CAP. 07 - DISPOSITIVOS HIPERSUSTENTADORES 1 DISPOSITIVOS HIPERSUSTENTADORES Todo perfil tem um coeficiente de sustentação máximo que não pode ser ultrapassado, devido ao aparecimento de um turbilhonamento.
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CAP. 07 - DISPOSITIVOS HIPERSUSTENTADORES 1 DISPOSITIVOS HIPERSUSTENTADORES Todo perfil tem um coeficiente de sustentação máximo que não pode ser ultrapassado, devido ao aparecimento de um turbilhonamento no extradorso da asa quando se atinge o ângulo de ataque crítico. No entanto, usando os dispositivos hipersustentadores, é possível aumentar consideravelmente o CL. 2 DISPOSITIVOS HIPERSUSTENTADORES Os dispositivos hipersustentadores mais utilizados em aviões são: o flape e o slot ou slat. DISPOSITIVOS HIPERSUSTENTADORES FLAPE FLAPE – É um dispositivo hipersustentador que serve para aumentar a curvatura ou arqueamento do perfil, aumentando dessa forma o seu coeficiente de sustentação. O ângulo critico do aerofólio diminui um pouco, pois o flape produz uma perturbação no escoamento que influencia o fluxo do ar no extradorso da asa. 3 DISPOSITIVOS HIPERSUSTENTADORES TIPOS DE FLAPE DISPOSITIVOS HIPERSUSTENTADORES FLAPERONS 4 DISPOSITIVOS HIPERSUSTENTADORES 5 SLOT ou SLAT – O slot (também denominado fenda ou ranhura) é um dispositivo hipersustentador que aumenta o ângulo de ataque crítico do aerofólio. Consiste numa fenda que suaviza o escoamento no extradorso da asa, evitando o turbilhonamento. Isso faz com que a asa possa atingir angulos de ataque mais elevados, isto é, produzir mais sustentação. DISPOSITIVOS HIPERSUSTENTADORES OBSERVAÇÃO – Tanto os slots como os slats tem uma desvantagem sobre os flapes: embora permitam aumentar o coeficiente de sustentação, obrigam o avião a erguer demasiadamente o nariz (principalmente durante o pouso) prejudicando a visibilidade do piloto. 6 DISPOSITIVOS HIPERSUSTENTADORES 7 Os slots tem ainda uma outra utilidade, que será descrita abaixo. As asas de muitos aviões entram em estol iniciando-se pelas pontas. Isso torna o voo mais inseguro, pois a aeronave perde o controle nos ailerons aos primeiros sintomas do estol. Para evitar esse inconveniente, alguns aviões tem o ângulo de incidência reduzido nas pontas ou seja, a asa portanto é torcida. Todavia essa torção, que pode aumentar o arrasto da asa, pode ser evitada através de slots nas pontas das asas. CAP. 08 - GRUPOS MOTOPROPULSORES 8 O grupo moto propulsor de um avião é o conjunto dos componentes que fornece a tração necessária ao voo. Os grupos moto-propulsores mais usados são: -TURBO JATO OU “JATO PURO” -TURBO FAN -TURBO HÉLICE - MOTOR A PISTÃO E HÉLICE GRUPOS MOTO-PROPULSORES TURBO JATO ou “JATO PURO” 9 GRUPOS MOTO-PROPULSORES TURBO JATO ou “JATO PURO” 10 11 GRUPOS MOTO-PROPULSORES TURBO-FAN 12 GRUPOS MOTO-PROPULSORES TURBO-FAN 13 GRUPOS MOTO-PROPULSORES TURBOHÉLICE 14 GRUPOS MOTO-PROPULSORES TURBOHÉLICE 15 GRUPOS MOTO-PROPULSORES MOTOR A PISTÃO E HÉLICE 16 GRUPOS MOTO-PROPULSORES MOTOR A PISTÃO E HÉLICE GRUPOS MOTO-PROPULSORES 17 HÉLICES DEFINIÇÕES DE POTENCIA Abaixo, as seguintes definições de potência que são necessárias para o estudo dos grupos moto-propulsores são: - Potência efetiva – É a potência medida no eixo da hélice. - Potência nominal – É a potência efetiva máxima para a qual o motor foi projetado. - Potência útil – É a potencia de tração desenvolvida pela hélice sobre o avião. Isso significa que a hélice converte a potencia efetiva em potência de tração. GRUPOS MOTO-PROPULSORES 18 HÉLICES A hélice é um aérofólio rotativo que produz uma força de tração sobre o avião. A figura abaixo, mostra uma hélice cortada girando num avião parado. A seção cortada está movimentando-se para baixo. A torção das pás faz com que o perfil forme um ângulo alfa com a direção do vento relativo. Podemos notar que o aerofólio da hélice funciona exatamente como a asa de um avião, criando uma força de sustentação (ou melhor, tração) dirigida para a frente do avião. GRUPOS MOTO-PROPULSORES 19 PASSO DE HÉLICE Como a hélice possui pás torcidas, ela deveria funcionar como se fosse um parafuso, avançando uma determinada distância a cada rotação completa. Essa distância, chama-se passo teórico. Entretanto, como o ar é fluido, a distância que á hélice realmente avança é menor, e recebe o nome de passo efetivo ou avançado. A distancia que a hélice deixou de percorrer chama-se recuo, que é igual a diferença entre o passo teórico e o passo efetivo da hélice. RECUO PASSO EFETIVO PASSO TEÓRICO GRUPOS MOTO-PROPULSORES 20 ANGULOS DE HÉLICE Sabemos que as pás da hélice são torcidas, porém, qual ó melhor ângulo de torção? Ele depende da velocidade do avião e da rotação do motor. Como a hélice gira e ao mesmo tempo avança para a frente, o vento relativo que incide sobre a pá é inclinado. A pá deve ter uma inclinação um pouco maior, de modo a formar um ângulo de ataque alfa com o vento relativo. Esse ângulo é determinado pelo fabricante, de modo a obter máximo rendimento da hélice. GRUPOS MOTO-PROPULSORES 21 ANGULOS DE HÉLICE Portanto, se a velocidade do avião aumentar, o vento relativo que atinge a pá ficará mais inclinado. Para que seja mantido o mesmo ângulo de ataque alfa ideal para a hélice, é preciso que suas pás sejam mais torcidas, conforme a figura abaixo. GRUPOS MOTO-PROPULSORES 22 ANGULOS DE HÉLICE Podemos concluir, que não existe um passo ou torção da pá que sirva bem para todas as condições de voo. Uma hélice com pequena torção seria boa para decolagens e subidas, mas seria ineficiente para voos de cruzeiro no qual a velocidade é maior. Já uma hélice muito torcida, funcionaria bem em voo de cruzeiro, mas teria muita dificuldade para fazer o avião decolar e subir. GRUPOS MOTO-PROPULSORES 23 TIPOS DE HÉLICE HÉLICE DE PASSO FIXO – É aquela que foi fabricada com um determinado passo, no qual não pode ser modificado. Essa hélice só funciona bem numa determinada RPM e velocidade de voo para as quais foram construídas. GRUPOS MOTO-PROPULSORES 24 TIPOS DE HÉLICE HÉLICE DE PASSO AJUSTÁVEL – É aquela cujo o passo pode ser modificado no solo, com o uso de ferramentas apropriadas. Essa hélice só funciona bem na RPM e velocidade de voo para as quais foram ajustadas. GRUPOS MOTO-PROPULSORES 25 TIPOS DE HÉLICE HÉLICE DE PASSO CONTROLÁVEL – É aquela cujo o passo pode ser modificado durante o voo. Essa hélice funciona bem em qualquer condição de voo. O passo pode ser modificado em voo através de: -COMANDO MANUAL: o piloto é responsável pelo controle correto do passo. -CONTRAPESOS: o passo é automaticamente ajustado por contrapesos que funcionam por ação centrífuga. -GOVERNADOR: o passo é controlado automaticamente por um sistema elétrico ou hidráulico denominado governador. OBS. As hélices de passo controlado por contrapesos ou governador, são chamadas de hélices de RPM constante ou hélices de velocidade constante 26 EX. HÉLICE DE PASSO CONTROLÁVEL CAP. 09 - VOO HORIZONTAL 27 No voo horizontal em velocidade constante, a sustentação é igual ao peso, e a tração da hélice é igual ao arrasto; ou seja L=W T=D OBS. Voando em alta velocidade, o ângulo de ataque da asa é pequeno, de apenas alguns graus. VOO HORIZONTAL 28 Se diminuirmos a velocidade, mantendo o voo horizontal, será necessário aumentar o ângulo de ataque. A menor velocidade possível em voo horizontal é conseguida quando o avião voa com o ângulo de ataque crítico. Essa velocidade chama-se velocidade de estol. O coeficiente de sustentação é máximo, e o avião está na iminência do estol. Se ultrapassarmos o ângulo crítico, inicia-se o estol e a sustentação diminuirá rapidamente, mas ainda é possível manter o voo horizontal desde que a velocidade seja aumentada para compensar a redução da sustentação. Todavia, pequenos aumentos do ângulo de ataque além do ângulo crítico exigirão enormes aumentos de potência para compensar o arrasto adicional. Podemos concluir que o ângulo de ataque é muito importante para o voo, principalmente para o piloto evitar o estol. Na prática, o velocímetro é suficiente para o piloto manter o controle do avião em condições normais. Por exemplo, se o avião estiver voando próximo a velocidade de estol especificada pelo fabricante, a asa estará automaticamente próxima ao ângulo de ataque crítico. Portanto, o velocímetro alertará o piloto quanto ao risco do estol. VOO HORIZONTAL 29 VOO HORIZONTAL 30 Para voar em alta velocidade, é necessário aumentar a potência e, para voar em baixa velocidade, reduzir a potência.Embora isso pareça evidente, há uma exceção a essa regra: abaixo de uma determinada velocidade, para qual a potência é mínima, o avião passa a exigir mais potencia para voar mais lentamente. Ou seja, baixas velocidades requerem grandes ângulos de ataque, os quais aumentam o arrasto e, para vencer esse arrasto, é preciso aumentar a potência. VOO HORIZONTAL 31 VELOCIDADES DO VOO HORIZONTAL VELOCIDADE MÁXIMA – É a maior velocidade possível em voo horizontal. VELOCIDADE DE MÁXIMO ALCANCE – É a velocidade que permite voar a maior distância possível com dada quantidade de combustível. VELOCIDADE DE MÁXIMA AUTONOMIA – É a velocidade que permite voar o máximo tempo possível com dada quantidade de combustível. Essa é uma velocidade baixa, usada em voos de espera ou em órbita sobre um aeroporto. VELOCIDADE MÍNIMA – É a menor velocidade para a qual é possível voar com velocidade constante. O ângulo de ataque é maior do que o crítico, e a velocidade é maior que a de estol. VELOCIDADE DE ESTOL – É a menor velocidade possível em voo horizontal. O avião voa no ângulo de ataque crítico, e o coeficiente de sustentação é máximo. Usando dispositivos hipersustentadores, a velocidade de estol tornase menor. CAP. 10 - VOO PLANADO 32 Um avião pode voar sem a tração do motor, porém em trajetória descendente. Esse tipo de voo chama-se voo planado. VOO PLANADO 33 VELOCIDADE DE MELHOR PLANEIO – Esta velocidade, também chamada de menor ângulo de descida, é aquela que possibilita ao avião planar a maior distância possível. É a velocidade que deve ser usada quando ocorre pane no motor, que coincide com a velocidade de máximo alcance. Porém, se o piloto tentar melhorar o seu planeio , aumentando o ângulo de ataque, nada conseguirá. O avião ficará mais tempo planando, mas a distância percorrida será muito menor. Existe uma velocidade chamada velocidade de menor razão de descida (ou mínimo afundamento), na qual o avião permanece o máximo tempo em planeio. Essa velocidade é igual a velocidade de máxima autonomia. O piloto pode também cometer outro erro em sua tentativa de melhorar o planeio utilizando um ângulo de ataque menor, aumentando a sua velocidade. Mas sua tentativa continuará sendo inútil, porque embora a velocidade do planeio seja de fato maior, o ângulo de planeio também será maior. VOO PLANADO 34 VELOCIDADE FINAL – É a velocidade máxima que o avião pode atingir num mergulho ou planeio vertical. Em um mergulho, a velocidade aumentará rapidamente e estabilizar-se-á quando o arrasto tornar-se igual ao peso – o avião terá então atingido a velocidade final. Todavia, o piloto só deverá permitir que isso aconteça se não atingir a velocidade limite (VNE) especificada pelo fabricante do avião. VOO PLANADO 35 RAZÃO DE DESCIDA – É a altura perdida por unidade de tempo. A razão de descida é indicada num instrumento chamado variômetro ou “CLIMB”. A razão de descida é geralmente abreviada R/S e medida em M/S (metros por segundo) ou FT/MIN (pés por minuto). Ex. R/S = 500ft/min. VOO PLANADO 36 INFLUÊNCIA DO PESO – O peso do avião não influi na distância e no ângulo de planeio, mas aumenta a sua velocidade e a razão de descida. INFLUÊNCIA DO VENTO – O vento influencia diretamente nas distancias e ângulos de planeio de uma aeronave. Por exemplo: o vento de calda aumenta a distância de planeio e diminui o ângulo de planeio. O vento de proa tem efeito contrário, pois diminui a distância e aumenta o ângulo de planeio. É importante notar que a velocidade aerodinâmica e a razão de descida não se alteram com o vento, pois ambas são medidas em relação ao ar e não a terra. INFLUÊNCIA DA ALTITUDE – Se dois aviões iguais iniciassem um voo planado em altitudes diferentes, a altitude influenciaria somente na velocidade de planeio das aeronaves, pois a densidade do ar é menor em altitudes elevadas. A velocidade indicada, porém é a mesma nos dois aviões. De fato, apesar do avião mais alto estar planando mais velozmente, a densidade do ar naquela altitude é menor; por essa razão, a pressão dinâmica captada pelo tubo de Pitot é a mesma do avião mais baixo. Em resumo, o avião mais alto tem a VA maior, porém VI igual a do avião mais baixo. O ângulo de planeio é o mesmo para os dois aviões; consequentemente, as distâncias de planeio serão também iguais. 37 “Aprender é a única coisa de que a mente nunca se cansa, nunca tem medo e nunca se arrepende.” Leonardo da Vinci