Capacitação para Coordenadores de Curso

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Transcript Capacitação para Coordenadores de Curso

OFICINA DE FORMAÇÃO CONTINUADA DE GESTORES DE
FACULDADES E DE CURSOS SUPERIORES DA UNIGRAN
Funções essenciais no trabalho de coordenação; interações com
os professores, alunos e a comunidade
Prof.ª Dr.ª Terezinha Bazé de Lima
Pró-reitora de Ensino e Extensão
e-mail: [email protected]
Site: www.professorabaze.com.br
AS LAGARTAS PROCESSiONÁRIAS – Rubens Alves
Jean Faber, o grande naturalista francês, encontrou um
exemplo perfeito do comportamento receoso de romper com
uma "rotina", ao fazer investigações sobre AS LAGARTAS
PROCESSiONÁRIAS.
Esses curiosos bichinhos nos bosques alimentam-se de folhas
de pinho, caminham entre as árvores, formando uma longa fila,
com os olhos semicerrados e a cabeça quase pegada à traseira
da companheira que a precede. Parecem automóveis que
andam pára-choque contra pára-choque.
O que sucederia, perguntou-se Faber, se eu colocasse a
primeira processionária de tal modo que ficasse unida à última
da coluna?
Sem grandes problemas, conseguiu que uma série de lagartas
caminhasse em círculos sobre a borda de um vaso.
Caminharam em círculo, durante sete dias e sete noites. Nada
podia romper a cadeia se não o cansaço e a fraqueza, devido à
falta de alimento.
E nota-se que havia suficiente alimento no meio do vaso, a
uma distância menor que o comprimento de uma das
processionárias. Um verdadeiro banquete, se uma delas se
houvesse animado a romper a cadeia. Mas, nenhuma o fez.
Com muita freqüência, as pessoas comportam-se como as
processionárias.
Deixamos de pensar, de estudar, de analisar, de reavaliar
nossa prática pedagógica, por um apego demasiado:




- à técnica;
- à rotina;
- ao processo;
- ao método.
- à tradição;
- ao hábito;
- ao costume;
- a esquemas mentais
O apego demasiado à tradição, transforma-se no substituto do
pensamento criativo e produtivo do ser humano.
Isto nos torna inflexíveis, rígidos e medrosos.
Tememos romper o círculo tradicional de nossas ações.
Tememos sair do círculo da segurança representado pelo falar,
atuar e conduzir-nos de "forma correta", isto é, da mesma forma
como fazem todos os demais que compõem o círculo.
Em nome de um comportamento processionário e comodista,
por muitas vezes, deixamos de explorar os diversos
mecanismos que temos à nossa disposição.
REITOR
PREE
PRADM
PRPPG
DIRETOR
DOCENTE
COORDENADOR
DISCENTE
COMUNIDADE
Organograma de relações e hierarquia da UNIGRAN
O papel do Diretor e do Coordenador e o seu
compromisso com o desenvolvimento Institucional
 A direção e coordenação são funções típicas
dos profissionais que respondem por uma
área ou setor administrativo quanto
pedagógico na escola e que canalizam o
esforço coletivo das pessoas para objetivos e
metas estabelecidos.
Atribuições do Diretor e da Coordenação pedagógica
de acordo com Libâneo, 2001, p. 183

Responder por todas as atividades pedagógicodidáticas e curriculares do curso e da Faculdade e
pelo acompanhamento das atividades de sala de
aula, visando a níveis satisfatórios de qualidade
cognitiva e operativa do processo ensino e
aprendizagem.

Supervisionar a elaboração de diagnósticos e
organizar ações para a elaboração coletiva do
projeto pedagógico e outros planos e projetos.

Promover a discussão e estudo, junto ao corpo
docente e discente sobre o projeto pedagógico do
curso.

Orientar a organização curricular e o
desenvolvimento do currículo, incluindo a
assistência direta aos professores, acompanhar e
supervisionar na elaboração dos planos de ensino,
seleção de livros didáticos e práticas de avaliação
da aprendizagem e avaliação externa,
desenvolvimento de competências metodológicas,
gestão do espaço e tempo da sala de aula,
orientação da aprendizagem e realizar
diagnósticos de dificuldades de aprendizagem e
criar estratégias e projeto de nivelamento para
solucionar o problema.

Coordenar reuniões pedagógicas e
entrevistar professores visando promover
inter-relação horizontal e vertical entre
disciplinas, estimular a realização de
projetos conjuntos entre os professores.

Cuidar da organização de turmas, lotação
de professores para turmas, organizar
horários e coordenar e organizar o
Conselho de Colegiado e Grupo Docente
Estruturante.



Propor e coordenar projetos/ações e
atividades de formação continuada e de
desenvolvimento profissional dos
professores
Elaborar e executar programas e atividades
com a comunidade, especialmente de
cunho científico e cultural envolvendo
alunos e professores;
Cuidar da avaliação processual do corpo
docente.
Quatro áreas distintas, de acordo com as atribuições
e encargos do Diretor e Coordenador do Curso:
 funções políticas;
 funções gerenciais;
 funções acadêmicas;
 funções institucionais.
Funções políticas:
 Ser líder reconhecido na área de conhecimento do curso (o
reconhecimento poderá ser local, regional... - textos publicados,
palestras proferidas, ... – idealizar e pôr em prática encontros,
seminários, jornadas, ...) .
 Ser motivador de professores e alunos (atitude estimuladora,
congregativa, participativa, articuladora = deve ser gente que
trabalha com gente e que goste de gente).
 Atendimento de Qualidade
Funções Acadêmicas:
 Ser responsável, em conjunto com professores e alunos, pela elaboração e
execução do Projeto Pedagógico do Curso (articular professores e alunos).
 Ser responsável pelo desenvolvimento atrativo das atividades escolares (
utilização da tecnologia educacional é indispensável em sala de aula: estimular
o professor da necessidade de trazer, para o campo prático, o conhecimento
ministrado – a aula atrativa é aquela que o aluno participa e tem cada vez mais
aguçada a sua curiosidade ).
 Ser
responsável pela qualidade e pela regularidade das avaliações
desenvolvidas em seu Curso (interna e externa);
“ Avaliação Institucional, Auto-Avaliação e Avaliação da Aprendizagem.
Funções Acadêmicas:
 Vivência dos alunos com problemas práticos = sucesso no ENADE.

Trabalhos em grupo, não em “eu-equipe” = não ultrapassar
20 % do valor total das notas.
 Cuidar do desenvolvimento das atividades complementares em seu
curso (estimular o desenvolvimento delas, planejar...).
 Estimular a iniciação científica e de pesquisa entre professores e
alunos.
 Ser responsável pela orientação e acompanhamento dos monitores.
 Ser responsável pelo engajamento de professores e alunos em
programas e projetos de extensão universitária (a IES faz-se presente
perante a sociedade).
 Ter conhecimento e acompanhar- via supervisores /professores de
estágio - os estágios supervisionados.
Funções gerenciais:
 Ser responsável pela indicação da contratação de docentes, assim
como pela indicação da demissão. (seleção de docentes,
apresentação da IES aos novos docentes, explicitação de ganhos,
orientar sobre documentação, apresentar docente à reitoria, Próreitorias, Direção e aos colegas e alunos).
 Ser responsável pelo processo decisório de seu curso (despacho
dos processos que lhes chegarem às mãos).
Funções gerenciais:
 Ser responsável pela supervisão das instalações físicas, laboratoriais e
equipamentos do Curso;
 Ser responsável pela solicitação da aquisição de livros, materiais
especiais e assinatura de periódicos necessários ao desenvolvimento
do Curso (recrutar as indicações dos professores, selecioná-las nos
limites dos recursos disponíveis e cuidar para que a aquisição ocorra).
 Ser responsável pelo estímulo e controle da freqüência docente e
discente (o “horário nobre” de serviço de uma IES é o horário da aula- a
presença do docente deve ser permeada pela qualidade da aula que
ministra – saber, na medida do possível, quais as razões das faltas dos
alunos) .
Funções Institucionais:
 Planejar ações que visem Ao sucesso dos alunos no ENADE (professor e
alunos devem sentir-se responsáveis pelo sucesso no exame).
 Ser responsável pelo acompanhamento dos antigos alunos do Curso
(acompanhar egressos no sentido de constatar os acertos do que é
ministrado no curso ,das competências e das habilidades alcançadas pelos
alunos).
 Ser responsável, juntamente com os professores, pelo reconhecimento de
seu Curso e pela renovação dos processos por parte do MEC.
 Ser responsável pelo sucesso de seus alunos nos Exames como ENADE e
de ORDEM, testes profissionais e assemelhados (conhecer sobre o que é
solicitado no ENADE e exames profissionais).
Fatores Inerentes ao exercício da
Direção e Coordenação:
 A autoridade- exercício de um poder
delegado a alguém para dirigir e coordenar
as medidas tomadas coletivamente,
implicando determinadas qualidades e
conhecimento de suas funções. Sugestão:
recomenda-se que a autoridade seja
descentralizada, delegando-se tarefas aos
demais membros da equipe escolar.
Responsabilidade:
 A responsabilidade é uma exigência
inerente à autoridade. Mesmo no caso de
procedimentos grupais de tomada de
decisões e descentralização das tarefas, a
responsabilidade final é de quem
dirige;coordena
Decisão:
 A decisão é a capacidade de selecionar,
diante de várias alternativas, a medida mais
adequada conforme as situações concretas.
O coordenador não pode furtar-se de tomar
decisões necessárias tendo por base um
plano de trabalho elaborado
coletivamente.Exemplo PPP do curso.
Disciplina:
 A disciplina implica compatibilizar a conduta
individual com as normas, regulamentos,
interesses da vida social e escolar,
assumidos coletivamente.
Iniciativa:
 A iniciativa é a capacidade crítica e criadora
de encontrar soluções aos problemas que se
apresentam no desenvolvimento do processo
de direção, o que implica a capacidade de
enfrentar o imprevisto e situações
embaraçosas.
Considerações Finais:
 É importante destacar que defende-se a idéia de que
tanto o diretor da faculdade quanto aos
coordenadores de cursos desempenham, cada um,
funções específicas, porem interligadas e integradas
que requerem formação profissional também
específica, distinta daquelas provida aos professores
e alunos.
 Ressalta-se que entre tantas dificuldades que
afligem o Ensino Superior hoje, é necessário que
sempre recobram o ânimo, se enchem de energia e
de esperança, sabendo que o saber organizar e gerir
sua trabalho, com determinação, compromisso ético,
diálogo e envolvimento com todos produz um
diferencial visível.
Reflexão Final
“Não se “constrói” um Coordenador ideal, perfeito e
acabado.
O que se sabe é que o Coordenador de curso há de
ser um político e, como tal, revelar a liderança efetiva na
sua área profissional, resultando tal liderança no respeito a
comunidade acadêmica e à sociedade.
Há de ser um gerente na essência e, como tal, produzir
os resultados que dele se espera, elevando sempre a
qualidade de seu curso.”
(Texto com base em Rangel, 2007)
Referências:
 BARROS, Davi Ferreira. Os papéis de um coordenador de cursos
superior”. In: Coordenações de Curso Superiores: novas
competências e habilidades. São Bernardo do Campo: Universidade
Metodista de São Paulo, 2006.LIBÂNEO, José Carlos. Organização e
Gestão da Escola:teoria e prática-Goiânia: Editora Alternativa,2001
 LIMA. Terezinha Bazé. Anotações de aulas slides e apostila
organizada para o Curso de Pós Graduação Lato Sensu em
Coordenação do Trabalho Pedagógico na Escola na disciplina
ministrada sobre Gestão do Trabalho Pedagógico Escolar. Secretaria
Municipal de Educação de Campo Grande e FUNLEC.Campo Grande
2009.
 HENGEMÜHLE.Adelar. Gestão de Ensino e Práticas
Pedagógica.5.ed.- Petrópolis,RJ:Editora Vozes,2008
 VASCONCELOS, Celso dos Santos. Coordenação do Trabalho
Pedagógico: do projeto político pedagógico ao cotidiano da Sala de
Aula, 9ª ed.-São Paulo: Libertad Editora, 2008