Litíase Biliar
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Transcript Litíase Biliar
Doença Calculosa da
Vesícula e Vias Biliares
Luigi Rodrigues Brianez
Anatomia
Anatomia
Definições
Colelitíase ou Colecistolitíase ou Litíase Vesicular: cálculo na
vesícula biliar
Coledocolitíase ou Litíase da Via Biliar Principal: cálculo no
colédoco/hepático comum
Litíase intra-hepática: cálculo na árvore biliar intra-hepática
Colecistite: processo inflamatório agudo ou crônico da vesícula
biliar
Colangite: Infecção dos ductos biliares
Produção e Secreção Normal de Bile
Bile normal: água, eletrólitos, solutos orgânicos (sais
biliares, pigmentos biliares, colesterol e fosfolipídios).
Produção diária: 500 - 1000ml.
Sais biliares:
Sintetizados nos hepatócitos a partir do colesterol e
secretados nos canalículos biliares.
Ajudam na absorção de gorduras no intestino delgado
Circulação entero-hepática: reabsorção dos sais biliares, com
objetivo de mantê-los no organismo
Produção e Secreção Normal de Bile
Pigmentos Biliares:
Bilirrubina indireta (degradação do heme,
principalmente da hemoglobina) é captada e
conjugada em bilirrubina direta e excretada na bile.
BI – lipossolúvel. BD – hidrossolúvel
Maior parte da BD excretada é degradada pelas
bactérias no intestino grosso em
urobilinogênio/estercobilinogênio e eliminada nas
fezes.
Produção e Secreção Normal de Bile
Colesterol:
Proveniente dos alimentos ou síntese hepática
O maior local de eliminação de colesterol do organismo é
pela excreção na bile, como sal biliar ou colesterol livre
Fosfolipídeos:
Mais de 90% são Lecitina
Sintetizados no fígado e excretados na bile associados aos sais
biliares
Bile Litogênica
Alteração: aumento de colesterol ou de
bilirrubinato de cálcio e solubilidade na bile (bile
supersaturada ou litogênica.
Colesterol, lecitina e bilirrubina não-conjugada –
formação de micelas (agregados
polimoleculares) p/ solubilidade em água
A solubilidade de colesterol na bile depende da
concentração relativa de colesterol, sais biliares e
fosfolipídios (lecitina)
Bile Litogênica
Qtde. pequena de colesterol
>>> somente micelas >>>
bile não-litogênica
Colesterol aumentado e/ou sais
biliares/lecitina diminuídos
>>> bile hipersaturada em
colesterol (litogênica) >>>
micelas + vesículas/cristais de
colesterol
Triangulo de Admirand e Small
Tipos de Cálculos Biliares
Colesterol:
70-90% dos cálculos
biliares nos EUA,
Europa e América
Latina
Variam em cor, forma
e número
Puro ou misto
(maioria)
Pigmentares:
10-30%
Bilirrubinato de cálcio –
componente principal
Podem ser:
Negros/pretos: hemólise;
aumento de bilirrubina –
cirrose, anemia hemolítica, NPT
Castanhos/marrons: estase e
infecção bile; moldam os ductos
biliares
Incidência de Colelitíase
Muito variável
10% da população americana e inglesa
Índios Pima (Arizona, EUA): 70% das mulheres
acima de 25 anos
Número e tamanho dos cálculos: variável
Fatores de risco
Idade
Sexo feminino
Hormônios e gestação
Obesidade
Perda rápida de peso
Doença, ressecção ou
derivação ileal
Vagotomia troncular
Hemólise crônica
Fator racial
Nutrição Parenteral Total
Cirrose Hepática
Diabetes Mellitus
Medicamentos
Dieta
Hiperlipidemia
Fibrose Cística do Pâncreas
(Mucoviscidose)
Infecção Biliar
Lesão da medula espinhal
Colecistite Crônica Litiásica
Colelitíase - assintomática ou sintomática >>> cólica biliar
>>> colecistite crônica
Processo inflamatório vigente ou recidivante
que acomete a vesícula biliar.
Obstrução do ducto cístico por cálculos
Dor típica (apresentação de incidência variável): constante; no
hipocôndrio D e/ou epigástrio; irradiação p/ reg. dorsal sup. D,
escápula D ou entre escápulas; desencadeada por refeição rica
em gorduras; duração 1-6h; náusea/vômito, distensão e
eructação associados; discreta dor à palpação no hipoc. D
Diagnóstico por Imagem
US abdome:
Exame de escolha
Avalia dilatação da via biliar
Sensibilidade, especificidade: 95-99%
Critérios: massa hiperecogênica; sombra acústica
distal à massa hiperecogênica; movimento da massa
hiperecogênica qdo. pac. muda decúbito
Diagnóstico por Imagem
RX simples abdome: 10-15% dos cálculos
(colesterol é radiotransparente)
TC abdome: 60-80%
RM abdome: 90-95%
Colecintilografia e colecistograma oral: pouco
usados
Colangiografia Intra-operatória
assegura a retirada de todos os cálculos
diminui as coledocotomias desnecessárias
diminui as reoperações da via biliar
melhora a morbidade e a mortalidade
diminui o tempo e os custos de internação hospitalar
Colangiografia Intra-operatória
Fatores pré-operatórios
história de icterícia / pancreatite
enzimas hepáticas aumentadas
us com coledocolitíase ou dilatado (>6mm)
colangiografia endoscópica retrograda
Fatores intra operatórios
dificuldade anatômica
ducto cístico dilatado / cálculo
conversão
Tratamento
Colecistectomia laparoscópica eletiva – escolha
Complicações: lesão de via biliar; conversão
Litíase assintomática: tratamento controverso.
Avaliar: histórial natural da litíase assintomática,
custo e complicações da colecistectomia, idade,
doenças associadas (condição clínica), risco de
CA de vesícula biliar
Colangiografia Intra-operatória
Colecistite Aguda
Relacionada a cálculos em 90-95% casos (litiásica)
Obstrução do canal cístico >>> persistência >>> vesícula
distendida, com paredes inflamadas e edemaciadas.
Isquemia, necrose da parede vesicular, infecção/sepse - em casos
graves
Dor dura mais de 6 horas
Náusea/vômito, afebril ou febre baixa
Dor e/ou massa palpável em hipocôndrio D
Sinal de Murphy: parada da inspiração durante palpação
profunda do hipocôndrio D)
Icterícia (20% pacientes)
Laboratorial:
Leucocitose discreta
Elevação discreta de TGO/TGP, Bil., FA, amilase
Tratamento:
Colecistectomia – 1-3 dias depois início. Emergência em
potenciais complicações
Jejum e analgesia
ATB. Podem ser prolongados no pós-op
Complicações:
Colecistite Enfisematosa – bact. Anaeróbia – gás
Gangrena, perfuração, empiema
Síndrome de Mirizzi: obstrução do ducto hepático comum
por cálculo impactado no infundíbulo
Fístula biliar
Íleo biliar
CA vesícula
Coledocolitíase
Primários ou secundários
Residual: até 2 anos da colecistectomia
5 – 10% pacientes submetidos a colecistectomia tem cálculo no
colédoco
Suspeita de obstrução biliar: dor/cólica biliar, icterícia, colúria e
acolia fecal
Pode causar pancreatite aguda
Elevação de bilirrubina, FA, GGT
Coledocolitíase
Tratamento:
CPRE – Colangiopancreatografia Retrógrada
Endoscópica
Exploração colédoco (aberta ou
laparoscópica)
Colangite Aguda
Infecção bacteriana do sistema ductal biliar – Escherichia coli,
Klebsiella pneumoniae, Bacteriodies fragilis, enterococos
Causa: obstrução biliar + concentração bacteriana na bile de
estase
Tríade de Charcot: icterícia, febre e dor abdominal
Pêntade de Reynold: icterícia, febre, dor abdominal, obnubilação
mental e hipotensão – colangite tóxica
Tratamento: ATB + desobstrução da via biliar