas
universidades públicas, como medida de
inclusão de estudantes que pertencem a
castas consideradas inferiores.

Capítulo

O sistema de castas indiano está sendo
desintegrado de forma gradativa, sob o
impacto da urbanização, da industrialização
e da introdução de padrões ocidentais de
comportamento.

7

As sociedades organizadas por estamentos

Um estamento é identificado por um conjunto de
direitos e deveres, privilégios e obrigações, aceitos
como naturais e publicamente reconhecidos.
Numa sociedade estamental, a condição dos
indivíduos e dos grupos em relação ao poder e
à participação na riqueza não é somente uma
questão de fato, mas também de direito.

Capítulo

Estrutura e estratificação social

7

Nas sociedades medievais, a possibilidade de
mobilidade de um estamento para outro existia,
mas era muito controlada. O que definia o
prestígio, a liberdade e o poder dos indivíduos
era a propriedade da terra: os que não a possuíam
eram dependentes econômica e politicamente,
além de socialmente inferiores.

Capítulo

Estrutura e estratificação social

7

O que explica a relação entre os estamentos é a
reciprocidade. Os servos tinham obrigações para
com os senhores, que, por sua vez, deviam
proteger os servos.
A desigualdade era vista como algo natural:
camponeses e servos sempre estiveram em
situação de inferioridade.

Capítulo

Estrutura e estratificação social

7

Na França, no final do século
XVIII, havia três estados: a
nobreza, o clero e o terceiro
estado, que incluía os
demais membros da
sociedade: comerciantes,
industriais, trabalhadores
em geral, etc.
Estratificação social na França: o camponês
carrega o clérigo e o nobre nas costas.
Representação de 1789.

Capítulo

7
The Bridgeman Art Library/Keystone/Other Images

Estrutura e estratificação social

Capítulo

Estrutura e estratificação social

7

Pobreza: condição de nascença, desgraça, destino...

A pobreza é a expressão mais visível das desigualdades
sociais.
Como ela foi entendida no decorrer da história?

WMO

Na Idade Média, a pobreza era considerada
uma condição de nascença.
Havia uma visão positiva dessa condição, pois
esta despertava a compaixão e a caridade. Na
concepção da Igreja Católica, os ricos tinham
obrigação moral de ajudar os pobres.

Acreditava-se que a pobreza era uma desgraça
decorrente das guerras ou de adversidades como
doenças ou deformidades físicas.

Capítulo

Estrutura e estratificação social

7

Capítulo

Estrutura e estratificação social

A partir do século XVI, iniciou-se um nova ordem, na
qual o indivíduo se tornou o centro das atenções. O
Estado “herdou” a função, antes atribuída aos ricos,
de cuidar dos pobres.

Na Inglaterra, com o aumento da produção e do
comércio, a pobreza e a miséria passaram a ser
interpretadas como resultado da preguiça e da
indolência, já que havia muitas oportunidades de
emprego. Tais interpretações tinham por objetivo
fazer que o povo se submetesse às condições de
trabalho vigentes.

7

Capítulo

Estrutura e estratificação social

No final do século XVIII, com o fortalecimento do
liberalismo, outra justificativa para a pobreza foi
formulada  as pessoas eram responsáveis pelo
próprio destino e ninguém era obrigado a dar
trabalho ou assistência aos mais pobres. Dizia-se
que era necessário manter o medo à fome para que
os trabalhadores realizassem bem suas tarefas.

7

Capítulo

7
National Portrait Gallery, Londres, Inglaterra

Estrutura e estratificação social
Para o economista e
demógrafo britânico Thomas
Malthus, a população crescia
mais que os meios de
subsistência. Com base nas
ideias de Malthus, dizia-se que
a assistência social aos pobres
era repudiável, pois os
estimulava a ter mais filhos,
o que aumentava a miséria.
Thomas Malthus (1776-1834).

Em meados do século XIX, difundiu-se a ideia de
que os trabalhadores eram perigosos: poderiam não
só transmitir doenças, já que viviam em condições
precárias de higiene, mas também se rebelar,
organizar-se e fazer revoluções, questionando os
privilégios das classes que detinham riqueza e
poder.

Capítulo

Estrutura e estratificação social

7

Estamentos - Sociedade Feudal