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14 Postura do Instrumentista - Conteúdo
Introdução
Postura do Instrumentista e Técnica de Construção do Instrumento
Breve Histórico da Técnica Pianística
Virtuosismo Romântico de Chopin e Liszt
Postura Corporal de Pianista e Tecladista
Posição da mão e dos dedos
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E-book Teclado
Material de apoio ao Curso Licenciatura em Música da UFRGS e Universidades Parceiras, do Programa Pró-Licenciaturas II da SEED/MEC.
Produzido por: Fátima Weber Rosas, Maurício Starosta & Daiane Raatz. Porto Alegre, junho de 2008..
14 Postura do Instrumentista - Conteúdo
Introdução
O adequado uso do corpo é uma das necessidades mais relevantes para uma boa prática
musical. Esta preocupação vem de longa data, pois já diversos tratados e métodos de
instrumentos de teclado, desde a Renascença, oferecem recomendações quanto à posição
das mãos e dos braços, assim como sobre a postura corporal durante a execução musical.
As características de construção de cada instrumento, como seu formato e o material de que
é feito, determinam suas técnicas de execução e imprimem marcas no corpo do
instrumentista que o executa. Condições inerentes à sua prática instrumental identificam
instrumentistas, como unhas desiguais de violonistas, e a conhecida mancha no pescoço dos
violinistas. Alguns exigem meticulosidade, como o Flautim; outros, vigor, como o Contrabaixo.
Nesta Unidade de Estudos, será tratado sobre a técnica do Piano.
É importante que você conheça sobre este assunto, uma vez que estudará um instrumento de
teclas. Porém, em todo nosso curso, não será esperado de você, dominá-la, pois nem mesmo
seus detalhes se aplicam à execução do Teclado Eletrônico. No entanto, alguns fundamentos,
como os referentes à Postura, são fundamentais e estão relacionados à sua saúde. Por isso,
habitue-se a observá-los.
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Material de apoio ao Curso Licenciatura em Música da UFRGS e Universidades Parceiras, do Programa Pró-Licenciaturas II da SEED/MEC.
Produzido por: Fátima Weber Rosas, Maurício Starosta & Daiane Raatz. Porto Alegre, junho de 2008..
14 Postura do Instrumentista - Conteúdo
Postura do Instrumentista e Técnica de Construção do Instrumento
François Couperin, entre os séculos XVII e XVIII, na França, sugeria que fossem feitos exercícios,
antes de se começar a tocar peças ao cravo. Porém, inicialmente, essas recomendações eram
baseadas em intuições pessoais e na observação, sem que houvesse nem base científica nem
relação com características do próprio instrumento, para essas propostas.
Mas nos séculos seguintes, ficou claro que as exigências sobre o corpo do instrumentista e as
próprias características de construção do instrumento estavam relacionadas. Por isso, com o
surgimento do piano, no Classicismo, alguns professores deste instrumento optaram por uma técnica
voltada ao fortalecimento muscular, devido às modificações na mecânica do instrumento, que o
tornavam mais resistente. Compositores pianistas como Frédéric Chopin (1810-1849) e Franz Liszt
(1811-1886), além de sua obra e reputação lendária, se dedicaram intensamente à prática
pedagógica do piano, propondo princípios corporais e técnicos favoráveis a uma execução vigorosa
e rica em variações de dinâmica, o que implica domínio do peso dos dedos, da mão e do braço na
execução.
Nos últimos cinqüenta anos, além da força, precisão e da agilidade, também a saúde do
instrumentista passou a ser foco de interesse. A preocupação em evitar lesões nas articulações,
músculos e coluna, assim como o entendimento de que os olhos, dentes, sistema vestibular e pés
estão na base de uma postura correta (Bernard Bricot, 1999) estão revolucionando o estudo da
técnica postural para instrumentistas. Assim como nos escritórios surgiu a chamada Ginástica
Laboral, nas escolas de música vem sendo trabalhados conteúdos posturais como os propostos pela
Técnica de Alexander.
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14 Postura do Instrumentista - Conteúdo
Breve Histórico da Técnica Pianística
De acordo com Cabezas (2006), durante os primeiros tempos do surgimento do piano não havia
uma distinção técnica entre o cravo, o clavicórdio e o piano. Nos meados do século XVIII, era
recomendado que os dedos permanecessem arqueados e que a tecla fosse tangida apenas pelos
dedos, mantendo o antebraço e braço relativamente imóveis.
Com a crescente popularidade do piano, materiais didáticos começam a surgir, como o de Daniel G.
Türk (1756-1813), Muzio Clementi (1752-1832) e Johann B. Cramer (1771-1858). Por este tempo,
segundo Cabezas, “ainda se requisitava uma mão arqueada no mesmo nível do antebraço e
movimentação mínima, mas a ênfase em maior liberdade rítmica e na produção do legato já
denotavam uma nova direção.”
No início do século XIX, se recomendava mãos arredondadas e “tranqüilas”, sendo que
movimentos amplos dos braços e dos cotovelos eram desaconselhados. Carl Czerny (1791-1857),
em seu tratado (Vollständige theoretisch-praktische Pianoforte-Schule, 1839) ensinava que os
antebraços deveriam ser posicionar acima do nível do teclado e que os dedos deveriam tocar com
a polpa na tecla.
Na metade do século XIX, com a valorização do virtuosismo, surgiram infindáveis métodos e
exercícios para desenvolver a independência e igualdade dos cinco dedos. Charles Hanon (18201900), Henri Herz (1803-1888), Ernst Von Dohnanhyi (1877-1960) e Josef Pischna (1826-1896) se
enquadram nessa categoria e seus métodos têm sido largamente usados desde sua criação.
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Virtuosismo Romântico de Chopin e Liszt
Chopin criou o mais autêntico estilo pianístico de execução, ressaltando a importância da ação
conjunta de mãos e braços na produção do som. Ele buscava um movimento contínuo, que
integrasse o discurso musical com uma naturalidade resultante da ausência de esforço. Suas
inovações harmônicas influenciaram compositores como Liszt e Wagner.
Chopin compôs os Estudos Op.10, dedicados a F .Liszt, e os Estudos Op.25, dedicados a
condessa D’Agoult, entre os anos de 1828 a 1836. Este compositor procurava um
aperfeiçoamento que servisse para mais bem expressar idéias musicais, ajudando a cantar ao
instrumento, levando o pianista a recorrer a meios que ultrapassassem o domínio puramente
técnico. Seus estudos são, acima de tudo, poemas musicais.
Liszt também advogava uma participação do braço no toque pianístico, de forma ainda mais
acentuada que Chopin, pois para conseguir realizar os efeitos que são exigidos por suas obras
era necessária uma ação ainda mais enérgica do braço, do que Chopin preconizava.
Liszt compôs doze volumes de Exercícios Técnicos entre 1868 e 1880, com [...] ”indicações
sobre como dominar oitavas seguidas e acordes, cuja ação principal deveria partir do punho,
sem muita participação do braço, com a mão passiva e os dedos sendo ‘jogados’.” (Cabezas,
2006,).
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Postura Corporal de Pianista e Tecladista
Um pianista sempre toca sentado; já um tecladista, nem sempre. Mas sentado ou de pé, o
importante é que se fique atendo à postura corporal. Ao tocar de pé, o principal é cuidar para que
as costas não fiquem abauladas, o que fatalmente acontecerá, se o suporte do instrumento estiver
muito baixo. A altura ideal deve estar próxima à cintura do instrumentista.
Ao tocar sentado, o instrumentista deve regular a altura certa do banco do piano até o ponto que
permite que seu antebraço fique alinhado com o teclado. O braço deve formar um ângulo de
noventa graus em relação ao piano, com o cotovelo na altura das teclas brancas e um pouco à
frente do tronco. Observe as figuras: Figura 1; Figura 2 e Figura 3. O cotovelo só deve ser forçado
a distanciar-se do corpo quando é necessário tocar nas regiões extremas do piano. Fora isso, ele
permanece relaxado. Observe: Figura 10; Figura 11.
A posição das mãos, pulso, braços e dedos decorre de uma boa postura sentada. A mão no
teclado deve ter a menor contração muscular possível. O músico deve poder balançar
perfeitamente seus braços e suas mãos, sem tocar as teclas nem sentir absolutamente nenhuma
tensão: Figura 4.
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Posição da Mão e dos Dedos
A mão, arredondada e descontraída, desloca-se paralelamente ao teclado, ou cai trazendo o
peso do braço, dependendo da articulação e da expressão desejadas. Inicialmente, o
instrumentista alcança um intervalo de quinta ou sexta; mas aos poucos, vai estendendo a
abertura da mão, até intervalos de nona e mais. Porém, esta capacidade deve ser conquistada
aos poucos e sem provocar tensões.
Os dedos devem curvar-se naturalmente, mantendo a posição da mão o mais natural possível,
conforma a Figura 5. Ao se relaxar o braço ao longo do corpo, a mão fica quase na posição
perfeita para tocar piano. Essa posição é semelhante à que se usa no movimento de pinçar,
como quando se estivesse se segurando um CD entre o polegar e os outros dedos. A palma da
mão fica suavemente arredondada, como se estivesse repousando sobre uma maçã. Observe
esta descrição nas Figura 6 e Figura 7.
A parte dos dedos que entra em contato com as teclas é a polpa. É aconselhável manter-se as
unhas aparadas. O pulso não deve estar alto ou baixo demais. Quando ele é flexionado, os
dedos se esticam involuntariamente: Figura 8. Os músculos extensores do pulso, então, são
sinérgicos dos flexores dos dedos, e vice-versa. A altura correta do pulso, portanto, é aquela
que permite ao polegar ficar paralelo à tecla: Figura 9.
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