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Diversidade cultural como
tema transversal ao
Design de Moda
Profª Ms Lúcia Rebello
Pressupostos

Para se viver democraticamente em uma
sociedade plural é preciso respeitar os
diferentes grupos e culturas que a
constituem.

A convivência entre grupos diferenciados
nos planos social e cultural muitas vezes é
marcada pelo preconceito e pela
discriminação.
Pressupostos

A universidade deve ser local de diálogo,
de aprender a conviver, de vivência da
própria cultura e respeito as diferentes
formas de expressão cultural.

É fundamental, para a compreensão do
papel do designer na elaboração de
produtos,
a
discussão
sobre
a
diversidade cultural como expressão da
identidade de uma sociedade.
Cultura: um conceito antropológico
Roque de Barros Laraia

O conceito antropológico de cultura
passa necessariamente pelo dilema da
unidade biológica e a grande diversidade
cultural da espécie humana.

Implica uma preocupação com a
diversidade de modos de comportamento
existentes entre os diferentes povos.
Diversidade Cultural

A idéia de diversidade está ligada aos
conceitos de pluralidade, multiplicidade,
diferentes ângulos de visão ou de
abordagem, heterogeneidade e
variedade.

Também, pode ser encontrada na
comunhão de contrários, na intersecção
de diferenças, ou ainda, na tolerância
mútua.
Pluralidade Cultural

É a pluralidade cultural que faz do mundo um
lugar rico.

No entanto, “aceitar as diferenças e enriquecerse com elas continua a ser um problema que
hoje ninguém sabe resolver porque supõe o
reconhecimento da alteridade”.
(Valente, 1999:63).

Levar em conta a pluralidade cultural no âmbito
da educação implica pensar formas de
reconhecer, valorizar e incorporar as identidades
plurais em políticas e práticas curriculares.
Silva & Brandim, 2008
Precursores do multiculturalismo

Os precursores do multiculturalismo foram
professores doutores afro-americanos docentes universitários na área dos Estudos
Sociais – que, por meio de suas obras,
levantaram questões sociais, políticas e
culturais de interesse para os afrodescendentes.

O objetivo era preparar as populações
segregadas para exigir igualdade de direitos,
estimulando a auto-estima desses grupos e
apoiando o debate intelectual sobre questões
relativas à discriminação e exclusão social. Um
trabalho realizado a partir de argumentos
científicos.
Precursores do multiculturalismo
Vera Candau, 1997:241
“ (...) em 1995, pela primeira vez,
foi realizada uma sessão
especial sobre o tema
multiculturalismo e universidade.
Os participantes fomos
testemunhas das reticências e
reservas que o tema suscitou
no debate”
Gonçalves e Silva, 1998

Embora desde o final dos anos 80
algumas universidades brasileiras
venham realizando abordagens
curriculares numa perspectiva
multiculturalista, é nos anos 90
que ocorre um crescimento da
produção acadêmica, visando ao
aprofundamento da temática.
Mas afinal, o que significa Multiculturalismo?

O multiculturalismo é uma estratégia política de
reconhecimento e representação da diversidade
cultural, não podendo ser concebido dissociado
dos contextos das lutas dos grupos culturalmente
oprimidos.

Multiculturalismo crítico
Segundo o esquema de Peter McLaren(1997)
existem quatro vertentes: conservadora ou
empresarial, humanista liberal, liberal de esquerda,
crítica e de resistência. Neste trabalho destacamos
a vertente crítica e de resistência.
Multiculturalismo
Proposta Acadêmica
Nossa proposta de trabalho,
apoiando-se em McLaren (1997)
defende o multiculturalismo crítico,
para quem as diferenças não têm um fim em si,
mas situam-se num contexto de lutas por
mudança social, contrapondo-se ao ideário
neoliberal e à globalização econômica e
cultural vigente, como expressões legítimas
do modelo capitalista opressor.
Desenvolvimento de uma postura
multicultural.

A grande meta a ser atingida é a eqüidade,
independentemente das diferenças
étnicas, sexuais, religiosas etc.

Acreditamos que devemos preparar nosso
nossos alunos para uma convivência plural
e diversa.
Design e Multiculturalismo
Transversalidade

Desenvolvimento cultural: compreensão das
culturas, consciência da discriminação,
capacidade de interagir com diferentes
culturas.

Desenvolvimento de formas de conhecer no
Design: observação, visualização, sinestesia,
experimentação e construção das próprias
idéias.

Desenvolvimento de formas de ensinar a
ciência: auto-centrada, consciência das
diferenças dos estudantes, promoção de
mudanças no sistema.
Estratégias Metodológicas

Articulação da pluralidade cultural mais
ampla à pluralidade da sala de aula.

Desestabilização da lógica dominante.

Crítica cultural.

Ancoragem social do conhecimento.
Ancoragem, está sendo entendida como o processo
que transforma algo estranho em familiar,
transformando e atribuindo características
que o tornem coerente com aquilo que já é conhecido,
de forma que se torne possível categorizá-lo.
Práticas Pedagógicas e Culturais

Observação etnográfica;

Debates em sala de aula, onde os alunos
buscam identificar diferentes olhares possíveis
sobre uma mesma realidade;

Dinâmicas
que
buscam
pensamento dialético;

Atividades lúdicas que visam a interação entre
arte, design de moda e novas tecnologias.
favorecer
o
Práticas Pedagógicas e Culturais

Visualidade como modelo de representação do
mundo.

Percepção e experiência visual cotidiana como
estímulo ao processo criativo.

Atividades envolvendo intersubjetividade, espaços
culturais e corpo.

Performances a partir de temas culturais.

Estudos sobre semiótica e cultura material.
Desafios à prática pedagógica






Desconstrução de ‘verdades’;
Abertura ao diálogo;
Aceitação das diferenças como realidades
possíveis;
Hierarquização das diferentes visões de mundo;
Estigma e Preconceito
Despreparo docente para lidar com a questão.
Considerações Finais

É possível afirmar que a Diversidade Cultural como tema transversal
no curso de Design de Moda da Universidade Estácio de Sá tem se
apresentado como um caso de sucesso. No entanto, se faz
necessário um trabalho de conscientização dos professores sobre a
importância
da inclusão de estudos culturais como temas
transversais, não só nas disciplinas teóricas mas também como
suporte à metodologia projectual e ao processo criativo.

Resultados positivos têm sido observados tanto no processo de
formação coletiva quanto individual dos alunos, favorecendo o
respeito entre as diferenças e a leitura de mundo a partir de um olhar
mais amplo.
Considerações Finais

No que diz respeito ao desenvolvimento de projetos , os
estudos culturais têm alimentado o processo e criativo e se
constituído como diferencial na metodologia projectual dos
produtos de Design de Moda.

No entanto, nem todos os professores estão aptos a trabalhar
com a proposta de temas transversais o que requer um
trabalho de conscientização e capacitação, principalmente nos
que atuam em disciplinas fundamentalmente práticas, tendo
em vista que, na maioria das vezes, o fazer encontra-se
dissociado do é pensar o fazer .
Referências Bibliográficas

CANDAU, V. M. Pluralismo cultural, cotidiano escolar e formação de professores.
In: CANDAU, V. M. (Org.). Magistério: construção cotidiana. Petrópolis: Vozes,
1997.

LOPES, A. C. R. Pluralismo cultural em políticas de currículo nacional. In:
MOREIRA, A.F.B. (Org.). Currículo: políticas e práticas. Campinas: Papirus,
1999.

McLAREN, P. Multiculturalismo Crítico. São Paulo: Cortez, 1997.

VALENTE, A. L. Educação e diversidade cultural: um desafio da atualidade. São
Paulo: Moderna, 1999.

PEREIRA, C. & CAMINO, L. Representações sociais, envolvimento nos Direitos
Humanos e ideologia política em estudantes universitários de João Pessoa.
Psicol. Reflex. Crit. [online]. 2003, vol.16, n.3, pp. 447-460.

SILVA, MJA & BRANDIM, MRL. Multiculturalismo e educação:em defesa da
diversidade cultural Diversa : Ano I - nº 1 : 51-66 : jan./jun. 2008.
Lúcia Rebello
Coordenação do Curso Design de Moda
Universidade Estácio de Sá
Campus Petrópolis – Rio de Janeiro, Brasil
[email protected]
om