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13 Como estudar Violão - Conteúdo
Introdução
Aquecimento e alongamento
Técnica
Construção
Elaboração
Manutenção
Retomadas
E-book Violão
Material de apoio ao Curso Licenciatura em Música da UFRGS e Universidades Parceiras, do Programa Pró-Licenciaturas II da SEED/MEC.
Produzido por: Cristina Tourinho, Bruno Westermann, Edgar Marques, Felipe Rebouças, João Geraldo Segala Moreira & Walter Bacildo
Porto Alegre, junho de 2008.
13 Como estudar Violão - Conteúdo
Introdução
Há várias maneiras de se estudar violão, quase tantas quanto os instrumentistas que se
dedicam a ele. Exatamente: é muito difícil encontrar dois violonistas que se valham dos
mesmos processos durante a aprendizagem de uma obra, em particular, e durante seus
desenvolvimentos, em geral. Isto se dá por uma série de razões, que vão desde questões
genéticas (forma e tamanho das mãos, por exemplo) até a escolha de uma ou outra obra
de um mesmo compositor.
Desta forma, seria impossível abordar o assunto na tentativa de estabelecer regras fixas, e
isto serve como advertência para os slides que virão a seguir: não os tome como a solução
milagrosa de seus problemas, nem tampouco como uma imposição didática no desenrolar
deste curso. Tratam-se de sugestões para sua reflexão (caso já tenha contato com o
instrumento) e idéias para uma abordagem inicial (caso esteja iniciando).
Independentemente de qualquer coisa, lembre-se de sempre manter-se crítico e atento,
quanto a sua própria prática e àquelas que for apresentado.
Antes de prosseguir, apesar de não haver rigidez nestas propostas, certos elementos são
absolutos: cuide de seu corpo, escolha seu repertório com atenção e interesse, e foque
seus esforços em produzir música, pois qualquer outro resultado do estudo do violão é
amplamente secundário.
me nu
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E-book Violão
Material de apoio ao Curso Licenciatura em Música da UFRGS e Universidades Parceiras, do Programa Pró-Licenciaturas II da SEED/MEC.
Produzido por: Cristina Tourinho, Bruno Westermann, Edgar Marques, Felipe Rebouças, João Geraldo Segala Moreira & Walter Bacildo
Porto Alegre, junho de 2008.
13 Como estudar Violão - Conteúdo
Alongamento e Aquecimento
O estudo deve começar antes mesmo de se pegar no instrumento. Já devidamente preparado o
ambiente de estudo (cadeira, violão, partituras e acessórios), o estudante precisa passar por um
processo de alongamento e aquecimento, com o intuito de preparar o corpo para o esforço que
virá a seguir.
Exercícios de alongamento para o corpo todo são extremamente necessários. Como veremos
futuramente de forma mais detalhada, o ato de tocar violão não envolve somente dedos, mãos e
braços, mas todo o corpo trabalha neste processo. Logo, o alongamento deve incluir todas as
partes do corpo (pernas, coluna, pescoço) além – é claro – dos braços, mãos e dedos.
O aquecimento da musculatura é geralmente feito já no instrumento, por intermédio da
execução de peças simples, que já foram estudadas anteriormente, pequenos exercícios, leitura
à primeira vista ou até mesmo improvisação. O importante é que não seja algo que exija muito
esforço, pois num primeiro momento de estudo a musculatura ainda não está devidamente
preparada para receber uma alta carga de trabalho. Prepará-la para tal tarefa é a função do
aquecimento.
Lembre-se que é importante alongar após cada seção de estudo, especialmente ao encerrar
trechos maiores com o instrumento, para que o corpo possa descansar adequadamente.
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13 Como estudar Violão - Conteúdo
Técnica
A definição de técnica é controversa, mas de modo geral, podemos interpretá-la como os meios
físicos necessários para a interpretação de uma obra musical. Como construir uma técnica
adequada (e, até mesmo, o conceito de técnica adequada) é também assunto de discussão entre
violonistas, profissionais e amadores, mas é consenso que não há truques mágicos: trata-se de
trabalho realizado a longo prazo, com uma variedade significativa de enfoques.
Há muitos compêndios de técnica disponíveis, cadernos de exercícios mecânicos, coleções de
estudos, livros discutindo aspectos particulares da execução violonística. Nada disso, em todo
caso, terá qualquer utilidade se não estiver claro quais são seus objetivos musicais com o
trabalho técnico, à medida que a técnica tomada isoladamente não é uma finalidade musical.
Por outro lado, sem um trabalho de desenvolvimento técnico, ocorre em algum momento – e
prematuramente – a limitação do instrumentista. Por isso, é fundamental experimentar
abordagens diferentes e – com a ajuda de instrumentistas mais experientes – desenvolver um
quadro de exercícios e objetivos a serem atingidos. Note que por “exercício” entendemos várias
coisas, não somente a execução de uma escala, por exemplo: além disto, são também exercícios
a prática pormenorizada de um trecho de uma obra, a composição de uma peça empregando
dificuldades que se apresentem, a própria performance de obras já dominadas (buscando maior
controle instrumental e expressivo).
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13 Como estudar Violão - Conteúdo
Construção
O processo de construção, no caso do estudo do instrumento, está ligado ao trabalho de
transformar o registro do papel (seja a partitura, tablatura, cifra ou qualquer outra notação) em
música de verdade. Popularmente, fala-se em tirar uma música ou colocá-la sob os dedos
(dentre tantas outras expressões relacionadas), mas isto é muitas vezes confundido com a
totalidade do processo de aprendizagem da peça em questão.
Note que mesmo aquelas peças que você toca há anos seguem sendo aprendidas, pois é
impossível estar em contato com um objeto sem interagir com o mesmo, e – conseqüentemente
– aprender sobre ele e sobre si mesmo. Esta parte do processo, então, inicia com o primeiro
contato com a obra (seja com ou sem o instrumento nas mãos) e termina quando se pode tocar a
peça completa, sem erros, com parâmetros aceitáveis. Isto é um tanto subjetivo, mas note que
não é desafio deste momento a finalização da obra, seja atingindo a velocidade desejada, ou o
controle de força, ou o fraseado ideal.
Especificamente, faz parte deste processo a resolução de problemas mecânicos relativos à obra,
a leitura e a análise musical inicial. A digitação da obra, tanto de mão direita quanto mão
esquerda, é parte fundamental da construção, pois implica em diferentes abordagens técnicas e
expressivas. Ao longo deste trabalho, é bastante comum que seja isolados pequenos trechos das
peças, para que se possam trabalhar dificuldades especificas e facilitar a dinâmica de estudo.
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13 Como estudar Violão - Conteúdo
Elaboração
Se a construção é o processo de esboço da peça, a elaboração é o momento de dar vida a este
projeto, atingindo aquilo que se quer (ou que é possível, em certas circunstâncias) na
interpretação musical. Aliás, elaboração e interpretação estão diretamente relacionadas, pois é
esta a característica principal desta abordagem.
É fundamental manter o espírito criativo desperto, pois chegar a este estágio significa já ter um
bom tempo acumulado de horas de estudo e de contato com a peça. Isto, muitas vezes, gera a
desconcentração e até mesmo o desinteresse pela obra em questão. Explorar a peça de várias
perspectivas, ouvir gravações de bons violonistas, analisar em maior detalhe a música,
pesquisar informações sobre o compositor e sua época: tudo isto traz ricas informações que
podem transformar sua visão musical, contribuindo para a criação de uma versão pessoal e
interessante.
O processo de elaboração de uma peça é praticamente interminável: mesmo que um músico
julgue estar uma peça pronta para ser executada em um concerto, ou até mesmo gravada, a
maturidade deste como instrumentista fará com que, a cada vez que uma mesma obra seja
tocada novamente, alterações sejam feitas visando uma melhor execução.
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13 Como estudar Violão - Conteúdo
Manutenção
Chegando à um determinado nível técnico e expressivo de interpretação, é muito importante
que um o instrumentista continue a executar certas obras, para que possa aos poucos
construir um repertório. A escolha destas obras é dada por muitos fatores. Nem sempre aquela
peça que, inicialmente, parecia tão interessante e instigante chega a este nível.
Desconsiderando o motivo de tais escolhas, um dado é fundamental: não se pode prescindir de
um repertório. O tamanho deste e sua variedade dependem dos interesses e destinações do
instrumentista, mas somente a partir da estruturação de um conjunto de peças dominadas e
representativas se pode mostrar de forma orgânica e completa o trabalho realizado.
Para recitais, então, a necessidade de manutenção de uma obra é redobrada, pois mesmo
quando se inclui alguma peça com menos tempo de estudo, é este lastro de obras, em um
repertório construído ao longo de anos, que dá qualidade ao produto final.
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13 Como estudar Violão - Conteúdo
Retomada
O processo de retomada de uma determinada peça está estritamente ligado ao
amadurecimento do estudante, enquanto músico. Após algum tempo trabalhando em uma
peça, um aluno tem condições de chegar a um determinado nível de execução.
Completado esse trabalho, se a peça for abandonada por um longo espaço de tempo – um
ano, por exemplo – e retomada logo após, este aluno terá condições de atingir um nível
mais de execução de uma mesma peça, tanto em seu domínio técnico quanto em sua
profundidade expressiva.
Para que isso ocorra, pressupõe-se que nesse meio tempo o instrumentista tenha tocado
outras obras, incluindo outras peças do mesmo compositor, do mesmo estilo e do mesmo
período. Dessa forma, haverá um amadurecimento da concepção do músico sobre aquele
determinado contexto da obra e, dessa forma, em um novo estudo da mesma peça, novas
possibilidades estarão abertas a sua execução musical.
Algumas obras tornam-se companheiras de alguns instrumentistas por longos períodos.
Perguntando-se a qualquer instrumentista experiente, certamente ele terá uma pequena
lista de obras que – apesar de estarem em seu repertório há muito tempo – considera
possíveis de serem continuamente aprimoradas, renovando seu interesse por elas..
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