Slide 1 - Cursinho Vitoriano

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Barroco

Igreja de são Francisco – Salvador/BA

- Construída no século XVIII; - localiza-se no Pelourinho; - interior todo recoberto em ouro e jacarandá; - talhos, florões, frisos, arcos, volutas e inúmeras figuras retratando anjos, animais e flores.

- O teto possui pinturas de Frei Jerônimo da Graça, realizadas entre 1733 e 1737. - Existem inúmeros Painéis de Azulejos, na entrada do templo, no Altar e na Sacristia da igreja, com cenas alusivas à São Francisco de Assis, trabalhos pintados por Bartolomeu Antunes de Jesus (mestre da azulejaria de Portugal).

Azulejo da Igreja de São Francisco, pintados por Bartolomou Antunes de Jesus.

http://www.onzeonze.com.br/blog360/toursaofrancisco/index.html

O MOVIMENTO

Características gerais

- Rebuscamento; - tortuosidade; - oposições e contrastes; - conflito fé X pecado; -

carpe diem

(estoicismo X epicurismo); - aspectos cruéis e assustadores;

- uso exagerado de figuras de linguagem (metáforas, antíteses, paradoxos, hipálages, disseminação e recolho, quiasmos...além de trocadilhos, perífrases e alusões); - predomínio da ideia abstrata; - valorização dos sentidos; - além de ocorrer na literatura, ocorreu também na pintura, escultura, arquitetura.

do linear ao pictórico, da visão de superfície à visão de profundidade, da forma fechada à forma aberta, da multiplicidade à unidade, da clareza absoluta dos objetos à clareza relativa (Heinrich Woelfflin)

Dois estilos literários: * Cultismo (gongorismo): jogo de palavras (som e forma, exaltação sensorial), preferências por descrições, ocorre predominantemente na poesia. Exs: Gregório de Matos, Gôngora Lobo.

* Conceptismo: jogo de ideias (significado das palavras, raciocínio, associações); preferência por argumentações, predominantemente na prosa.Exs: Padre Vieira, Padre Manuel Bernardes -> Ambos têm ascendência renascentista

O Barroco em Portugal

O Convento de Mafra

Construído em 1730, no reinado de D. João V; primeira e mais importante obra arquitetônica do barroco português; direção da obra: Johann Friedrich Ludwig

- Inicia-se em Portugal em 1580.

* morte de Camões; * perda da independência política do país (Batalha de Alcácer Quibir – morte do Rei D. Sebastião) União Ibérica; processo de restauração econômica e cultural

Padre Antônio Vieira

- Nascido em Lisboa, vem para o Brasil ainda menino; - formou se jesuíta em Salvador; defendeu os índios e tentou conscientizar os senhores de engenho quanto à escravidão

Recursos Retóricos Anáfora (para convencimento); oposições; prolepse: antecipação argumentativa; citação de trechos bíblicos; citações históricas; - alegorias; -

frases longas e complicadas, de raciocínio complexo e caráter repetitivo.

Dialética dos sermões de Vieira SENHOR  antítese  ESCRAVO diferença oposição simetria igualdade Senhor = Escravo (síntese) OXÍMORO

O Barroco no Brasil

“Assunção dA Virgem” Pintura de Manuel da Costa Ataíde no teto da Igreja de São Francisco de Assis, em Ouro Preto; - Data de 1804/1807 - Tem a intenção de sugerir que não há teto e que o espectador está diante do céu.

O movimento no Brasil Início: 1601, com a publicação de

Prosopopeia,

de Bento Teixeira

Narração

VII A Lâmpada do Sol tinha encoberto, Ao Mundo, sua luz serena e pura, E a irmã dos três nomes descoberto A sua tersa e circular figura.

Lá do portal de Dite, sempre aberto, Tinha chegado, com a noite escura, Morfeu, que com sutis e lentos passos Atar vem dos mortais os membros lassos.

VIII Tudo estava quieto e sossegado, Só com as flores Zéfiro brincava, E da vária fineza namorado, De quando em quando o respirar firmava Até que sua dor, d’amor tocado, Por entre folha e folha declarava.

As doces Aves nos pendentes ninhos Cubriam com as asas seus filhinhos .

Contexto histórico brasileiro - Pacto Colonial/ Brasil Colônia; - apogeu e decadência do ciclo da cana de açúcar – senhores de engenho, escravidão; - capitanias hereditárias; - invasões holandesas; - unificação Espanha- Portugal -> influências europeias -> contexto de lutas religiosas e crise econômica.

* O Barroco surge em um contexto de desequilíbrio completamente oposto às formas idealizadoras do Renascimento.

Gregório de Matos Guerra - 1636 - 1696 - O “Boca do Inferno”; - nasceu na Bahia, filho de senhor de Engenho; - formou-se em direito em Coimbra, casou-se e por lá viveu até 1681, quando ficou viúvo; - de volta à pátria, passou a levar uma vida boêmia e devassa; - satirizava toda a gente, inclusive autoridades; - foi deportado para Angola, de onde só voltou em 1695, indo morar em Recife.

Obra Sua poesia divide-se em: - Poesia Amorosa: é a mais completa e cultista de sua produção; uso intenso de figuras de linguagem e jogos de palavras; a descrição da mulher é exagerada e de mal gosto, sempre representada a partir de opostos (anjo X demônio, pecado X virtude...)

-Poesia Erótica: abuso de imagens pornográficas, mulher como objeto de uma libido agressiva, visão machista e moralista Se Pica-flor me chamais, Pica-flor aceito ser, mas resta agora saber, se no nome que me dais, meteis a flor, que guardais no passarinho melhor!

Se me dais este favor, Sendo só de mim o Pica, e o mais vosso, claro fica, que fica então Pica-flor.

-Poesia Filosófica: reflete sobre a passagem do tempo, a efemeridade da vida,

CARPE DIEM

.

A inconstância dos bens do mundo Nasce o Sol, e não dura mais que um dia, Depois da Luz se segue a noite escura, Em tristes sombras morre a formosura, Em contínuas tristezas a alegria. Porém se acaba o Sol, por que nascia? Se formosa a Luz é, por que não dura? Como a beleza assim se transfigura? Como o gosto da pena assim se fia? Mas no Sol, e na Luz, falte a firmeza, Na formosura não se dê constância, E na alegria sinta-se tristeza. Começa o mundo enfim pela ignorância, E tem qualquer dos bens por natureza A firmeza somente na inconstância.

-Poesia Satírica: critica políticos, mestiços, feiras, fidalgos etc.., contudo, usa linguagem mestiça (português + tupi) em sua sátira.

EPÍLOGOS Que falta nesta cidade?................Verdade Que mais por sua desonra?...........Honra Falta mais que se lhe ponha..........Vergonha. O demo a viver se exponha, Por mais que a fama a exalta, numa cidade, onde falta Verdade, Honra, Vergonha. Quem a pôs neste socrócio?..........Negócio Quem causa tal perdição?.............Ambição E o maior desta loucura?...............Usura. Notável desventura de um povo néscio, e sandeu, que não sabe, que o perdeu Negócio, Ambição, Usura. [...]

Poesia Religiosa: dualidade culpa/perdão, temática da vida passageira.

A CRISTO S. N. CRUCIFICADO ESTANDO O POETA NA ÚLTIMA HORA DE SUA VIDA Meu Deus, que estais pendente em um madeiro, Em cuja lei protesto de viver, Em cuja santa lei hei de morrer Animoso, constante, firme, e inteiro: Neste lance, por ser o derradeiro, Pois vejo a minha vida anoitecer, É, meu Jesus, a hora de se ver A brandura de um Pai, manso Cordeiro.

Mui grande é vosso amor e o meu delito; Porém pode ter fim todo o pecar, E não o vosso amor, que é infinito.

Esta razão me obriga a confiar, Que, por mais que pequei, neste conflito Espero em vosso amor de me salvar.

Aleijadinho

(Antônio Francisco Lisboa), 1730 - escultor, arquiteto e entalhador

Bibliografia:

História Ilustrada das Grandes Literaturas – Literatura Portuguesa

1º volume, Antônio José Saraiva.

Manual de Pesquisa – Filosofia e Literatura

, Eberth Santos e Josana Moura

História da Literatura Portuguesa

, Joaquim Ferreira

História Concisa da Literatura Brasileira

, Alfredo Bosi

Presença da Literatura Brasileira – Das origens ao Romantismo

, Antônio Candido e J. Aderaldo Castello.