Desvios Posturais de Tronco
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Transcript Desvios Posturais de Tronco
Desvios Posturais de Tronco
A boa postura é um bom hábito que
contribui para o bem estar do
indivíduo. A estrutura e função do
corpo proporciona todas as
potencialidades para obter e manter a
boa postura.
A má postura é um mau hábito e,
infelizmente, é de incidência mais
alta. Se a falha postural fosse apenas
um problema estético, as questões
sobre ela seriam limitadas a
problemas sobre a aparência. Mas, os
defeitos posturais que persistem
podem dar origem a desconforto,
dores e incapacidade. A amplitude de
efeitos, desde o desconforto até o
problema incapacitante, relaciona-se
com a gravidade e persistência dos
defeitos.
As condições dolorosas associadas com mecânica
corporal defeituosa são muito comuns. A lombalgia
têm sido a queixa mais freqüente. As causas de dor
postural são extremamente variáveis no modo de
surgimento e na gravidade dos sintomas. Existem
casos onde somente aparecem sintomas agudos,
geralmente como resultado de uma sobrecarga não
usual ou de uma lesão. Alguns casos têm surgimento
agudo e desenvolvem sintomas dolorosos
cronicamente, enquanto que outros exibem sintomas
crônicos que mais tarde se tornam agudos.
Variáveis que aumentam a
capacidade de resistência da coluna
vertebral
Curvaturas fisiológicas da coluna;
Disco intervertebral (proteção das vértebras);
Aumento progressivo dos corpos vertebrais (vértebras
lombares maiores);
Ligamentos (estruturas ligamentares – aumentam
estabilidade das vértebras);
Músculos (aumentam área e diminuem o impacto);
Aparatos de proteção (calçado, cinturão, etc...)
Postura Corporal;
Estágio de treinamento (consciência corporal, trabalho
sensório motor, etc...)
Fatores que interferem nos desvios:
Grau de angulação;
Postura incorreta;
Genética:
Alterações hereditárias;
Alterações congênitas;
Problemas idiopáticos (sem causa precisa);
Alterações assintomáticas.
Hiperlordose
A “popular” Hiperlordose é o aumento da curva na região
cervical ou na região lombar, ou seja, acentuação da
cavidade cervical e/ou lombar. A hiperlordose lombar está
associada a uma anteversão da pelve (báscula pélvica
anterior), que não deve exceder a 20º, pois angulações
maiores que esta, já caracterizam acentuação da lordose
lombar, e consequentemente um realinhamento de todas
as outras curvas da coluna para uma compensação.
A hiperlordose lombar é atribuída pela retração
de cadeias musculares importantes do corpo
humano. Estas retrações musculares podem
causar ao longo dos anos alterações ósseas
(osteoartroses "bicos de papagaio"), articulares
(coluna, quadril, joelhos, pés...) e também a
nível dos núcleos pulposos (protusões discais ou
hérnias de disco).
Estudos comprovam que a anteversão da pelve
está associada a um desequilíbrio dos músculos
abdominais e glúteos, que estão enfraquecidos e
na musculatura lombar que se apresentará
encurtada(iliopsoas e quadríceps).
Já a retificação da lordose lombar, está
associada a retroversão da pelve, originando
uma costa plana, com diminuição da mobilidade.
Ocorre através da adaptação de tecidos moles
( muscular + esqueleto fibroso, tendões, pele)
A hiperlordose lombar é mais comum em
mulheres em função de usarem salto alto, além
da própria postura feminina.
A hiperlordose cervical é caracterizada pela
proeminência da cabeça associada a
hipercifose, caracterizando um pescoço mais
alongado à frente.
A retificação da lordose cervical caracteriza-se
pela diminuição da lordose e consequentemente
um pescoço reto, com diminuição da mobilidade
cervical.
TRATAMENTO:
Para minimizar ou buscar um equilíbrio
postural nesses casos, deve-se fortalecer a
musculatura abdominal e glútea, alongar a
musculatura da região lombar, que
provavelmente, está encurtada e diminuir a
obliqüidade pélvica.
Através de uma reeducação postural é
possível alongar e fortalecer estas cadeias
musculares responsáveis por estas alterações
posturais e suas respectivas sintomatologias,
como por exemplo formigamento nos pés, dores
ciáticas (lombociatalgia), lombalgias, dores
musculares na coluna entre outros.
Hipercifose torácica
Aumento da curvatura da região dorsal, podendo ser flexível
ou irredutível. Na região torácica, a curvatura fisiológica
normal é entre 20° e 45°. Acima de 45º definimos como
hipercifose torácica. Podemos classificá-la como sendo:
postural, congênita, traumática, metabólica, inflamatória,
tumoral e outras.
Divide-se em:
Cifose Fléxivel ou Atitude Cifótica - Causada por
maus hábitos posturais e pela hipertrofia da
musculatura anterior do tórax. Deve-se enfatizar
um trabalho para musculatura posterior do
tronco. Correção se obtém com uma contração
muscular voluntária.
Cifose Rígida ou Fixa - Correção não ocorre de
forma voluntária. Um trabalho específico se faz
necessário para correção postural. Neste caso,
indica-se o RPG e um trabalho muscular global.
Costa Plana - Inexistência ou inversão das
curvaturas na coluna vertebral. Causada pela
hipertrofia da musculatuar abdominal e
hipotonia da musculatura lombar.
A cifose pode localizar-se na região dorsal,
dorso-torácica e toracolombar. Neste último
caso, encontraremos uma retificação da
lordose lombar, contribuindo para a redução
da mobilidade desta região.
Quanto mais aumenta o ápice, mais
estruturada é a superfície(mais rígida e difícil
de modificar).
Quem tem hipercifose pode também ter
ombros e braços em rotação interna. Deve-se
trabalhar a rotação externa.
Outras Causas
• Dorso curvo juvenil de etiologia postural,
leves até 50º, moderadas > 50°. Se não
cuidada pode vir a se estruturar.
• Doença de Scheuermann: cunhamento
vertebral; leve até 50°; moderada de 50° a
70º e, severa > 70°.
• Paralíticas:de origem neuromuscular
(paralisia infantil ou paralisado cerebral).
• Congênitas: devido à má formação.
• Inflamatória: devido à osteomielite.
• Pós-traumática: devido a fraturas,
traumas ou osteoporose.
DIAGNÓSTICO
Os procedimentos de diagnóstico podem incluir os
seguintes:
• Raios X - Mediante o uso de uma placa de raios X
da coluna vertebral completa, o médico ou o radiólogo
pode medir o ângulo da curvatura da coluna. Com
frequência, a decisão sobre o tratamento se baseia
nesta medição.
• Avaliação Postural.
TRATAMENTO
Depende da causa que origina a deformação: se é
consequência de uma postura incorreta, o tratamento
é feito por meio de exercícios de fisioterapia, pelo uso
de colchões mais firmes e, se necessário, o uso de
coletes ortopédicos até se completar o crescimento.
Dentre as técnicas de fisioterapia, podemos utilizar a
Reeducação Postural Global (RPG), técnica que
possibilita o trabalho das cadeias musculares,
proporcionando correção e alívio da dor.
Escoliose
É um desvio da coluna vertebral para a esquerda ou
direita, resultando em um formato de “C”ou "S". A
maioria das escolioses apresentam rotação vertebral
para o lado da convexidade provocando uma assimetria
do gradio costal, conhecida como gibosidade, que se
apresenta para o lado da convexidade.
(Giba seria o aumento visível de algum segmento após
1 minuto em “mergulho” (Teste de 1 min. para detectar
escoliose).
A escoliose é uma deformidade vertebral de
diversas origens. Para melhor entender a
definição de uma escoliose, é preciso opô-la à
atitude escoliótica:
Sem gibosidade
Sem rotação vertebral
A atitude escoliótica, é diferente da escoliose, e
deve-se, em 8 entre 10 casos, a uma
desigualdade de comprimento dos membros
inferiores, e desaparece com o paciente na
posição horizontal.
Classificação:
Escoliose não estruturadas:
Escolioses posturais: freqüentes em adolescentes, as
curvas são leves e desaparecem por completo com a
flexão da coluna vertebral ou bem com o decúbito.
Escolioses secundárias: a diferente longitude dos
membros inferiores levam a uma obliqüidade pélvica
e secundariamente a uma curva vertebral. A curva
desaparece quando o paciente senta-se ou ao
compensar a dismetria com uma palmilha no sapato
correspondente.
Escoliose estruturada transitoriamente:
Escoliose ciática: secundária a uma hérnia discal,
pela irritação das raízes nervosas. Com a cura da
lesão desaparece a curva
Escoliose inflamatória: em casos de apendicite ou em
abscessos perinefrítico.
Escoliose estruturada:
Escoliose idiopática (causa desconhecida):
hereditária na maioria dos casos. Provavelmente se
trata de uma herança multifatorial. É o grupo mais
freqüente das escolioses. Segundo a idade de
aparição há três tipos:
Infantil – antes dos três anos de idade:
Geralmente são muito graves, pois ao final do
crescimento podem vir a apresentar uma
angulação superior a 100 graus;
Juvenil - desde os três até os 10 anos;
Adolescente - desde os 10 anos até a maturidade:
(Após a primeira menstruação e ao final da
puberdade antes da maturidade óssea completa).
Escoliose congênita: provavelmente não é
hereditária, e sim o resultado de uma alteração
ocorrida no período embrionário
Costa Plana
Costa Plana – é a diminuição das curvaturas da
coluna.
(trabalho com bolão é muito indicado nesses
casos. Não é bom acentuar essas curvaturas)
Ação dos Músculos Sobre a Coluna X
Atividade Física:
Os músculos longitudinais tem ação indireta sobre a coluna e
os transversais são diretos.
Mas, os transversais tem pouca ação sobre a proteção da
coluna em relação aos longitudinais, que são os principais
músculos estabilizadores da coluna (Músculos posturais).
Os trabalhos de força devem ser geralmente simétricos para
beneficiar o alinhamento. Os distensionamentos estratégicos
são essenciais para diminuir os problemas posturais e esses
distensionamentos podem e devem ser assimétricos sempre
que necessário.
Os abdominais podem ser trabalhados de maneira isométrica,
que é bastante eficiente.
Esses problemas surgem por vários fatores que serão apenas citados
aqui, mas que merecem um estudo mais aprofundado para quem vai
trabalhar com postura. São eles:
- Inclinação pélvica anterior;
- Músculos abdominais anteriores fracos;
- Flexores de quadril uniarticulares retraídos (principalmente o
Iliopsoas);
- Flexores de quadril biarticulares retraídos (retofemural e tensor
da fáscia lata);
- Retração dos músculos lombares;
- Músculos extensores do quadril fracos;
- Inclinação pélvica posterior;
- Postura “desleixada”;
- Dorso plano;
- Flexão excessiva (ou hiperflexão lombar);
- Inclinação pélvica lateral;
- Fraqueza do glúteo médio;
Conhecendo Melhor a Dor Lombar:
As dores na região lombar não se limitam a hiperlordose lombar. Elas incluem
distensão lombosacral, distensão sacroilíaca e, resumidamente, deslizamento
facetário e coccialgia. A distensão lombossacral pode ser de origem postural.
As outras três não são consideradas primariamente problemas posturais, mas há
geralmente problemas associados de alinhamento e desequilíbrio muscular que
afetam essas condições.
Distensão lombossacral é o tipo mais comum de problema lombar. A palavra
“distensão”, denota uma tensão que causa lesão, não contudo os defeitos
mecânicos que estão presentes. Esses são essencialmente dois problemas:
compressão indevida sobre estruturas ósseas, presente especialmente durante a
sustentação de peso (em pé ou sentado); tensão indevida sobre os musculoso e
ligamentos durante a sustentação de peso e durante movimentos. Uma coluna
pode ter bom alinhamento na sustentação de peso, mas se os músculos
lombares forem tensos eles serão sujeitos à tensão indevida em uma tentativa
súbita ou descuidada de inclinar-se para frente. Pode ocorrer distensão
muscular aguda.
Uma coluna pode ter bom alinhamento na sustentação de peso, mas se os
músculos lombares forem tensos eles serão sujeitos à tensão indevida em
uma tentativa súbita ou descuidada de inclinar-se para frente. Pode
ocorrer distensão muscular aguda.
Por outro lado, uma coluna pode ter um alinhamento defeituoso
acentuado, como uma lordose sem retração dos músculos lombares. O
movimento pode não causar uma distensão, mas ficar em pé por certo
período de tempo pode dar origem à dor. A sobrecarga compressiva que
resulta do mau alinhamento, quando acentuada ou constante, pode
provocar sintomas dolorosos.
Quando está presente uma combinação de alinhamento defeituoso e
retração muscular, tanto a posição quanto o movimento pode dar origem
à dor. A dor tende a ser constante embora possa variar em intensidade
com a mudança de posição. As sobrecargas que não seriam excessivas
sob circunstâncias normais podem dar origem à dor. Um ato
aparentemente sem conseqüência pode provocar uma crise aguda de dor.
Espondilolistese
Espondilolistese – é o deslizamento da vértebra L5 sobre a S1
(na maioria das vezes)
Dor intensa, normalmente cirúrgica. É possível tratamento
conservador até 20 a 30% de deslizamento. Acima disso a dor
é muito intensa.
Com menos deslizamento o tratamento conservador é muito
indicado e sugere-se: trabalho de força da cadeia muscular
posterior, trabalho abdominal isométrico, alongamento
posterior (“reverência”) e exercícios com apoios lombares
(exercícios semelhantes aos indicados para hiperlordose).
Vista Posterior (no meio Postural conta sempre o
lado da convexidade)
Escoliose Total Sinistro Convexa
Escoliose Torácica Sinistro Convexa
Escoliose Lombar destro convexa (direita)
Escoliose Toraco lombar destro convexa
Escoliose Torácica Sinistro Convexa
“Triangulo de Tales”