Workshop Research Methods Henri Christiaans

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Workshop Métodos de Investigação

Henri Christiaans Rita Almendra

• • 1.

2.

Introdução Teoria Discussão Almoço 3. Trabalho de grupo 4.

Apresentações 5. Encerramento

Agenda

O que é investigação?

• • • •

É àcerca de uma pergunta Testar as nossas ideias/assumpções em face da realidade Investigar é um processo Relacionado com as regras do jogo

 Apresenta se a investigação a um FORUM     A investigação é pública e verificável Publica se sobre a investigação Os métodos usados são não ambíguos e coerentes Conceitos/variáveis têm de ser definidos operacionalmente

Questão de Investigação

• É a questão de investigação formulada de forma clara? • A questão relaciona-se com Conhecimento existente (teoria e/ou investigação anterior)?

• É possível derivar da questão hipóteses testáveis?

• Qual o orçamento disponível?

• Em que período de tempo deve a questão ser respondida?

Definição do Problema

• Questões de investigação concretas e bem delimitadas (redução) • Relação com a teoria • Definição operacional de conceitos/variáveis • Instrumentação (métodos e equipamento)

Definição Operacional

• A definição operacional de um conceito ou variável X fornece uma descrição concreta das operações/procedimentos que serão usados para definir e medir o conceito/variável na prática. • A definição operacional especifica as actividades do investigador na mensuração ou manipulação da variável. • Exemplo: ‘temperatura do corpo’: definição em termos das operações de medição que terão de ser executadas por forma a chegar-se ao valor da dita ‘temperatura’.

• Operações de medição: pegar um termómetro, colocá lo no corpo e ler a temperatura aí registada.

Forma e emoções

Que relação existe entre a forma de um produto e as emoções que evoca?

Como se definem as variáveis: -Forma do produto: Que atributos?

-Emoções?

Forma e emoções

As pessoas avaliam o impacto emocional das formas dos bules, a partir de medições feitas com as escalas de Likert …

Forma e emoções

As pessoas avaliam o impacto emocional de:

Distracção do condutor no carro

Distracção do condutor do carro

Que variáveis estão em causa?

• O que é distracção? (definirem termos operacionais) • Distração por: – Informação externa (definir essa informação) – Informação interna (definir: i.e. celular, navegação, pssageiros, pensamentos do condutor, etc.)

Tipos de investigação

Analítica

Histórica Filosófica Estudo literário Meta-análise ----------------------------------------------------------------------------------

Descritiva

Inquérito (questionário, entrevista) Estudo de Caso Análise documental análise de tarefas Correlaccional Observação Etnográfica ----------------------------------------------------------------------------------

Exploratória

Inquérito correlaccional Caso de estudo experimental ----------------------------------------------------------------------------------

Experimental

Pré-experimental verdadeiramente experimental Quasi-experimental

Qualitativa vs Quantitativa

Propósito Quantitativa

Leis Gerais Testar Hipóteses Prever comportamento

Qualitativa

única/caso individual Compreender significados/Intenções

Perspectiva

externa-Objectiva interna-Subjectiva

Procedimentos

Estruturados medidas formais amostras probabilísticas análise estatística Não Estruturados medidas abertas amostras por avaliação interpretação de dados

Quantitativa vs. Qualitativa

• Não existe oposição diamétrica entre as duas tradições • O investigador qualitativo também fará uso de técnicas quantitativas. Contudo, • O processo de redução, abstração e interpretação será na maioria das vezes diferente entre as abordagens qualitativa e quantitativa.

Lógica dedutiva da investigação quantitativa Investigador testa ou verifica a teoria Investigador testa hipóteses Ou Questões de Investigação Investigador define e operacionaliza variáveis derivadas da teoria Investigador mede ou observa variáveis usando um instrumento para obter pontuações Creswell, 2003

Lógica indutiva da investigação qualitativa Generalizações ou teorias De experiências passadas ou literatura Investigador procura um padrão alargado.

Generalizações ou Teorias de Temas ou Categorias Investigador analisa dados para formar temas ou categorias Investigador coloca questões abertas Aos participantes ou regista notas de campo Investigador recolhe informação e.g. entrevistas, observações Creswell, 2003

Critérios para selecção de uma abordagem

Problema de Investigação

Investigação Quantitativa

Identificação de factores que influenciam o resultado

Investigação Qualitativa

exploratória: importante examinar o desconhecido A utilidade de uma intervenção perceber os melhores predictores resultados O tópico é novo teorias existentes não dos são aplicáveis testar a teoria ou explicação conduz a uma teoria

Definição de Investigação Qualitativa

• A investigação Qualitativa é naturalista porque estuda indivíduos e grupos no seu ambiente natural. • A investigação Qualitativa é o estudo interpretativo de um assunto específico ou problema no qual o investigador é central ao sentido que é dado ao mesmo. • A investigação inclui sempre uma componente

interpretativa

mas na investigação qualitativa 'acção' e 'experiência são palavras-chave • Análise indutiva: permite ao observador ser parte do grupo a ser observado. • Perspectiva Holística

Definição de Investigação Qualitativa

• Tenta capturar o sentido do que está implícito e estrutura o que dizemos e o que fazemos • Contacto pessoal e conhecimento • Sistema dinâmico: o investigador não procura nada fixo e estável • Sensível ao contexto • Exploração, elaboração e sistematização da significância de um problema/assunto delimitado • A representação iluminada do significado de um problema/assunto delimitado.

Investigação Qualitativa

Triangulação

Pelo uso de diferentes métodos de recolha de dados – notas de campo, entrevistas, narrativas – uma imagem completa do fenómeno pode ser fornecida.

Interpretação: observação de espécies • a - - - -

Interpretação

• a - - - --- - c - - - --- - b - - - --- - d - - - --- --

Interpretação: observação de discurso

I J

(reading) pack is firmly attached to the bike positioning of the backpack was alright fact that the centre of gravity of the backpack is placed rather far to the back of the bike (inaudible) do we have any … em...

J

there's a problem with potholes .. the backpack tends to slide up and down which adversely influences stability I guess when you hit bumps

I

isn't that in the negative?

J

mm yeah well the product was considered ugly well that's solvable (laughter) we can fix that one if nothing else ... it takes a while to get used to cycling with this weight; mistakes are made attaching the fastening device to the bike so it has to be easy to attach

K

with only one yeah gotta be fool proof so that's part of our

J

yeah that should be in our spec

K

functional spec

Investigação Qualitativa

Quais são os resultados da Investigação Qualitativa?

• • • • A descrição de eventos incluindo aqueles que nunca foram observados antes. Identificação de relações entre variáveis até agora desconhecidas. As bases para hipóteses que (i.e. quantitativa) em estudos de monitorização posterior podem ser testadas.

Observações que visam negar as proposições gerais.

Métodos Etnográficos de Investigação

Celia McMichael [email protected]

Investigação Etnográfica

– O que é a investigação etnográfica? – Quais os seus fundamentos teóricos?

– Quando deve a investigação etnográfica ser usada?

– Métodos de recolha de dados – Estudo de populações – Assuntos melindrosos: limitações, ética, rigor, reflexividade etc.

Etnografia

• Emerge da tradição antropológica • Significa: ‘escrever sobre pessoas ou culturas’ e deriva do grego ‘ethnos’ (pessoas) e ‘graphei’ (escrita) • É uma metodologia para estudos descritivos sobre pessoas e culturas.

Métodos Etnográficos

• Área de trabalho é: “the study of people and of their culture in their natural habitat. Anthropological fieldwork has been characterized by the prolonged residence of the investigator, his participation in and observation of the society, and his attempt to understand the inside view of the native peoples” (Powdermaker 1969) • Participação e observação

Métodos etnográficos/teoria

• Sustenta-se a partir de outros métodos qualitativos:entrevistas, discussões de grupo, actividades participadas etc.

• Influenciada por outras teorias, fenomenologia, feminismo, grounded theory, pós modernismo…

Etnografia Hoje

• Definições alargadasdo “campo de intervenção” incluem qualquer every imaginable human group and context – Institutional settings – New religious movements – Elderly patients in hospices – Fire fighters – Drug dealers – “Grey nomads” – Sex workers – Preparations for “extraterrestrial” anthropology for fieldwork on space stations – Studies of “sensitive issues”: sexual health, VAW, cancer . . .

Observação participada

• Aprender a ver, descrever, lembrar e tornar-se alerta • O investigador   Participa na vida diária Conduz observações detalhadas de comportamento e comunicação interpessoal  Faz a observação directa de eventos significantes.

Observação participada

• Dispender um período extenso de tempo numa comunidade, aprender a língua, perceber a vida social, familiarizar-se com os costumes • A Permissão para entrar numa comunidade pode ter de ser negociada. • O papel do investigador é conhecido pela comunidade.

Locais

• Um local tradicional ou convencional é uma aldeia, um pequeno grupo tribal ou uma pequena cidade. • A etnografia contemporânea pode ser conduzida numa instituição ou organização (laboratório, escola, hospital), numa cidade ou mesmo numa comunidade dispersa. • Observação participada pode ocorrer num espaço público (i.e. parque, ruas, restaurantes) • E em espaços privados tais como as casas das pessoas.

O que observar

• Locais e contextos • Ambientes físicos • Objectos • Pessoas: quem, quantas, papeis . . . • Actividades: quais, quando, recorrentes ou única.

• Comportamentos • Interacções • Significado simbólico das palavras e da comunicação não-verbal.

Visuals can be important in supporting written text

Photo: L.Manderson

Q: quais pensa poderem ser os benefícios de uma observação participada?

Porquê observar?

• Colecta de diferentes tipos de dados • Reduz o problema a reactividade • Ajuda formular questões sensíveis • Dá uma compreensão profunda emic • Muitos problemas de investigação não podem ser abordados de outro modo • Acesso a informação que não está disponível de forma alargada

Porquê Observar?

• Permite o estabelecimento de boas relações • Melhora o entendimento dos espaços/contextos • As questões podem ser colocadas de forma adequada e na terminologia local • Triangulação de dados: comparar registos, proposição de comportamentos ideais • Permite que questões sejam colocadas numa base contínua

Q: Quais pensa serem as limitações da observação participada?

Riscos e Dificuldades

• A ‘entrada’ da comunidade pode levar algum tempo • Tensões entre grupos/indivíduos podem afectar a recolha de dados • A observação pode alterar o comportamento usual de um indivíduo ou comunidade • A investigação pode provocar uma maior reflexão e análise entre os participantes • O investigador e a comunidade de acolhimento podem ter dificuldade em definir o papel do investigador.

• A Observação e participação serão sempre selectivas e parciais – só se pode estar num local a uma hora.

Riscos e dificuldades

• É difícil generalizar com base no estudo de um caso • A abordagem não pode ser usada em grandes populações • A observação participada não é desenhada para estabelecer relações causais. • Susceptível de se focar no anormal, aberrante ou excepcional.

O papel da interpretação

Gap between objects and our representations, in 3 forms (

'methodological horrors'

, Woolgar '88): 1. Indexicalidade 2. Inconclusividade 3. Reflexividade

1. Indexicalidade

Uma explicação está sempre ligada a uma ocasião particular e altera-se se a ocasião se alterar.

Tentar identificar padrões de influência no local de investigação e desenvolver um registo de como esses padrões desempenharam a sua parte no resultado do estudo.

Indexicalidade e Validação

Validação (e confiança) na investigação qualitativa são propriedades da ferramenta de investigação: Replicação Um investigador qualitativo nunca comete o erro de reclamar que o seu trabalho é perfeitamente replicável. A apresentação da análise como 'resultados' do estudo é um registo de mudança e isto introduz mudança na própria ferramenta de investigação.

O objectivo da investigação qualitativa não é tanto a replicação mas mais a especificidade.

Validação

Replicação na investigação qualitativa: reinterpretação das descobertas de um diferente ponto de vista ou a exploração de idênticos assuntos em contextos diferentes. A Validação tem também a ver com a adequação do investigador à compreensão e representação dos significados das pessoas.

Validação Ecológica

Tentar fazer com que a investigação encaixe no mundo real.

Necessária se as descobertas do estudo tem de ser extrapoladas para uma população maior do que a amostra usada. Está na natureza humana e é um ‘poder’ que têm o de reflectir sobre as suas acções e o de dar nota sobre os mesmos. Uma abordagem científica adequada deve empregar métodos que articulem estes poderes ao invés de tentar evitá los.

2. Inconclusividade

Um registo pode ser sempre suplementado e pode mutar continuamente à medida que mais lhe é adicionado. Muita da investigação qualitativa tratará cada estudo como se fosse um caso singular: o objectivo é o de prover uma análise em profundidade dos significados do trabalho ao invés de uma abordagem superficial e abrangente. Responsabilidade Moral: permitir aos leitores do relatório a possibilidade de diferentes interpretações.

3. Reflexividade

O modo como caracterizamos um fenómeno mudará a forma como ele opera para nós e isso alterará a nossa percepção do mesmo.

O gap entre objecto e representação.

A investigação qualitativa não reclama ser ‘objectiva’ mas antes oferece uma forma diferente de trabalhar através da relação entre objectividade e subjectividade. A subjectividade é um recurso, não um problema. Qual é a posição do investigador? E do informante?

Tipos de Investigação qualitativa

Case-study

• Uma descrição de uma entidade e das suas acções; procura encontar uma explicação do

porquê

da entidade agir da forma que age. • Como análise em profundidade da situação (eventos, circunstâncias, características das pessoas, natureza da comunidade, grupo ou cultura).

• Investigação em situações diárias com baixo controlo sobre essas situações. • Questões de investigação do geral para o particular.

Tipos de Investigação qualitativa

Case-study

O tipo de questões serve como um guia útil dos métodos a usar (i.e. questão geral: que ferramentas usam os designers? Método mais razoável: dispender horas no escritório a observar o que se passa) As questões específicas são mais úteis para focar a atenção do investigador durante períodos de observação ou para sugerir outros métodos (ientrevistas, questionários)

Tipos de Investigação qualitativa

Case-study

Vantagens

• Revela a forma como uma multiplicidade de factores interagem • Se representarmos cada entidade como única então o case study é o veículo adequado para revelar essa singularidade.

Desvantagens

• Problema com generalizações (então, estudar mais casos)

Tipos de Investigação qualitativa

Etnográfica

Tipo especial de case-studies • Um investigador participa durante um período de tempo nas actividades de uma entidade (torna-se parte da mesma) • Método principal dos antropologistas (ttentar perceber a estrutura e trabalho interno de um grupo) • Fito comum: identificar crenças e costumes partilhados pelos membros de um sistema social. Tentar mapear e interpretar a dependência mútua dos comportamentos de indivíduos e grupos.

Tipos de Investigação qualitativa

Etnográfica

Vantagens

• Revela características partilhadas por membros de um grupo; operações internas através da identificação da importância relativa dos membros, traçando rotas de comunicação e sugerindo a origem das actividades do grupo.

Limitações

• Não há ‘verdade objectiva’ mas antes descrições filtradas por uma particular lente mental. • Generalização do problema • Perda de objectividade na percepção por conta da íntima imersão entre participante e observador.

Tipos de Investigação qualitativa

Grounded Theory

Os investigadores são responsáveis pelo desenvolvimento de teorias que ocorrem durante a observação de grupos. As teorias serão grounded (baseadas) nas experiências observáveis do grupo mas o investigador adiciona as suas ideias àcerca dessas experiências. É um processo indutivo gradual com regras restritas sobre como os dados podem ser recolhidos e processados.

Tipos de desenho de Grounded Theory : Design Sistemático • Codificação aberta: propriedade e propriedades dimensionadas • Codificação Axial : investigador seleciona uma categoria de codificação aberta e coloca-a como fenómeno central e depois relaciona as outras categorias com esta.

• Codificação Selectiva: escrever a teoria baseada na interrelação entre as categorias da codificação axial.

Da Codificação aberta ao paradigma da codificação axial

Categorias codificação aberta Paradigma codificação axial Contexto Categoria Categoria Categoria Condições causais Categoria central ou Fenomeno Estratégias Consequências Categoria Categoria Condições Intervenção Uma categoria Codificada aberta Como fenómeno central

Tipos de desenho de Grounded Theory : Design Emergente

• A Grounded theory existe ao nível conceptual mais abstracto e não ao mais baixo nível de abstração como pode ser avaliado pelas apresentações de dados visuais tais como o paradigma da codificação. • A teoria é fundada (grounded) nos dados e não forçada a encaixar nas categorias.

• 4 critérios essenciais: Encaixar, funcionar, relevância, possibilidade de alteração

Tipos de Investigação qualitativa

Fenomenologia

A fenomenologia tem a visão de que para os seres humanos a única realidade é a realidade experienciada. Na investigação fenomenológica o objectivo é a compreensão da essência (estrutura profunda) do fenómeno que está a ser estudado. Muito usada por psicólogos em situações clínicas.

Tipos de Investigação qualitativa

Narrativas

A investigação com base nas narrativas é uma forma de recolha de informação com base nas estórias dos participantes.

O pensamento que está por detrás é o de que as pessoas por natureza são contadores de estórias e, a vida é feita de estórias. Através destas estórias têm-se a impressão de como as pessoas vivem como experienciam eventos particulares (notas ao longo do trabalho de campo, entrevistas, jornais, cartas, autobiografias e estórias orais)

Tipos de Investigação qualitativa

Cinética

Estuda o que é comunicado pelos gestos e linguagem corporal. Baseada na visão de que cada pessoa pode, consciente ou inconscientemente reagir tanto verbal como não verbalmente. Este comportamento pode ser facilmente mal interpretado.

Discussão Focus group

“...The explicit use of the group interaction to produce data and insights that would be less accessible without the interaction found in a group” (Morgan 1988:12) “. . . primary aim of describing and understanding perceptions, interpretations, and beliefs in a select population to gain understanding of a particular issue from the perspective of a group’s participants’ (Khan and Manderson 1992)

O que são os Focus Group?

• Uma entrevista de grupo ou discussão. Assenta em interacções e trocas. • Os Participantes partilham características em comum (género, etnia, idade, estrato social) • O foco é num tópico específico. Discussão aprofundada.

Quando devem os Focus Groups ser usados?

• Estudos exploratórios • Aceder a necessidades • Suporta o desenvolvimento de intervenções • Testar ideias sobre programas ou estratégias • Resolver problemas específicos • Avaliar programas • Follow up resultados investigação • Conjugados com outros métodos.

Dimensão do Focus Groups

• 6 a 12 pessoas num grupo • 4 a 8 pessoas num grupo (por experiência!) • Recrutar a mais 20%!

• Moderador/entrevistador e secretário?

Selecção participantes

• Quem pode melhor fornecer a informação pretendida?

• Como devem os participantes ser selecionados? • Quantos focus groups devem ser levados a cabo?

• como contactar os participantes?

• O que dizemos às pessoas quando as convidamos?

Papel do moderador

Um moderador ou facilitador necessita: • Adequar conhecimento ao assunto • Boa capacidade de ouvir • Capacidade de estabelecer uma relação confortável entre os participantes • Paciência e flexibilidade • Capacidade de observação: observar mensagens “não-verbais”

Papel do secretário

• As discussões dos Focus group são normalmente gravadas e, depois, transcritas para análise • O secretário mantém um sumário da discussão: como segurança no caso da gravação falhar e para identificação de quem fala. • O secretário também regista interacções não verbais e toma notas de factores contextuais. • Pode ainda identificar assuntos que emergem da discussão para serem explorados pelo moderador. • ajuda a escrever notas com o moderador no final da sessão.

Conduzir uma DFG

Estabelecer regras base (i.e. Bathroom

for elderly project FGD guide)

Manter o fluxo da conversação. – Começar com uma questão que coloque os participantes à vontade.

– Mover-se do geral para o específico.

– Procurar pontos de vista e opiniões não factos. – Estar consciente das pessoas dominantes – Trabalhar os participantes tímidos – Encorajar o debate

Concluir uma DFG

• Sumariar a discussão • Confirmar a anuência das pessoas • Convidar as pessoas para um lanche e discussão informal • Rever descobertas com o secretário assim que possível depois da conclusão • Escrever as notas o mais cedo possível

Forças

• Faz emergir um conjunto de opiniões • Conduz à conversação á volta de comportamentos e crenças.

• Identifica inconsistências e variações que existem num grupo • Produz rapidamente um conjunto vasto de informação • Excelente em comunidades em que a entrevista um para um não é aceitável. • Relativamente fácil de conduzir • Geralmente bem aceite

Limitações

• Participantes concordam com as respostas dos outros • Facilitador tem menor controlo sobre o fluxo de conversação • Pode ser cara e muito consumidora de tempo • Pode ser difícil de controlar quem participa no grupo em pequenas comunidades • Pode ser perigosa em contextos políticos sensíveis.

• Difícil de analisar

Tendências nos Focus Groups

• Focus Groups por telefone – Focus groups conduzidos via conferência telefónica. • Two-Way Focus Groups – O focus group alvo observa outro focus group, e depois discute o que aprendeu através da observação.

Trends in Focus Groups

• Sessão de grupo nominal – Método de investigação qualitativa no qual os consumidores, em pequenos grupos e de forma independente geram ideias sobre um assunto e discutem sobre elas. • focus groups baseados na Internet – Interacção através de chat (SMN) ou e-mail

Tipos de Observação

• Observação participante/ participação observante – Novo papel para estudar ambientes familiares e não familiares – Papel existente para estudar ambientes familiares/não familiares • aberta/fechada • Obstrutiva/não obstrutiva

Estratégias de Observação

• Não estruturadas – Foco alargado (i.e. alimentação infantil, práticas de injecção de drogas) – Impressionista/descritiva • Estruturadas – Foco apertado em comportamentos específicos – comportamentos/temas de interesse devem ser claramente definidos.

Observação Estruturada

• Monitorização contínua – assuntos de interesse por um período extenso ( várias horas, um dia) observar comportamentos/ • Verificação pontual – registar presença/ ausência de comportamento/característica num determinado ponto da observação (i.e. use de mosquiteiro; disposição para colocar questões nas consultas médicas) • Verificação de classificação cozinha”) – fazer julgamentos sobre indivíduos e ambientes (i.e. “as mãos estão limpas enquanto Q: Quais as forças e fraquezas desta abordagem?

Notas de campo

• Notas de campo – Registo contínuo – Registo intermitente • O que registar – Descrição etnográfica (substantiva) – percepções analíticas/interpretações – Registos visuais: fotos, mapas etc

Dicas para fazer boas notas de campo

• Planear tempo para escrever • Não falar das memórias antes de as escrever • Registar o mais cedo possível • Relembrar por ordem histórica • Anotar a data, hora, localização, identidades • Desenhar mapas para lembrar • Distinguir entre verbatim e conversação sumariada.

Problemas metodológicos

• Observar apenas o não usual • Fadiga, aborrecimento • Registo inadequado • Complexidade, ambientes grandes ou muito ocupados • problemas de relembrar se não houver registo imediato • Fazer assumpções

Actividade

a partir do seu projecto de mestrado defina como proceder ao seu estudo (usando a observação aprticipada) Discuta o seguinte: • Que tipo de coisas observará? • Como tomará notas delas? • Questões específicas que procura perceber através da observação • Temas que antecipe possam ficar de fora • Como a observação pode ajudar a entender este assunto?

• Como pode ser fortalecida a ‘validade’ da sua observação?

• Limitações da observação na compreensão do assunto • Qualquer outras reflexões críticas sobre a observação participada.

Entrevistas

• Entrevista Informal • Entrevista não estruturada • Semi-estruturada usando um guia ou lista de temas • Entrevista perguntas abertas estandardizada • Questões fechadas - estandardizada

Diferentes tipos de entrevista

i.e. Foco na temática – Compreender comportamento específico – Experiência de comportamento específico – Solution by design i.e. entrevistas sobre estórias de Vida e narrativas – Padrões de mudança social e desenvolvimento.

– Influências pessoais económicas e culturais.

– História de família, histórias de maternidade e saúde reprodutiva, padrões de norbilidade e mortalidade.

O que faz a narração?

• Organização temática, estrutura narrativa, e dá ênfase ao que é importante para o participante.

• Providencia registo de eventos históricos. • O significado relaciona-se com os eventos em termos cronológicos (estória ou registo rigoroso?) • A estrutura social é descrita através de exemplos e ‘estórias’

Forças das entrevistas

• Confidencial – podem discutir-se assuntos mais privados • Obter pontos de vista controversos • Experiências de vida em profundidade • Respostas podem ser clarificadas • Providencia compreensão do comportamento, crenças e percepções das pessoas.

• As pessoas no geral adoram a experiência.

Fraquezas das entrevistas

• Dificuldades com tópicos que as pessoas não dominam • Não dá uma diversidade de opiniões.

• Difícil de fazer bem • ‘efeito entrevistador’ • As descriçõs verbais podem não ser um registo fiável de comportamentos, significado e sentimentos narrativas…) (equilibrado por triangulação com observação, análise de

A arte da Boa Entrevista

• Dar ao participante um registo claro do objectivo da entrevista.

• Estabelecer fluência. ser inquisitivo.

• Alcançar um tom de “conversação” tone e permitir flexibilidade no fluir da mesma. Não interromper.

• Manter o sentido da neutralidade e evitar impor ideias ou pontos de vista pessoais. • Dar feedback verbal/não verbal • Permitir silêncios, não sugerir respostas.

• Ser sensível e não julgar.

Construção de lista de temas

• Manter numa página para que possa manter-se activamente implicado ao invés de procurar num extenso guião • Tentar evitar “questões” • Permitir flexibilidade para perseguir diferentes assuntos • Incluir pontos abaixo dos temas principais • Recolher dados sócio-demográficos numa folha à parte.

elaborar “Questões”

• Colocar questões “abertas” que estabelecem o tópico mas não sugerem resposta • Evitar questões de resposta dicotómica • Evitar questões do tipo “o que sabe…” • Evitar jargão e termos técnicos • Fazer uso da linguagem do participante

sondando

• Elaboração – mais detalhe “pode dizer-me mais…e” • Continuação – continuar a falar “mmmm”, “sim”, “pois” • Clarificação – resolver confusão “ o que quer dizer com”.

• Atenção – indicar o nosso interesse “estou a ver” • Completude – encorajar a completude da estória através de “o que aconteceu a seguir” • Evidência – how sure a person is of story “ Quão certo está de . . .” Deve ser usado com cuidado.

Encorajar . . .

Actividades interactivas

Focus groups podem ser bons fóruns para realizar actividades interactivas: - Diamante nove - Sort piles, ranking - Análise de Stakeholder - Vinhetas - Mapeamento comunidade etc.

Lista livre, card sorting, ranking . . .

• Lista livre: tal como no brainstorming um tópico • Escrever cada tópico num cartão. • Pedir aos participantes para agrupar os cartões em pilhas (ou ordenarem do mais importante/menos importante etc) • Discutir os resultados. Porque estão os cartões organizados daquela forma. . .?

Análise de stakeholders

• Pedir as pessoas para posicionar os stakeholders de acordo com duas variáveis, por exemplo: – O nível de ‘stake’ nos resultados do projecto contra os ‘recursos’ do stakeholder. – ‘importância’ do stakeholder versus a ‘influência’ do mesmo.

Análise de stakeholders: Método

• Fazer uma lista de todos os stakeholders • Escrever o nome de cada um num post-it ou cartão • Ordenar os stakeholders numa escala de 1 a 5 de acordo com o critério da matriz, i.e. nível de influência. • Depois posicionar os stakeholders de acordo com o outro critério da matriz. Discussão – Surgiram algumas surpresas? Que stakeholders têm menos/mais contacto com o grupo? Onde estão posicionados os membros do grupo? Etc.

Vinhetas

• Apresentar um cenário hipotético ou real e pedir ao grupo os seus comentários.

– O que fariam, ou como imaginam que a pessoa responderia?

• Usado para explorar tópicos sensíveis: injecção de drogas ou risco de HIV • Também usado quando se trabalha com grupos sensitivos: os efeitos do divórcio nas crianças

Representação pictórica

• A Representação da situação de casa ou de características de produtos pode ser apropriada nalguns processos de design onde a pessoa (que pertence ao grupo alvo) pode facilmente visualizar aquela particular situação.

Amostragem

• A lógica da amostragem na inquirição qualitativa é fundamentalmente diferente da da inquirição quantitativa.

• O objectivo relaciona-se com a compreensão da variável e o contexto que subjaz ao fenómeno.

• O objectivo é selecionar casos ricos em informação para fazer estudos em profundidade.

Amostragem

Amostragem intencionalAmostragem Bola de Neve / RedeAmostragem oportunística Amostragem teórica • Dimensão da amostra

‘Unidades’ da amostragem

• Ambientes ou lugares • Eventos • Pessoas • Coisas ou artefactos

Informantes Chave

• Os informantes chave desempenham um papel importante.

Escolhidos porque são articulados e possuem um bom entendimento doa assuntos, podem introduzir-nos a outras pessoas e assistir-nos na interpretação . . .

Ética na investigação etnográfica na saúde

• Como é o problema de investigação definido?

• Justifica-se o trabalho?

• Quais os riscos/benefícios para os participantes sociais, psicológicos, físicos.

• Como serão selecionados os participantes?

• Serão a privacidade, confidencialidade e anonimato assegurados? Como?

• Como será estabelecido o consentimento informado?

Ética na investigação etnográfica na saúde

• Como pode um investigador ser envolvido e manter a sua capacidade analítica de escrutínio?

• Deve um investigador conduzir uma entrevista numa situação diária comum, mesmo muito informal, sem haver obtenção de consentimento?

• Como poderão os aprticipantes do estudo ter a capacidade de controlar as interpretações do investigador sobre as suas experiências?

Ética na investigação etnográfica na saúde

• Como lidará o investigador numa situação em que lhe seja pedido que tome um lado?

• Como pode o investigador gerir situações onde visões antagónicas, racismo ou sexismo ameacem a sua presença/valores? • Como serão disseminados os resultados?

Normas éticas/Protocolo

AAA (American Anthropological Association) Statement on Ethics • http://www.aaanet.org/stmts/ethstmnt.htm

normas governamentais ou institucionais podem providenciar um protocolo base para assuntos éticos a ser considerados (i.e. LTU UHEC)

Questões éticas na investigação Humana

• Consentimento informado (escrito/verbal) • Confidencialidade • Sensibilidade no processo/método de investigação • Interpretação de dados • Riscos Potenciais da investigação • Benefícios da Investigação Estes são normalmente apresentados em ‘folhas de informação’

Étnografia e ética da investigação

• Melhoria da compreensão da investigação na comunidade.

• Envolvimento da comunidade na interpretação das descobertas.

• Comunidade pode gerar questões de investigação e enfoque.

Ética: investigação sensitiva

Investigação etnográfica e qualitativa: • Proceder de modo sensível independentemente do assunto • Respeitar a privacidade • Respetar o desejo de participantes que não querem revelar informação • Providenciar uma abordagem sem juízos de valor.

• Assegurar comunicação efectiva.

Métodos de recolha de dados

Recolha de dados

• Captura da sessão – Observação e tomada de notas – Audio e video gravação – Instrumented user interface – Software logs – Protocolos verbais – podem ser muito úteis – Critical incident logging - positivo & negativo – Jornais de utilizadores • Actividades pós-sessão – Entrevistas; debriefing • “o que gostou mais/menos?”; “como alteraria..?” – Questionários, commentários, e escalas de ordenação – Pós-hoc de codificação/classificação do vídeo por parte do investigador 112

Prós e contras da gravação

• Riqueza do registo • tempo de transcrição e análise 113

Observar utilizadores

• Não tão fácil como se pensa • Uma das melhores formas de ter feedback sobre o seu interface • ver, ouvir e aprender como a pessoa interage com o seu sistema • Preferível fazê-lo com outros que não os que o desenvolveram.

– Manter os que desenvolveram na rectaguarda, controlados. 114

Localização

• Observações podem acontecer – No Laboratório – talvez um laboratório específico de usabilidade • Mais fácil de controlar • Pode ter o conjunto completo de tarefas do utilizador – No campo • Observar as suas acções diárias • Mais realista • Mais difícil controlar outros factores 115

Desafio

• Na observação simples observam-se acções mas não se sabe o que lhes vai na mente….

• Usar amiúde alguma forma de protocolo verbal onde os utilizadores descrevam os seus pensamentos. 116

Protocolo Verbal

• Uma técnica: pensar alto – Utilizador descreve verbalmente o que está a pensar enquanto desempenha as tarefas • O que acreditam estar a acontecer • Porque agem daquele modo • O que estão a tentar fazer 117

O método de “Pensar Alto”

• Pedir aos utilizadores para falarem enquanto desempenham as tarefas – Dizer no que estão a pensar – Dizer o que estão a tentar fazer – Mencionar questões que surgem enquanto trabalham – Dizer o que lêem • Fazer gravação ou tirar boas notas – Assegurar-se que pode dizer o que estão a fazer.

O método de “Pensar Alto”

• Incentivar o utilizar a continuar a falar – “diga-me no que está a pensar” • Só ajudar em coisas pré decididas – Manter registo de tudo o que faz e tipo de apoio dado • Gravação – Usar um relógio digital – Tirar notas • Gravação audio e video (ou até logs no computador)

O método de “Pensar Alto”

• Utilizado de forma alargada, técnica muito útil • Permite que se percebam os processos de pensamento dos utilizadores de uma melhor forma • Problemas potenciais: – Pode ser estranho para os participantes – Pensar alto pode alterar a forma como os utilizadores desempenham as tarefas 120

Equipas

• Outra técnica: Co-discovery learning (interacção construtiva) – Juntar pares de participantes para trabalhar conjuntamente – Pensar alto – Talvez ter uma pessoa semi-perita (lider) e uma iniciada – Mais natural (como conversa) logo retirando a estranheza do processo individual 121

Alternativa

• E se o pensar alto druante a sessão for muito disruptivo?

• Pode usar-se um protocolo pós-evento – Utlizador faz sessãp, depois vê vídeo e descreve o que pensava.

– Por vezes é difícil relembrar – Abre as portas à interpretação 122

Sondas culturais (Probes)

As sondas culturais são um mode de aceder a ambientes que são difíceis de observar e de capturar em temros de ‘vida sentida’.

Seleccionar voluntários e dar-lhes pacotes de sonda. Os participantes usam os items do pacote ao longo de um período de algumas semanas e depois devolvem. Os items do pacote variam consoante as circunstâncias mas são todos desenhados para produzir e estimular o pensamento bem como para capturar experiências.

Sondas Culturais

Pacote Sonda

Camera descartável Caneta e lápis - Papel - Etc.

Sondas culturais

Vantagens:

• Útil quando os participantes não podem ser observados por um longo período de tempo • Experiências pessoais dos participantes • Uso de informação visual

Sondas culturais

Limitações:

• Providencia informação ‘indirecta’ filtrada através da visão dos participantes • Crença de que este método pode substituir os métodos etnográficos (o que não pode!) • Designers adoram-no....

Assuntos de avaliação

• Desenvolver teoria fortemente alicerçada ao invês de enquadramentos

a priori

• Participantes são considerados como colaboradores na produção de conhecimento.

• Conhecimento é aceite como construção, uma representação ao invés de uma reprodução.

• Triangulação (imagem contextualizada) • Reflexividade • Ética