Ciências sociais, violência epistêmica e o problema da *invenção

Download Report

Transcript Ciências sociais, violência epistêmica e o problema da *invenção

UNIVERSIDAD DEL SALVADOR
MAESTRÍA EM EDUCACÍON
Alumnos:
Katiuscia Santos y Paulo Santos
Profesor : Pablo de Marinis
Ciências sociais, violência
epistêmica e o problema da
“invenção do outro”
SANTIAGO CASTRO-GÓMEZ
NAS ÚLTIMAS DUAS DÉCADAS DO SÉCULO
XX, A FILOSOFIA PÓS-MODERNA E OS
ESTUDOS CULTURAIS CONSTITUÍRAM-SE EM
IMPORTANTES CORRENTES TEÓRICAS QUE,
DENTRO E FORA DOS RECINTOS
ACADÊMICOS, IMPULSIONARAM UMA
FORTE CRÍTICA ÀS PATOLOGIAS DA
OCIDENTALIZAÇÃO.
Apesar das diferenças, as duas
correntes coincidem em apontar que
tais patologias se devem ao caráter
dualista e excludente que assumem as
relações modernas de poder. A
modernidade em nome da razão e do
humanismo, exclui de seu imaginário a
multiplicidade, a ambigüidade e a
contingência das formas de vida
concretas.
“O FIM DA MODERNIDADE”
É a crise de uma configuração
histórica do poder
no sistema –mundo capitalista em
tempos de globalização, novas
configurações de poder.
Que se apóia na produção diferenças
Sua estratégia
 Interrogar o signicado de “projeto de modernidade” de




haberman.
buscando mostrar a gênese dos fenômenos sociais
estreitamente relacionados:
 a formação dos estados nacionais
 a consolidação do colonialismo.
Enfase ao papel do conhecimetos cientificos da ciencias
socias.
“O fim da modernidade” como uma nova configuração
das relações mundiais de poder “produção das
diferenças”
Reflexão sobre o papel da teoria crítica da sociaedade
na globalização.
1- O projeto da
governamentabilidade
 O que queremos dizer quando falamos do “projeto da
modernidade”?
Referese à tentativa fáustica de submeter a vida inteira
ao controle absoluto do homem sob a direção segura
do conhecimento.
 conceitualmente, elevar o homem ao nível de princípio
ordenador de todas as coisas. Já não é a vontade de
Deus.
 O homem caminha com a idéia do domínio sobre a
natureza através da ciência e da técnica.
“PROJETO”, ESTAMOS REFERINDO-NOS
TAMBÉM, E PRINCIPALMENTE, À
EXISTÊNCIA DE UMA INSTÂNCIA CENTRAL A
PARTIR DA QUAL SÃO DISPENSADOS E
COORDENADOS OS MECANISMOS DE
CONTROLE SOBRE O MUNDO NATURAL E
SOCIAL. ESSA INSTÂNCIA CENTRAL É O
ESTADO, QUE GARANTE ORGANIZAÇÃO
RACIONAL DA VIDA HUMANA
ESTADO É ENTENDIDO
 Cria metas coletivas, validas para todos.
 Criterios racionais para canalizar os desejos humanos,
interesses e emoções dos cidadão em metas.
 Adquire e utiliza monópolio da violência.
Para Immanuel Wallerstein
 As ciências sociais é peça fundamental para
a organização e controle da vida humana.
 Conhecer como funcionava “a realidade
social”, não sendo criadas apenas um
sistema abstrato regras ciências, mas
consequências na legitação das políticas
reguladoras do estado.
A matriz prática que dará origem ao surgimento
das ciências sociais é a necessidade de “ajustar” a vida
dos homens ao sistema de produção. Todas as políticas
e as instituições estatais (a escola, as constituições, o
direito, os hospitais, as prisões, etc.) serão definidas
pelo imperativo jurídico da “modernização”, ou seja,
pela necessidade de disciplinar as paixões e orientá-las
ao benefício da coletividade através do trabalho.
As ciências sociais ensinam quais são as “leis” que
governam a economia, a sociedade, a política e a
história. O Estado, por sua vez, define suas políticas
governamentais a partir desta normatividade
cientificamente legitimada.
As ciências sociais ensinam quais são as
“leis” que governam a economia, a
sociedade, a política e a história.
O Estado, por sua vez, define suas políticas
governamentais a partir desta
normatividade cientificamente legitimada.
A invenção do outro
Três praticas disciplinares que forjaram
o cidadão latino-americano.
As constituições;
Os manuais de urbanidade ;
As gramáticas do idioma.
As tecnologias de subjetivação possuem um
denominador comum sua legitimidade
repousam na escrita
 A palavra escrita constrói leis e identidades nacionais;
 Programas modernizadores;
 Organiza a compreensão do mundo;
 Assim o projeto fundamental da nação se implementa
através de instituições legitimadas pela letra ( escolas,
hospitais oficinas e prisões) que regulam a conduta
dos atores sociais.
A formação do cidadão invenção
da cidadania.
A função jurídico-política das
constituições é, criar um campo de
identidades homogêneas que tornem
viável o projeto moderno da
governamentabilidade;
Constituição Venezuelana de 1839 só
podem ser cidadãos os homens casados,
maiores de 25 anos, que saibam ler e
escrever, que sejam proprietários de bens de
raiz e que tenham uma profissão que gere
rendas anuais não inferiores a 400 pesos
(González Stephan, 1996: 31).
A constituição define formalmente o tipo
desejável e a pedagogia trata de materializálo.
A urbanidade transforma-se na
nova Bíblia
Indica como deverá ser o
comportamento do cidadão (que sabe
como falar, comer com talheres, assoar
o nariz ...) separando o fraque da ralé, a
limpeza da sujeira, a capital das
províncias, a república da colônia, a
civilização da barbárie.
Criar a identidade do cidadão
moderno na América Latina implicava
gerar uma contraluz a partir da qual
essa identidade pudesse ser medida e
afirmada como tal.
Desta forma os mecanismos
disciplinares buscavam criar o perfil do
homo economicus na América Latina
2-Colonialidade do poder
 Surgimanto dos Estados nacionais da Europa;
 Consolidação do colonialismo europeu no
alem-mar;
 Racionalização: ação das qualidades inerentes
ás sociedades ocidentais ( a “passagem da
tradição’ à modernidade)
 “ o colonialismo significou o começo do
tortuoso caminho em direção ao
desenvolvimnto e a modernidade.
Teorias pos-coloniais
 É incompleta e ideológica qualquer narrativa que
não leve em conta o impacto da experiência
colonial na formação das relações modernas de
poder;
 Já que, como afirmou Foucault, a partiir do
colonialismo gerou o poder disciplinar que
caracteriza a sociedade e as instituições modernas.
 O Estado moderno deve ser visto como uma
função no interior do sistema internacional de
poder. (Mignolo, Dussel e Wallertein)
Qual o dispositivo de poder que gera o
sistema mundo moderno/colonial?
Para Quijano, a espoliação colonial é
legitimada por um imaginário que
estabelece diferenças incomensuráveis entre
colonizador e colonizado.
Colonizador
Colonizado
o outro da razão.
Civilizado
Racional
bom
Bárbaro
Irracianal
Mau
A modernidade
Projeto de medida em que seus dispositivos
disciplinares se vinculam a uma dupla
guvernamentabilidade jurídica.
Exercida para dentro pelos
Estados
 Tentativa de criar
identidades
hegemônicas por meio
de políticas de
subjetivação
Guvernamentabilidade
exercida para fora pelas
potencias hegemonias
 tentativa de
assegurar o fluxo de
matérias prismada
periferia em relação
ao centro
A vivencias sociais não efetuam
rupturas epistemológica;
Os teóricos sociais opinam: a
espécie humana sai pouco a pouco da
ignorância e vai atravessando diferentes
‘estágios’ de aperfeiçoamento até obter
a maioridade a que chegaram as
sociedades modernas européias.
3- Do poder disciplinar ao
poder libidinoso
Modernidade
 série de práticas orientadas ao controle
racional da vida humana, entre as quais
figuram a institucionalização das ciências
sociais, a organização capitalista da
economia, a expansão colonial da Europa e,
acima de tudo, a configuração jurídicoterritorial dos estados nacionais.
 é um “projeto” porque esse controle racional
sobre a vida humana é exercido para dentro
e para fora partindo de uma instância
central, que é o Estado-nação.
O projeto “modernidade” chega ao
fim
 deixa de ser operativa como “projeto”
na medida em que o social começa a ser
configurado por instâncias que
escapam ao controle do Estado
nacional.
 Ou seja quando o Estado nacional
perde a capacidade de organizar a vida
social e material das pessoas.
Globalização
O que hoje se chama
“globalização” é um fenômeno
sui generis, pois produz uma
mudança qualitativa dos
dispositivos mundiais de poder.
Modernidade X Globalização
desancora as relações
sociais de seus
contextos
tradicionais e as
reancora em
âmbitos póstradicionais de ação
coordenados pelo
Estado.
desancora as relações
sociais de seus
contextos nacionais
e os reancora em
âmbitos pósmodernos de ação
que já não são
coordenados por
nenhuma instância
em particular.
Globalização não é um projeto
porque a governamentabilidade
não necessita já de um “ponto
arquimediano”, ou seja, de uma
instância central que regule os
mecanismos de controle social
A tarefa de uma teoria crítica
da sociedade
tornar visíveis os novos mecanismos de
produção das diferenças em tempos de
globalização. Para o caso latino-americano, o
desafio maior reside numa “descolonização” das
ciências sociais e da filosofia. E ainda que este
não seja um programa novo entre nós, do que se
trata agora é de livar-nos de toda uma série de
categorias binárias com as quais trabalharam no
passado: as teorias da dependência e as
filosofias da libertação.