AVALIAÇÃO CLÍNICA DA INTELIGÊNCIA – INSTRU

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DOMÍNIO COGNITIVO E TESTAGEM: AVALIAÇÃO CLÍNICA DA INTELIGÊNCIA – INSTRUMENTOS
Morgana Scheffer e Isabela Sallum
Instrumentos disponíveis para mensuração da inteligência em pré-escolares:
A avaliação da inteligência em pré-escolares é limitada em termos dos instrumentos disponíveis
no Brasil. A bateria mais completa de avaliação de inteligência para essa faixa etária, a Wechsler
Preschool and Primary Scale of Intelligence (WPPSI), que, assim como as outras escalas
Weschsler, possui uma divisão em testes executivos e verbais, não possui adaptação ou normatização para o Brasil. Alguns estudos realizados no Brasil utilizam a versão portuguesa ou norte-
americana do teste como uma alternativa. No entanto, tal estratégia pode não ser a mais adequada, considerando-se que os índices da padronização provavelmente são diferentes do que se encontraria no Brasil, e as tarefas verbais, em especial, sofrem grande influência cultural. Méio e colaboradores (2001) apresentam um estudo da confiabilidade desta tarefa para o Brasil, mas não
indicam qual versão usaram (americana ou portuguesa). O estudo demonstra uma bons valores
de concordância entre examinadores ao aplicar o teste e boa confiabilidade, no entanto avaliou-se
apenas 12 crianças que caracterizavam uma população de crianças pré-maturas. Ainda não existem previsões de lançamento para a tarefa no Brasil, e, portanto, outros testes devem ser considerados.
- Escala de Maturidade Mental Colúmbia – CMMC– (3 anos e 6 meses a 9 anos e 11 meses).
Autores: Burgemeister, B.B; Blum, L.H.; e Lorge, I; Versão brasileira: Alves, C.B.A.; e Duarte,
J.L.M.
Descrição: A CMMC é uma medida de cognição não-verbal. O teste é composto por 92 itens organizados em 8 níveis de idade (A, B, C, D, E, F, G e H), do qual cada criança realiza um segmento do teste de acordo com sua idade cronológica. Desta forma, dependendo do nível da criança, são apresentados de 55 a 66 itens. Cada item consiste de uma série de três a cinco figuras concretas ou abstratas apresentadas em um cartão de 15x23 centímetros. Para cada item, a
criança é instruída a apontar para a única figura que não se relaciona com as outras. A tarefa apresenta quatro formas de normatização: o Resultado Padrão da Idade (RPI), que apresenta divisão por tipo de escola, sendo que deste derivam o Percentil e Estanino, outras duas
medidas de analisar o teste; a quarta medida é a Idade Mental, que avalia a pontuação da criança de acordo com seu nível no teste e aponta a idade que corresponderia àquela pontuação.
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Considerações: A CMMC é atualmente o teste mais utilizado na avaliação de préescolares. No entanto, esta tarefa apresenta algumas dificuldades. Segundo Reuter e Mintz
(1970) a tarefa não avalia inteligência, mas apenas a habilidade de formação de conceitos, que
seria um aspecto mais ligado à inteligência cristalizada e não abarcaria todo o construto de inteligência. De fato, Basílio e colaboradores (2013; pôster) observaram que, em uma amostra de
214 crianças de 3 a 5 anos, a CMMC se correlacionou mais fortemente com uma tarefa de vocabulário receptivo do que com uma tarefa de memória de trabalho. Ao se dividir os itens do Colúmbia em itens abstratos (independentes de conhecimentos verbais) e itens concretos, a memória de trabalho não se relacionou com nenhum dos tipos de itens, enquanto o teste de vocabulário receptivo apresentou uma correlação baixa com os dois tipos, sendo que havia uma correlação maior com os itens concretos. A tarefa ainda apresenta-se complicada ao uso de crianças
com baixo nível socioeconômico, como indicado por Fernandes e Pullin (1981). A última padronização da tarefa foi publicada em 2001, e uma nova padronização encontra-se em curso. A tarefa
foi originalmente criada para a avaliação de crianças com paralisia cerebral, e pode ser útil para
avaliação destes pacientes e de pacientes com dificuldades intelectuais.
- Teste não verbal de inteligência Son-R 21/2 a 7(a) (2 anos e 6 meses a 7 anos).
Autores: Snijders, J. e Snijders-Oomen, N.; Versão brasileira: Jesus, G. B.
Acesso aos estudos de normatização e validação:
http://repositorio.unb.br/bitstream/10482/4686/1/2009_GirleneRibeirodeJesus.pdf
http://www.scielo.br/pdf/ptp/v28n1/03.pdf
http://pepsic.bvsalud.org/pdf/avp/v9n1/v9n1a06.pdf
Descrição: O Son-R 21/2 a 7(a) é uma versão reduzida do teste Son-R 21/2 -7 que engloba quatro
dos subtestes do teste original: mosaicos, padrões, categorias e situações. As duas primeiras
formam a Escala de Execução, enquanto as duas posteriores formam a Escala de Raciocínio. O
teste avalia a inteligência geral e não exige o uso da linguagem oral ou escrita, focando-se na
avaliação da inteligência fluida. As tarefas são especialmente úteis para serem usadas em crianças com problemas na área da linguagem e comunicação.
Mosaicos: A criança deve copiar padrões de mosaicos apresentados em uma moldura utilizando
quadrados vermelhos, amarelos e meio a meio. Na parte I, os padrões são simples e são usados
de 3 a 5 quadrados vermelhos. Na parte 2, usa-se os 3 tipos de quadrados e os padrões a serem
copiados são mais complexos. O subteste possui 15 itens.
Padrões: No subteste padrões, a criança deve copiar com um lápis uma forma geométrica apre-
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sentada em uma folha de resposta que possui pontos que delimitam a forma da cópia. Na parte
1, o desenho é primeiro feito pelo examinador e a criança deve copiá-lo, sendo que as formas
geométricas englobam um máximo de 5 linhas. Na parte 2, a criança deve ver a figura geométrica e copiá-la, sem demonstração do examinador. Este subteste possui 16 itens.
Categorias: Contendo 15 itens, neste subteste a criança deve escolher as figuras que possuem
alguma semelhança com a categoria matriz apresentada. São apresentadas imagens-alvo de objetos que formam uma categoria, e a criança deve escolher, dentre os estímulos resposta, aquele
(s) que se integram à categoria apresentada.
Situações: Composto por 14 itens, este subteste requer que a criança escolha uma opção que
complete uma dada figura ou situação. Na parte 1, são mostradas no caderno de estímulos quatro figuras pela metade. A criança, então, deve escolher dentre os estímulos-respostas, aqueles
que completam cada figura. A parte 2 é de múltipla escolha, e nela são mostradas imagens que
contêm uma ou mais coisas faltando, e a criança deve escolher, dentre as opções, aquela(s) que
completam a situação.
Instrumentos disponíveis para mensuração da inteligência em crianças e adolescentes:
- Escala Wechsler de Avaliação da inteligência para crianças –WISC III (6 a 16 anos)
Autor: David Wechsler, D.; Padronização Brasileira: Figueredo, V. L. M
Acesso aos estudos de adaptação, validade e normatização brasileira:
http://www.scielo.br/pdf/prc/v15n3/a14v15n3.pdf
http://pepsic.bvsalud.org/pdf/pee/v2n2/v2n2a04.pdf
Descrição: É composto de vários subtestes da inteligência, sendo eles:
Informações: questões referentes a conhecimentos gerais, incluindo nomes de objetos, datas, fatos históricos, geográficos, entre outros.
Semelhanças: composto por pares de palavras as quais o examinando deve relatar a semelhança
entre ambas. Avalia conceitos verbais, e habilidade para integrar objetos e eventos pertencentes
ao mesmo grupo.
Vocabulário: avalia conhecimento de palavras, incluindo capacidade de aprendizagem, informações sobre conceitos e desenvolvimento da linguagem.
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Compreensão: composto por questões com situações-problemas envolvendo conhecimento em
diferentes âmbitos (social, interpessoal, corporal).
Aritmética: avalia raciocínio numérico e a capacidade para solucionar problemas.
Span de Dígitos: avalia capacidade de inversão de sequência, flexibilidade e concentração através de dígitos apresentados ao indivíduo.
Completar figuras: avalia reconhecimento de objetos, discriminação visual, e habilidades para diferenciar detalhes através de figuras com desenhos incompletas.
Arranjo de Figuras: avalia capacidade de organização, planejamento, e sequência temporal através de figuras as quais deverão ser organizadas em uma sequência lógica.
Cubos: avalia habilidade de perceber e analisar formas e raciocínio para questões visuoespaciais.
Armar objetos: avalia capacidade de síntese através da seleção de partes de objetos familiares
para formá-lo.
Códigos: avalia habilidade para aprender combinações de símbolos e formas e a capacidade para
fazer associação de forma rápida e precisa.
Labirinto: mede a habilidade de planejamento e organização perceptual, demandando atenção e
concentração, controle visuomotor, e velocidade combinada com precisão.
O desempenho nestes subtestes possibilita medidas compostas de: QIs Verbal, de Execução e o
Total. É possível ainda mensurar estimativas em quatro índices fatoriais como Compreensão Verbal, Organização Perceptual, Resistência à Distração e Velocidade de Processamento das Informações.
- R-2 Teste de Inteligência Não Verbal para Crianças (5 a 11 anos)
Autor: Rosa, H. R., Alves, I. C. B., e Oliveira, R.
Acesso aos estudos de padronização:
http://pepsic.bvsalud.org/pdf/psic/v4n2/v4n2a03.pdf
http://pesquisa.bvsalud.org/portal/resource/pt/lil-416091
Descrição: O teste é composto por figuras, que apresentam itens em ordem crescente de
dificuldade. O desempenho demanda diferentes raciocínios objetivando a resolução dos itens:
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complementação de figuras, identidade de figura concreta, analogia de adição e subtração, mudança de posição, progressão numérica, deslocamento de uma parte, alternância de elementos,
raciocínio numérico entre outros. O instrumento possibilita avaliar o fator “g” de inteligência.
- Matrizes Progressivas Coloridas de Raven-Escala especial (5 a 11 anos)
Autor: Bandeira, D. R., Alves, I. C. B., Giacomel, A. E., e Lorenzatto, L.
Acesso ao estudo de normatização
http://www.scielo.br/pdf/%0D/pe/v9n3/v9n3a15.pdf
Descrição: O instrumento é composto por três séries de 12 itens, os quais são organizados
em ordem de dificuldade crescente em cada série. Cada série torna-se mais difícil comparada a
série anterior. Os itens consistem em um desenho ou matriz com uma parte faltante, sendo apresentadas, logo abaixo do desenho seis alternativas, uma das quais completa a matriz corretamente. A escala colorida tem como característica diferencial a impressão dos itens, em sua maioria,
com um fundo colorido, cujo objetivo é atrair a atenção e motivar as crianças pequenas.
Avalia a capacidade intelectual geral: o fator “g”.
- TONI-3 Teste de Inteligência Não-Verbal (6 a 10 anos)
Autor: Brown, L., Sherbonou, R. J., Johsen, S. K., Santos, A. A. A., Noronha, A. P. P., e Sisto, F.
F.
Acesso ao estudo de validação
http://www.scielo.br/pdf/ptp/v26n3/a02v26n3.pdf
Descrição: O instrumento avalia a inteligência geral de crianças por meio da resolução de
problemas através da exposição a desenhos de figuras abstratas, que não requerem leitura, escrita, fala ou audição. As figuras são abstratas e são formadas com as seguintes características: forma, posição, direção, rotação, contiguidade, sombreamento, tamanho e movimento. Na maior
parte, os itens mais difíceis contêm várias dessas características, enquanto os itens mais fáceis
contêm apenas uma ou duas características. A avaliação ocorre de forma qualitativa e quantitativa. O teste possibilita a avaliação da inteligência de indivíduos com prejuízos motores e/ou de linguagem.
- Bateria de Provas de raciocínio –BPR 5 (alunos de 1ª a 3ª serie e de 6ª a 8ª serie do ensino
fundamental)
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Autor: Primi, R e Almeida, L. S.
Acesso ao estudo de validade brasileira e perfis de capacidades cognitivas
http://www.scielo.br/pdf/ptp/v16n2/4379
http://www.scielo.br/pdf/pee/v8n2/v8n2a02.pdf
Descrição: O instrumento possibilita estimativas do funcionamento cognitivo geral e das
habilidades do indivíduo em cinco áreas específicas: raciocínio abstrato, verbal, visuo-espacial,
numérico e mecânico. O desempenho é avaliado através de questões relacionadas a cada raciocínio acima citados, demandando: identificação de relação analógica e aritmética entre cada par
de figuras, palavras e números; e resolução de problemas práticos de conteúdo físico-semântico.
Instrumentos utilizados para mensuração da inteligência em adolescentes, adultos e idosos:
- Matrizes Progressivas Escala Geral (a partir de 11 anos)
Autor: Raven, J. C.
Acesso ao estudo de validação
http://www.scielo.br/pdf/pusf/v14n2/v14n2a06.pdf
Descrição: O teste é composto por cadernos, denominados série I e II. O nível de dificuldade aumenta a cada item em ambas as séries, e a série II possui um nível de dificuldade superior à
serie I. Em cada item é apresentado um quadro com uma figura faltando um pedaço. Juntamente
ao quadro, logo abaixo estão oito opções com possíveis complementos para esse pedaço. O participante deve indicar o pedaço que melhor completar a figura do quadro.
-Escala Wechsler de Inteligência para Adultos-WAIS III (18 a 89 anos)
Autor: Wechsler, D.; Versão Brasileira: Nascimento, E.
Acesso ao trabalho de adaptação e validação brasileira:
http://pepsic.bvsalud.org/pdf/tp/v6n3/v6n3a09.pdf
http://www.usf.edu.br/edusf/publicacoes/RevistaPsicoUSF/Volume_11/uploadAddress/PSICO08%5B6529%5D.pdf
http://www.scielo.br/pdf/prc/v15n3/a14v15n3.pdf
Descrição: É composto de vários subtestes da inteligência, sendo eles:
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Informações: questões referentes a conhecimentos gerais, incluindo nomes de objetos, datas, fatos históricos, geográficos, entre outros.
Semelhanças: composto por pares de palavras as quais o examinando deve relatar a semelhança
entre ambas. Avalia conceitos verbais, e habilidade para integrar objetos e eventos pertencentes
ao mesmo grupo.
Vocabulário: avalia conhecimento de palavras, incluindo capacidade de aprendizagem, informações sobre conceitos e desenvolvimento da linguagem.
Compreensão: composto por questões com situações-problemas envolvendo conhecimento em
diferentes âmbitos (social, interpessoal, corporal).
Aritmética: avalia raciocínio numérico e a capacidade para solucionar problemas
Span de Dígitos: avalia capacidade de inversão de sequência, flexibilidade e concentração através de dígitos apresentados ao indivíduo.
Sequência de Números e Letras: requer que o examinando repita em ordem crescente ou alfabética uma série de números e letras apresentados oralmente em uma ordem aleatória especificada.
O examinando precisa memorizar as letras e números e ao mesmo tempo ordená-los adequadamente sem omitir nenhum elemento da série.
Completar figuras: avalia reconhecimento de objetos, discriminação visual, e habilidades ara diferenciar detalhes através de figuras com desenhos incompletas.
Arranjo de Figuras: avalia capacidade de organização, planejamento, e sequência temporal através de figuras as quais deverão ser organizadas em uma sequencia lógica.
Cubos: avalia habilidade de perceber e analisar formas e raciocínio para questões visuoespaciais.
Raciocínio Matricial: consiste em figuras incompletas as quais o indivíduo deve identificar entre
números correspondentes, qual a parte, entre outras opções, que completa a figura, sendo que
respostas certas recebem um ponto e respostas erradas recebem zero ponto.
Armar objetos: avalia capacidade de síntese através da seleção de partes de objetos familiares
para formá-lo.
Códigos: avalia habilidade para aprender combinações de símbolos e formas e a capacidade para
fazer associação de forma rápida e precisa.
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Procurar símbolos: avalia velocidade de processamento através de dois grupos de símbolos analisados visualmente (grupo modelo e grupo de procura). Deve-se indicar se o símbolo modelo faz
parte ou não do símbolo procura.
O WAIS-III oferece a possibilidade de se obter medidas para as seguintes Escalas e Índices Fatoriais:
QI
Verbal;
QI
de
Execução;
QI
Total;
Índice
de
Compreensão
Verbal
Índice de Organização Perceptual; Índice de Memória Operacional; Índice de Velocidade de Processamento.
- G-36 - Teste Não Verbal de Inteligência (adolescentes e adultos a partir do ensino fundamental)
Autor: Boccalandro, E. R.
Acesso ao estudo de validade
http://www.scielo.br/pdf/epsic/v10n2/a05v10n2.pdf
Descrição: O instrumento avalia o fator “ g” da inteligência através de itens em ordem crescente de dificuldade, os quais demandam raciocínios tais como: compreensão de relação de identidade e raciocínio por analogia, analogia do tipo numérica com adição e subtração e mudança de
posição, analogia espacial com mudança de posição. Os resultados permitem obter quantitativamente o total de acertos e qualitativamente os tipos de erros.
- Teste D-70 medidor de QI (estudantes do 2º grau e adultos com nível de escolaridade de
2º ou 3º grau)
Autor: Kourovsky, F. e Rennes, P.; Padronização brasileira: Alves, I. C. B.
Acesso ao estudo psicométrico
http://pepsic.bvsalud.org/pdf/avp/v5n2/v5n2a17.pdf
Descrição: Trata-se de um teste de inteligência geral, não verbal, que avalia de maneira relativamente pura o fator "g" de Spearman. A tarefa trata-se de descobrir quantos pontos deveriam estar
nas duas metades do dominó, em branco, para que a sequência seja finalizada. Em cada série a
forma de apresentação dos dominós mantém-se a mesma e os itens estão em ordem de dificuldade crescente.
- R-1 - Teste Não Verbal de Inteligência (a partir de 18 anos)
Autor: Alves, I. C. B. e Oliveira, R.
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Acesso ao estudo de validade
http://www.scielo.br/pdf/epsic/v10n2/a05v10n2.pdf
http://ojs.c3sl.ufpr.br/ojs2/index.php/psicologia/article/view/15856/10486
Descrição: O teste é formado por figuras, que apresentam itens em ordem crescente de dificuldade, a partir das quais o sujeito deve escolher a resposta correta e registrar na folha apropriada. Diferentes raciocínios são exigidos para a resolução dos itens: complementação de figuras,
identidade de figura concreta, analogia de adição e subtração, mudança de posição, progressão
numérica, deslocamento de uma parte, alternância de elementos, raciocínio numérico entre outros.
Avalia o fator “g” de inteligência.
Considerações sobre os instrumentos de avaliação disponíveis na clínica psicológica
Os instrumentos estão disponíveis como uma das ferramentas para os psicólogos em suas avaliações e não devem ser interpretados apenas os resultados em si. Os instrumentos servem de
apoio a todo um contexto clínico, somado a demais informações adquiridas do paciente. A psicometria foca-se em definir as estruturas da inteligência e sua organização, tornando-a dessa forma
vulnerável à crítica de que só investiga o produto e não o processo cognitivo que leva ao produto.
Os instrumentos devem seguir normas para utilização com determinadas populações, sendo que
há necessidade de cautela na interpretação dos resultados de instrumentos utilizados em populações com características peculiares às das populações nas quais o teste foi normatizado. De modo geral, os resultados sugerem que os testes tradicionais de inteligência (QI) não medem as capacidades de indivíduos provenientes de classes sociais desfavorecidas ou de minorias étnicas.
Assim, há necessidade de se considerar tais limitações nos testes psicométricos e ter cautela ao
generalizar resultados.
No domínio da avaliação psicológica, questiona-se o quanto de inteligência existe nas medidas de
inteligência disponíveis e mais usada na prática psicológica. Instrumentos que medem apenas QI
dos indivíduos estão medindo apenas uma pequena parte do amplo constructo que é a inteligência. Portanto, o QI de um teste X não é necessariamente igual ao QI de um teste Y considerando
que as duas baterias podem ser constituídas de subtestes diferentes. O QI é simplesmente uma
escala numérica padronizada e seu significado dependerá da combinação de fatores específicos
avaliados pelo instrumento.
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Para exemplificar, para medir o fator “g” da inteligência deveríamos aplicar uma bateria composta
por, no mínimo, 60 testes cobrindo todas as capacidades do nível III do modelo CHC acima des-
crito, o que se torna inviável. Mesmo os testes de inteligência fluida que se aproximam mais do
fator “g” (por exemplo: Raven, G36, D70, R-1, entre outros) medem um fator específico do nível
III. Ou seja, não existe a discriminação entre testes de inteligência e de aptidão. A WISC-III, por
exemplo, avalia de uma forma mais específica, fatores da inteligência tais como: inteligência cristalizada, processamento visual, e velocidade de processamento.
A rigor todos os testes medem alguma característica específica da inteligência. O conceito de aptidão na verdade refere-se a uma combinação ótima de fatores específicos objetivando prever um
determinado critério como, por exemplo, leitura, desempenho matemático, desempenho no trabalho.
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