doença de Alzheimer

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Transcript doença de Alzheimer

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EMÊNCIA

Prof. Marlon Santos

O

QUE É DEMÊNCIA

?

 É a perda de funções cerebrais cognitivas, ou seja, importantes para o aprendizado e a realização de tarefas (memória anterógrada, linguagem, reconhecimento – gnosis, destreza praxis, raciocínio, solução de problemas).

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AUSAS DE DEMÊNCIA

 Mais comum: doença de Alzheimer (+50%)  Demências tratáveis:  Hipotireoidismo, deficiência de vitamina B12, neurossífilis, complexo de demência relacionado à AIDS, tumores cerebrais, hidrocefalia comunicante normobárica, alcoolismo e uso excessivo de BZDs  Demências não tratáveis:  Demência vascular multinfarto, doença de Binswanger, doença de Pick, doença dos corpúsculos de Lewy difusos, doença de Huntington, paralisia supranuclear progressiva...

 Pseudodemência (secundária à depressão maior)

D

EMÊNCIA

 Todo paciente com demência deve ser submetido à investigação de todas as causas tratáveis:  TSH e T4 livre    Dosagem de B12 sérica VDRL TC de crânio com e sem contraste

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OENÇA DE

A

LZHEIMER

 Epidemiologia:  Acomete 5-10% dos pacientes acima de 65 anos e 20 40% daqueles acima de 85 anos.

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OENÇA DE

A

LZHEIMER

 Fatores de Risco:   Idade avançada (>65 anos) História familiar positiva

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OENÇA DE

A

LZHEIMER

 Quadro clínico:   É uma síndrome demencial de evolução insidiosa Inicia-se com amnésia anterógrada e perda geográfica   Segue-se: apraxia ideomotora (incapacidade de repetir e executar gestos) e construcional, diversos graus de afasia, acalculia e graus variados de agnosia...

Fases mais avançadas: déficit cognitivo grave, apatia e incapacidade de deambulação

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OENÇA DE

A

LZHEIMER

 Fisiopatologia e histopatologia    Trata-se de uma demência do tipo cortical Há uma destruição dos neurônios colinérgicos e outros.

 Os neurônios do cortéx cerebral (especialmente dos lobos parietais e temporais, hipocampo e núcleo basal de Meynert): ficam depletados de acetilcolina e outros neurotransmissores.

A deficiência do funcionamento colinérgico está ligada à perturbação da memória, particularmente da memória recente.

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EUROFARMACOLOGIA DA MEMÓRIA

A

CETILCOLINA E A DA MEMÓRIA

N

EUROFARMACOLOGIA

 Síntese da Ach    Destruição e remoção da Ach Receptores da Ach Hipótese da deficiência colinérgica na amnésia

S ÍNTESE DA ACETILCOLINA (AC H )

• É formada nos neurônios colinérgicos a partir de 2 precursores: colina e acetilcoenzima A (AcCoA)  Colina: Dieta e fontes intraneuronais  AcCoA: Feita a partir da glicose na mitocôndria do neurõnio • Esses 2 substratos interagem com a enzima de síntese colina acetiltransferase (CAT) e produzem a Ach.

D ESTRUIÇÃO E REMOÇÃO DA ACETILCOLINA

• A Ach é destruída por um enzima chamada acetilcolinesterase (AChE) que converte a Ach em produtos inativos.

• A AChE é a enzima-chave que inativa a Ach nas sinapses colinérgicas • A colina formada pela quebra da Ach pode ser transportada de volta ao terminal nervoso colinérgico pré-sináptico por um transportador e ser reciclada para a síntese de Ach.

R ECEPTORES DE AC H

• São subdivididos principalmente em receptores colinérgicos nicotínicos (N – rápido inicio de ação) e muscarínicos (M1, M2 e MX- ligam-se à proteína G) • O receptor pós-sináptico M1 parece exercer papel-chave na mediação das funções da memória ligadas à neurotransmissão colinérgica.

H IPÓTESE DE DEFICIÊNCIA COLINÉRGICA NA AMNÉSIA

• Segundo alguns investigadores, é a deficiência do funcionamento colinérgico que está ligada à perturbação da memória. (Bloqueando receptores muscarínicos produziam distúrbios de memória semelhante ao do Alzheimer) • O núcleo basal de Meynert é a principal fonte de ACh cerebral e possui importantes conexões com o sistema límbico. Está localizado no prosencéfalo basal, onde se situam os corpos celulares colinérgicos dos axônios que se projetam pro hipocampo e amígdala, bem como através do neocórtex.

• Pensa-se que esses neurônios em particular sejam os mediadores da memória e de funções corticais superiores, tais como aprendizagem, solução de problemas e julgamento. Eles degeneram-se precoce e progressivamente no curso da doença e Alzheimer.

H IPÓTESE DE DEFICIÊNCIA COLINÉRGICA NA AMNÉSIA

• Pensa-se que outros neurônios colinérgicos no cérebro estejam envolvidos em funções cerebrais diferentes da memória.

• Estão incluídos: Interneurônios no estriado (envolvidos na regulação dos movimentos motores) e aqueles que surgem na área tegmental lateral e se projetam rostral e caudalmente, bem como para o cerebelo, com ampla variedade de funções.

O C URSO DA DOENÇA DE ALZHEIMER NÃO TRATADA

• É progressivo e descendente • Começa com sintomas muito leves e não diagnósticados (assinalando o inicio do processo no núcleo basal de Meynert) • Depois de cerca de 3 anos de sintomas não especificados, faz se o dx de d. Alzheimer (tempo em que o dano ao sistema colinérgico difundiu-se no mínimo para as projeções próximas do núcleo basal de Meynert: amígdala, hipocampo e cortex entorrinal). A pessoa perde grande parte da independência funcional.

• Em mais 3 a 6 anos, o progresso neurovegetativo inclui o neocortex difusamente. O paciente provavelmente estará institucionalizado.

• E em mais 3 anos, morrerá.

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MPACTO DOS NA

T

RANSTORNOS DE

N

EUROTRANSMISSÃO

C M

EMÓRIA OLINÉRGICA

 Como a doença de Alzheimer destrói os neurônios colinérgicos e outros, levando a perda de memória.

 O diagnóstico da d. de Alzheimer ainda é anatomopatológico, e não clínico.  É definido pela presença, no neocórtex de :   Placas neuríticas com núcleos de beta-amilóides e apolipoproteína A (apoA) Emaranhados neurofibrilares de proteína tau anormalmente fosforiladas

P LACAS NEURÍTICAS COM NÚCLEOS DE AMILÓIDE

 Lesões extracelular es  Seu número está fortemente relacionado à função cognitiva  Muitas são formadas progressiva mente nos neurônios colinérgico do núcleo basal de Meynert.

E MARANHADOS NEUROFIBRILAR ES

 Constituído de proteína tau anormalmente fosforilada e enroladas juntas.

 Acredita-se que essas proteínas interfiram no funcionamento dos nervos na doença de alzheimer, particularmente, dos neurônios colinérgicos.

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IPÓTESE DA CASCATA DE AMILÓIDE NA DOENÇA DE

A

LZHEIMER

Parte 1

• A principal teoria contemporânea sobre as bases biológicas da doença de Alzheimer centra-se na formação do beta-amilóide.

• Talvez a d. Alzheimer seja essencialmente uma doença na qual o depósito anormal de beta-amilóide chegue ao ponto de destruir os neurônios: •  Ou por excesso de formação de beta-amilóide ou de muito pouca remoção deste Uma idéia é que os neurônios apresentem uma anormalidade no DNA que codifica a proteína precursora de amilóide (PPA) e assim inicie uma cascata química letal nos neurônios, começando com a formação da PPA alterada

P ARTE 2

• Uma vez formada a proteína precursora de amilóide (PPA), esta leva a formação de depósitos de beta-amilóide

P ARTE 3

• Uma vez que os depósitos de beta-amilóide são formados a partir da PPA anormal, o passo seguinte é a formação de placas e emaranhados pelos depósitos de beta-amilóide no neurônio

P ARTE 4

• A formação de inúmeras placas neuríticas causa finalmente a interrupção do funcionamento e até a morte do neurônio

P ARTE 5

• A formação de inúmeros emaranhados neurofibrilares também vai causar, por fim, a interrupção do funcionamento e até a morte do neurônio.

O UTRA VERSÃO PARA A HIPÓTESE DA CASCATA DE AMILÓIDE :

• Erro na proteína que se liga ao amilóide e o remove.

• Essa proteína é chamada de APO-E.

• No caso da “boa” APO-E, ela se liga ao beta-amilóide e o remove, prevenindo o desenvolvimento da doença de Alzheimer e da demência

APO-E RUIM

• Nos paciente com Alzheimer é possível que tenham uma anormalidade no seu DNA, que causa a formação de uma versão “ruim” ou defeituosa da proteína APO-E.

• Nessa caso, a APO-E ruim não pode se ligar ao beta-amilóide, deixando, então, de remover a amilóide do neurônio.

• Consequentemente, o beta-amilóide se acumula, forma placas e emaranhados • O neurônio perde sua função e morre.

T

RATAMENTO

 A doença de Alzheimer é incurável.

 O tratamento é baseado no:  Uso de inibidores da colinesterase   Sintomáticos (para alterações de comportamento) Relação paciente, familiares e cuidadores

I

NIBIDORES ANICOLINESTERÁSICOS

  O funcionamento neuronal colinérgico é um dos primeiros a alterar-se na d. Alzheimer A abordagem mais bem-sucedida capaz de:  Estimular o funcionamento colinérgico nos pacientes com Alzheimer  Melhorar a memória

Consiste em inibir a destruição da acetilcolina por meio da inibição da acetilcolineterase

I

NIBIDORES ANTICOLINESTERÁSICOS

 Principais:   Tacrina Donepezil    Rivastigmina Galantamina Memantina* (antagonista NMDA)

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ACRINA

(10-20

MG

, VO, 6/6

H

)

     Primeiro medicamento aprovado pelo FDA É um inibidor central da colineterase Atua:  Elevando os níveis cerebrais de Ach  Aumentando a atividade colinérgica cerebral Vantagem:  Eficaz no tratamento de Alzheimer com demência leve a moderada Desvantagem:  Efeito moderado nos déficits globais da cognição  Hepatotoxicidade

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EMANTINA

   Primeiro medicamento aprovado para a doença de Alzheimer de moderada a grave.

É um antagonista do receptor do glutamato (NMDA) Vantagens:   Melhora a cognição Reduz o tempo dasto dos cuidadores no manejo do paciente  Demonstram melhora quando associado ao donepezi, já em uso.

M

EMANTINA

 Principais efeitos colaterais:  Tontura, confusão, cefaléia e alucinação.

  Apresenta poucas interações medicamentosas Como iniciar o tratamento?

 Inicias com 5mg/dia, ir aumentando 5mg por semana até a dosagem-alvo de 20mg/dia (÷ 2 tomadas)

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BRIGADA

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